A queima de criptomoedas – ou burn, em inglês – é um processo fundamental para muitos projetos que precisam retirar de circulação algumas unidades de seus tokens nativos.
Ethereum (ETH), Shina Inu (SHIB) e Binance Coin (BNB) são alguns exemplos de burn de criptomoedas.
Mas o que é exatamente esse processo de queima e para que serve?
O que é queima de criptomoedas ou burn?
A queima de criptomoedas é um processo acionado por alguns blockchains para equilibrar e deflacionar seus tokens nativos, reduzindo a oferta do ativo no mercado.
No setor financeiro tradicional, algo semelhante acontece. Eventualmente, grandes empresas realizam a recompra de um punhado de ações próprias listadas na bolsa de valores. Isso faz com que ela absorva parte dos custos e consiga aumentar o valor dos papéis no mercado.
Por isso, queimar criptomoedas é tão importante! Com a ativação do burn, é possível que um token se torne mais escasso e, provavelmente, fique mais valioso nas exchanges.
Inclusive, em anúncios de queima, os preços dos tokens costumam se valorizar, mesmo que momentaneamente.
Como funciona a queima de criptomoedas?
Essa queima de criptomoedas acontece quando um determinado volume de tokens é enviado para uma carteira considerada “morta” – ou “burn address” (endereço de queima, em português).
Essa wallet digital recebe esse nome, pois é inacessível, já que não foi criada uma chave-privada que dê acesso às moedas depositadas nela.
Ao contrário do que a expressão “queima” sugere, então, os tokens não são destruídos, apenas se tornam inutilizáveis.
O processo de burn ainda pode ser pré-determinado nas normas do blockchain ou inseridos posteriormente, como foi o caso do Ethereum, que falaremos mais abaixo;
Da mesma forma, a queima pode ser pré-programada para acontecer em períodos regulares ou, então, um anúncio antecipado é enviado à comunidade.
Quais projetos usam queima de tokens?
Queimar criptomoedas se tornou uma ferramenta bastante importante para equilibrar a oferta e preço de alguns tokens. Esta prática, inclusive, não está restrita a blockchains pequenos.
Grandes plataformas já aplicam o processo de burn, como:
- Ethereum (ETH)
- Binance Coin (BNB)
- Shiba Inu (SHIB)
Ethereum
A partir da atualização EIP-1559, que deu o início à troca do algoritmo de consenso da blockchain de Proof of Work (PoW) para Proof of Stake (PoS), o Ethereum passou a queimar parcelas de tokens.
Esta foi uma forma de incentivo aos mineradores para seguirem as novas normativas de rede.
Desde sua aplicação, em agosto de 2021, a queima de ETH já removeu 2,5 milhões de unidades do token.
Binance Coin
Com sua blockchain cada vez mais popular e brigando de frente com o Ethereum, a Binance decidiu acelerar seu processo de queima de criptomoedas.
Só no final de janeiro, a empresa queimou US$ 620 milhões em BNB.
A meta é que a Binance consiga realizar o processo de burn em 100 milhões de tokens.
Esse número, porém, pode ser modificado, a depender do volume de negociação presente na plataforma.
Shiba Inu
Quem também implementou o mecanismo de queima de tokens foi a Shiba Inu.
Aplicada em abril de 2022, a novidade incentiva os usuários a queimarem algumas unidades de SHIB para, em troca, receberem o token burntSHIB,
Recentemente, o portal Shiba Inu Burn Tracker mostrou que o volume de queima do token disparou em 10.129%, em apenas 24 horas. Isso corresponde a quase 21 milhões de unidades enviadas para a carteira morta, no período.
Pode queimar
Para os traders, o anúncio de queima de criptomoedas pode ser um momento bastante oportuno para realizar operações e se beneficiar do processo.
O que parece, então, ser algo terrível, na verdade é uma grande ferramenta de equilíbrio de valorização dos tokens, por parte das blockchains.