Apesar da retomada dos fluxos positivos aos ETFs de Bitcoin (BTC) à vista nos Estados Unidos, a criptomoeda segue ainda ser dar um posicionamento claro sobre sua tendência de preços. Além de um cenário macroeconômico igualmente indefinido, o mercado parece em modo de espera para o halving do BTC, que acontece em cerca de dez dias. Até lá, os investidores vão ter que acompanhar todos os detalhes para não perder possíveis oportunidades interessantes de compra e venda.
Sempre os ETFs de Bitcoin
Por mais que a gente tente fugir do tema, os ETFs de Bitcoin se tornaram figurinha carimbada no mercado de criptomoedas. Após um período turbulento entre entradas e saídas, parece que os ETFs reecontraram o fluxo de acumulação.
A GrayScale segue puxando a fila dos saques, com retiradas para além dos US$ 300 milhões em determinados dias. Entretanto, o fundo da BlackRock segue sendo a principal porta de entrada. Não à toa, cinco grandes bancos norte-americanos entraram para este ETF, confirmando a narrativa do interesse institucional na criptomoeda.
Resiliência contra o governo
É inegável que houve uma grande pressão de venda por parte de todo o mercado na última semana. Seja pela perspectiva da permanência dos juros elevados nos Estados Unidos ou pela simples realização de lucros.
Mesmo assim, o Bitcoin seguiu, de certa forma, firme e forte, dentro de uma oscilação de preços natural. Nem mesmo a venda de US$ 2 bilhões da criptomoeda por parte do governo norte-americano balançou as estruturas. Este volume todo corresponde a BTCs apreendidos na antiga Silk Road.
Halving do Bitcoin
O Bitcoin começa a entrar em contagem regressiva para seu halving. Faltam pouco mais de 10 dias até que o evento seja acionado e o famoso choque entre oferta e demanda atinja o mercado de criptomoedas.
As projeções de analistas e modelos consolidados, como o Stock-to-Flow, sugerem que os US$ 440 mil podem ser uma boa linha de chegada para este ciclo. Porém, vale lembrar que este mercado de alta é diferente dos outros e podemos ter novidades – para cima ou para baixo – a depender dos movimentos dos investidores.
Gráfico do Bitcoin
No gráfico diário, vemos que o Bitcoin está tentando quebrar seu movimento lateral de preços. Porém, há uma volatilidade até considerável, o que abre espaço para traders de curto prazo fazerem operações interessantes.
Entretanto, a banda de Bollinger se posicionou como suporte, em uma região próxima à última lateralização de preços, servindo de trampolim para os preços. Agora, o topo histórico de US$ 73 mil permanece como resistência, enquanto os US$ 69 mil se voltam como suporte.
Fonte: GoCharting, em 08/04/2024, às 8h45min.
Nos indicadores adjacentes, o MACD tenta uma nova aproximação de suas linhas, mostrando a força compradora do momento, enquanto o Índice de Força Relativa (RSI) volta a subir, mirando os 60 pontos e indicando o mercado mais comprado.
Desequilíbrio nos Estados Unidos
Ao contrário do que seria comum, a economia dos Estados Unidos apresentou um leve recuo, enquanto o mercado de trabalho segue bastante aquecido por lá, o que pode trazer implicações importantes, principalmente no que diz respeito aos juros.
No caso, os principais Índices Gerente de Compras (PMIs), mostram que as atividades industriais e de serviços caíram um pouquinho em março, em relação ao ano passado. Mesmo assim, a situação não parece grave, já que ambos continuam ainda em território de expansão econômica.
Em contrapartida, os dados do payroll e o relatório ADP apontaram um aumento considerável no número de novos postos de trabalho, mesmo que o volume de pedidos de seguro-desemprego também tenha sido maior na última semana. Ou seja, a pressão dos empregos ainda continua para os rumos da inflação.
Não à toa, os discursos desta semana de Jerome Powell e outros representantes do FED simplesmente não trouxeram nada de novo além de cautela, em meio à intenção de seguir com três cortes de juros até o final do ano. Quando isso vai começar? Ainda é difícil responder
Reversão na Europa
A gangorra entre Estados Unidos e Europa parece que favorece o pessoal da Zona do Euro. O blog viu seus PMIs avançarem não só além das expectativas, como voltarem também ao território de expansão econômica (acima dos 50 pontos).
Também ao contrário dos norte-americanos, a inflação ao consumidor e ao produtor (CPI e PPI) de março desaceleraram para além do esperado. Mais próximo da meta de 2%, o Banco Central Europeu (BCE) pode dar este pontapé inicial no corte de juros.
Conclusão
Apesar de um descolamento do cenário macroeconômico, é impossível que o Bitcoin consiga sair ileso sempre. E é claro que o cenário indefinido, principalmente nos Estados Unidos, colocou muita pressão sobre as criptomoedas, ainda mais com a valorização do índice dólar (DXY) no período.
A aproximação do halving também parece estar testando a paciência dos investidores, que não parecem confortáveis em fazer grandes movimentos neste período, mesmo que o fluxo de capital dos ETFs continue fluindo positivamente.