Em outra publicação, falamos aqui sobre stablecoins: o que são, como surgiram e para que servem. Das opções, a Foxbit trabalha com uma das mais confiáveis do mercado, o TrueUSD. Agora trazemos a continuação do texto, pra explicar um pouco melhor o cenário em que elas podem ser úteis e cada uma das mais importantes, de forma mais detalhada.
https://foxbit.com.br/blog/o-que-e-uma-stablecoin/
Nem todas as stablecoins são criadas iguais
No mundo das stablecoins há basicamente três modelos fundamentais: as stablecoins baseadas em IOUs centralizadas, aquelas com colateral descentralizado e, por fim, moedas com suprimento elástico.
Calma, vou explicar cada uma delas, começando pelo tipo mais usado atualmente.
IOUS centralizadas:
IOU (I owe you) é um documento ou instrumento qualquer que indica o direito a algum bem ou serviço.
Neste modelo, uma companhia gera tokens que dão direito a uma moeda (geralmente dinheiro estatal, como o dólar), as moedas ficam em um banco e os tokens são apenas representantes dos dólares (ou qualquer outra moeda). O valor do token está, claro, diretamente ligado com aquilo que ele representa.
O exemplo mais conhecido dessa classe de stablecoins é o Tether (USDT). Ela é uma moeda envolta em muitas polêmicas, justamente pelo modelo adotado.
Por ser uma moeda centralizada seus criadores podem emitir a quantidade de USDT que quiserem, ou seja, é necessário confiar na empresa emissora. Isso gera riscos de insolvência e custos em auditorias.
https://foxbit.com.br/o-que-e-trueusd/
Uma excelente alternativa é o TrueUSD, que está disponível na plataforma da Foxbit. Ele tem algumas diferenças para o Tether. A maior delas é o fato de ser auditado por empresas de renome no mercado financeiro mundial.
Aqui vai um exemplo de auditoria feita pela Cohen&Co.
Outra grande vantagem é que, diferente do Tether, a empresa por trás do TrueUSD não cria ou destrói dólares, quem faz isso são os bancos e instituições associadas.
Para sacar o valor em dólares é preciso ter pelo menos 10 mil TrueUSD, passar por um processo de KYC/AML e aguardar a transação ser realizada.
Se essa classe de moedas não resolve nosso problema por conta da centralização, que tal descentralizar tudo?
Colateral descentralizado
Se o principal problema das IOUs era sua centralização, as stablecoins com colateral descentralizado parecem a solução para esse problema. Neste modelo, é gerado um token que representa um ativo descentralizado, como uma criptomoeda ou token no blockchain.
Um exemplo é token Dai貸, é um contrato inteligente que tem como objetivo alcançar certa paridade com o dólar (cada 1Dai = 1 dólar). Para conseguir isso o contrato inteligente arrecada ethers como colateral. Veja um vídeo sobre o projeto:
Mas calma lá, como o preço do Dai vai ficar pareado com o dólar se o token ether é tão volátil quanto o bitcoin?
Para resolver esse problema, os criadores da moeda estabeleceram algumas regras. A primeira é que para cada 1 Daí gerado é necessário depositar 1,5 USD em ether. Isso significa que temos um colateral de 150% a mais, logo, para cada 100 dólares criados de Dai, é necessário um depósito de mais 150 dólares em ether.
Esse mecanismo cria certa segurança para o usuário comum, de tal forma que mesmo com uma queda substancial no preço do ether, ele tenderá a se manter próximo de 1 dólar.
O segundo ponto é o custo para sacar os ethers, há uma pequena taxa para isso. A ideia aqui é garantir sempre um volume de ethers cada vez maior para cada Dai no mercado.
A grande vantagem é que você não precisa confiar em uma empresa para sacar seus ativos e nem se preocupar com a quantidade moeda gerada, pois qualquer pessoa pode enviar ether para o contrato inteligente e receber uma quantidade da stablecoin.
Mas será que o sistema funciona mesmo? O gráfico abaixo mostra o preço da Dai/Dólar, do seu lançamento até hoje em dia.
Reparou na queda para quase 0,88 centavos de dólar? Ela aconteceu justamente no início de uma queda mais acentuada no preço do ether.
Esse é um dos problemas das stablecoins com colateral descentralizado, se acontecer uma queda maior do que a quantidade de ether no colateral, o preço pode despencar.
Stablecoins com supply elástico
Stablecoins com suprimento de moedas elástico copiam o modelo usado pelos bancos centrais, porém algumas utilizam algoritmos pré-programados ou fórmulas conhecidas por todos na rede. É o único modelo que não requer o uso necessário de um outro ativo para colateralizar o preço.
https://foxbit.com.br/blog/o-que-e-litecoin/
Inicialmente, como estratégia para manter certa paridade de preço, a stablecoin pode ter seu colateral em alguma moeda como dólar, bitcoin ou real. Entretanto, depois de certo tempo, o que definirá o preço da moeda será a quantidade dela no mercado.
De acordo com a demanda a quantidade monetária irá crescer ou diminuir. Mas como conseguir o aumento ou redução da quantidade de moedas no mercado? Para aumentar é muito fácil, basta criar mais tokens, mas e para diminuir?
Há alguns artifícios. Um deles é o uso de bonds, ou seja, a compra de moedas com promessa de pagamento futuro com juros ou desconto. Tudo isso usando algoritmos, regras conhecidas por todos.
Para os curiosos, um exemplo deste tipo de moeda é o projeto Basis. Veja o site do projeto para mais informações.
Como vimos, cada stablecoin tem pontos negativos e positivos, com algumas saindo em vantagem, como o TrueUSD.
As stablecoins estão apenas começando, muitos empresários e cientistas estão trabalhando em novos protocolos, teorias econômicas e fundando empresas usando esse novo paradigma.
Existe um vasto universo a se explorar no mundo de stablecoins e altcoins em geral. Fique ligado em nosso blog para mais novidades!
*Texto originalmente publicado no Cointimes.
https://foxbit.com.br/blog/as-icos-sao-legais/