O halving da Litecoin foi um dos eventos mais importantes e aguardados no mercado de criptomoedas em 2023.
A partir deste tipo de evento técncio, investidores e traders observam a possibilidade de novas máximas históricas para o token, a partir da redução da circulação do ativo no mercado.
Algo semelhante aconteceu em 2020, quando o halving do Bitcoin (BTC) levou a criptomoeda de referência à sua máxima história de US$ 69 mil, um ano depois, e alavancou todo o mercado cripto.
Acionado em 02/08/2023, às 12h07min (horário de Brasília), o halving da Litecoin reduziu a recompensa aos mineradores de 12,5 LTCs para 6,25 LTCs.
Mas além do preço e redução na circulação da criptomoeda, o que é o halving da Litecoin, seus impactos no mercado e como aproveitar o possível momento de alta.
O que é Halving?
Halving é uma ferramenta utilizada por alguns blockchains para reduzir regularmente a quantidade de emissão de uma criptomoeda, além de funcionar como uma espécie de controle de inflação do token.
No processo de mineração presente no Bitcoin, por exemplo, computadores – conhecidos como nodes – emprestam o poder computacional de suas máquinas para realizar a validação de transações.
A partir de um determinado número de análises, um bloco novo é criado no blockchain, e o node responsável por essa inserção é recompensado por uma quantidade pré-fixada do token nativo da rede, no caso, o BTC.
Atualmente, os mineradores de Bitcoin recebem 6,25 unidades da criptomoeda de referência por bloco minerado. Em 2020, a “remuneração” era de 12,5 BTCs.
Esse “corte” na recompensa dos mineradores é o processo chamado de halving. Isso quer dizer que a cada determinado número de blocos minerados, a rede toda passa a receber metade dos tokens nativos pela sua tarefa de validação de transações.
O Bitcoin, por exemplo, já passou por quatro halvings em sua história e aguarda mais um, no próximo ano:
- 2009 -> Recompensa de 50 BTCs por bloco
- 2012 -> Recompensa de 25 BTCs por bloco
- 2016 -> Recompensa de 12,5 BTCs por bloco
- 2020 -> Recompensa de 6,25 BTCs por bloco
- 2023 -> Embora ainda pendente para acontecer, o código já antecipa que a redução será para 3,125 BTCs por bloco.
Por que o halving é importante?
O Bitcoin possui um limite de moedas que estarão disponíveis até o fim de sua vida, que são 21 milhões de unidades. O halving opera de forma a manter o ativo cada vez mais escasso, e a rede equilibrada, atraente e segura.
Assim, a partir do momento que menos BTCs são minerados, há menos moedas em circulação. Consequentemente, a chance de uma inflação do token é muito baixa.
Mesmo que isso possa impactar no trabalho dos mineradores, na verdade, fortalece a atividade. Isso acontece, pois o preço da criptomoeda tende a se valorizar e, assim, os 3,125 BTCs a serem recebidos se tornam ainda mais valiosos do que as antigas 6,25 unidades.
Quanto mais computadores estiverem conectados à rede, mais rápida será a velocidade de verificação de blocos e melhor a segurança e robustez de todo o blockchain.
Como o halving impacta o mercado?
O halving tem um grande foco no controle de inflação de uma criptomoeda. Ou seja, o ativo se torna cada vez mais escasso e de difícil acesso, pois nem os mineradores conseguem grandes quantidades mais.
Ao fazer um paralelo com as características do ouro, como sua escassez e aceitação no mundo todo, uma criptomoeda que passa pelo processo de halving copia essas tendências.
Desta forma, a partir do momento que menos tokens estarão em circulação, mais “raro” ele fica e, portanto, mais caro!
No halving do Bitcoin, em 2020, por exemplo, saltou de US$ 6 mil para quase US$ 70 mil, em praticamente um ano, uma valorização de mais de 1.000%. Uma oportunidade gigantesca para investidores lucrarem.
Ativos que podem se tornar escassos no mercado tradicional estão restritos apenas às commodities, como petróleo, gás e ouro. No mercado cripto, porém, há uma série de tokens disponíveis, que passam pelo processo de halving programável.
Halving é só no Bitcoin?
Não! Halving é uma ferramenta disponível em diversos blockchains, desde que o evento tenha sido programado anteriormente.
O mercado está ansioso por 2024, quando o halving do Bitcoin está previsto para acontecer. Entretanto, há uma outra criptomoeda que está com o halving engatilhado já para o primeiro semestre de 2023: A Litecoin.
Essa criptomoeda possui características de mercado bastante atraentes e que podem ser uma antecipação ao “boom” das criptomoedas, estimada por analistas do mundo todo.
Halving da Litecoin
Com o halving sendo uma interessante oportunidade de mercado, vale ficar de olho na Litecoin.
Até os primeiros meses do ano, não havia uma data exata para o acionamento deste evento. A previsão estava em algum dia de agosto de 2023, o que acabou se “confirmando”, com a ativação do halving em 02/08/2023.
A falta de uma data específica é comum para criptomoedas que passam por este tipo de situação, pois o corte na recompensa dos mineradores não é pré-determinada em um dia exato, mas, sim, após um número específico de blocos minerados.
- Bitcoin -> Halving acontece após 210 mil blocos minerados
- Litecoin -> Halving acontece após 840 mil blocos minerados.
Esses 840 mil blocos levam cerca de quatro anos para serem minerados.
Assim, o acionamento do halving depende da velocidade e do volume de transações dentro da rede.
O que é Litecoin (LTC)?
Hard Fork é um processo relativamente comum nos blockchains. Ele acontece quando um grupo de mineradores não aceita mais a regra proposta pela rede atual e decidem manter suas operações com normas diferentes.
Assim, há uma “divisão” ou, como o próprio nome diz, um “garfo” dentro do blockchain. Alguns mineradores, então, mantém sua operação da maneira tradicional daquela rede, enquanto o outro grupo cria uma nova moeda a partir desta bifurcação para operar da maneira que acreditam ser a mais adequada.
Foi assim que a Litecoin ganhou vida. A LTC é uma criptomoeda que surgiu, em 2011, após um fork na principal do Bitcoin.
Como funciona a Litecoin?
A Litecoin é uma criptomoeda baseada no Bitcoin. Portanto, seu uso é focado na transferência de valores.
Como seu surgimento se deu a partir de um rompimento com a criptomoeda de referência, a proposta da LTC era justamente oferecer características distintas e soluções a problemas que o BTC não conseguia resolver, como:
- Transações mais velozes
- Maior quantidade em circulação
- Baixa exigência de poder computacional
- Menor taxa aos mineradores
- Transferências mais baratas.
Embora o Bitcoin continue sendo o dominante de todo o mercado cripto, altcoins, como a Litecoin, oferecem possibilidades de operação diferenciadas, que são atraentes não só para mineradores e entusiastas da tecnologia, como também para os investidores.
A “prata digital”
O Bitcoin é chamado, por muitos, de ouro digital, por conta de sua escassez – 21 milhões de unidades deste token serão emitidas. Já sua sucessora Litecoin possui um volume maior de emissão – 84 milhões de moedas.
Por isso, muitos identificam a Litecoin como a “prata digital”.
Litecoin é bem vista no mercado
A Litecoin é uma criptomoeda consolidada e alguns fatores têm sido apontados como otimistas pelos analistas sobre o futuro do ativo, como:
– Segurança
– Taxa de hash
– Idade média da moeda
– Bom desempenho na baixa
Segurança
Desde 2011, nunca se ouviu falar de algum tipo de ataque hacker bem sucedido na rede, e ela segue operando de forma fluída e com uma quantidade considerável de mineradores.
Taxa de hash
A taxa de hash é outro ponto positivo para a moeda digital. Após a atualização “The Merge”, do Ethereum, muitos mineradores dessa rede migraram para o Litecoin, disparando o número de transações validadas.
Idade média da moeda
Parte do otimismo também é baseado no número de baleias que possuem Litecoin. Esse grupo carrega um volume grande de unidades do token em suas carteiras e geralmente demoram a vender, mesmo em mercados de baixa.
Isso pode ser visto na idade média das moedas nas carteiras, que segue crescendo. Esta informação confirma que as LTCs estão sendo acumuladas e ficando muito tempo armazenadas, com baixa intenção de venda.
Desempenho
Enquanto boa parte de todo o mercado enfrenta o rigoroso inverno cripto, a Litecoin parece já ter encontrado o fundo de sua correção, em junho do ano passado.
A partir daí, o ativo iniciou uma recuperação.
No momento de escrita deste artigo, a LTC era comercializada próxima dos níveis vistos apenas em maio do ano passado.
Em comparação, o Bitcoin ainda está cerca de 40% abaixo de seu valor no mesmo período.
Vale a pena ter Litecoin?
A variedade de criptomoedas permite vivenciar as experiências e processos do blockchain constantemente. Mesmo que o Bitcoin seja o carro-chefe deste segmento, a tecnologia está pulverizada e muitos projetos bons já recebem a atenção de especialistas. Assim, diversificar os tokens com os quais você se relaciona abre portas para um mundo de utilidade totalmente novo e diferente.