Natália Garcia

mar 7, 2018 | Nossas histórias

“Mãe, quem quer ser juiz, estuda o quê?”

Com essa pergunta básica, aos meus oito anos de idade, eu começava a trilhar a minha carreira.

Nascida em Paraguaçu Paulista, interior de São Paulo, eu cresci em Goiânia. Minha mãe é professora de matemática e meu pai é engenheiro agrônomo, e por conta de uma transferência dele, acabamos trocando de estado quando eu tinha apenas seis meses.

Ainda na segunda série, eu tive meu primeiro estalo e fiz para minha mãe essa pergunta. Ela me respondeu que quem quer ser juiz, estuda Direito. “É isso que vou fazer”, foi o que eu disse pra ela. E a ideia me perseguiu durante todo o período da minha educação.

Passei na UNESP no curso que desejava, e voltei para o estado de São Paulo, para a cidade de Franca. Era um dos meus objetivos me tornar independente, sempre incentivada pela minha mãe.

Ainda no primeiro ano de faculdade, coloquei em prática o instinto empreendedor, que era muito grande em mim! Entrei para a Atlética e Centro Acadêmico, encarando como um negócio, dada a responsabilidade de administrar as coisas e fazer acontecer. Primeiro, fui tesoureira e, depois, vice-presidente. No segundo ano, passei no concurso do Censo 2010 como supervisora, e comecei a ver muitas coisas fora da minha “casinha”, frequentando bairros humildes de Franca. Isso acendeu em mim o desejo de ajudar a retribuir para a vida o que ela me deu.

Comecei a me envolver com projetos sociais e entrei em um programa da UNESP chamado “Centro Jurídico Social”, em que atendíamos as necessidades e dúvidas jurídicas de pessoas humildes da cidade. É do que mais me orgulho de ter feito na faculdade. Depois, tive oportunidade de trabalhar em um estágio na empresa “Direito de Ouvir”, na área jurídica.

Carreira profissional

Em novembro de 2012, quando tinha acabado de me formar, eu comecei o meu primeiro trabalho em São Paulo, no escritório Manhães Moreira. Meu chefe, Alexander Barquetti, foi uma das pessoas que mais me ensinou a ser advogada de qualidade, e toda a experiência foi um enorme aprendizado para a minha carreira. Um ano e três meses depois, trabalhei em outro escritório antes de aceitar a proposta que me colocou em contato com o mercado financeiro.

Integrei a equipe jurídica do Itaú, onde lidei com uma metodologia de processos diferente dos outros bancos e passei por novos aprendizados. Após dois anos, aceitei um novo desafio ainda dentro do banco no setor de atacado, na área de investimentos, com carteiras mais sofisticadas de grandes corporações.

No meio de 2016, o meu gestor na época enviou um vídeo alertando para o que provavelmente seria o “futuro do sistema financeiro”. Era um vídeo do TED Talks com Don Tapscott falando sobre o Blockchain, que me deixou muito impressionada na ocasião.

No começo de 2017, estava um pouco desmotivada com a minha carreira e com o que estava fazendo no banco, e foi quando decidi sair do jurídico e mudar de carreira. Depois de cinco anos de faculdade e mais de 1 ano e meio de pós-graduação, resolvi tentar ser outra coisa, além de advogada. Foi quando me deparei com a Gama Academy, que era exatamente o que eu estava procurando, uma oportunidade para trabalhar com tecnologia e com negócios.

Foi nesse “curso preparatório” para trabalhar em uma startup que tive a oportunidade de conhecer a Foxbit e de conhecer muita gente com quem eu trabalho hoje. Um dos encontros programados foi com João Canhada, CEO da Foxbit. Depois de 15 minutos de palestra, eu me dei conta do que era a empresa que eu estava procurando, tipo o casamento perfeito, e me lembrei do vídeo que vi lá em 2016.

Aí eu soube que era isso que eu precisava fazer na minha vida. No final dessa palestra, umas cinco pessoas me disseram “essa vaga é sua!”. Fomos apresentados e, uma semana depois, me ligaram da FoxBit, e assim a minha história começou aqui.

Um mês depois que entrei, me foi dada oportunidade de cuidar do Foxbit Educação, que até hoje é meu “filho” aqui dentro. Porque, pra mim, a empresa tem a função de levar conhecimento e essa revolução que está acontecendo para as pessoas, para que elas entendam o que elas estão comprando.

Bitcoin não é um milagre que te torna rico da noite para o dia. É um ativo, que pode valorizar ou não, e que realmente disrompe tudo o que a gente conhece sobre o sistema financeiro, e principalmente a relação Estado-dinheiro. Meu principal anseio é que as pessoas realmente entendam isso.

Hoje, sou sócia da FoxBit e líder do departamento jurídico (sabe aquela máxima que você sai do direito, mas o direito não sai de você?). Hoje, com o espírito renovado de advogada do século XXI, consigo enxergar o direito de uma nova forma, como uma oportunidade ímpar de mudar o status quo e o sistema financeiro que estamos acostumados.

Nesse sentido, a minha principal função aqui na Foxbit  é pensar o que precisamos no arcabouço regulatório para construir um novo sistema financeiro baseado em Blockchain e criptomoedas, ou até mesmo se precisamos de novas normas e regras, porque às vezes o mercado se autorregula e o Estado não precisa interferir.

É muito legal ver ao nosso lado as pessoas que querem pensar o futuro. É o que me motiva todos os dias, para construir o que provavelmente vai ser nossa economia no futuro.

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