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Bitcoin em US$ 42 mil? E a sobrecompra?

out 30, 2023 | Satoshi Call

Bitcoin em US$ 42 mil? E a sobrecompra?

out 30, 2023 | Satoshi Call

Após uma semana agitada e bem favorável aos bulls, como será que o Bitcoin (BTC) vai se sair nos próximos dias? A tendência é mista, afinal, há uma pressão importante vindo da economia norte-americana que não dá para ignorar. Ao mesmo tempo, o otimismo com o ETF da criptomoeda é maior do que nunca. Os gráficos jogam o mercado em uma variação entre US$ 30 mil e US$ 42 mil. Algum deles será que vem? Vamos tentar descobrir!

 

 

Problemas para o Bitcoin?

Não é de hoje que os Estados Unidos mostram uma evolução em sua economia. E também não é hoje que isso vai parar. Embora não sejam dados consolidados, as prévias dos Índices Gerente de Compras (PMIs) estão se firmando na zona de expansão. Isso significa que tanto o setor de serviços quanto o industrial estão acelerando.

Ao mesmo tempo, as previsões do Produto Interno Bruto (PIB) do país estão marcando avanço de 4,9%. Janet Yellen, a voz por trás do Tesouro norte-americano, comentou que esse crescimento econômico no terceiro trimestre foi “um número bom e forte”. Mas, e sempre tem um “mas”, ela deu a dica de que isso pode manter os rendimentos dos títulos lá em cima. 

Enquanto isso, a inflação geral se manteve estável. Se isso é bom ou não… Difícil saber. Os formuladores de política monetária do Federal Reserve podem simplesmente elevar os juros novamente ou, então, sentar em cima da vantagem que ganharam neste mês. Tudo isso para dizer que: nem tudo são flores!

Afinal, para o Bitcoin, a economia dos EUA fortalecida pode levar a uma valorização da moeda local. Tudo bem que a correlação entre a criptomoeda de referência e o índice dólar (DXY) está mais fraca nos últimos. Mas é aquela história: Ninguém quer pagar para ver. Mais do que isso, a pressão pode vir também dos altos rendimentos dos títulos do tesouro. Até porque, quem não quer bons ganhos com ativos super seguros, não é? Então, pode ser que o mercado de criptomoedas – e acionário – veja uma fuga de capital no curto prazo para o reajuste de posições.

Falando em ações, inclusive, as big techs não estão lá essas coisas. Parte das maiores empresas de tecnologia do mundo apontaram resultados trimestrais bem decepcionantes. Desde o início da pandemia, havia uma correlação bem forte entre papéis de tech e o Bitcoin. Assim como o dólar, apesar da breve descorrelação, é sempre importante manter essa informação por perto e jogar com o regulamento embaixo do braço.

 

 

 

Em busca de refúgio

O desempenho da Zona do Euro é que pode ser o fiel da balança nesta situação e favorecer o Bitcoin. Mais uma vez, os PMIs recuaram novamente, não só fincando os dois pés no chão, mas praticamente deitando o bloco no território de retração econômica. Para se ter uma ideia, excluindo os meses da pandemia, foi a leitura mais baixa desde março de 2013. 

Na política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter a taxa de juros acima dos 4% ao ano – o nível mais alto da história! Christine Lagarde, a presidente do BCE, subiu ao palanque e disse que os alimentos e a energia vão pesar nos preços nos próximos meses. Esse freio nos juros, porém, não necessariamente acompanham uma perspectiva positiva em relação à inflação. A autoridade monetária máxima acredita que a inflação vai continuar elevada por um bom tempo, com as pressões domésticas nos preços ainda muito fortes.

Para o Bitcoin, a perda de força do Euro e as dificuldades de consumo podem fazer o efeito contrário à criptomoedas na comparação com o dólar. Neste caso, as pessoas e empresas podem buscar refúgio nas criptomoedas para escapar da depreciação monetária. Ou seja, se de um lado do oceano o volume pode cair, do outro, ele pode aumentar.

 

 

Gerando oportunidades

Pelo Brasil, o IPCA-15 – prévia da inflação oficial – subiu 0,21% em outubro, praticamente em linha com o esperado. Boa parte desse aumento é culpa das passagens aéreas que “decolaram” 23,75%. Na mesma tendência, os preços de “porta de fábrica” ou ao produtor subiram 1,11%. Mas calma. No acumulado de 12 meses, a inflação ainda registra queda de 7,92%.

Com isso, o país parece bem posicionado em uma economia mais estável, criando oportunidades interessantes para investidores sentirem um pouco mais o gostinho do risco. Até mesmo as perspectivas de novos recuos na taxa SELIC, de certa forma, “afasta” o mercado das rendas fixas. Com isso, o Bitcoin pode se tornar uma alternativa nesta reta final de ano para aqueles que querem fazer trading ou até mesmo segurar a criptomoeda por mais tempo.

 

 

 

Sai daqui, resistência!

Os investidores de Bitcoin simplesmente apertaram o botão de comprar e esperaram as reações no mercado. Só na última segunda-feira, a criptomoeda disparou mais de 14%, no par com o dólar. Na parte final da semana, é claro, o ativo corrigiu. Afinal, foram sete dias consecutivos de alta, com um topo em US$ 35,2 mil. Então, é natural e justo que uma parte dos traders realizem lucros.

Mas o que de fato “bombeou” o BTC para cima foi que o ETF de Bitcoin à vista foi listado no chamado Depository Trust & Clearing Corporation (DTCC). Isso dá a entender que uma aprovação do produto de investimento pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) pode estar chegando. O otimismo respingou até no analista de ETFs da Bloomberg, Eric Balchunas, que disse acreditar que essa listagem é um sinal positivo para uma aprovação da SEC.

Esta foi uma notícia comemorada pelos bulls, mas lamentada e muito pelos bears. Após a notícia, cerca de US$ 400 milhões em contratos futuros foram liquidados e, claro, a maioria era de shorts – vendidos. Péssima hora para os ursos.

De qualquer forma, a euforia, claro, foi instalada. O índice Fear and Greed chegou a bater os 72 pontos. Este nível de otimismo não era visto no ativo desde meados de 2021, antes do token atingir sua última máxima histórica de US$ 69 mil. Além disso, o carro-chefe do mercado de criptomoedas segue com sua majestade. A dominância do BTC em relação a todo o setor atingiu 54%, o nível mais alto nos últimos 2 anos e meio.

 

 

Tá na rede

Os dados on-chain continuam narrando a mesma história. Acumulação de Bitcoin! Os saques da criptomoeda para fora das corretoras seguem crescendo. Embora não seja possível dizer com total certeza, este costuma ser um movimento que sugere que os investidores não querem vender suas moedas tão cedo. Assim, menos BTCs no mercado, em meio a grande oferta… Sobe, preço!

 

Fonte: Gráfico de reserva de BTC nas exchanges, Crypto Quant

 

Acompanha esta perspectiva que mais de 3/4 do suprimento total de Bitcoin está nas mãos dos detentores de longo prazo. Ou seja, aqueles que estão  adivinhem – acumulando o ativo para uma possível valorização pós-halving.

 

 

 

Olha que interessante

Como sempre, é hora de dar aquela olhada no gráfico semanal. E há coisas bem interessantes a serem analisadas. Na imagem abaixo, o padrão cup and handle está praticamente consolidado, embora a alta tenha uma tendência de ser mais alta neste tipo de desenho. Mas calma, temos tempo ainda para isso.

 

Fonte: GoCharting, em 30/10/2023, às 8h33min.

 

Por isso, é importante olhar as projeções. Para baixo, talvez seria importante o Bitcoin testar os US$ 30 mil para mostrar que aquele nível está superado. Uma alta, porém, poderia levar a criptomoeda para a região dos US$ 42 mil. Mas por que?

O canal laranja é uma formação “blocada” de uma região chamada de decote, criada após a formação de um padrão de ombro-cabeça-ombro (marcado em azul, no canto esquerdo da tela). Neste caso, o decote por si mesmo atua nos US$ 36 mil, justamente um ponto que serviu como resistência para a recente alta. Ao abranger os pavios dos candles e ampliar essa área, os US$ 42 mil não seriam uma insanidade para o mercado atual, ainda mais se o tal ETF sair.

Nos indicadores adjacentes, enfim, cruzou suas linhas para cima, se mantendo acima do nível zero do histograma. Já o índice de força relativa (RSI) mira os 70 pontos. E vale um destaque aqui. Da mesma forma que um mercado sobrevendido pode antecipar um volume alto de compras, o contrário também é verdadeiro. Por isso, muita cautela com o comportamento dos investidores esta semana, pois estamos em um território bem intenso de touros.

 

 

Conclusão

Com o Bitcoin rompendo resistências importantes, é natural o otimismo tomar conta dos investidores. Mas como costumo destacar, é no bull market que muitos podem ser pegos de surpresa! As altas rentabilidades dos títulos do tesouro norte-americano e um possível ‘pump’ do dólar podem se transformar em dor de cabeça no curto prazo, assim como esse RSI elevado.

Por isso, o ideal é analisar bastante qual a história que o mercado está nos contando, e se ela é ou não convincente para nós. A análise técnica ajuda muito a eliminar certos ruídos e, por isso, deve sempre ser considerada. Enquanto isso, um olho atento sempre nos eventos macroeconômicos para não se assustar com possíveis volatilidades ao longo das semanas!

Beto Fernandes

Beto Fernandes

Nosso especialista e analista de criptomoedas, Beto Fernandes, traz os principais eventos macroeconômicos da semana e sua perspectiva técnica sobre o principal ativo digital do mundo.

 

Disclaimer

Este relatório foi desenvolvido por um parceiro Foxbit e tem como único objetivo fornecer informações sobre a criptoeconomia. O report não leva em consideração os objetivos, a situação financeira, riscos ou as necessidades específicas de cada investidor. As informações contidas aqui não constituem e nem devem ser interpretadas como oferta ou conselho de investimento. Qualquer negociação envolve riscos e, por isso, as decisões devem estar pautadas por estudos próprios e constantes.

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