Minerar Bitcoin: o que é, como funciona e vale a pena?

jun 29, 2023 | Bitcoin

Minerar Bitcoin é o nome dado ao processo de validação e inserção dos blocos de transações ocorridas dentro da blockchain da principal criptomoeda do mundo, em troca de BTCs como recompensa pelo esforço de análise.

Toda essa energia é gasta de forma descentralizada, pelos milhões de computadores que rodam o software da rede em suas máquinas.

Aqui, falaremos sobre o que é, como fazer e se vale a pena minerar Bitcoin.


O que é Minerar Bitcoin

Minerar Bitcoin é a tarefa em que um computador, que roda o software da blockchain do BTC, utiliza seu poder de processamento de dados para verificar as transações da criptomoeda dentro da rede.

Conforme essas operações são validadas, elas são compiladas em um bloco, que é adicionado à blockchain, caso ocorra o consenso de 51% de toda a rede.

A atividade é bastante disputada, tornando a mineração de Bitcoin bastante competitiva, já que o primeiro minerador a verificar todo um bloco, recebe uma recompensa com a criptomoeda nativa daquela plataforma: Aqui, é o próprio BTC.

Como funciona a mineração de Bitcoin?

Para minerar Bitcoin, “basta” possuir um computador especializado para a tarefa, que possua o software da blockchain do BTC instalada e esteja conectado à internet.

Essa “prática simplificada”, entretanto, vai na contramão da complexidade dos aspectos técnicos responsáveis pelo funcionamento da mineração de Bitcoin.

Então, vamos dar uma olhada no passo a passo de cada uma dessas características!

O que é hash?

Cada um dos blocos de transações adicionados à blockchain recebem um hash único durante a mineração de Bitcoin, responsável por identificar sua localização dentro da rede.

Para ficarem registradas, as informações das transações são agrupadas em um único hash, conhecido como “raiz Merkle”. Ele nada mais é que uma função criptográfica que transforma qualquer dado em uma sequência aleatória de números e letras com um determinado tamanho. 

Minerar Bitcoin

Fonte: Demonstração via Blockchain Demo

Ele funciona como um identificador único, ou seja, com uma pequena alteração de dados, já são produzidos hashes completamente diferentes. 

Embora cada plataforma possua sua metodologia, o Bitcoin, especificamente, utiliza a criptografia SHA-256 para criar esses códigos hashes.

O que é o algoritmo de hash SHA-256?

Sha-256 é um algoritmo de hash utilizado para proteger informações a partir de criptografia. No caso desta metodologia, os dados cadastrados na plataforma recebem um hash único e imutável.

Esse código terá sempre o mesmo tamanho de 64 letras e números – com codificação de 256 bits e 32 bytes –, independente do tipo de informação que ele esteja representando, desde uma frase, como “olá, pessoal” até uma tese de mestrado completa.

 Como minerar Bitcoin

Fonte: Plataforma SHA-256 Online

É nesta criptografia que os mineradores trabalham para minerar Bitcoin e outras criptomoedas que utilizem a mesma metodologia de validação de transações.


Quem são os mineradores de Bitcoin?

Os computadores conectados à blockchain – também conhecidos como nodes (nós) – são chamados de mineradores.

A partir do algoritmo de consenso Proof of Work (PoW), essas máquinas realizam uma série de cálculos matemáticos complexos para “resolver” a criptografia e, assim, confirmar as transações para inserção do bloco à rede.

O que é o Proof of Work?

Proof of Work – ou Prova de Trabalho – consiste em rodar a função SHA-256 para analisar as transações e, assim, formar o hash do novo bloco. Para isso, é preciso um computador potente o suficiente que consiga, de forma veloz, verificar os dados rapidamente.

Para exemplificar, pense em uma conta matemática. A resposta para “2 + 2 = ?” é muito mais simples de se encontrar do que “X + Y = 4”. Afinal, nesta segunda opção, há um número muito maior de possibilidades a serem testadas até que se encontre o resultado da equação.

Ao minerar Bitcoin com o PoW e SHA-256, o processo é bem semelhante.

Vale a pena minerar Bitcoin

Na imagem, o minerador realiza cálculos até identificar que a sequência alfanumérica corresponde à informação “Foxbit Exchange”.

Com isso, ocorre a “prova de trabalho”, que garante que as informações registradas na blockchain são verdadeiras e podem ser inseridas na rede.

Composição de um bloco

Além do hash das transações, cada bloco possui outros descritivos para sua identificação dentro da blockchain, como:

Hash próprio (contém todas as informações das transações)

Cabeçalho

Timestamp (data e hora) 

Nonce (número aleatório) 

Hash do bloco anterior.

Esse hash do novo bloco deve ter um uma certa quantidade de “0s” (zeros) à esquerda. Quanto mais zeros, mais difícil é encontrá-lo. Essa dificuldade, inclusive, é ajustada a cada 2016 blocos para manter o tempo de criação de um bloco em 10 minutos.

Todos os mineradores da rede ficam repetindo esse processo (juntar algumas transações, rodar o algoritmo de validação e a função SHA256) até formar um hash com a quantidade de zeros exigida pela rede. 

Esse processo utiliza muita energia e poder computacional, por isso é muito custoso.

Minerador de Bitcoin

Quando um minerador consegue formar esse hash, ele completa a Prova de Trabalho, cria o bloco e o transmite para os outros participantes da rede. 

Se estiver tudo certo com aquele bloco (todas as transações forem válidas), o bloco é aceito a partir do consenso da rede, e o minerador é recompensado por seu esforço com um número pré-determinado de BTCs.

Funções dos mineradores de Bitcoin

Minerar Bitcoin é uma tarefa vital à blockchain, garantindo seu funcionamento completo, como:

Emissão de novas moedas

Verificação das novas transações

Proteger a rede de agentes mal intencionados.

Para que isso fique mais claro, vamos nos aprofundar em cada uma dessas funções.

Emitir novos bitcoins

A mineração de Bitcoin é assim chamada porque se assemelha à mineração de outras commodities: ela requer esforço e lentamente coloca novas criptomoedas em circulação

Moedas tradicionais – como o dólar ou o euro – são emitidas pelos bancos centrais, que podem emitir novas unidades monetárias a qualquer momento, com base no que eles acham que será benéfico para a economia.

Já a emissão do Bitcoin é determinada pelo código computacional nele instalado, seguindo sempre as regras de emissão do próprio protocolo técnico. 

Assim, a cada novo bloco criado, um determinado montante de BTCs é emitido como pagamento da recompensa ao minerador que realizou a inserção do bloco à rede. Isso impede que ele engane o sistema e gere unidades inexistentes da criptomoeda. 

 O que é minerar bitcoins

Além disso, da mesma forma que algumas reservas de valor tradicionais, como o ouro, o Bitcoin é um ativo escasso, ou seja, existe uma quantidade limitada de Bitcoins

Em seu protocolo original, foi definido que só existirão 21 milhões de BTCs, com sua emissão sendo interrompida a partir deste montante.

Quando isso acontecer, o esforço dos mineradores será recompensado “apenas” com as taxas pagas pelos usuários a partir da solicitação entre carteiras.

Gráfico com a emissão de bitcoins ao longo dos anos

Fonte: Wikimedia Commons

Nesse gráfico, podemos ver a projeção para a emissão de novos bitcoins na rede. É possível perceber que a taxa de emissão é decrescente ao longo do tempo. 

As estimativas são que o último Bitcoin será emitido em 2140, caso não haja modificações no protocolo até lá.

Validar novas transações

A validação é um conceito crítico no universo das criptomoedas. Até que uma transação seja confirmada, ela está pendente e teoricamente pode ser revertida. 

Assim que ela recebe um certo número de confirmações – aprovação por 51% ou mais dos participantes da rede –, é como se a transação fosse registrada em uma pedra, se tornando irreversível e fazendo parte do histórico imutável de transações daquela blockchain.

As confirmações são os blocos criados posteriormente, ou seja, quando a sua transação é incluída em um bloco, cada bloco criado depois funciona como uma confirmação. Com 6 confirmações – ou 6 novos blocos – uma transação já é considerada irreversível.

Como a rede é pública, qualquer pessoa tem acesso ao histórico de transações e, assim, os mineradores podem verificar se as pessoas que estão enviando BTCs efetivamente possuem saldo suficiente para fazê-lo.

Vamos a um exemplo: Marcos tem 2 Bitcoins em sua carteira. Ele realiza uma transação para Marina desses 2 BTCs. Enquanto a solicitação ainda está pendente na blockchain, Marcos aponta mais uma transferência de 2 Bitcoins a Roger.  Evidentemente, o saldo de Marcos não é suficiente para realizar as duas transações.

Os mineradores, então, devem verificar o saldo de Marcos e, nesse caso, inserir só uma das transações em um bloco, validando apenas a transação para Marina ou Roger.

Proteger a rede

Ao minerar Bitcoin, os blocos ficam ligados uns aos outros pelos hashes dos blocos anteriores – o hash do bloco 2 é formado utilizando-se o hash do bloco 1. Por isso, o histórico é imutável.

Minerar Bitcoin

Para alterar alguma informação de um bloco, é preciso mudar todos os blocos posteriores – e anteriores, se houver. 

Como um novo bloco é criado em média a cada 10 minutos, seria preciso mudar os dados, minerar o bloco alterado, assim como todos os blocos já criados depois e ainda gerar um novo bloco (aquele que os mineradores já estão trabalhando para criar)… 

Tudo isso dentro desse período de 10 minutos, o que é muito custoso e, com o poder de processamento atual, tecnicamente impossível.

 Vale a pena minerar Bitcoin

A única maneira de reverter as transações do Bitcoin é dominar pelo menos 51% do poder computacional da rede, o chamado “ataque de 51%”

Com isso, o grupo dominador teria como impedir a validação de determinadas transações, assim como validar outras que seriam de interesse próprio.

É por isso que a presença dos mineradores se torna fundamental para a segurança da rede.

Afinal, quanto maior o número de operadores ativos dentro da rede, mais difícil será para um agente mal intencionado fazer qualquer ação sozinho dentro da plataforma.

Vale a pena minerar Bitcoin?

Para aqueles que querem minerar Bitcoin, já perceberam que esta é uma atividade complexa, porém, executável e que pode resultar em aquisições substanciais da criptomoeda

Afinal, basta um computador conectado à internet e com o software da blockchain instalado para conseguir algumas boas unidades do ativo.

Porém, muitos ainda se perguntam – de forma adequada – se ainda vale a pena minerar Bitcoin.

Quando olhamos para o passado, lá nos primórdios do BTC, sim, era bastante possível minerar a moeda digital e, assim, obter suas recompensas sem um esforço muito grande.

Hoje, com o avanço da tecnologia e um ambiente cada vez mais competitivo, a mineração de Bitcoin se tornou praticamente inviável para computadores individuais. A busca pela adição de blocos na rede exige, agora, computadores extremamente potentes e especializados para a atividade.

Assim, a tentativa de minerar Bitcoin isoladamente vai gerar um grande custo de hardware e energia elétrica para chances mínimas de ser recompensado pela inscrição de novos blocos.


Outras formas de se conseguir Bitcoin

Além da mineração de Bitcoin, há outras maneiras de se conseguir a criptomoeda de referência.

A mais fácil e segura é via exchanges, como a Foxbit!

Com passos simples, você cria sua conta e tem acesso a uma plataforma com Bitcoin e mais de 80 outras criptomoedas disponíveis para compra e venda.

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