Desde que eu comecei a me entender por gente, eu tinha a necessidade e o desejo de tocar um negócio, especialmente apoiado em tecnologia. Sou Flávio Almeida, sócio e diretor de Produtos na Foxbit desde outubro de 2017. Fazer parte disso tudo, ajudar a construir a história de uma empresa brasileira para ser um case mundial, em um mercado tão novo, foi o que mais me encantou pra chegar aqui.
Um pouco de história
Para contar minha história, eu queria falar da minha mãe, uma pessoa fantástica. Ela sempre me apoiou em tudo e, sem ela, eu certamente não estaria aqui agora. Não posso deixar de mencionar minha esposa, Jéssica Rocha, que chegou a São Paulo vinda de Recife em março deste ano, para o nosso casamento.
Sou de Recife, e terminei o curso de Ciência da Computação em 2009, na Universidade Federal de Pernambuco. Ainda no último no último ano da faculdade, eu e mais três amigos começamos nosso primeiro empreendimento “formal”, digamos assim. De estagiário, eu fundei a nossa startup.
Chamamos a empresa de Proativa, todos com muita vontade de fazer acontecer, de montar projetos em tecnologia. Sabíamos que seria algo muito legal, era um berço de negócios, de projetos, de startups e afins. É o que eu gosto de fazer: tocar projetos e produtos de tecnologia.
Na faculdade tinha algo muito legal: por ser referência, sempre no top 5 do Brasil em tecnologia, existia a fama de que todas as turmas iam embora do país, para trabalhar na Microsoft. Teve um case bem emblemático, de que, alguns anos antes do meu, a Microsoft fechou uma turma inteira do nosso curso e levou. Tinha muito essa “lenda”, e até meus parentes falavam: “E aí Flavinho, vai pra Microsoft? Quando vai ser o próximo Bill Gates?”.
Eu sempre respondi serenamente, mas de forma sincera que, pra mim, a Microsoft é um baita case de tecnologia, mas eu gostava muito da ideia de talvez trabalhar lado a lado, ou talvez fornecer serviço pra ela. Eu falei isso algumas vezes, até que um dia – veja só o poder das palavras e da força de vontade! – a Proativa emitiu uma nota fiscal pra Microsoft. Foi um servicinho do tamanho de uma ervilha, bem pontual, mas pra gente foi bem emblemático.
Depois que me formei na graduação, fiz MBA em Gestão de Negócios e foquei bastante nessa área.
No decorrer de sete anos, mais ou menos, a Proativa se envolveu em pelo menos uns 10 ou 12 projetos e iniciativas de pesquisa e desenvolvimento. Desses, dois viraram empresas novas, com CNPJs novos.
Primeiros projetos
No último ano da faculdade rolou uma competição acadêmica chamada Microsoft Imagine Cup, uma copa do mundo de programadores, e eu e esses meus amigos da Proativa participamos. Viajamos o mundo graças a isso: Polônia, Egito, Nova York… Mais de 300 mil estudantes do mundo inteiro competindo, é bem legal. Nós ganhamos um prêmio por um dos produtos que a gente estava desenvolvendo, e esse foi um dos estalos pra mim.
Foi quando rolou o primeiro spin-off na Proativa, e abrimos uma nova empresa para um produto que rendeu ainda outros prêmios. Eu era COO, diretor de operações da Proativa, e CEO dessa novidade, a ProDeaf. Era uma solução de acessibilidade para pessoas surdas, em diversos ambientes, com tradução para libras.
A gente fez um trabalho muito legal com esse case. Ele acabou solucionando vários desejos nossos: desenvolver um negócio com tecnologia e com impacto social. Tivemos clientes como Telefonica, Bradesco, ESPM, entre outros. Até hoje é uma solução que você encontra nos caixas eletrônicos do Bradesco, por exemplo. Dá um baita orgulho.
Passagem pelo Vale do Silício
Enquanto fui CEO da ProDeaf nós recebemos apoio e colaboração de várias empresas gigantes. Um dos momentos mais legais foi quando passamos na primeira turma de aceleração do Google (um grupo de 15 startups brasileiras e mais algumas de outros países). Na ocasião recebemos um investimento de cerca de 200 mil dólares do Google, além de mentoria dentro da sede em Mountain View e um ano de escritório no Google Campus. Eu passei dois meses no Vale do Silício por causa disso.
Curiosamente, o segundo spin-off foi o Pagcoin. Desenvolvemos um meio de pagamento com bitcoin em 2013, um timing super errado. Foi um investimento nosso, mas acabamos vendendo depois, não foi muito pra frente. Porém, na época, é aquela história que o Guto Schiavon conta que ele pediu emprego pra diversos lugares, inclusive pra gente. Estávamos ainda nos entendendo e não tínhamos toda a estrutura clara, então acabou não rolando…
Em 2017, resolvemos buscar outras coisas e vendemos a operação. Vim de vez pra São Paulo, que já era onde eu acabava passando parte do meu tempo entre idas e voltas de Recife. Por indicação do João Paulo, que era meu amigo da faculdade e da Proativa, comecei como consultor na Foxbit, parte do tempo. Ficava algumas horas por dia aqui, tentando entender os processos, conhecer as pessoas e achar soluções para os problemas.
Depois de alguns meses, eu assumi como sócio e diretor de produtos, depois de uma conversa com João Canhada. Chegamos a um acordo e, desde então, parece que já se passaram 15 anos! Foram muitos desafios em pouco tempo.
Chegada definitiva à Foxbit
Eu já tinha um interesse no mercado de criptomoedas, e, quando cheguei na Foxbit, vi que era exatamente o que eu estava procurando: uma empresa que estava crescendo pelas próprias pernas, que não tinha esses “muros de arrimo” das que estão ali há três anos e nunca faturaram nenhum real. Não sou fã dessa abordagem. Penso que, se for buscar investimento, busque de forma inteligente, saiba o valor do dinheiro.
O negócio da Foxbit é genuinamente mundial, cabe só a gente executá-lo, transformá-lo. Daí veio meu prazer em fazer disso tudo, ajudar a construir, de sermos um exemplo mundial. Juntei tudo em um “caldeirão” e fez sentido.
O mais legal é que fomos construindo tudo juntos. As coisas não estavam tão claras quando eu cheguei. A gente foi construindo esses valores, esse propósito de liberdade financeira. Estava “no ar”, mas não organizado.
Acredito que as coisas são 99% trabalho e 1% de sorte. Rolou sorte, coincidência no encontro das pessoas que formaram a Foxbit, mas não foi só isso.
Formalizando a minha chegada, comecei a apagar vários “incêndios”. Tinha que formar meu time de produto, mas não dá pra funcionar sem todas as áreas estruturadas. Assim como não dá pra ficar sem rim, sem pâncreas, sem fígado… Ajudei a montar o time de marketing, entrevistei várias pessoas e sempre busquei construir o melhor ambiente possível.
Por onde passei eu busquei essa convivência agradável. É respeito e ponto, não respeito e vírgula, para que as pessoas queiram ficar na sua empresa, ter transparência. O que ninguém nunca pode falar é que foi enganado; todas as minhas entrevistas são sempre muito pessoais, eu busco entender cada um e realmente no que cada um pode ajudar e o que poderíamos ou não oferecer. Me orgulho dos times que ajudei a montar, e aqui na Foxbit eu tive essa oportunidade.
Leia também o projeto da nova Foxbit:
https://foxbit.com.br/blog/nova-foxbit-to-the-moon/