Sou uma pessoa movida a desafios e superação, ímpeto que veio dos meus pais e do meu irmão. Se eu estou aqui hoje, fazendo o que eu faço, batalhando pelo meu futuro e andando com minhas próprias pernas, é graças a eles. A educação que eles me deram e o esforço que fizeram até que eu andasse sozinho é parte do que eu sou. Meu nome é Rafael Tortella de Souza, sou Engenheiro de Software na Foxbit.
Nasci em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo, mas só morei lá até os dois anos, pois nos mudamos pra outra cidade no interior. Sempre estudei na mesma escola, e minha mãe conta que eu chegava em casa chorando todo dia, bem pequeno, porque todo mundo ria do meu sotaque caipira. Eu falava “porrrrta” e todo mundo dava risada. Com o tempo fui perdendo esse sotaque caipira…
Amor pelos jogos
Eu sempre fui muito interessado por jogos, desde criança. Tinha curiosidade em ver como as coisas eram feitas, como funcionavam por dentro. Não como meu irmão mais velho (que me vestia de várias coisas, inclusive de Megazord com caixa de papelão), ele desmontava as coisas e não sabia mais montar de volta… Eu gostava dos jogos mesmo.
Desde a minha quarta série eu enchia o saco da professora de informática para entender como tudo funcionava, porque eu queria porque queria fazer um jogo de carro.
Nessa vida eu brinco que já fiz de tudo. Já fui jogador de futebol, fazia testes pra propagandas de TV, corria de kart, lutava boxe chinês (onde cheguei a pegar 2º lugar na liga nacional iniciante) e guitarrista de banda.
E agora? Computação?
Quando chegou o terceiro colegial, eu tinha que decidir uma carreira e não sabia bem o que escolher. Eu sabia que queria mexer com computador, mas não sabia bem o quê. Um amigo me disse que tinha um curso de Design de Games na Anhembi Morumbi, mas eu teria que me mudar pra São Paulo e era bem caro. Eu fiquei bastante em dúvida, porque parecia um curso meio aleatório mas era sobre desenvolvimento de jogos, que sempre foi minha maior curiosidade.
Eu decidi que faria Ciência da Computação, que seria mais simples, e fui falar com meus pais. E aí meu pai interferiu e disse que eu faria o que eu queria. “O pai vai pagar e é o que você quer”. Eu fiquei com isso na cabeça, me sentia um pouco mal pelo custo, mas ele tanto falou, que eu concordei.
No começo, eu ia e voltava todo dia pra São Paulo, entre caronas e ônibus fretado (que saía de Jundiaí, outra viagem). No terceiro semestre de faculdade, eu comecei a entender muito bem sobre as ferramentas de programação para jogos, e conversei com o diretor do curso, me oferecendo para alguma oportunidade de estágio.
Vida de Game Designer
Fui indicado para meu primeiro emprego, no Insolita Studios, e tive que me mudar pra São Paulo (e que por sorte era na esquina do apartamento da minha tia Gih e minha prima Gabi, as quais amo de paixão. Fiquei lá por alguns meses e depois me mudei para uma kitnet onde fiquei morando sozinho por alguns anos). Lá eles desenvolviam um jogo social que era da “Turma do Chico Bento” para o Facebook e Orkut, em parceria com a Maurício de Souza Produções e a Level Up! Games (empresa que iria publicar o jogo no Brasil). Eu basicamente testava o jogo, via se tinha defeitos, e desenvolvia pequenas coisas quando tinha a oportunidade. O projeto foi de um ano e meio e foi uma época muito legal e de muito aprendizado.
Quando acabou o projeto, cinco pessoas foram chamadas para irem para a Level Up! Games. Eu ainda não sabia programar, mas Sérgio Jábali (que, além de um excelente profissional, acabou se tornando meu amigo) que era o gestor responsável pelo projeto, quis apostar em mim, pelo que tinha demonstrado no Studio. Comecei como estagiário, mas depois me contrataram como Junior pra programação e foi uma questão de meses até eu decolar na área de desenvolvimento.
Fiquei na Level Up! por cinco anos, trabalhando com a arquitetura dos jogos, para que tudo em volta do jogo funcione, além dos E-commerces, KnowledgeBases e outros projetos da empresa. Peguei vários projetos muito importantes, um deles fazia a proteção anti-pirataria para jogos (DRM). Foi nele que eu conheci o Armando Cristóvão Dutra, que acabou vindo para a Foxbit e, futuramente, me indicando para sua equipe. Fiz a entrevista e acabei sendo contratado.
Engenheiro de Software na Foxbit
Desde então, na Foxbit, foram muitos desafios, passamos por crises, com muito stress e aprendizados. O que é ótimo pra mim. Sou movido por desafios e sou muito competitivo, se me deram algo pra fazer, eu tenho que fazer e eu vou fazer.
Gosto de pegar um problema, entendê-lo, e resolvê-lo, com precaução para que não aconteça de novo. E nisso eu também gosto muito da nossa equipe, das pessoas, e penso como equipe: no que elas podem me ajudar e como eu posso ajudá-las.
Busco sempre aprender, e isso acontece todos os dias. A Foxbit é pra mim um baita desafio profissional, muitas coisas acontecem em pouco tempo e eu gosto demais daqui. Há oportunidade de crescer profissional e pessoalmente, com desafios técnicos e humanos pra resolver. Às vezes não tenho nem tempo pra parar e apreciar a empresa e tudo o que ela oferece, porque mergulho nos meus desafios.
Aqui as pessoas têm um foco muito forte, e eu admiro isso e acho fundamental. Além disso, a empresa me trouxe grandes contatos e grandes amigos.
Por toda a minha história, digo que toda essa vontade que eu tenho, esse ímpeto de superar desafios, veio de casa, dos meus pais e meu irmão superando seus próprios desafios todos os dias, e só quem estava lá sabe quantos foram. Se eu não tivesse feito a faculdade, que meu pai deu um jeito de pagar, o que teria sido de mim?
Isso eu deixo para o Rafael Tortella de outra linha do tempo (que foi tema do meu jogo de TCC na faculdade, da qual eu tenho orgulho de falar que me formei e que sou um grande Game Designer!), pois nesta linha do tempo, esse ciclo de eventos só aconteceu graças a minha família e a mim, e que os próximos desafios fiquem espertos e prontos, pois eu vou alcançá-los.