Apesar de ser um sistema de pagamentos livre e aberto, o bitcoin está longe de ser gratuito. Na verdade, as taxas incentivam a descentralização e segurança da rede, já que tornam a mineração uma atividade lucrativa. Na prática, sempre que bitcoins são enviados de uma carteira para outra, uma taxa é atrelada ao envio e coletada pelo minerador que verifica e confirma a transferência.
Por que é caro transacionar com Bitcoin?
Em alguns momentos, principalmente quando o preço da criptomoeda está subindo de maneira significativa, é comum ver relatos de pessoas que gastaram mais de R$100 em taxas. A resposta para isso é oferta e demanda em um mercado aberto.
A rede do bitcoin é formada por uma corrente de blocos que possuem um conjunto limitado de transações cada. As pessoas que mineram os blocos podem escolher quaisquer transações que quiserem para o bloco que criarem. E para maximizar seus ganhos, elas tendem a confirmar primeiro as transações com maiores taxas.
Você pode pensar nas transações como encomendas que precisa mandar pelos Correios, que cobra por peso. Similarmente, da perspectiva de um minerador, eles não se importam com o valor enviado, apenas com o tamanho em bytes que a transação tem. Dessa forma, não tem diferença se você movimenta R$1.000 ou R$100.000 em bitcoin, a taxa de transação será similar.
Como economizar o máximo possível?
Nos Correios, você pode pagar uma taxa maior por um serviço de entrega de alta prioridade ou uma taxa menor por um envio mais demorado. E é assim também com taxas de transação do bitcoin. Dependendo da urgência da sua operação, você pode escolher economizar e esperar ou pagar mais para passar na frente das outras transações não confirmadas.
A maioria das carteiras de bitcoin já possui uma calculadora de taxas e apresentam 3 opções: rápida, normal ou lenta. Mas uma olhada em sites como o Mempool Space ou Bitcoiner Live podem te dar uma noção mais precisa de como está o congestionamento na rede para saber que taxa escolher manualmente e economizar de forma eficiente.
Já quando estamos falando do saque da corretora de criptomoedas, não há controle por parte do usuário, que acaba tendo que aceitar a taxa de rede que a corretora decide pagar. É prática comum que as exchanges usem a opção de prioridade maior para evitar uma experiência ruim para o usuário.
Atualizações do Bitcoin como o SegWit, já ativada desde agosto de 2017, e Taproot com assinaturas Schnorr, previstas para julho de 2021, ajudam com a escalabilidade do Bitcoin sem a necessidade de aumentar o limite do bloco, aliviando o problema das altas taxas.
Por fim, há a possibilidade de não pagar as taxas da rede principal transacionando em soluções de segunda camada como Lightning Network ou sidechains (à exemplo da Liquid). Elas são tecnologias ainda em fase de testes, mas que bitcoiners usam de forma relativamente segura para pequenos valores.
Sem depender das confirmações dos mineradores, as transações de bitcoin aqui são rápidas e, na maioria das vezes, possuem taxas bem pequenas, mas elas ocorrem fora da blockchain e, caso o usuário queira atualizar sua conta on-chain, as taxas serão pagas como em uma transação qualquer.