A era dos buybacks começou e a Aave saiu na frente

A era dos buybacks começou e a Aave saiu na frente

Bem-vindos a mais uma edição do “O HODLER”, o melhor lugar para você que está querendo ficar por dentro de tudo que acontece no mercado.

Durante anos, o mercado cripto foi movido por uma promessa: “Compre tokens agora, porque um dia eles vão valer muito.”

Era crescimento, hype, e mais hype. Mas faltava algo essencial: fluxo de valor real para quem acredita no projeto.

Agora isso está mudando. E o ponto de virada tem nome: Aave.

Então vamos para mais um Hodleeeeer!

Aave não anunciou só uma proposta

A Aave, uma das maiores plataformas de crédito descentralizado do mundo, aprovou algo inédito: um programa permanente de recompra de tokens (buyback).

Em números simples:

  • Até US$ 50 milhões por ano destinados a recomprar tokens AAVE;
  • Compras semanais entre US$ 250 mil e US$ 1,75 milhão;
  • Tudo financiado com o lucro real do protocolo, vindo das taxas pagas pelos usuários.

É como se uma empresa de tecnologia anunciasse dividendos pela primeira vez — mas, no caso, uma DAO (organização autônoma descentralizada) dizendo:

“Estamos lucrando. E vamos usar parte desse lucro para valorizar quem acreditou no projeto.”

O que é o buyback, afinal?

De forma simples: é quando uma empresa (ou protocolo) compra de volta seus próprios tokens ou ações no mercado.

Isso tem dois efeitos diretos:

  1. Reduz a oferta circulante — há menos unidades disponíveis para venda;
  2. Cria pressão compradora constante, sustentando o preço do ativo.

Mas o mais importante é o efeito psicológico: quando quem emite começa a comprar, o mercado lê como um sinal de confiança.

No mercado tradicional, essa estratégia é velha conhecida. Apple, Google, Microsoft, ExxonMobil — todas gastam bilhões de dólares por ano recomprando suas próprias ações. E não é filantropia: é estratégia de valorização.

A lógica econômica por trás do buyback

Vamos destrinchar o raciocínio econômico: Imagine que você é sócio de uma empresa com 100 ações no mercado. A empresa lucra e decide usar parte do caixa para recomprar 10 ações. Agora, existem apenas 90 ações em circulação.

O lucro total da empresa é dividido por menos ações — logo, cada ação passa a representar uma fatia maior do bolo. O preço tende a subir, e os acionistas existentes ficam mais ricos.

No mundo cripto, o mesmo princípio se aplica: Se o protocolo usa sua receita pra recomprar tokens, cada token existente passa a representar mais valor econômico do sistema.

Nos EUA, o buyback se tornou uma das ferramentas mais poderosas de valorização das ações.

  • Desde 1982, quando a SEC liberou as recompras via Regra 10b-18, o volume de buybacks explodiu.
  • Em 2023, as empresas do S&P 500 recompraram cerca de US$ 900 bilhões em ações — mais do que o PIB de muitos países.
  • Para muitas companhias, é mais eficiente devolver valor via buyback do que pagar dividendos (que sofrem impostos).
  • É também uma forma de “sustentar” o preço das ações e sinalizar confiança quando o mercado está incerto.

Ou seja: o buyback virou uma das principais formas de transferir valor do caixa da empresa para o acionista.

Agora, esse mesmo mecanismo está chegando ao DeFi.

Por que isso é revolucionário no contexto cripto

Até agora, a maioria dos tokens dependia de uma lógica parecida com startups: crescimento, incentivo, distribuição, diluição. Mas poucos tinham mecanismos de retorno de valor direto para os holders.

Com o buyback, o jogo muda:

  • O token deixa de ser só um “ticket de governança” e passa a ter valor econômico concreto;
  • Protocolos que geram lucro podem começar a competir por retenção de investidores de longo prazo, não apenas “farmers” e especuladores;
  • E o investidor passa a ter algo que o mercado tradicional sempre teve: uma relação entre lucro do protocolo e valorização do token.

Aave foi a primeira grande a fazer isso de forma pública, transparente e estruturada. Mas, se der certo, ela abre o caminho pra toda uma nova narrativa no mercado cripto.

A nova métrica: Return to Token Holders

Durante muito tempo, analistas tentaram criar uma forma de medir quanto valor um protocolo devolve aos detentores do token. O buyback pode se tornar exatamente esse mecanismo.Se o protocolo ganha dinheiro → recompra tokens → reduz oferta → valoriza o ativo, isso cria uma ponte entre receita real e preço do token.

É a evolução natural da tokenomics. Podemos estar presenciando o nascimento do que será o “dividendo digital”: protocolos que distribuem valor não em dólar, mas em tokens recomprados.

O efeito financeiro é importante, mas o efeito psicológico é gigantesco.

O mercado cripto é movido a confiança — e confiança, aqui, é o novo lastro. Quando um protocolo anuncia recompra, ele está dizendo implicitamente: “Acreditamos tanto no nosso token que estamos comprando ele de volta.”

Esse gesto tem peso simbólico. É o oposto da diluição — é a DAO investindo nos próprios holders. E num mercado cheio de promessas vazias, isso soa como algo sólido, quase raro.

Por que isso é bom para o investidor

  1. Reduz o risco de diluição: ao invés de emitir mais tokens, o protocolo reduz o número em circulação.
  2. Cria pressão de compra natural: o próprio protocolo se torna comprador recorrente.
  3. Sustenta o preço em períodos de baixa: recompra pode segurar o valor de mercado.
  4. Atrai capital institucional: fundos entendem esse mecanismo porque é igual ao do mercado tradicional.
  5. Transforma token em ativo produtivo: não depende só de hype — depende do sucesso econômico real.

Em outras palavras: o investidor deixa de apostar só em especulação e passa a investir em fluxo de caixa real on-chain.

Os riscos (e por que ainda precisamos de cautela)

Nada é milagre — e o buyback também não. Existem riscos claros:

  • Se o protocolo errar o momento da recompra (comprar caro, vender barato), pode gerar prejuízo.
  • Se as receitas caírem, o programa enfraquece e perde efeito.
  • Se o buyback for mal executado ou manipulado, pode favorecer insiders.
  • E, diferente das empresas listadas, ainda não há regulação sobre transparência e limites.

Ou seja: o buyback é um sinal de maturidade — não um escudo contra má gestão.

Por que isso pode ser a nova narrativa do ciclo

Se o ciclo anterior foi movido por:

  • “Real yield”,
  • “Restaking”,
  • “Modular blockchains”,

o próximo pode muito bem ser movido por “Buyback DeFi”.

Protocolos que geram receita, recompram tokens e criam valor sustentável podem dominar a narrativa. E os investidores vão começar a olhar não só para TVL, mas para quanto o protocolo devolve aos holders.O mercado amadurece quando começa a se perguntar:

“Quem realmente gera lucro — e quem só imprime token?”

O buyback representa algo mais profundo que uma simples estratégia de valorização.
É um sinal de transição: do DeFi adolescente que só queria crescer, para o DeFi adulto que começa a pagar contas, distribuir lucro e recompensar quem ficou.

É o momento em que o mercado cripto começa a se parecer mais com o mercado financeiro que ele tanto critica — mas de uma forma mais transparente, automatizada e global. A Aave está liderando esse novo ciclo, e o mercado está prestando atenção.

⚠️ Gostou?

Se a Aave provar que esse modelo funciona, o buyback vai se espalhar. E os protocolos que tiverem receita consistente e tokenomics sólidas vão se valorizar mais rápido.

Os investidores vão começar a procurar “quem devolve valor”, não apenas “quem promete revolução”. Em um mundo onde todo token quer ser moeda, a Aave escolheu ser empresa. E talvez seja isso que faltava pra o DeFi voltar a ser interessante.

Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.

Se quiser me acompanhar, estou no Twitter e Instagram sempre analisando mercado e tendo alguns insights.

Até a próxima edição!

Existe uma fórmula matemática para a liberdade financeira?

Existe uma fórmula matemática para a liberdade financeira?

Bem-vindos a mais uma edição do “O HODLER”, o melhor lugar para você que está querendo ficar por dentro de tudo que acontece no mercado.

Durante décadas, fomos ensinados a trabalhar por 40 anos, juntar o que der, e torcer para o INSS ou a previdência privada darem conta do recado.

Mas o mundo mudou. A inflação corrói o poder de compra, os juros variam e as regras do jogo mudam a cada governo.

O que não muda é a matemática. E ela mostra que você não precisa esperar 65 anos — precisa apenas chegar no número certo. Aposentadoria não é sobre idade.

É sobre ter um patrimônio suficiente para viver dos frutos, sem precisar vender o tronco.

Então vamos para mais um Hodleeeeer!

O primeiro passo: saber o seu número

A liberdade financeira começa quando você responde com precisão:

“Quanto dinheiro eu quero receber por mês sem trabalhar?”

Essa é a renda desejada.  Depois vem a pergunta matemática:

“Qual taxa de retorno eu consigo, em média, no longo prazo?”

Com essas duas respostas, o cálculo da aposentadoria é simples: 

plano matemático (conta 1)

Essa é a fórmula universal da liberdade financeira.

Entendendo as duas fases do jogo

Fase 1 — Acumular patrimônio

É aqui que você constrói o seu “motor de riqueza”. O foco é crescer o capital o mais rápido possível, assumindo riscos calculados e mirando multiplicação.

O veículo ideal aqui é o Bitcoin, acompanhado de bolsa e ativos de crescimento. Por quê?

  • O Bitcoin não gera renda — ele acumula valor.
  • É o ativo que comprime o tempo.
  • Seu histórico mostra um crescimento médio de ~45% ao ano nos últimos 10 anos.

O papel do Bitcoin é te tirar do ponto A (pouco capital) e te colocar no ponto B (patrimônio relevante).

Fase 2 — Gerar renda

Depois que você construiu o motor, precisa ligar a turbina. É aqui que entra o DeFi (Finanças Descentralizadas) e outros ativos de fluxo: eles pagam juros, dividendos, yields.

DeFi é o Tesouro Direto do futuro — mas global, em dólar e sem intermediários. Com taxas médias entre 10% e 30% ao ano, é o sistema perfeito para quem quer transformar patrimônio acumulado em renda recorrente.

O mapa do caminho — quanto você precisa para viver de renda

Vamos tirar o conceito do ar e colocar em números. Suponha que você queira viver de renda mensal, sem trabalhar.

O que isso significa?

  • Se você quiser R$ 10 mil/mês, precisará:
    • R$ 1,2 milhão em Tesouro, ou
    • R$ 1 milhão em Bolsa, ou
    • R$ 400 mil aplicados em estratégias DeFi (rendendo ~30% a.a.)

O Bitcoin, por sua vez, não gera renda, mas reduz o tempo até chegar nesse ponto.

Como calcular o tempo até a liberdade

Você pode inverter o cálculo: descobrir quanto tempo leva para atingir seu número investindo todo mês.

plano matemático (conta 2)

ou resolvendo para tempo:

plano matemático (conta 3)

Parece complicado, mas o raciocínio é simples: tempo, retorno e aporte são três variáveis ligadas por uma mesma curva exponencial.

Exemplo prático:

  • Meta: R$ 1,2 milhão
  • Aporte: R$ 1.000/mês
  • Prazo: variável

Quanto maior o retorno, menor o tempo — desde que o risco seja controlado.

A transição inteligente: de Bitcoin para DeFi

A regra é simples:

Você acumula com Bitcoin, mas vive com DeFi.

Isso cria um plano de aposentadoria em duas camadas:

  1. Bitcoin  — fase de multiplicação
    • Compra recorrente (DCA semanal ou mensal)
    • Foco em crescimento de patrimônio
    • Rebalanceamento anual (venda parcial em topo de ciclo)
  2. DeFi / Renda Fixa Cripto — fase de geração de renda
    • Alocação em stablecoins (USDC, DAI, etc.)
      Estratégias de yield farms, lending e staking
    • Retornos médios de 10% a 30% ao ano

O segredo está na transição progressiva: conforme você atinge sua meta de patrimônio, migra parte do portfólio de Bitcoin → DeFi, de risco → fluxo.

Calculando seu plano pessoal

  1. Defina sua renda alvo (ex: R$ 15.000/mês).
  2. Calcule o patrimônio necessário:
plano matemático (conta 4)
  1. Decida quanto pode aportar por mês.
  2. Escolha o nível de risco (retorno esperado).
  3. Simule o tempo necessário.

Dica: quanto mais você aumentar o aporte ou a rentabilidade, mais rápido chega. Reduzir custos e reinvestir ganhos acelera exponencialmente.

Os quatro perfis de investidor e sua rota de liberdade

tabela 3

A diferença entre eles é o quanto você tolera flutuação no curto prazo para ganhar tempo no longo.

O novo conceito de aposentadoria

A aposentadoria tradicional é sobre parar de trabalhar. A aposentadoria moderna é sobre parar de depender. Você pode continuar criando, empreendendo, viajando, mas o faz porque quer — não porque precisa.

A verdadeira aposentadoria é ter o tempo de volta. E o tempo é comprado com patrimônio que gera fluxo.

⚠️ Gostou?

Resumo?

  1. Ganhe em real.
  2. Poupe em dólar.
  3. Multiplique em Bitcoin.
  4. Rende em DeFi.

Esse é o ciclo da liberdade financeira do século XXI. Um plano em duas fases: acumular e render. Você não precisa esperar 40 anos — só precisa fazer as contas certas.

Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.

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Até a próxima edição!

A maior liquidação da história do mercado cripto

A maior liquidação da história do mercado cripto

Bem-vindos a mais uma edição do “O HODLER”, o melhor lugar para você que está querendo ficar por dentro de tudo que acontece no mercado.

Nos dias 10 e 11 de outubro de 2025, o mercado de criptomoedas viveu um dos momentos mais intensos e históricos desde a criação do Bitcoin.

Em apenas um dia, bilhões de dólares em posições alavancadas foram liquidados — ou seja, forçadas a serem encerradas —, derrubando preços, apagando fortunas e “reiniciando” o mercado.

Esse relatório explica de forma simples o que aconteceu, por que aconteceu e quais lições ficam para investidores e curiosos. Gostou? Bora para mais um HOOOODLER!

Entendendo o funcionamento do mercado cripto

Existem duas figuras que convivem no mesmo mercado, mas com mentalidades completamente diferentes.

O investidor busca participar da valorização natural de um ativo.

O especulador busca multiplicar dinheiro rapidamente — e, por isso, aceita riscos maiores.

O mercado spot é o mais simples — é onde você compra e vende criptomoedas de verdade, pagando o preço atual. Se você compra 1 Bitcoin, ele é seu. Se o preço subir, você lucra; se cair, você perde — mas continua com o ativo.

Exemplo:

  • Você compra 1 BTC a US$ 100.000.
  • O preço sobe para US$ 105.000 → lucro de US$ 5.000.
  • O preço cai para US$ 95.000 → perda não realizada de US$ 5.000.
    Você só perde se vender abaixo do preço que comprou.

O mercado futuro, por outro lado, é um mercado de apostas sobre o preço, onde você não precisa ter a criptomoeda de verdade. Você apenas aposta se o preço vai subir (long) ou vai cair (short), geralmente usando alavancagem — ou seja, dinheiro emprestado.

Exemplo:

  • Você tem US$ 1.000 e faz uma aposta de 10x alavancado.
  • Na prática, está movimentando US$ 10.000.

No mercado futuro, o risco é muito maior, e as perdas podem acontecer em segundos. Durante esse evento, a grande maioria dos afetados eram especuladores operando com altas alavancagens em contratos futuros. Esses foram os principais atingidos pela liquidação em massa.

O que é uma liquidação

Você deve estar se perguntando o que é uma liquidação, não é mesmo? Ela é o encerramento automático de uma posição alavancada quando o prejuízo chega a um ponto crítico. A própria corretora fecha a operação para evitar que o investidor fique devendo.

Isso significa que, quando o mercado começa a cair e muitas pessoas estão alavancadas, uma liquidação puxa outra — e ocorre um efeito dominó, conhecido como cascata de liquidações.

  • Se o preço subir 10%, você dobra seu dinheiro.
  • Mas se o preço cair 10%, você perde tudo e a posição é liquidada automaticamente.

Esse é o ponto central da crise de sexta.

Tudo começou fora do mundo cripto.

No dia 10 de outubro de 2025, o ex-presidente americano Donald Trump anunciou tarifas de 100% sobre exportações tecnológicas da China, além de novas restrições sobre softwares estratégicos. A notícia abalou o mercado global e acendeu o sinal vermelho para todos os ativos de risco — ações, commodities e, claro, criptomoedas.

Naquele momento, o Bitcoin vinha em forte alta e o mercado estava cheio de traders apostando na continuação da subida — muitos com altas alavancagens. Bastou a incerteza política e uma queda inicial nos preços para que o castelo de cartas desabasse.

Linha do tempo resumida

  1. Antes do evento

Mercado otimista, muitos apostando em alta e usando alavancagem.
Taxas de juros globais estáveis e sentimento positivo atraíam especuladores.

  1. O anúncio de Trump

As novas tarifas contra a China geraram pânico instantâneo.
O Bitcoin começou a cair, puxando todo o mercado junto.

  1. Primeira onda de liquidações

As corretoras começaram a encerrar automaticamente posições long alavancadas.Cada liquidação empurrava o preço mais para baixo, ativando novas liquidações.

  1. Colapso total

Em poucas horas, altcoins despencaram até 90%. As maiores exchanges registraram recordes de volume e travamentos momentâneos.

  1.  Estabilização

Após a “limpeza” das posições, o mercado começou a se recompor lentamente. Investidores institucionais aproveitaram o medo para comprar a preços baixos.

E agora?

O impacto foi tão grande porque o mercado vinha extremamente alavancado e desequilibrado.A maioria das posições estava apostando em alta, e bastou um gatilho negativo para iniciar um efeito dominó.Cada liquidação forçada empurrava os preços ainda mais para baixo, derrubando novas posições e alimentando uma espiral de pânico.

Além disso, em momentos de crise, a liquidez seca — poucos investidores querem comprar enquanto todos vendem. Isso faz com que o preço despenque ainda mais rápido, agravado pela atuação de robôs e ordens automáticas, que executam vendas em segundos, sem emoção.

O resultado foi um colapso relâmpago, onde milhares de traders foram liquidados antes mesmo de conseguir reagir.

Nos dias seguintes, o mercado passou por um grande “reset” de risco.O open interest despencou, sinal de que boa parte das posições especulativas foi eliminada. Com menos alavancagem no sistema, o mercado ficou mais estável. Bitcoin e Ethereum, que haviam caído violentamente, começaram a se recuperar gradualmente.

Instituições e grandes investidores aproveitaram o caos para comprar ativos a preços muito baixos, como costuma acontecer após grandes crises. Enquanto isso, corretoras foram criticadas por permitirem alavancagens extremas — algumas de até 125x — que transformam qualquer oscilação de preço em um desastre.

Comparado a outros momentos históricos, nada chegou perto do que aconteceu em outubro de 2025. Nem o colapso da stablecoin Terra/LUNA em 2022, nem a falência da Three Arrows Capital, que já haviam provocado bilhões em prejuízos, tiveram tamanha concentração de liquidações em tão pouco tempo.

Mesmo grandes eventos de 2025, como a queda de setembro (US$ 1,7 bilhão), pareceram pequenos diante dos US$ 19 bilhões liquidados em apenas 24 horas.

Esse episódio marcou um ponto de virada: expôs os riscos da alavancagem exagerada, separou investidores de apostadores e forçou o mercado a amadurecer.

Lições que o mercado aprendeu

  1. Quem usa alavancagem precisa entender o risco.
    Operar com dinheiro emprestado é o mesmo que brincar com fogo.
  2. Investimento e aposta são coisas diferentes.
    Quem investe no spot controla o próprio risco; quem especula no futuro depende da sorte e da velocidade.
  3. O mercado é emocional.
    Quando o medo toma conta, ninguém quer comprar — e os preços despencam.
  4. Crises limpam os excessos.
    Após a liquidação, o mercado ficou mais saudável e menos alavancado.
  5. Educação financeira é a melhor proteção.
    Entender como o sistema funciona é o primeiro passo para não ser engolido por ele.

⚠️ Gostou?

A liquidação de outubro de 2025 foi o maior evento de pânico da história do mercado cripto. Em 24 horas, bilhões foram varridos e centenas de milhares de pessoas perderam dinheiro — a maioria, por não entender a diferença entre investir e especular.

Apesar do caos, o episódio trouxe algo positivo: o mercado ficou mais limpo, mais maduro e menos alavancado.

O Bitcoin, como sempre, sobreviveu.
E deixou mais uma lição gravada:

“O lucro rápido cega; o risco ignorado cobra o preço.”

Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.

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Até a próxima edição!

As tendências são o grande segredo do mercado

As tendências são o grande segredo do mercado

Bem-vindos a mais uma edição do “O HODLER”, o melhor lugar para você que está querendo ficar por dentro de tudo que acontece no mercado.

Vamos dar uma pausa nos reports sobre as principais cryptos e como elas estão agora, para ver uma estratégia simples e básica que vai te ajudar muito nos próximos meses. 

Para quem quer participar das altas do Bitcoin (e do mercado cripto em geral) sem viver no gráfico e sem depender de dezenas de indicadores. Nesse Hodler você vai aprender um método simples, com 1–2 sinais de tendência, para ficar exposto quando a maré está a favor e se proteger quando ela vira.

Gostou? Bora para mais um HOOOODLER!

Tese em uma frase

Siga a tendência e proteja-se nos tombos. 

Em cripto, ganhos tendem a atrair mais ganhos e quedas tendem a atrair mais quedas. Estratégias simples de “seguir tendência” (momentum) mostraram desempenho historicamente superior ao “comprar e segurar” em risco ajustado — e com quedas máximas menores.

Pense no preço como uma bola rolando ladeira abaixo (ou subindo a ladeira): se já está em movimento, costuma continuar na mesma direção por um tempo. Esse efeito aparece em várias classes de ativos e é ainda mais forte em cripto

No Bitcoin, meses positivos tendem a ser seguidos por mais meses positivos; meses negativos, por mais negativos.

Por que isso existe? Gente é gente: demora a processar notícias, copia o que o outro faz (efeito manada) e exagera tanto no otimismo quanto no pessimismo. O preço vai “alongando” o movimento antes de estabilizar.

É a “linha da tranquilidade” que suaviza o sobe-e-desce do preço.

  • Como ler:
    • Preço acima da média → tendência de força → ficar comprado.
    • Preço abaixo da média → tendência fraca → sair para caixa/stablecoin.

Você não precisa prever nada; só observa onde o preço está em relação à linha.

Três regras prontas (e por que elas funcionam)

Regra A — 50 dias (SMA 50)

gráfico 1
  • Sinal: comprado quando o preço fecha acima da média dos últimos 50 dias; fora quando cai abaixo.
  • Por quê: reage relativamente rápido, captura bem Beginners e mudanças de humor do mercado.
  • Evidência: desde 2012, a estratégia baseada na SMA50, alternando entre BTC e caixa quando perde a média, melhorou retorno anualizado e Sharpe vs. “buy & hold”; o ganho vem sobretudo de reduzir grandes drawdowns (ex.: fim de 2021 e 1º semestre de 2022).

Regra B — Cruzamento 20 x 100 dias

gráfico 2
  • Sinal: comprado quando a média curta (20d) cruza pra cima da longa (100d); fora quando cruza pra baixo.
  • Por quê: filtra ruídos do curtíssimo prazo; troca menos que a SMA50.
  • Evidência: no backtest 2012–2023, entregou ~116% a.a. e Sharpe ~1,7 vs. 110% a.a. e Sharpe ~1,3 do “buy & hold”. Em alguns subperíodos, aceitou retorno total menor para ganhar em risco ajustado.

Regra C — 150 dias (EMA 150)

gráfico 3
  • Sinal: comprado com preço acima da EMA150; fora quando abaixo.
  • Por quê:peso maior aos preços recentes e é lenta o suficiente para reduzir falsos sinais — ideal para quem não quer mexer toda hora.
  • Evidência: no período 2012–2023, a estratégia Bitcoin/caixa com EMA150 apresentou retorno anualizado ~126% e Sharpe ~1,9 no estudo, além de cortes relevantes de drawdown.

Resumo prático

  • Quer simplicidade e paz? EMA150.
  • Quer entrar/ajustar mais rápido? SMA50.
  • Quer um meio-termo mais “técnico”? Cruzamento 20×100.

Por que “seguidor de tendência” sofre menos

Ele sai dos maiores tombos (ou reduz a exposição) quando o preço perde a média — em vez de “rezar” durante -60%/-70%. Ele não precisa acertar o fundo nem o topo: entra tarde e sai tarde, mas captura o miolo das grandes pernadas. Ele tira a emoção da jogada. A regra decide; você só executa.

Como implementar em 10 minutos TradingView

  1. Abra o gráfico de BTC/USDT (ou BTC/BRL, se preferir).
  2. Clique em Indicadores → busque Moving Average (SMA) e Exponential Moving Average (EMA).
  3. Configure:
    • EMA 150 (ou SMA 50 / SMA 20 e SMA 100 para o cruzamento).
  4. Regra de execução:
    • Entrar no fechamento acima da média (ou no dia útil seguinte).
    • Sair no fechamento abaixo da média (ou no dia útil seguinte).
  5. Frequência de checagem:
    • EMA150: 1x por semana é suficiente.
    • SMA50: 2–3x por semana.
    • Cruzamento: 1x por semana.

Dica: defina alertas no gráfico (“crossing above/below”) para não viver olhando tela.

Dois playbooks prontos para copiar e colar

Playbook “Paz de Espírito” — EMA150

  • Setup: EMA150 no diário.
  • Regra: comprado se fechamento > EMA150; fora se < EMA150.
  • Rotina: olhar toda segunda-feira; executar às 10h do dia seguinte se o sinal persistir.
  • Meta: reduzir drawdowns grandes com mínimo de decisões.

Playbook “Acompanhando de Perto” — SMA50

  • Setup: SMA50 no diário.
  • Regra: comprar acima / vender abaixo.
    Rotina: checar seg/qua/sex com alerta automático.
  • Meta: reagir mais rápido a mudanças de tendência — aceitando mais trocas.

Variação: prefira Cruzamento 20×100 se quiser ainda menos “falsos sinais” do que a SMA50, aceitando entrar/sair mais tarde. 

⚠️ Gostou?

Em cripto, vencer não é adivinhar o próximo candle — é ficar do lado certo da maré e sobreviver aos tombos; por isso, estratégias simples de tendência como uma única média móvel (EMA150 para paz de espírito ou SMA50 para reação mais rápida) ou o cruzamento 20×100 já bastam para capturar o grosso das altas e cortar as quedas profundas, melhorando o risco/retorno versus “comprar e segurar”. 

Elas funcionam porque tiram a emoção da jogada: preço acima da média, fica dentro; abaixo, vai para caixa/stable

Com alertas, rotina semanal e tamanho de posição sensato, você participa dos ciclos que realmente importam sem viver no gráfico, sem empilhar indicadores e, principalmente, com disciplina para deixar o tempo trabalhar a seu favor.

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Até a próxima edição!

Como está a XRP?

Como está a XRP?

Bem-vindos a mais uma edição do “O HODLER”, o melhor lugar para você que está querendo ficar por dentro de tudo que acontece no mercado.

Por anos, o XRP foi visto como o “cripto dos bancos”, carregando a marca de processos regulatórios, promessas não cumpridas e um ecossistema menos vibrante que seus concorrentes.

Mas em 2025, o jogo começou a mudar. O ativo voltou aos holofotes com o avanço dos ETFs, a entrada de empresas listadas em bolsa comprando XRP diretamente, e a consolidação de seu papel em pagamentos e ativos tokenizados (RWAs).

No Q2/2025, o XRP subiu apenas 7,1% — muito menos que Solana ou Ethereum. Ainda assim, o market cap atingiu US$ 132 bi (+398% YoY) , mostrando que a tese não está em especulação de curto prazo, mas sim em institucionalização e compliance.

Se você investe em XRP, precisa entender isso. Bora para mais um HOOOODLER!

O coração da tese

O XRP se apresenta hoje como a rede que mais conversa com reguladores, bancos e grandes empresas.

  • ETFs em vários países (Brasil, Canadá) já lançados, com 8 pedidos ativos na SEC nos EUA.
  • Empresas públicas comprometeram mais de US$ 1 bi em compras de XRP: Trident Digital (US$ 500 mi), Webus (US$ 300 mi), Wellgistics e Nature’s Miracle entre outras .
  • Ripple segue fechando parcerias estratégicas e até investindo em RWAs (US$ 5 mi no OpenEden TBILL).

Em resumo: enquanto Solana busca velocidade e Ethereum busca modularidade, o XRP se posiciona como a blockchain “compliant” para pagamentos e ativos do mundo real.

O que está mudando no ecossistema

Stablecoins em expansão

  • RLUSD (Ripple) é hoje a maior stablecoin da rede, com US$ 65,9 mi (+49% QoQ).
  • USDC entrou no XRPL em junho/25, fortalecendo a liquidez.
  • Outras iniciativas incluem USDB (Brasil) e EURØP, primeira stablecoin euro 100% compatível com MiCA .

Apesar do crescimento, o valor ainda é pequeno frente a gigantes como Ethereum (US$ 126 bi) ou Tron (US$ 79 bi).

RWAs: tokenização ganha força

O XRP Ledger atingiu US$ 131,6 mi em RWAs, recorde histórico. Destaques:

  • Ondo OUSG (treasuries tokenizados)
  • Ctrl Alt (imóveis em Dubai)
  • Mercado Bitcoin e VERT (Brasil) com emissão de CRAs e FIIs acima de US$ 300mi
  • OpenEden TBILL: Ripple aportou US$ 5 mi, com meta de chegar a 10 mi.

O movimento mostra que o XRP está virando plataforma de tokenização regulada, algo que bancos e governos podem adotar sem medo.

DeFi e liquidez ainda limitados

O XRPL tem DEXs nativos (CLOB e AMM), mas os números ainda são modestos:

  • CLOB: US$ 8,2 mi/dia (–40% QoQ).
  • AMM: US$ 2,1 mi/dia (–54% QoQ) .

Para comparação: Ethereum movimenta US$ 1,8 bi/dia só em DEXs, Solana ~US$ 1,3 bi/dia. Isso mostra que o XRP ainda não é um player forte em DeFi.

NFTs: sinal de vida

Embora distante dos volumes de ETH ou SOL, os NFTs no XRPL surpreenderam:

  • Transações diárias +227% QoQ (50.400/dia).
  • Mint de NFTs subiu 10x QoQ.
  • Novo padrão DynamicNFT (XLS-46) habilita metadados mutáveis .

Ainda pequeno, mas dá sinais de que o ecossistema não está parado.

Governança e upgrades

A comunidade aprovou diversas mudanças recentes:

  • AMM Clawback e Deep Freeze (compliance e segurança).
  • DynamicNFT (jun/25).
  • Decentralized Identity (DID) (out/24).

E propostas estão no pipeline: Native Lending Protocol (XLS-66), Smart Escrows e Multi-Purpose Tokens (MPT) . A agenda mostra foco em adaptação a reguladores e instituições.

O selo de legitimidade

Nada foi mais simbólico que os ETFs:

  • Brasil (Hashdex) lançou em abril/25 o primeiro ETF spot de XRP.
  • Canadá seguiu em junho com 3 ETFs.
  • Nos EUA, 8 pedidos ativos aguardam resposta da SEC .

Paralelamente, empresas listadas em bolsa anunciaram compromissos de compra de XRP, algo inédito em sua história. Essa legitimação institucional reforça a tese de que o ativo pode ser uma “ponte” entre cripto e o sistema financeiro tradicional.

Pontos negativos 

  • Atividade on-chain caiu: endereços ativos –41% QoQ; transações –20% .
  • Liquidez fraca: volumes de AMM e CLOB caíram mais de 40%.
  • Concorrência feroz: Ethereum e Solana seguem liderando em DeFi, stablecoins e inovação técnica.
    Oferta pressionada: o escrow mensal de 1 bi XRP continua adicionando liquidez ao mercado, mantendo pressão vendedora.
  • Limitações técnicas: sem smart contracts nativos, depende de sidechains e novas propostas.

⚠️ Gostou?

A XRP está se tornando a rede mais institucionalizada e regulada do setor. ETFs, stablecoins compatíveis com MiCA, RWAs e parcerias corporativas dão ao ativo uma posição única no jogo. É um play de compliance e integração com o sistema financeiro global.

Os números on-chain ainda decepcionam. Adoção de usuários, liquidez e DeFi estão em patamares baixos, o que pode segurar narrativas de crescimento explosivo.

XRP é ideal para o investidor que busca segurança institucional e exposição regulatória dentro do cripto. Mas para quem procura inovação aberta, liquidez e upside especulativo, Ethereum e Solana continuam muito mais atrativos.

Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.

Se quiser me acompanhar, estou no Twitter e Instagram sempre analisando mercado e tendo alguns insights.

Até a próxima edição!

O HODLER: Como está o ETH?

O HODLER: Como está o ETH?

Bem-vindos a mais uma edição do “O HODLER”, o melhor lugar para você que está querendo ficar por dentro de tudo que acontece no mercado.

Vocês gostaram do último texto sobre a Solana, então vou transformar isso em uma série e agora vamos agora fazer a mesma análise em cima do Ethereum.

Esse report analisa o momento de 2025 do Ethereum com profundidade: o que sustentou sua recuperação, os setores que estão puxando crescimento, os riscos que continuam no radar e o que tudo isso significa para o investidor que olha para o longo prazo.

Bora para mais um HOOOODLER!

O gigante acordou

O Ethereum entrou em 2025 carregando um peso duplo: de um lado, a pressão da concorrência — Solana crescendo em velocidade, Tron dominando stablecoins — e de outro, a responsabilidade de continuar sendo o centro gravitacional das finanças descentralizadas.

Mais do que preço, o Ethereum mostrou evolução estrutural: o upgrade Pectra modernizou a rede, os L2s consolidaram escala, o staking alcançou recordes em valor, e a Ethereum Foundation deu passos rumo a uma gestão mais institucional.

Ainda assim, o desafio é grande: como manter relevância em um cenário em que a liquidez migra para L2s, os NFTs perdem força e concorrentes avançam em velocidade?

O Ethereum sempre foi mais que uma blockchain: é o sistema operacional das finanças descentralizadas. Desde 2015, ele carrega a bandeira da inovação — dos primeiros contratos inteligentes até os maiores protocolos de DeFi e NFTs.

Mas nos últimos trimestres, o Ethereum viveu uma prova de fogo. Enquanto o Bitcoin rompeu máximas históricas e a Solana roubava atenção com velocidade, o ETH enfrentava queda de taxas, migração para L2s e pressão de concorrentes.

O segundo trimestre de 2025 trouxe uma virada: o preço do ETH subiu 37%, fechando em US$ 2.487, puxado por US$ 4 bilhões de entrada líquida em ETFs spot. Pela primeira vez em mais de um ano, o ETH superou o BTC em performance no trimestre.

O coração da tese

A força do Ethereum hoje não está na especulação, mas na sua capacidade de se tornar infraestrutura financeira global.

  • Empresas públicas acumularam 1,2 milhão de ETH (US$ 3 bi) no trimestre, tratando o token como ativo de tesouraria.
  • O staking segue sólido: 35,7 milhões de ETH (29,6% da oferta) já estão travados, com valor em dólares saltando 43% para US$ 89 bi.
  • Diferente de blockchains mais centralizadas, a distribuição permanece ampla: nenhum operador controla mais de 1/3 do stake.

O Ethereum começa a assumir o papel de reserva digital com rendimento, combinando segurança, liquidez e receita de staking.

O que está mudando no ecossistema?

  1. Layer-2s: a verdadeira força de escala

Ethereum não compete em TPS no L1 — sua estratégia é modular. Os L2s explodiram:

  • Arbitrum: US$ 16,2 bi em TVS (+50% QoQ).
  • Base (Coinbase): US$ 13,6 bi (+29%).
  • Juntas, as duas concentram 72% do valor em L2s.
  • Unichain foi destaque: +404% QoQ, chegando a US$ 1,27 bi com incentivos generosos,

Isso mostra que a rede do Ethereum não é mais uma blockchain única, mas um ecossistema de blockchains ancoradas na sua segurança.

  1. DeFi: a hegemonia se mantém

Enquanto outros L1s brigam por TVL, o Ethereum segue dominante:

  • DeFi TVL subiu 33% para US$ 62,4 bi, recuperando parte da queda do Q1
  • Protocolos líderes como Aave (US$ 22,3 bi) e Spark (US$ 3,5 bi) puxaram a alta.
  • EigenLayer brilhou, alcançando US$ 11,7 bi e consolidando a narrativa de “restaking”.

Ethereum manteve 56% do TVL global, mostrando que a liquidez séria ainda escolhe o ETH como base.

  1. Stablecoins: crescimento moderado, mas resiliente

Ethereum continua sendo o lar do dólar digital:

  • Market cap subiu 1% para US$ 126,2 bi.
  • USDC cresceu 6%, consolidando 31% do mercado ETH; já o USDT caiu 2%, mas segue como líder.

Mesmo em desaceleração, é no Ethereum que o dinheiro tokenizado ainda encontra profundidade e confiança.

  1. NFTs: inverno prolongado

O setor mais castigado foi o de NFTs:

  • Volumes caíram 65% no trimestre, para apenas US$ 25,7 mi/semana.
  • OpenSea recuperou liderança sobre Blur após anunciar token próprio, mas o mercado continua em baixa.
  • Ethereum mantém a liderança histórica, mas hoje os NFTs são uma sombra do hype de 2021–22.
  1. Upgrades e governança

O Pectra upgrade (maio/25) trouxe avanços cruciais:

  • Smart accounts (EIP-7702): contas externas agora funcionam como carteiras programáveis.
  • Aumento do stake máximo: de 32 para 2.048 ETH por validador.
  • Dobro de blobs por bloco: aumento da capacidade para L2s.
  • Avanço em Danksharding e novos formatos de contratos.

Além disso, a Ethereum Foundation passou por reorganização interna, profissionalizando sua tesouraria e reforçando a transparência. Isso mostra um Ethereum cada vez mais institucional e organizado.

4. O selo de legitimidade

O maior combustível institucional foram os ETFs de ETH:

  • BlackRock (ETHA) liderou, acumulando 1,75 mi ETH (+48% QoQ).
  • Fidelity também captou forte.
  • Apenas a Grayscale continuou a registrar saídas.

Em paralelo, empresas listadas em bolsa estão tratando ETH como ativo de reserva de longo prazo:

  • BitMine Immersion quer acumular até 6 milhões de ETH (!).
  • Bit Digital trocou parte de seu BTC por ETH.
  • SharpLink Gaming comprou 176k ETH e colocou 95% em staking.

Isso não é especulação: é o mesmo movimento que consolidou o Bitcoin como ativo de tesouraria anos atrás, agora migrando para ETH.

Os pontos negativos 

Nem tudo são flores:

  • Taxas em queda: caíram 53% em USD no trimestre, reflexo da migração massiva para L2s. Isso pressiona a narrativa de “ETH ultra sound money”.
  • Concorrência forte: Solana e Tron geraram mais taxas que o Ethereum no Q2.
  • NFTs em crise: volumes derreteram, reduzindo uma das frentes de atração de usuários.
  • Dependência dos L2s: o sucesso de Ethereum depende cada vez mais da saúde financeira e técnica dessas redes, que ainda estão em fase de experimentação

⚠️ Gostou?

O Ethereum fechou o Q2/2025 mostrando que não é só tecnologia, é também ativo institucional.

  • Para o longo prazo: Ethereum está se consolidando como camada de liquidação global, com base em staking robusto, stablecoins sólidas e a maior infraestrutura de DeFi do mercado. A entrada de ETFs e empresas de capital aberto cria uma nova base de demanda permanente.
  • Para o curto prazo: os desafios continuam. O declínio das taxas, a dependência de L2s e a competição acirrada podem gerar volatilidade e ruído.

Em resumo: o Ethereum já não é apenas o “laboratório cripto” — está virando a infraestrutura padrão das finanças digitais, mas precisa provar que consegue sustentar sua economia em um mundo onde usuários fogem para redes mais baratas.

Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.

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Até a próxima edição!

Como está a Solana?

Como está a Solana?

Bem-vindos a mais uma edição do “O HODLER”, o melhor lugar para você que está querendo ficar por dentro de tudo que acontece no mercado.

Nos últimos anos, a Solana passou de ser apenas “a blockchain rápida” para se tornar um dos principais laboratórios financeiros e tecnológicos do mundo cripto.

Em 2021, era lembrada pelas falhas de rede. Em 2022, pela narrativa de “Ethereum Killer”. Em 2023, quase foi enterrada junto ao colapso da FTX.

Mas em 2025, Solana não é mais só uma promessa: ela está se consolidando como o palco onde o capital tradicional e o mundo cripto se encontram.

No segundo trimestre de 2025, vimos uma combinação curiosa:

  • queda no volume especulativo (memecoins, NFTs, DEXs),
  • Mas veio um crescimento estrutural em staking, ativos reais tokenizados e legitimidade institucional.

Isso mostra que a rede atravessa uma mudança de fase: menos barulho, mais fundação.

Se você investe em Solana, precisa entender isso. Bora para mais um HOOOODLER!

A força silenciosa do DeFi

gráfico 1

Enquanto muitos investidores estavam distraídos com a queda nos volumes de trading, o valor travado em DeFi na Solana cresceu 30% no trimestre, chegando a US$ 8,6 bilhões

Esse dado é mais profundo do que parece. Ele mostra que há mais capital confiante em ficar dentro da rede, rendendo juros e liquidez, em vez de só especular com tokens de meme.

Projetos como Kamino, Raydium e Jupiter não só cresceram, mas lançaram produtos que lembram a evolução da própria Wall Street: lending mais sofisticado, perp DEXs, infraestrutura de liquidez que já conversa com investidores institucionais.

A leitura aqui é clara: Solana está se tornando um mercado financeiro paralelo, com produtos competitivos frente ao sistema bancário.

O ouro digital encontra o ouro do mundo real

Se o DeFi mostra o lado cripto, os Real World Assets (RWA) são a ponte com o sistema tradicional. No Q2, Solana ultrapassou US$ 390 milhões em ativos tokenizados

E não estamos falando de projetos obscuros:

  • Ondo Finance trouxe Treasuries tokenizados (USDY, OUSG).
  • BlackRock expandiu seu fundo BUIDL para Solana.
  • Apollo Global lançou crédito privado tokenizado (ACRED).

Isso é um divisor de águas: significa que fundos de trilhões de dólares começam a testar liquidez na Solana.

E mais: a chegada dos xStocks, ações tokenizadas listadas na Kraken (Apple, Tesla, S&P500), abriu a possibilidade de qualquer pessoa fora dos EUA negociar papéis americanos direto em blockchain.

É como se a Solana tivesse se tornado a NASDAQ paralela, só que global, 24/7 e com liquidez instantânea.

Infraestrutura de outro nível

Enquanto Ethereum ainda discute rollups e fragmentação, Solana avança em velocidade e custo. Dois marcos se destacam:

  • Alpenglow: novo consenso que promete reduzir a finalização de 12 segundos para menos de 150 milissegundos. Isso é literalmente tempo real.
  • Firedancer: cliente alternativo da Jump Crypto, que aumenta a descentralização e resiliência da rede.

Essas mudanças podem parecer técnicas, mas para o investidor significam algo simples: Se Solana entregar, terá a infraestrutura mais rápida e escalável do mercado, um trunfo na corrida por pagamentos globais e integração com instituições.

O selo de legitimidade

Em junho, a SEC aprovou o primeiro ETF de staking de Solana nos EUA. Isso não é só marketing. Significa que grandes fundos de pensão e investidores institucionais agora podem ter exposição regulada ao SOL — e ainda capturar rendimento via staking.

Além disso, empresas começaram a replicar o modelo da MicroStrategy, mas na versão Solana. A recém-renomeada SOL Strategies já acumula centenas de milhares de tokens, não só comprando, mas também operando validadores e investindo no ecossistema.

Para o investidor, isso é sinal de confiança institucional — e também de que a narrativa “ETH é o único ativo institucionalizável” está se quebrando.

Mas nem tudo são flores

Apesar dos avanços, os números mostram que o hype passou.

solana ecosystem overview
  • O PIB da rede caiu 44% no trimestre.
  • As taxas coletadas por validadores caíram 53%.
  • O volume em DEXs e NFTs despencou quase pela metade.

Ou seja: menos barulho, menos especulação, menos taxa.

Isso levanta uma pergunta: a Solana conseguirá manter sua segurança e atratividade para validadores em um ambiente com menos especulação?

Além disso, há riscos de centralização: o Nakamoto Coefficient melhorou para 21, mas ainda mostra vulnerabilidade frente a players concentrados.

E por fim, o grande risco: execução técnica. Alpenglow e Firedancer são promessas, mas ainda não estão integralmente no mainnet.

⚠️ Gostou?

A Solana hoje se encontra em um ponto de inflexão.

Por um lado, é uma blockchain que já demonstrou resiliência e está se tornando a casa da tokenização de ativos do mundo real, dos pagamentos e do DeFi institucional.

Por outro, ainda depende da execução técnica de upgrades e da aprovação regulatória de ETFs para consolidar sua posição.

Minha leitura é:

  • Para o investidor de longo prazo, Solana representa uma das teses mais fortes em blockchain hoje: velocidade + institucionalização + diversificação de casos de uso.
  • Para o investidor de curto prazo, a queda no volume especulativo e a dependência de hype ainda podem gerar volatilidade fortes.

Em outras palavras: Solana está virando fundamento, mas ainda não deixou de ser aposta.

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Stablecoins em 2025: o “cimento” da criptoeconomia

Stablecoins em 2025: o “cimento” da criptoeconomia

Bem-vindos a mais uma edição do “O HODLER”, o melhor lugar para você que está querendo ficar por dentro de tudo que acontece no mercado.

Durante muito tempo, stablecoins foram vistas como uma ponte. Um lugar seguro enquanto você esperava o próximo trade. Um estacionamento de dólar entre uma altcoin e outra. Mas em 2025, essa visão ficou pequena demais para o papel que elas passaram a exercer.

Neste artigo, vou te mostrar porque as stablecoins hoje são mais importantes do que nunca. Elas não só movimentam bilhões todos os dias — elas moldam o mercado. Influenciam juros, trazem segurança para o investidor e viraram até alvo direto de governos.

Se você investe em cripto, precisa entender isso. Bora para mais um HOOOODLER!

Não é só moeda parada: é infraestrutura de mercado

Hoje, existem mais de US$ 250 bilhões em stablecoins em circulação. Só a Tether (USDT) representa mais de 60 % desse valor. Ao longo de 2024, essas moedas moveram mais de US$ 28 trilhões — mais do que Visa e Mastercard juntas.

Elas deixaram de ser um simples “meio de troca”. Hoje, são a base de liquidez da criptoeconomia.

Toda vez que você compra Bitcoin, Ethereum, ou participa de uma pool de DeFi, há uma stablecoin envolvida. Elas são o oxigênio que mantém o sistema respirando.

E por trás delas… estão os títulos do Tesouro americano

Aqui vem uma das partes mais curiosas e menos comentadas: para manter o valor estável (US$ 1 = 1 stablecoin), os emissores guardam dólares reais em reserva. Mas não deixam esse dinheiro parado — eles compram T-Bills, os títulos de dívida do governo americano.

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Hoje, a Tether sozinha já comprou mais de US$ 120 bilhões em T-Bills. Isso representa mais de 1,6 % de todo o mercado de dívida de curto prazo dos EUA. Para efeito de comparação, é mais do que países como Alemanha ou Austrália compram.

Agora pense nisso: quando você compra ou vende cripto usando uma stablecoin, você está, indiretamente, movimentando o mercado de juros americano.

O investidor comum não vê, mas o Tesouro sente

Estudos recentes mostram que o aumento no uso de stablecoins tem efeito direto sobre os juros americanos.

Quando há entrada de capital nas stablecoins, os emissores precisam comprar mais T-Bills — e isso derruba o rendimento desses títulos.

  • Um aumento de 1 % na presença da Tether no mercado reduziu os juros de curto prazo em até 24 pontos-base.
  • Já as saídas rápidas das stablecoins aumentam os juros. Ou seja: o movimento de cripto está diretamente conectado ao custo do dinheiro no mundo real.

E se der problema? Qual o risco das stablecoins?

Existem três modelos principais de stablecoins:

Você, investidor, precisa entender: nem toda stablecoin é igual.

As mais seguras (como USDC) têm reservas auditadas, liquidez de resgate e transparência.

Já as mais arriscadas (como algumas algorítmicas) tentam manter o peg com fórmulas e alavancagem — e isso pode funcionar… até não funcionar mais.

E se der problema? Qual o risco das stablecoins?

Uma das métricas mais usadas para medir o “humor do mercado” é o SSR (Stablecoin Supply Ratio). Ele mostra a proporção entre o valor de mercado do Bitcoin e o total de stablecoins disponíveis.

Quando o SSR está baixo, significa que há muito dólar esperando para entrar — e isso historicamente precede ralis. Hoje, o SSR está abaixo de 8 — o que pode indicar espaço para novos fluxos de compra.

Se você é um investidor mais cauteloso, ter 10 a 20 % da carteira em stablecoins pode dar fôlego para aproveitar quedas com mais confiança.

E ainda rendem? Sim — e melhor que muita renda fixa

A maioria das stablecoins não rende nada por si só. Mas se você colocá-las em protocolos certos, pode ganhar juros interessantes. Exemplos reais (ago/25):

  • Lending em Aave (USDC): ~5,4 % ao ano
  • Pools de liquidez estáveis (Curve): ~3 a 4 %
  • Pendle (tokenização de T-Bills): até 6,8 %

A diferença? Você tem liquidez instantânea e está descorrelacionado do risco cripto.

O divisor de águas: o GENIUS Act

No dia 18 de julho de 2025, o Congresso americano aprovou o GENIUS Act — a primeira grande regulamentação federal para stablecoins.

Esse pode ser o ponto mais importante deste relatório.O GENIUS Act muda tudo porque:

  • Obriga reserva 100 % real (dólar ou T-Bill) para cada token emitido
  • Define regras claras de supervisão, transparência e auditoria
  • Abre caminho para empresas americanas emitirem suas próprias stablecoins

Sabe o que isso significa? O risco regulatório nos EUA praticamente sumiu. Stablecoins agora são reconhecidas como parte legítima do sistema financeiro. Isso abre as portas para a entrada de bancos, big techs, fundos e empresas tradicionais.

Alguns já especulam que Amazon ou Walmart podem lançar suas próprias moedas nos próximos meses — cortando intermediários, taxas de cartão e acelerando o uso de cripto no varejo.

⚠️ Gostou?

Stablecoins deixaram de ser “moeda parada”. Hoje elas são:

  • Infraestrutura essencial para o mercado cripto
  • Ponte real entre cripto e economia tradicional
  • Ferramenta de hedge, liquidez e rendimento
  • E, com o GENIUS Act, ativos regulados com segurança institucional

Se você investe em cripto, precisa acompanhar não só os preços do BTC e do ETH — mas também o comportamento, crescimento e regulamentação das stablecoins.

O próximo grande movimento do mercado pode vir de onde ninguém está olhando: da estabilidade.

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Bitcoin Treasury: Méliuz e a Nova Fase do mercado

Bitcoin Treasury: Méliuz e a Nova Fase do mercado

Bem-vindos a mais uma edição do “O HODLER”, o melhor lugar para você que está querendo ficar por dentro de tudo que acontece no mercado.

Semana passada, tive a oportunidade de ouvir diretamente do CEO da Méliuz sobre a nova fase estratégica da empresa. Essa experiência, combinada com meus estudos recentes sobre Bitcoin Treasury Companies, inspirou este relatório, que busca explicar o conceito, seu potencial lógico e esclarecer equívocos comuns sobre investir em Bitcoin, ou deveria ser poupar?

Bora para mais um HOOOODLER!

O que são Bitcoin Treasury Companies?

Esse nome foi dado às empresas que adotam Bitcoin como parte de suas reservas financeiras, que são chamadas de Bitcoin Treasury Companies. 

Elas mantêm Bitcoin em seus balanços, com a missão tanto proteger o valor do seu capital contra a inflação quanto potencializar o retorno de longo prazo através da valorização do BTC.

A lógica por trás da estratégia

Bitcoin Treasury Companies usam estratégias financeiras como emissão de ações ou dívida para adquirir mais Bitcoin. Isso gera uma dinâmica interessante:

  • Bitcoin Treasury Companies: o conceito de ações de empresas que detêm Bitcoin, oferecendo exposição indireta à valorização do BTC.
  • Bitcoin-per-share: o valor de Bitcoin detido pela empresa é dividido pelo número de ações em circulação, uma métrica crucial que pode aumentar ao longo do tempo à medida que mais BTC é acumulado.

Por exemplo, a MicroStrategy hoje detém mais de 607 mil BTC, representando mais de 3% de todos os Bitcoins em circulação, potencializando a valorização das ações.

Cálculo – MicroStrategy:

  • Total BTC: 607.770
  • Número total de ações diluídas: aproximadamente 105 milhões (dados aproximados, julho de 2025).
  • BTC-per-share = 607.770 BTC ÷ 105.000.000 ações ≈ 0,00579 BTC por ação (~5,79 mBTC por ação)

À medida que a empresa adquire mais Bitcoin sem aumentar proporcionalmente o número de ações, o BTC-per-share aumenta, potencializando a valorização das ações.

Histórico de acumulação e o Valor da Ação

tabela

Essa tabela demonstra o crescimento significativo no número de Bitcoins acumulados e o impacto direto no preço das ações ao longo dos anos.

Meliuz, a nova oportunidade?

A Méliuz é um dos primeiros players brasileiros a adotar formalmente Bitcoin em suas reservas financeiras. Ao ouvir o CEO falar sobre essa nova fase, ficou claro que a empresa está seguindo uma tendência global e se posicionando para capturar valor com uma estratégia semelhante às grandes empresas internacionais como MicroStrategy e Tesla.

Essa estratégia pode representar uma grande oportunidade para investidores brasileiros que buscam exposição indireta ao Bitcoin através do mercado tradicional de ações.

Mas lembre-se:

  • Bitcoin como poupança: Bitcoin é frequentemente visto como uma reserva de valor, ou seja, uma forma de proteger e preservar capital no longo prazo, devido à sua escassez e descentralização.
  • Bitcoin Treasury: Ações de Bitcoin Treasury Companies, são formas mais estruturadas e reguladas de especular sobre o preço do Bitcoin. Elas possuem uma dinâmica semelhante às altcoins, porém com a vantagem adicional de estarem listadas em bolsas regulamentadas, oferecendo maior transparência e governança.

É importante entender que adquirir ações de Bitcoin Treasury Companies não é o mesmo que comprar Bitcoin diretamente. Ao investir nessas ações, você está adquirindo equity em uma empresa que possui uma estratégia financeira envolvendo Bitcoin. 

Isso significa:

  • Você não detém diretamente Bitcoin.
  • Está sujeito tanto à volatilidade do Bitcoin quanto aos riscos inerentes às decisões e à saúde financeira da empresa.

Potencial de Retorno:

  • Valorização dupla: da operação principal da empresa e do Bitcoin em seu balanço.
  • Aumento significativo no Bitcoin-per-share com valorização de BTC e aquisições estratégicas.

Riscos:

  • Alta volatilidade: quedas no preço do Bitcoin afetam significativamente os resultados financeiros da empresa.
  • Risco regulatório e operacional inerente às criptomoedas.

A pergunta que fica, todas as Bitcoin Treasury Companies vão ter o mesmo desempenho que a Microstrategy?

gráfico

⚠️ Gostou?

A nova fase da Méliuz, integrada à estratégia global das Bitcoin Treasury Companies, abre uma avenida promissora no mercado brasileiro. 

A lógica do aumento do Bitcoin por ação apresenta uma oportunidade estratégica única. Entretanto, é fundamental entender as nuances e riscos de investir em Bitcoin Treasuries Company versus investir diretamente em Bitcoin.

Este relatório não é uma recomendação, e sim  o foco é esclarecer o racional lógico das Bitcoin Treasury company e auxiliar investidores brasileiros a avaliar melhor suas decisões financeiras diante desse cenário inovador.

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Até a próxima edição!

O mercado de RWA até agora

O mercado de RWA até agora

Bem-vindos a mais uma edição do “O HODLER”, o melhor lugar para você que está querendo ficar por dentro de tudo que acontece no mercado.

Hoje vamos de novo falar de RWA, mas não explicar “o que é RWA” como fizemos na última vez, até porque nos últimos meses, vimos um aumento significativo na adoção de RWAs em redes públicas. Com mais de US$ 24,8 bi em ativos onchain e crescimento de +90% no número de holders em 30 dias, esse mercado está em franca ascensão.

Este mini relatório apresenta uma visão consolidada dos dados mais recentes sobre RWAs, destacando seus principais segmentos, players, redes e implicações. 

TUDO MASTIGADO PRA VOCÊ!

Bora para mais um HOOOODLER!

O sistema financeiro tradicional está exausto

Durante décadas, ativos do mundo real como imóveis, títulos públicos e ações estiveram presos a estruturas engessadas, custosas e opacas. Só quem tinha acesso privilegiado ou capital relevante conseguia participar desses mercados com eficiência.

A tokenização muda tudo.

Imagine um título do Tesouro dos EUA. Tradicionalmente, ele exige custódia centralizada, liquidez restrita, liquidação em dias úteis e altos custos operacionais.

Hoje, esse mesmo ativo pode ser representado por um token onchain, operável 24/7, com liquidez global, fracionado, auditável em tempo real, e transferido com um clique — sem intermediários tradicionais.

Isso não é futuro. Isso já está acontecendo. Com US$ 266,5 bi em valor agregado (onchain + stablecoins), os RWAs começam a formar um novo pilar da economia tokenizada, em paralelo às DeFi nativas.

Isso não é futuro. Isso já está acontecendo.

Os dados não mentem

Olha os dados até junho de 2025:

  • Valor Total Onchain (RWA): US$ 24,83 bi
  • Total de Holders: 282.505
  • Total de Emissores: 249
  • Stablecoins dominam o mercado com US$ 241,7 bi
  • Crescimento em 30 dias: +6,18% em valor e +90,85% em usuários
  • Existem US$ 266,5 bilhões em RWAs, sendo US$ 24,8 bilhões efetivamente onchain
  • O número de investidores cresceu +90% em apenas 30 dias
  • Já são 249 emissores ativos, com destaque para stablecoins, crédito privado e títulos do Tesouro
img 1

Isso significa que a tese já saiu do PowerPoint. O capital institucional está entrando. As infraestruturas estão prontas. E o investidor comum está ganhando acesso ao que antes era exclusivo.

Preparei alguns destaques por segmento

Private Credit

  • Valor Total de Empréstimos: US$ 26,41B
  • Empréstimos Ativos: US$ 14,52B
  • APR Média: 10,36%
  • Protocolos líderes:
    • Figure: US$ 13,3B
    • Tradable: US$ 4,7B (sem inadimplência)
    • Maple: US$ 3,5B

Tokenized Stocks

  • Total Tokenizado: US$ 424M
  • Principais ativos: EXOD (US$ 294M), COIN, bCSPX
  • Atividade mensal: +7.900% em endereços ativos

Fundos Institucionais

  • Total: US$ 564M
  • Líderes: Securitize (US$ 354M), Superstate, Nest

Commodities

  • Total: US$ 1,62B
  • Principais emissores: Paxos (US$ 934M), Tether (US$ 671M)
  • Ativo predominante: Ouro tokenizado (PAXG, XAUT)

U.S. Treasuries

  • Total: US$ 7,38B
  • Fundo líder: BlackRock BUIDL (US$ 2,82B)
  • Protocolos: Ondo, Franklin Templeton, Circle

Global Bonds

  • Total: US$ 258M
  • Maior player: Spiko (84,5% do market share)

Infraestrutura madura, inovação real

As redes Ethereum, zkSync, Aptos e Solana já abrigam bilhões em ativos do mundo real. Protocolos como Centrifuge, Ondo, Maple, Securitize e Franklin Templeton mostram que RWA não é mais só um experimento: é um produto de mercado.

img 2

Estamos vendo:

  • Ouro tokenizado com liquidez global.
  • Fundos institucionais rodando em blockchain.
  • Treasuries com +US$ 7 bilhões tokenizados.
  • Crédito privado gerando +10% de yield anual.
  • Ações tokenizadas com +35.000 investidores únicos.

O Spectrum de Tokenização mostra a direção

O RWA.xyz propôs uma classificação dos ativos em 5 estágios — do tradicional ao totalmente onchain. A maioria dos ativos ainda está entre os modelos 2 e 3 (representação e integração parcial).

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Mas os modelos 4 e 5 (enforcement legal e 100% onchain) são inevitáveis.

A tendência é clara: assim como o e-mail substituiu o fax, o onchain substituirá o papel. É uma questão de tempo — e jurisdição.

RWA não depende do sucesso do Bitcoin. Ele depende da lógica simples de que ativos tokenizados são mais eficientes, mais líquidos, mais transparentes e mais acessíveis.

É o mesmo movimento que vimos com a internet: começou como um playground nerd. Hoje é infraestrutura. RWA está no mesmo caminho. E, diferente do hype das memecoins, aqui o valor é real, colateralizado e produtivo.

Oportunidade histórica

Você está no ponto de inflexão de um mercado que pode transformar US$ 500 trilhões de ativos tradicionais em tokens acessíveis globalmente. Quem entender, construir e investir agora está se posicionando para capturar valor na nova camada base das finanças globais.

RWA não é uma “narrativa de ciclo”. É o que vem depois da cripto especulativa e antes da adoção massiva.

⚠️ Gostou?

RWAs estão rapidamente se consolidando como um pilar crítico no futuro das finanças. Apesar dos desafios regulatórios e operacionais, o mercado está amadurecendo com infraestrutura, liquidez e uso real.

Stablecoins são a porta de entrada, mas o crédito privado, treasuries tokenizados e ativos institucionais representam os segmentos de maior potencial.

À medida que mais jurisdições reconhecem legalmente tokens como instrumentos financeiros, veremos uma migração cada vez maior para os modelos 4 e 5 do Spectrum.

A tokenização de ativos reais não é apenas uma tendência. É um novo mercado se formando na interseção entre DeFi, TradFi e tecnologia blockchain.

Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.

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Até a próxima edição!