Golden Cross é um termo bastante comum no mercado tradicional, mas que foi adotado também pelo setor de criptomoedas, como o Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH).
A formação dessa figura costuma sinalizar o início de uma bull run para as moedas digitais, como vamos ver ao longo deste artigo.
O que é Golden Cross?
Golden Cross é um padrão técnico de análise gráfica, que aponta um rompimento de alta, quando uma média móvel de menor prazo cruza para cima a média móvel de maior prazo.
A também conhecida como Cruz Dourada é composta, majoritariamente, por duas médias móveis:
– Média móvel simples (MA) de 50 períodos
– Média móvel simples (MA) de 200 períodos.
Como os gráficos são personalizáveis, o padrão pode ser repetido em diversos tempos, como minutos, horas, semanas e meses. Porém, o padrão clássico de Golden Cross costuma seguir a perspectiva diária, ou seja, as MAs de 50 e 200 dias.
Quanto maior o tempo gráfico, mais prolongadas e fortes deverão ser as bull runs.
O padrão gráfico da Golden Cross geralmente acompanha altos volumes de negociação no período. Isso sugere, portanto, que um mercado de alta está se consolidando.
Como identificar uma Golden Cross?
Além do cruzamento das médias móveis apresentadas anteriormente, uma Golden Cross exige alguns outros componentes para ser confirmado, seguindo alguns estágios, como:
– Tendência de baixa já ter encontrado seu fundo
– Médias móveis de 50 e 200 períodos de cruzam
– Tendência de alta contínua confirma o cruzamento.
A partir dessa concretização, as médias móveis atuam como suporte de resistência de preços no período.
O que é Death Cross
Se o Golden Cross é o cruzamento para cima da média móvel mais rápida sobre a mais lenta, a Death Cross, ou cruz da morte, é o movimento contrário.
O evento, então, acontece quando a média móvel de 50 dias cruza para baixo a MA de 200 períodos.
Seguindo os mesmos componentes que a cruz dourada, a Death Cross também sinaliza a chegada do bear market e um período de baixa de preços para o ativo analisado.
Golden Cross no Bitcoin
Ao longo de sua história, o Bitcoin registrou três golden cross prolongadas.
“Primeira” Golden Cross
A primeira delas, não é exatamente uma Golden Cross. A média móvel de 200 dias só foi aparecer no gráfico em 2013. Até abril de 2014, a MA de 50 períodos nunca ficou abaixo da média de maior prazo.
Primeira Death Cross
Em setembro de 2014, porém, ocorreu a primeira Death Cross no Bitcoin, que iniciou um bear market intenso e durou até 2015. A criptomoeda saiu de uma máxima de US$ 683 para uma mínima de US$ 152.
Dois anos de bull run
Ainda em 2015, outubro reservou a primeira Golden Cross oficial do ativo. A média móvel de 50 dias, enfim, retomou sua posição acima da MA de 200 períodos, após um período de certa instabilidade. Essa bull run foi bastante prolongada, com duração de dois anos, até dezembro de 2017. Neste evento, a criptomoeda de referência saltou de US$ 197 para US$ 20 mil.
Momento de baixa
Poucos meses depois do auge de preços, um novo padrão de Death Cross se formou no gráfico. Presente até dezembro de 2018, o bear market empurrou o Bitcoin de volta aos US$ 3,1 mil.
“Timidez” do mercado
Em abril de 2019, o mercado testa uma nova Golden Cross, que recoloca a moeda digital em rota aos US$ 14 mil. Porém, a euforia não é consistente, como veremos mais abaixo.
Corona Crash
Em 2020, a pandemia do novo coronavírus colocou todos os mercados de joelhos. As ações, títulos e ativos digitais experimentaram uma queda rápida e intensa em poucos dias, criando uma pequena Death Cross. Porém, a recuperação para a criptomoeda veio rapidamente.
Logo em maio do mesmo ano, a Golden Cross iniciou um bull market, que levou o Bitcoin de US$ 4,7 mil para US$ 65 mil.
Rumo ao All-time High
Após o topo histórico, o mercado oscila, criando uma Death Cross de baixa duração. O ativo corrigiu até os US$ 28 mil. Porém, o movimento contrário também equilibrou a queda.
A pequena Golden Cross levou o Bitcoin a um novo all-time high (ATH) de US$ 69 mil.
Inverno cripto
A correção natural da criptomoeda iniciou uma nova Death Cross já em janeiro de 2022. O evento deu início ao mais recente inverno cripto, que levou o Bitcoin a uma mínima de US$ 15 mil e empurrou uma série de outras criptomoedas e ativos do mercado internacional.
Os movimentos mais recentes acompanharam os fundamentos dos últimos dois anos, como os picos de casos de coronavírus no mundo, a política COVID-Zero na China, inflação global, falta de matéria-prima, elevação de juros por Bancos Centrais e a guerra na Ucrânia.
Vem uma nova Golden Cross por aí!
Com o Bitcoin retornando aos níveis acima dos US$ 20 mil, as médias móveis de 50 e 200 dias voltam a se aproximar, com a sugestão de uma possível Golden Cross.
Considerando o histórico apontado neste artigo, o evento se torna bastante esperado por analistas e traders, que observam a possibilidade de uma nova bull run e novos máximos históricos ao longo deste e do próximo ano.
Em resumo, podemos considerar que as maiores bull runs começaram a partir de uma Golden Cross:
A aproximação dessas linhas, porém, não significa que a Golden Cross irá ocorrer. Novos fundamentos ou eventos conflitantes ainda podem impedir o evento ou até mesmo apontá-lo como de curta duração. Outros componentes do ciclo, como os vistos aqui neste artigo, também precisam ser levados em conta para confirmar o padrão gráfico.
Encontrar esses eventos nos gráficos é uma ferramenta de previsibilidade importante para traders mais experientes. Mesmo que este não seja o seu caso, conhecer alguns desses padrões técnicos fortalece e auxilia na tomada de decisão na hora de comprar ou vender criptomoedas.