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BTC bate os US$ 42 mil. E agora!?

dez 4, 2023 | Satoshi Call

BTC bate os US$ 42 mil. E agora!?

dez 4, 2023 | Satoshi Call

O desempenho do mercado de criptomoedas é algo surpreendente. Enquanto há um certo sinal de que os compradores estão perdendo força, o preço do Bitcoin (BTC) volta a subir, colocando o ativo em um nível de sobrecompra não visto há anos. Em contrapartida, a maturidade da criptomoeda tem tornado os gatilhos de volatilidade cada vez menos frequentes, mantendo a movimentação de preços focada no próprio setor cripto. Com o preço chegando a bater os US$ 42 mil do que uma queda aos US$ 34 mil, como fica o cenário do BTC para os próximos dias?

 

 

O fim está cada vez mais próximo

Se em 2022 e até certa parte deste ano, o mercado ficava de cabelo em pé quando ouvia falar em inflação e aumento de juros nos Estados Unidos, a reta final de 2023 parece um belo passeio no parque. Agora, não só os investidores estão bem tranquilos em relação a esses temas, como ainda esperam que o Federal Reserve comece a cortar os juros já nos próximos meses.

Essa perspectiva, de fato, não é nenhuma loucura, apesar dos solavancos econômicos globais. O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE) subiu 0,2%, na base mensal, e 3,5%, na anual. Mesmo que esteja positivo, o indicador veio em linha com o esperado pelos analistas, mostrando que a inflação está, sim, arrefecendo. 

Com isso, os olhos se voltam para o desempenho econômico do país e os possíveis receios de uma estagflação. Porém, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deram uma trégua aos investidores. O PIB avançou inesperadamente 5,2%, acima do estimado pelo mercado. Com isso, a economia parece resiliente, mesmo diante da pressão monetária exercida pelo FED.

O otimismo de médio prazo segue até o último discurso de Jerome Powell, presidente do Banco Central norte-americano, na última sexta-feira. A autoridade monetária disse que os empregos, embora aquecidos, estão caminhando para um equilíbrio, o que pode desafogar a inflação. Ao mesmo tempo, ele demonstrou novamente suas preocupações com a economia do país em meio a um cenário ainda mais restritivo monetariamente.

Com todos esses dados, o mercado não só aposta que o Federal Reserve vai manter sua postura cautelosa de não avançar os juros, como ainda já começa a especular sobre quando a taxa vai ser cortada. Isso, claro, é um prato cheio para investidores de risco, como do mercado de criptomoedas, que observam uma queda nos rendimentos dos títulos do tesouro norte-americano, desvalorização do dólar e, consequentemente, uma alta nos papéis menos conservadores. Não à toa, o Bitcoin disparou para os US$ 42 mil na abertura desta senana.

 

 

 

Otimismo do outro lado do oceano

Se tem uma coisa que a economia da Zona do Euro não está é estável. Mas até aí, nada está muito concreto mesmo. Porém, os recentes dados macroeconômicos do bloco mostraram que a situação está, pelo menos por enquanto, dando sinais interessantes ao mercado.

A começar pela inflação que desacelerou para 2,4% em novembro, uma queda bem importante se comparado com os 2,9% do mês anterior. O melhor dessa retração é que ela aconteceu por conta de uma baixa nos preços de energia, a maior de cabeça da região no último ano. Isso, claro, repercutiu em um avanço do setor de Varejo e Serviços, que contrariaram a expectativa de declínio dos analistas, colocando ainda mais força para a economia europeia.

Com o motor econômico ligado novamente, os investidores podem sair um pouco da toca e buscar por produtos de maior risco. O mercado de criptomoedas tem recebido grande especulação por lá, principalmente com uma série de fundos sendo lançados e parcerias entre empresas do setor. Assim, o apetite em torno do Bitcoin tende a aumentar, alavancando o mercado de criptomoedas por lá.

 

 

Desenvolvendo mercados

Após dados oficiais apontando retração da economia chinesa, uma revisão da Caixin/S&P Global mostrou um cenário bem diferente. O Índice Gerente de Compras (PMI) da Indústria avançou de 49,5, em outubro, para 50,7, em novembro. Esta é considerada a expansão mais rápida em três meses e superou a expectativa dos analistas.

Com uma economia e inflação mais controladas, os chineses seguem divididos entre o mercado de risco e conservador. Os impactos mais agressivos podem vir dos incentivos do Banco Central da China ao setor imobiliário. O governo segue implementando facilidades para reduzir o preço do minério de ferro e, assim, manter o país estável em suas contas.

No caso das criptomoedas, a região segue como uma das maiores dominadoras, mantendo investimentos constantes e desenvolvimentos tecnológicos envolvendo o yuan digital e até parcerias com bancos tradicionais. Esse conjunto pode catalisar uma forte pressão de compras no curto e médio prazos.

 

 

 

Bitcoin vai disputar a resistência?

O Bitcoin iniciou dezembro mostrando que a força dos compradores não foi embora. Ao contrário, a criptomoeda de referência avançou para os US$ 42 mil, abrindo o mês no positivo e sugerindo a construção de uma possível quarta alta mensal consecutiva. A última vez em que esse comportamento aconteceu foi em abril deste ano. Antes disso, apenas outubro de 2020 registrou um avanço de preços deste tipo. Com isso, as perspectivas dos últimos Satoshi Calls de que, mesmo sobrecomprado, a moeda digital estava muito mais próxima de um teste dos US$ 42 mil do que uma correção aos US$ 34 mil e US$ 31 mil se confirmou.

 

 

Esta foi a última vez

Uma previsão de preços chamou a atenção dos investidores recentemente. Plan B, criador do famoso modelo Stock-to-Flow declarou que o Bitcoin nunca mais ficará abaixo dos US$ 35 mil. Sua fala se baseia justamente nos aumentos recentes de hashrate da criptomoeda e na arbitragem entre mineradores e o próprio mercado. 

Neste caso, é muito difícil dizer que Plan B está correto, apesar de ter suas opiniões muito respeitadas no setor. O impedimento de uma queda abaixo dos US$ 35 mil basicamente negaria as principais análises técnicas dos traders atualmente. Em contrapartida, o comportamento dos mineradores, sim, chama a atenção neste momento pré-halving, que está previsto para acontecer em abril de 2024. Assim, vai ser interessante observar se o mercado ou Plan B vai estar certo no fim do jogo.

 

 

Cair ou subir? O importante é comprar!

Quem tá pouco se importando com as previsões de preços – sejam elas otimistas ou pessimistas – é a GrayScale. Após se reunir com a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) para tentar converter seu Bitcoin Trust em um ETF à vista, a empresa de tecnologia anunciou a compra de mais US$ 600 milhões em BTC.

 

 

Tchau, dólar

Com o aperto monetário norte-americano caminhando para seu fim, o mercado não só enxerga uma queda nos rendimentos dos títulos do tesouro norte-americano, como também uma desvalorização do dólar. Isso levou os investidores a correrem para outros ativos. Interessante de tudo é que não foi para as ações, mas, sim, ouro e Bitcoin.

O metal atingiu uma nova máxima histórica nesta segunda-feira, enquanto a criptomoeda de referência avançou para os US$ 42 mil. A perspectiva de que os Estados Unidos vão ter sua força reduzida no curto prazo ajudou na valorização desses dois ativos de “segurança”.

 

 

Cada vez menos especulativo

Os dados on-chain, curiosamente, mostram que o nível especulativo está cada vez menor, o que acompanha essas subidas de preços constantes, mas não tão intensas. No levantamento, o número de detentores de curto prazo de Bitcoin atingiu uma baixa de 10 anos. Isso sugere que mais investidores estão segurando o Bitcoin a longo prazo, o que pode ser um sinal de que ninguém está muito no clima de vender.

 

 

 

Superando expectativas

O mercado de criptomoedas muitas vezes nos pega de surpresa, e o gráfico do Bitcoin oscila diariamente. Desta forma, uma análise técnica abrangente pode reduzir alguns ruídos importantes de uma tentativa de prever os próximos movimentos dos investidores.

Por isso, vamos ficar mais de pertinho e olhar para o gráfico diário. É nítido que a criptomoeda de referência rompeu a linha de resistência (linha preta superior), mostrando a força dos bulls na abertura de dezembro. Mais do que isso, o movimento do ativo avançou para além do canal de alta, deixando o mercado animado, mas cauteloso com a necessidade de uma correção de preços.

Fonte: GoCharting, em 04/12/2023, às 9h39min.

 

Já o volume de negociação também se movimentou de forma interessante, rompendo, pelo menos brevemente, a tendência de baixa anterior. A cautela, porém, é imprescindível. A banda de Bollinger simplesmente foi ignorada e precisa se reajustar, seja ela mesma alcançando o preço do BTC ou uma correção do próprio mercado. Assim, um reteste dos US$ 38,5 mil ou até os US$ 37,8 mil não estão fora de jogo.

Os indicadores adjacentes até sinalizam que talvez exista espaço para mais algumas altas. Mas sempre é bom lembrar que, sozinhos, esses aparatos técnicos pouco têm a contribuir para uma boa análise. Dito isso, o MACD cruzou há pouco suas linhas para cima, sugerindo a força otimista do mercado prevalecendo. Porém, o Índice de Força Relativa (RSI) vai para 75 pontos, o que é um pézinho dentro da sobrecompra já. Então, nem tanto ao céu, nem tanto à terra neste momento, ok!?

 

 

Riscos maiores

Quando vamos para o gráfico semanal, meio que tudo pode acontecer. Em um fractal, as últimas semanas também criaram um canal de alta interessante, com o Bitcoin, agora, muito perto de romper a mediana dessa faixa. Caso essa resistência seja rompida, o topo do canal, em US$ 43 mil devem ser o próximo passo.

Fonte: GoCharting, em 04/12/2023, às 9h33min.

 

Entretanto, muita cautela por aqui. Um reteste dos US$ 39 mil ou principalmente dos US$ 36 mil não está tão distante assim. Afinal, não os níveis marcam não só a base desse canal de alta, como também é o decote mais baixo do último grande ombro-cabeça-ombro, respectivamente. Ao mesmo tempo, o RSI vai para 81 pontos, com o mercado com os dois pés dentro da sobrecompra. A última vez em que isso aconteceu foi em fevereiro de 2021, cerca de nove meses antes do início do bear market. Então, é o famoso esperar para ver.

 

 

Conclusão

O mercado de criptomoedas está cada vez mais maduro, e as oscilações de preços ficam mais previsíveis tecnicamente falando. O comportamento dos investidores de Bitcoin está praticamente definido: pouca especulação e muita acumulação. Mas sabemos que tudo isso pode mudar a qualquer momento. Porém, considerando as últimas reações da criptomoeda, é interessante observar qual vai ser o gatilho responsável por desencadear um grande movimento de baixa ou alta.

Enquanto isso, o mercado segue em níveis de sobrecompra bem nítidos, exigindo uma cautela ainda maior dos investidores no curto prazo. O que não parece, na realidade, ser a reação de outros traders. Com isso, é possível – embora difícil de se confirmar – que um FOMO (fear of missing out) esteja se criando no mercado pré-halving, mesmo com uma força reduzida em comparação com FOMOs anteriores.

Para finalizar, os US$ 42 mil colocaram o mercado de criptomoedas de vez no território de sobrecompra. Embora exista, sim, espaço para mais ganhos, a cautela diante de uma correção é fundamental.

Beto Fernandes

Beto Fernandes

Nosso especialista e analista de criptomoedas, Beto Fernandes, traz os principais eventos macroeconômicos da semana e sua perspectiva técnica sobre o principal ativo digital do mundo.

 

Disclaimer

Este relatório foi desenvolvido por um parceiro Foxbit e tem como único objetivo fornecer informações sobre a criptoeconomia. O report não leva em consideração os objetivos, a situação financeira, riscos ou as necessidades específicas de cada investidor. As informações contidas aqui não constituem e nem devem ser interpretadas como oferta ou conselho de investimento. Qualquer negociação envolve riscos e, por isso, as decisões devem estar pautadas por estudos próprios e constantes.

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