O Bitcoin (BTC) marcou um raro – mas não inédito – setembro positivo. Nos últimos dez anos, esta foi a terceira vez em que a criptomoeda de referência apresentou ganhos neste mês. Este comportamento é conflitante com os temores associados à flexibilização do gasto público nos Estados Unidos e uma constante valorização do dólar norte-americano. O sinal de que o ativo digital está amadurecendo é cada vez mais nítido, e seus próximos fundamentos dão corpo ao movimento de preços, que não só retomou os US$ 28 mil, mas pode também manter sua alta no curto e médio prazos, seguindo a perspectiva técnica demonstrada em outros Satoshi Calls.
Salvos pela caneta!
Um velho conhecido bateu à porta dos Estados Unidos nas últimas semanas e só na noite deste sábado que uma resolução foi encontrada. Para evitar a paralisação de importantes serviços federais, o governo precisava remanejar seus gastos. A discussão entre deputados e senadores foi grande e até parlamentares da base do governo se opuseram ao modelo apresentado para salvar o mês.
Porém, mais uma vez, o “shutdown” foi evitado com a assinatura do projeto de lei por Joe Biden no lento – mas pontualmente veloz – capitólio. Quem “se deu mal” nessa foi a Ucrânia, que viu seu financiamento à guerra contra a Rússia ser retirado do documento. Entretanto, congressistas disseram que este assunto será tratado separadamente.
Apesar da vitória do governo, há pouco a se comemorar. Afinal, os US$ 16 bilhões liberados só dão fôlego ao país até 17 de novembro. Até lá, novas negociações devem ocorrer para que os Estados Unidos consigam flexibilizar suas contas.
Embora críticas possam ser feitas, a necessidade de projetos de leis momentâneos para manter o governo operando vem de tempos atrás. Desde a pandemia do novo coronavírus, por exemplo, parlamentares da base de Donald Trump também lutavam para conseguir verba e evitar um shutdown. Então, podemos esperar que a história e os receios se repitam mais vezes.
Um respiro econômico
Polêmicas e flexibilização de gastos à parte, os Estados Unidos viram seu Produto Interno Bruto (PIB Q2) avançar 2,1% no segundo trimestre deste ano, ligeiramente abaixo do esperado pelos analistas. Ao mesmo tempo, o índice de preços PCE fortalece – mesmo que só um pouquinho – a narrativa positiva para um “pouso suave”.
Setembro
Projeção
Agosto
PIB Q2
2,1%
2,2%
2,0%
PCE
3,7%
3,7%
4,9%
Sinais menos pessimistas
A Zona do Euro é uma das regiões mais voláteis economicamente falando atualmente. Os índices de Confianças do Consumidor e Serviços recuaram novamente, mostrando que há pouco sinal de uma recuperação por lá. A indústria, porém, é uma luz no fim do túnel. Apesar de ainda estar em campo negativo, o setor vem melhorando mês a mês sua confiança no bloco. O alívio mesmo vem nas prévias da Inflação ao Consumidor (CPI), que apontam para uma desaceleração em setembro.
Setembro
Projeção
Agosto
CPI
4,3%
4,5%
5,2%
Núcleo CPI
4,5%
4,8%
5,3%
Um possível otimismo, entretanto, passa bem longe da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. A chefe monetária disse que as pressões domésticas sobre os preços continuam fortes, sinalizando que a inflação ainda é uma preocupação na região. Em outras palavras: nada de corte de juros!
Desabando paredes
Na China, outra velha conhecida deu as caras na última semana. A crise da Evergrande, uma das maiores incorporadoras imobiliárias do país, elevou as preocupações sobre a recuperação econômica chinesa.
Por se concentrar em um setor base da economia local, a situação da Evergrande tem potencial para impactar não só o mercado imobiliário, mas também outros segmentos, sejam eles nacionais ou internacionais. O efeito cascata sobre o calote da incorporadora e sua quebra são discutidos há mais de ano.
Não se animem com os juros
O recente corte de 0,5% na SELIC animou os investidores brasileiros, que viram a possibilidade de uma aceleração na redução dos juros. Entretanto, não é isso que a ata do Copom mostra. Na última reunião, o documento aponta que flexibilizações acima dos 50 pontos-base estão distantes, ainda mais considerando possíveis forças inflacionárias.
Essa perspectiva é compartilhada com os dados, em que o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, subiu 0,35% em setembro. Já a inflação de porta de fábrica (PPI) também subiu 0,92% em agosto, após seis quedas consecutivas. No entanto, há uma notícia positiva no front do emprego: a taxa de desemprego caiu para 7,8% no trimestre encerrado em agosto.
Bitcoin contrariando a história
Setembro se encerrou em meio a um raro evento. O Bitcoin terminou o mês com alta de 3,99%. Para se ter uma ideia, nos últimos dez anos, apenas em três ocasiões – contando esta – que a criptomoeda de referência fechou o período com ganhos. Já na abertura de outubro, a tendência de alta permanece, com o mercado empurrando o ativo para próximo dos US$ 28,5 mil. Chamado também de uptober, este mês costuma ser positivo à moeda digital, segundo dados históricos. Assim, as oscilações macroeconômicas mais uma vez foram praticamente desconsideradas pelos investidores, com seus próprios fundamentos sendo responsáveis pela alta.
Beijinho no ombro e tchau!
Os quase inéditos ganhos em setembro contrastam com os avanços constantes do índice dólar (DXY). Apesar de uma alta de 2,45% da moeda norte-americana no último mês, o Bitcoin também seguiu no positivo.
Este movimento, de certa forma, pausa momentaneamente a famosa correlação inversa de desempenho entre esses dois ativos. Por conta desse paralelo histórico, é importante manter o dólar no radar para observar quanto tempo essa descorrelação vai durar.
Adiamentos e acúmulos
A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) adiou mais uma vez a decisão sobre os ETFs de Bitcoin propostos por BlackRock, Bitwise, Valkyrie, entre outros gestores. Não dá para dizer que este movimento é uma surpresa, afinal, os reguladores ainda não estão nem um pouco confortáveis em dar este passo em prol de uma demanda institucional por um ativo descentralizado.
Mesmo assim, a decisão negativa passou longe de afetar um dos maiores compradores corporativos de BTC. A MicroStrategy, liderada por Michael Saylor, comprou mais 5.445 Bitcoins, totalizando US$ 147,3 milhões.
De olho na rede
A falta de uma movimentação mais brusca para o preço do Bitcoin acompanha uma queda considerável no volume de troca da criptomoeda, que atingiu mínimas de 5 anos. Com isso, podemos entender que os detentores estão no modo HODL de suas moedas.
O baixo número de trocas é observado também pelo cada vez menor volume de BTC disponível nas exchanges. Esse comportamento costuma indicar que as negociações estão restritas a contato direto, o que tende a reduzir as compras e vendas, assim como sugere uma falta de intenção de comercialização. Além disso, há sinais bullish, à medida que as baleias continuam a acumular, segundo a Chainlink.
Saindo da xícara
A análise técnica do último Satoshi Call caminha para uma confirmação nesta semana. Com os ganhos recentes, o Bitcoin está rompendo o canal da alça da xícara do padrão cup and handle. Caso o desenho se consolide mesmo, podemos observar uma alta de preços ainda mais consistente no curto e médio prazos, quebrando resistências importantes, como a região dos US$ 30 mil.
Já as bandas de Bollinger voltaram a um período lateral, acompanhando bem o momento de baixa volatilidade da criptomoeda. A mediana, em US$ 28 mil, é o nível de equilíbrio no momento. Em contrapartida, os US$ 24,3 mil são o suporte mais próximo, marcado pela linha inferior do indicador, assim como pelo meio do canal da alça e também pela última grande resistência rompida.
Nos indicadores adjacentes, o MACD mantém sua aproximação das linhas para um cruzamento para cima, mostrando a força dos touros neste momento. Enquanto isso, o Índice de Força Relativa (RSI) se posiciona acima dos 54 pontos, com o setor em equilíbrio, mas com leve vantagem dos compradores.
Conclusão
O amadurecimento do Bitcoin tem sido nítido nos últimos meses. As constantes oscilações marcadas pelos eventos macroeconômicos estão cada vez menores, tornando a criptomoeda um ativo mais autônomo e com suas próprias perspectivas. Claro que este crescimento ainda é algo volátil e movimentos externos nunca devem ser desconsiderados, afinal, eles afetam toda uma economia global extensa.
Mas como discutido em outros Satoshi Calls, o halving cada vez mais próximo tem colocado o Bitcoin em uma posição aparentemente favorável à acumulação. A baixa volatilidade e reservas da criptomoeda nas exchanges menores são comportamentos bem característicos destes períodos.
Há ainda uma série de etapas a serem cumpridas e muitas resistências quebradas para que vejamos o potencial histórico do halving. Até lá, os padrões gráficos podem ajudar na tomada de decisão e potencializar as negociações e acúmulos da criptomoeda no curto e médio prazos.
Bem-vindos à mais uma edição do “O HODLER”, a melhor newsletter do mercado crypto brasileiro.
Durante minhas recentes férias, decidi mergulhar em alguns materiais que estavam acumulando em meu backlog – aquele backlog infinito do mundo crypto que parece nunca ter fim. Nessa imersão, dois tópicos capturaram minha atenção: a tokenização de dados e os Ativos do Mundo Real (RWA).
Neste relatório, vou me aprofundar no fascinante mundo dos RWA – outro dia falo sobre tokenização de dados – e explorar sua crescente relevância no ecossistema das finanças descentralizadas.
Como eu venho falando nos últimos anos, tudo será tokenizado, é inevitável.
Vem comigo!
🤔 O que é o RWA ou Ativos do Mundo Real?
Os RWA estão revolucionando a forma como vemos e interagimos com investimentos tradicionais. Ao combinar o mundo físico com o digital, estamos abrindo portas para oportunidades financeiras inovadoras, especialmente no espaço DeFi (Finanças Descentralizadas).
RWAs referem-se a ativos tangíveis e intangíveis que têm valor no mundo real, como imóveis, arte, títulos e carros. Quando esses ativos são “tokenizados”, eles são convertidos em uma representação digital na blockchain, permitindo que sejam facilmente negociados e acessados globalmente.
A beleza dos RWAs no espaço DeFi é que eles servem como uma ponte entre o mundo financeiro tradicional e o ecossistema digital em rápido crescimento.
Deixa eu te dar um exemplo: um edifício real pode ser tokenizado e, em seguida, esses tokens podem ser usados como garantia para obter um empréstimo em uma plataforma DeFi e isso é só a ponta do iceberg.
Tokenizar um RWA é como dar a ele uma identidade digital. Por exemplo, uma pintura valiosa pode ser tokenizada, dividindo-a em muitos pedaços digitais (tokens). Isso permite que várias pessoas invistam em frações dessa pintura, sem nunca possuir o item físico.
Isso tudo parece uma loucura, mas vou simplificar nas próximas fases desse report.
💡 Ligando o Tradicional ao Digital
Para ligar as duas coisas precisamos entender elas. Vamos dar uma pausa de RWA para falar de TradFi e DeFi.
TradFi, ou Finanças Tradicionais, refere-se ao sistema financeiro convencional que todos conhecemos: bancos, corretoras, bolsas de valores e outras instituições financeiras que operam sob um quadro regulamentar estabelecido e são centralizadas por natureza.
DeFi, ou Finanças Descentralizadas, é um sistema financeiro que opera em plataformas blockchain, como Ethereum. Ele busca replicar produtos financeiros tradicionais (como empréstimos e trocas) em um ambiente descentralizado, sem intermediários.
Voltando ao assunto te faço uma pergunta: Por que a transição para DeFi é necessária? Vou te responder em 4 tópicos!
Eficiência de Custo: Isso significa que as operações em DeFi podem ser realizadas a um custo menor, beneficiando os usuários finais.
Acessibilidade: DeFi é acessível a qualquer pessoa com uma conexão à internet e uma carteira digital, removendo barreiras geográficas e financeiras.
Transparência: Todas as transações em DeFi são registradas em uma blockchain, proporcionando transparência total e rastreabilidade.
Inovação: DeFi permite a criação de produtos financeiros inovadores que não são possíveis no sistema TradFi.
Detalhe importante, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu a eficiência de custo do DeFi em comparação com o TradFi. Esta é uma descoberta significativa, pois fornece dados concretos que mostram que DeFi é uma alternativa mais barata ao sistema financeiro tradicional. É a primeira pesquisa que compara os custos de ambos os sistemas.
💡 O que vai ser tokenizado?
O potencial de mercado para tokenização é gigantesco, porque praticamente todos os ativos tangíveis e intangíveis possuem valor. Para entender o tamanho do mercado a ser tokenizado, podemos considerar vários segmentos de ativos:
Imóveis
Este é um dos maiores mercados do mundo. De acordo com um relatório da Savills, o valor total dos imóveis em todo o mundo foi estimado em cerca de $280 trilhões em 2017. A tokenização pode permitir a divisão de propriedades em tokens negociáveis, tornando o investimento imobiliário mais acessível.
Arte e Colecionáveis
O mercado global de arte foi avaliado em mais de $60 bilhões em 2019. A tokenização pode permitir que investidores comprem uma fração de uma obra de arte, tornando o investimento em arte mais acessível e líquido.
Ativos Financeiros
Isso inclui ações, títulos, derivativos e outros instrumentos financeiros. O tamanho deste mercado é de vários trilhões de dólares. A tokenização pode trazer maior liquidez e acessibilidade a esses ativos.
Commodities
Ouro, prata, petróleo e outras commodities têm um mercado de trilhões de dólares. A tokenização pode permitir a negociação fracionada desses ativos.
Ativos Intangíveis
Isso inclui patentes, direitos autorais, royalties e outros ativos intangíveis. Embora seja difícil estimar o valor total deste mercado, ele representa trilhões de dólares.
Outros Ativos
Isso inclui ativos como infraestrutura (por exemplo, rodovias, pontes), empresas privadas, direitos de exploração de recursos naturais, entre outros.
Considerando todos esses segmentos, o mercado total a ser tokenizado é de vários centenas de trilhões de dólares. No entanto, é importante notar que nem todos esses ativos serão tokenizados.
A extensão da tokenização dependerá de vários fatores, incluindo avanços tecnológicos, regulamentações, aceitação do mercado e outros desafios.
💡 Quem vai vender as pás?
Na famosa corrida do ouro do século XIX, muitos aventureiros correram para as montanhas na esperança de encontrar fortuna. No entanto, uma observação interessante é que, enquanto alguns garimpeiros encontraram ouro, muitos mais se beneficiaram vendendo as ferramentas necessárias para a busca – como pás. Em outras palavras, em meio a uma febre de ouro, aqueles que forneceram as ferramentas essenciais muitas vezes colheram os maiores benefícios.
Da mesma forma, no ecossistema DeFi e RWA, enquanto muitos estão explorando e investindo em diferentes ativos e oportunidades, são os protocolos – as “ferramentas” deste novo mundo financeiro – que estão se posicionando como os verdadeiros catalisadores e beneficiários desta revolução.
Estes protocolos fornecem a infraestrutura necessária para que tudo aconteça – aí que entra nós meros mortais.
Para que essa revolução financeira se concretize plenamente, é essencial ter uma ponte sólida entre o mundo digital e o mundo real. E é aqui que entra a importância dos Ativos do Mundo Real (RWA). Existem projetos inovadores que estão focados em construir essa ponte, garantindo que os ativos reais possam ser facilmente integrados ao mundo DeFi.
Esses são 5 projetos que eu estou de olho dentro dessa narrativa:
MakerDAO: Uma plataforma DeFi que permite que ativos reais, como imóveis, sejam usados como garantia para empréstimos digitais.
Centrifuge: Ajuda empresas e indivíduos a transformar seus ativos reais em tokens, tornando-os acessíveis para financiamento no mundo DeFi.
Goldfinch: Foca em empréstimos sem garantia, permitindo que empresas obtenham financiamento com base em sua reputação e histórico.
Ondo Finance: Um protocolo que cria produtos financeiros híbridos, combinando aspectos do mundo real e DeFi.
Maple Finance: Conecta investidores institucionais a oportunidades no espaço DeFi, usando RWAs como uma forma de garantia.
Mas existe todo um ecossistema sendo construído que já está avaliado em mais de $6bi de acordo com o Coinmarketcap.
⚠️ Implicações da narrativa
A transição do sistema financeiro tradicional para o mundo DeFi não é apenas uma mudança tecnológica, mas também traz consigo uma série de implicações profundas que afetam tanto os indivíduos quanto as instituições.
Listei alguns riscos dessa narrativa para gente ficar de olho.
Desintermediação
A remoção ou redução da necessidade de intermediários em transações financeiras.
Implicações:
Eficiência de Custo: Transações em DeFi tendem a ter custos mais baixos, pois não há intermediários que cobram taxas.
Acesso Direto: Os usuários podem interagir diretamente com os mercados, sem a necessidade de um intermediário, como um banco ou corretora.
Desafios: A falta de intermediários também significa menos proteção para os usuários, pois não há entidades reguladas supervisionando as transações.
Desafios Regulatórios:
A natureza descentralizada de DeFi cria desafios para os reguladores em termos de supervisão e controle.
Implicações:
Ambiguidade: Muitos países ainda estão determinando como regular o espaço DeFi.
Adaptação: Às plataformas DeFi podem precisar ajustar suas operações para cumprir novas regulamentações.
Proteção ao Consumidor: A regulamentação pode ser vista como uma maneira de proteger os consumidores de práticas desonestas ou fraudulentas.
Riscos de Segurança:
Embora a tecnologia blockchain subjacente seja segura, os protocolos e plataformas DeFi podem ter vulnerabilidades.
Implicações:
Ataques: Há uma história crescente de ataques a protocolos DeFi, resultando em perdas significativas.
Responsabilidade: Sem intermediários, os usuários são muitas vezes responsáveis por sua própria segurança, o que significa que precisam ser mais vigilantes.
Inovação: A comunidade DeFi é rápida em aprender com erros e vulnerabilidades, levando a inovações e melhorias contínuas na segurança.
⚠️ Gostou?
Espero que tenham gostado de mais uma news.
Estamos vivendo uma transformação financeira com a ascensão da tokenização e do DeFi. Assim como a corrida do ouro abriu novas oportunidades no passado, a tokenização está mudando a forma como interagimos com ativos. O potencial é enorme, abrindo portas para que muitos tenham acesso a investimentos antes fora de alcance.
Porém, com novas oportunidades vêm desafios. Segurança, regulamentação e aceitação são questões a serem enfrentadas. Mas, assim como na corrida do ouro, os maiores beneficiados podem ser aqueles que fornecem as ferramentas para essa revolução, ou seja, os protocolos e plataformas DeFi.
Em resumo, estamos no início de uma nova era financeira, repleta de promessas e possibilidade de fazer mais bitcoin!
Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.
Se quiser me acompanhar, estou no Twitter e Instagram sempre analisando mercado e tendo alguns insights.
Com poucos dias à frente para encerrar o mês e também o terceiro trimestre deste ano, o Bitcoin (BTC) esboçou uma retomada de preços, mas foi impedido por uma forte resistência. A capitalização de mercado, entretanto, mostra que o dinheiro segue fluindo para a criptomoeda, com pouca atenção voltada às oscilações de preços atuais. Mesmo assim, a pressão ainda é vendedora, com altos volumes de negociação nos últimos meses. Parte desse movimento pode estar associado à distribuição de BTC entre os maiores detentores do ativo. Então, vamos olhar para os ciclos de tempo e outros indicadores para identificar as principais tendências.
O dinheiro está entrando
A análise do gráfico mensal de capitalização do BTC mostra um candle positivo, indicando a entrada de capital no ativo. Isso sugere que investidores de longo prazo não estão preocupados com as flutuações de preço recentes. Muito provavelmente, a crença destes players é que estamos em um período que antecede o halving de 2024. Historicamente, o período pós-halving costuma trazer valorização para o ativo e isto motiva investidores que estão olhando para o futuro da criptomoeda.
Para fortalecer esta visão, percebemos um padrão interessante em dados passados. Em setembro de 2022, também houve entrada de capital, marcando o início de um movimento de alta que continuou ao longo de 2023. De setembro de 2022 até o final de setembro de 2023, temos um ciclo temporal de 13 meses. Estudado por Goichi Hosoda, criador da Teoria do Tempo usada na metodologia Ichimoku Kinko Hyo, esse ciclo temporal parece estar em ação novamente. Ele é considerado um equilíbrio entre ciclos de 9 e 17 meses.
Setembro de 2021 também testemunhou entrada de capital, elevando a dominância do Bitcoin de 39,71% para 47,68%. Mais uma vez, temos um ciclo de 13 meses, de setembro de 2021 a setembro de 2022. Em setembro de 2020, o padrão se repetiu com a entrada de capital.
Portanto, desde 2020, independentemente da movimentação de preço, setembro tem sido consistentemente um mês de entrada de capital e aumento na dominância do Bitcoin. Isso sugere que, mesmo que o preço da moeda digital feche o mês com uma variação negativa, investidores de longo prazo estão otimistas, aproveitando as quedas para aumentar suas posições.
Outra observação relevante é que, até o momento em que estou escrevendo este relatório, o volume de negociações de entrada e saída de capital é menor do que nos meses de agosto e julho. Isso pode ser um alerta para investidores menos experientes que buscam seguir o movimento dos grandes players de longo prazo.
Oferta e demanda
Agora, direcionamos nossa atenção para o gráfico mensal de preços do Bitcoin. Ao examinar a imagem apresentada, fica evidente que os meses de julho e agosto de 2023 foram marcados por variações negativas nos preços da criptomoeda, acompanhadas por um aumento no volume de negociações. Isso indica um domínio da oferta sobre a demanda, pressionando os preços para baixo.
No mês de setembro, observamos que os vendedores reduziram sua intensidade, sugerindo uma diminuição da pressão de venda. No entanto, ao examinar o volume de compra e venda de Bitcoins à vista até o momento, notamos que ele é inferior aos meses anteriores, indicando uma demanda mais fraca. É importante lembrar que, sem uma demanda robusta no mercado, é difícil para os preços subirem.
Para aprofundar a análise, adicionamos uma linha Tenkan Sen do Ichimoku Kinko Hyo, que representa um equilíbrio de 9 meses, ao gráfico mensal. Identificamos um suporte local na região de US$ 24,2 mil. Essa faixa de preço está dentro do intervalo que já mencionamos em relatórios anteriores, compreendido entre US$ 24,8 mil e US$ 23,1 mil.
Usando a metodologia do Ichimoku Kinko Hyo, podemos fazer uma previsão. A Tenkan Sen deve subir para a região de US$ 25,7 mil a partir de 1º de outubro. Essa informação nos permite antecipar possíveis cenários.
Caso o preço do Bitcoin esteja abaixo deste valor, a Tenkan Sen, que atualmente atua como suporte, se tornará uma nova resistência local para o gráfico mensal. Isso pode sugerir uma continuação da pressão de venda. Mas se o preço romper essa barreira, a Tenkan Sen continuará a operar como suporte, mas com um valor mais elevado do que o atual na região de US$ 25,7 mil. Isso poderia indicar uma possível reversão de tendência.
Existem duas razões que nos levam a estar preparados para um cenário em que o preço opere abaixo desses níveis. Primeiro, a falta de demanda significativa até o momento não proporcionou um impulso de alta. Em segundo lugar, desde 2017, temos visto consistentemente uma variação de preço negativa para o Bitcoin no mês de setembro, como já detalhamos em relatórios anteriores.
Pressão de vendas
Entramos na 16ª semana do ciclo temporal que temos acompanhado nos últimos meses no gráfico semanal. Na semana passada, observamos uma tentativa de alta que testou pontos cruciais de equilíbrio, mas o preço acabou caindo novamente, resultando em uma vela semanal com um pavio superior significativo. Isso sinaliza que, predominantemente, os vendedores estavam no controle do mercado.
O volume de negociação da semana passada foi menor do que o volume da semana anterior, o que indica que a tentativa de alta, que testou a Tenkan Sen, não teve uma presença ativa da demanda. Isso resultou em mais uma vez os vendedores dominando o movimento e uma variação de preço com fechamento negativo.
A Chikou Span, que é plotada 26 semanas no passado, permanece abaixo dos preços. Isso revela que os investidores que entraram comprando na primeira semana de abril ainda não viram suas posições se valorizarem e só entrarão em território lucrativo com preços acima de US$ 28 mil.
No curto prazo, o movimento do preço do Bitcoin no gráfico semanal é dominado pelos vendedores de 9 semanas atrás. Quando o valor tocou a Tenkan Sen na semana passada e depois caiu, ficou evidente que aqueles que haviam vendido na semana de 24 de julho estavam defendendo suas posições de venda em seu ponto de equilíbrio, que era justamente a região de preço da Tenkan Sen.
O contexto macro do gráfico semanal ainda mostra uma grande lateralidade, com as linhas “Kijun Sen”, “Tenkan Sen”, “Senkou Span A” e “Senkou Span B” planas, confirmando a consolidação do mercado. No entanto, a pressão predominante ainda é de venda. É importante destacar que essa pressão de venda está ocorrendo nas mínimas da estrutura de lateralidade, e como mencionado em relatórios anteriores, é comum que o preço teste abaixo das mínimas estruturais em busca de liquidez.
Neste cenário, a análise indica um mercado lateralizado com pressão de venda predominante. Os vendedores que entraram há algumas semanas estão segurando suas posições, e a demanda ainda não demonstrou força suficiente para reverter essa tendência. O contexto macro reforça a consolidação, mas a presença de vendedores nas mínimas sugere uma necessidade de cautela.
Distribuição entre carteiras
Olhando para o gráfico semanal que monitora o número de endereços que detêm grandes quantidades de Bitcoins, encontramos as seguintes informações relevantes:
Endereços com mais de 100 Bitcoins: Desde a semana de 04 de setembro, estávamos observando uma diminuição no número de endereços que possuem mais de 100 Bitcoins. Agora o gráfico aponta um leve aumento.
Endereços com mais de 1.000 Bitcoins: Ainda vemos queda no número de endereços com mais de 1.000 Bitcoins desde a semana de 21 de agosto.
Endereços com mais de 10.000 Bitcoins: O número de endereços com mais de 10.000 Bitcoins que permaneceu estável ao longo do mês, teve um incremento na última segunda-feira.
Durante as três primeiras semanas de setembro, observou-se cautela entre os grandes investidores. Isso é evidenciado pelo indicador SOPR, que não conseguiu ultrapassar a linha 1 e permanece sinalizando que investidores com menos experiência estão sendo forçados a encerrar suas posições com algum prejuízo. Além disso, há um grupo de investidores que costuma operar com stops curtos devido a restrições de gerenciamento que não permite que sustentem perdas por muito tempo. Esses fatores podem contribuir para o SOPR permanecer abaixo da linha 1.
Diversos fatores podem contribuir para a calmaria atual no mercado de criptomoedas. Um deles é a análise técnica que sugere a existência de muita liquidez abaixo das mínimas da estrutura de preços semanal. Até o momento, não foi observada nenhuma entrada significativa de demanda para reverter essa situação.
A única coisa que pode impedir o preço de buscar a liquidez abaixo das mínimas nos suportes sugeridos em “Variação de Mercado” anteriores é uma entrada de demanda impulsionada por algum evento externo à estrutura. Isso poderia incluir uma notícia relevante que afete o mercado de criptomoedas de forma significativa.
A análise dos dados on-chain indica cautela entre os grandes detentores de Bitcoin, com muitos deles diminuindo suas posições e o SOPR sugerindo que alguns investidores podem estar enfrentando prejuízos. A falta de entrada de demanda significativa até o momento pode levar o mercado a buscar liquidez abaixo das mínimas estruturais, a menos que ocorra um evento externo que impulsione a demanda. Por isso, é fundamental manter uma postura atenta e flexível no atual cenário de mercado.
Acumulação X Distribuição
Continuamos monitorando o gráfico diário em busca de uma estrutura de preços sugerida pela metodologia de Richard Wyckoff e identificamos a presença de um “Order Block” nas mínimas estruturais. Em regiões de “Order Block”, é comum que o preço experimente algum tipo de reação.
É importante ressaltar que estamos na última semana de setembro e, ao mesmo tempo, na última semana de um ciclo temporal de 16 períodos semanais. Nesse contexto, é crucial manter um nível elevado de vigilância, pois os movimentos diários de preços podem oferecer falsos sinais de direção.
Apesar de o preço do Bitcoin estar próximo a um “Order Block”, a oferta ainda é predominante no mercado, o que pode limitar o impacto desse evento específico.
A Nuvem de Ichimoku continua atuando como uma resistência significativa para o movimento de preços no gráfico diário. A linha “Senkou Span B” permanece plana, confirmando a estrutura lateral do mercado, enquanto as linhas “Tenkan”, “Kijun” e “Senkou Span A” apontam para baixo, indicando que o preço pode continuar a cair em um curto prazo.
Desde 19 de setembro, quando o preço começou a cair, observamos uma diminuição no volume de negociação. Isso é provavelmente devido à aproximação do “Order Block”, com os investidores aguardando para ver qual tipo de reação ocorrerá nesta região. Olhando para o volume de toda a estrutura desde 17 de agosto, também é possível observar uma redução no volume, isso pode sugerir que estamos próximos de encerrar mais uma fase da estrutura.
No cenário atual, a análise do gráfico diário indica que estamos próximos de um “Order Block”, mas a “oferta” ainda está controlando o mercado. A Nuvem de Ichimoku age como uma resistência significativa, e os indicadores apontam para uma possível continuação do movimento de baixa.
Conclusão
À medida que encerramos a análise da movimentação de preços do Bitcoin ao longo do mês, observamos que o mercado de criptomoedas se encontra em um ponto de inflexão, com diferentes forças em jogo.
No nível mensal, notamos uma entrada constante de capital, sugerindo que investidores de longo prazo mantêm suas posições com otimismo, à medida que se aproximam do halving de 2024. No entanto, no curto prazo, o gráfico semanal revela um movimento de queda, com vendedores exercendo pressão sobre os preços. Os dados on-chain indicam cautela entre os grandes detentores de Bitcoin, com falta de demanda significativa para reverter a pressão de venda.
A análise do gráfico diário destaca a presença de um “Order Block”, que poderia servir como ponto de inflexão, mas a oferta continua predominante, tornando a situação delicada. A Nuvem de Ichimoku age como resistência, e os indicadores apontam para a possibilidade de preços mais baixos no curto prazo. Além disso, estamos no final de setembro e do ciclo temporal de 16 semanas, o que pode aumentar a volatilidade. É essencial manter uma abordagem cautelosa e flexível neste cenário.
Em resumo, embora os investidores de longo prazo mantenham sua crença no potencial futuro do Bitcoin, o curto prazo apresenta desafios significativos. A falta de demanda imediata e a pressão de venda atualmente predominante indicam a necessidade de prudência. Estaremos atentos a possíveis eventos externos que possam afetar o mercado e continuaremos a monitorar de perto as mudanças nos próximos períodos.
Agradecimento
Espero que as informações e insights fornecidos neste relatório tenham sido úteis e informativos. À medida que continuamos a acompanhar o mercado de criptomoedas em constante evolução, é o apoio e o interesse de pessoas como você que nos motivam a fornecer análises detalhadas e perspicazes.
Fique à vontade para entrar em contato a qualquer momento para mais informações, esclarecimentos ou para discutir qualquer aspecto deste relatório. Estou aqui para contribuir e compartilhar conhecimento.
Obrigado por sua atenção e interesse neste trabalho.
Caso queira conhecer um pouco mais sobre o meu trabalho, você também pode me encontrar em meu canal no Youtube ( https://www.youtube.com/@emerson_antunes ) e em meu perfil no Instagram ( @emerson_anttunes).
A lateralidade permanece firme e forte para os lados do Bitcoin (BTC). Embora seja característica de períodos pré-halving, a falta de “pistas” sobre o comportamento da criptomoeda é, até certo ponto, angustiante para muitos investidores. Para complicar ainda mais, há também uma descorrelação importante da moeda digital com o mercado tradicional, tornando os gatilhos de preços – sejam de alta ou baixa – ainda mais imprevisíveis. Por isso, a ideia aqui é pontuar essa perda de conexão e como os fundamentos do próprio BTC podem ser o ponto-chave para embasar suas negociações.
Vem mais juros por aí!
Nos Estados Unidos, a política monetária esteve no centro do palco na última semana. Como esperado pela maioria dos investidores, o Federal Reserve manteve sua taxa de juros atual, assim como fez duas reuniões atrás.
Entretanto, Jerome Powell, presidente do FED, disse que a inflação ainda não atingiu a meta desejada e indicou uma postura cautelosa em relação às taxas. Durante coletiva, o mandatário comentou que o banco central está disposto a elevar os juros novamente, se necessário, para manter a inflação sob controle.
O ponto de discussão ganha um tom mais quente quando olhamos para as prévias do Índice Gerente de Compras (PMIs). Apesar da melhora nos indicadores de Serviços, Indústria e Composto, não dá para dizer que a economia está bem postada em território de expansão.
Na ponta do lápis
As contas públicas dos Estados Unidos continuam sendo o grande impasse no país. Os republicanos mais “casca-grossas” estão resilientes às pressões para aprovar novos cortes no orçamento. Inclusive, eles ainda levaram ao adiamento das votações no Congresso.
Caso não ocorra o reajuste nos gastos públicos, algumas funções federais – como a emissão de passaportes, entre outras atividades – podem ser paralisadas por falta de verba já no próximo mês. Essa perspectiva tem deixado congressistas e empresários preocupados com a situação das contas norte-americanas.
No caminho da recuperação?
Do outro lado do oceano, a Zona do Euro enfrenta seus próprios desafios. A queda contínua da inflação ao consumidor (CPI) pelo quarto mês consecutivo em agosto reflete uma demanda mais fraca e potencialmente um ambiente deflacionário.
Agosto
Projeção
Julho
CPI
5,2%
5,3%
5,3%
CPI Núcleo
5,3%
5,3%
5,5%
A queda de preços acompanha ainda um aumento significativo dos PMIs do bloco. Mesmo assim, Serviços, Indústria e Composto continuam abaixo dos 50 pontos, colocando a economia em possível recuperação, mas ainda em território de retração.
Neste caso, os dados da atividade econômica nos EUA, que mostram uma demanda mais fraca, podem ter implicações para a Zona do Euro, dada a relação econômica entre as regiões.
Revertendo o aperto
Os juros também foram tema central esta semana no Brasil. O Banco Central (BACEN) decidiu cortar em 0,5% a SELIC. Com isso, o país abandonou o posto de ser responsável pela maior taxa de juros reais do mundo. A decisão tem como objetivo e perspectiva estimular mais o investimento e consumo internos.
Em pronunciamento, a instituição disse que a redução dos juros deve seguir para as próximas reuniões e todos com a mesma magnitude. Ou seja, há grande probabilidade de que o Comitê de Política Monetária brasileiro faça um novo recuo de 0,5% no próximo encontro.
No entanto, o avanço do IGP-10 em setembro indica que as pressões inflacionárias são persistentes, e o BACEN terá que continuar monitorando de perto para garantir a estabilidade econômica.
Bitcoin desconectado da realidade
O Bitcoin enfrentou dias ligeiramente mais agitados na última semana. A criptomoeda de referência saltou rapidamente dos níveis mais baixos dos US$ 26 mil para perto dos US$ 27,5 mil. Este ponto serviu para realização de lucro de boa parte dos investidores, impedindo a continuidade do impulso.
Fim da correlação?
É interessante observar que, há alguns meses, o comportamento do Bitcoin parece “alheio” ao restante do mundo. É inflação de um lado, taxa de juros do outro, e a criptomoeda está lá, fazendo o “seu corre”. A falta de engajamento do ativo com eventos macroeconômicos têm chamado muito a atenção recentemente.
Em um estudo da IntoTheBlock, essa percepção é vista também nos números, a partir da sua métrica “coeficiente de correlação”. Se o indicador está acima de zero pontos, quer dizer que os ativos estão se movendo na mesma direção e ao mesmo tempo. Quanto mais próximo de 1, maior a correlação entre os ativos.
Em contrapartida, quando o coeficiente está negativo – abaixo de zero –, menor é a correlação entre eles. Desta forma, enquanto um ativo se valoriza, o outro tende a perder força simultaneamente. Assim, o Bitcoin de certa forma está alheio ao cenário macroeconômico.
Como podemos observar no gráfico, destaca-se não só seu desprendimento ao índice dólar (DXY), mas principalmente ao S&P 500 e Nasdaq 100, que costumavam ser grandes “puxadores” de ações de tecnologia e, consequentemente, das criptomoedas.
Essa descorrelação, portanto, coloca ainda mais dúvidas sobre os movimentos do Bitcoin, já que são menos informações disponíveis para analisar seu comportamento. Por outro lado, é um sinal de que a moeda digital está buscando o seu lugar ao Sol e operando a partir de seus próprios fundamentos.
Ninguém vende
Neste caso, nada mais justo do que observar os dados on-chain para identificar possíveis insights. Logo de cara, vemos que a oferta inativa de Bitcoin está atingindo máximos históricos. Isso sugere que muitos detentores estão acumulando e não querem vender seus ativos no curto prazo.
A reserva de BTC nas exchanges – linha azul – segue caindo desde abril deste ano. Este movimento acentua ainda mais a narrativa de que o mercado está em fase de acumulação, provavelmente de olho no próximo halving, como vimos no Satoshi Call anterior.
Eles querem muito
O hype em torno do investimento institucional no mercado de criptomoedas é cada vez maior. A Grayscale, que já havia solicitado uma revisão de seu pedido de ETF de Bitcoin à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) , deu mais um passo à frente.
Agora, a empresa apresentou um novo pedido, desta vez, para lançar um fundo baseado em futuros de Ethereum (ETH). Caso aprovado, é mais um case de sucesso e uma nova oportunidade para a entrada investidores institucionais.
Vai um cafézinho aí?
No gráfico semanal, o Bitcoin segue dentro de seu movimento lateral, mas se recuperando da recente baixa, após uma aproximação ao último suporte de preços na região dos US$ 24 mil (linha azul). Este nível ganha ainda mais força, pois a linha inferior da banda de Bollinger também mira este ponto como possível fundo de futuras correções.
Fonte: TradingView, em 25/09/2023, às 8h35min.
Interessante notar também que o desenho de fundo duplo está em jogo e pode ser confirmado, caso a criptomoeda sustente o atual momento de alta. Corrobora com esta perspectiva o padrão Cup and Handle (xícara e alça) observados em laranja. Este desenho costuma anteceder uma valorização.
Já nos indicadores subjacentes, o MACD faz mais uma aproximação de suas linhas, mostrando que o mercado está saindo um pouco do controle dos bears. Ao mesmo tempo, o Índice de Força Relativa (RSI) aponta os 48 pontos, com o ativo ainda mais vendido, mas muito perto de um equilíbrio.
Conclusão
Apesar de todo o cenário macroeconômico conturbado, o Bitcoin parece que está “dando de ombros”, esperando que seus próprios gatilhos ou algo muito incrível aconteça para fazer algum movimento considerável. Até lá, a criptomoeda caminha lentamente, de forma lateral, e longe de cravar uma tendência bem definida.
Em meio a esta alienação do BTC, o mais prudente para os investidores é acompanhar os dados on-chain e notícias referentes ao setor criptográfico. Desta forma, é possível eliminar alguns ruídos das análises e ter uma direção melhor sobre o preço do ativo.
Fato é que há poucas pistas no radar, e os efeitos do halving já começam a dar seus primeiros sinais, com sua característica lateralização e tendência confusa cerca de um ano antes do evento técnico. Como resposta, o mercado está mais acumulando BTC do que desfazendo suas posições atuais.
Apesar da falta de tendência clara para os preços do Bitcoin (BTC), a análise gráfica e dados on-chain ainda oferecem informações relevantes para auxiliar em uma decisão de compra e venda. No caso, o mercado parece estar mostrando um respiro após as recentes perdas, colocando boa parte dos investidores no lucro novamente. Ao mesmo tempo, o desempenho da criptomoeda de referência seguiu a previsão realizada pelo indicador Ichimoku Clouds, sugerindo que possíveis altas podem estar por vir. Na contramão, a acumulação e distribuição ainda estão em nível de equilíbrio, podendo exigir mais paciência do mercado.
De olho no desempenho
Durante a semana passada, os compradores de Bitcoin conseguiram encerrar a semana em território positivo, registrando uma valorização significativa. A variação de preços entre a mínima e a máxima superou 8%, com o fechamento próximo à máxima da semana anterior. O ganho real entre a abertura e o fechamento foi superior a 2,4%, marcando uma reviravolta no sentimento do mercado.
O otimismo dos compradores não se limita apenas à valorização percentual. Dois indicadores amplamente utilizados na análise técnica, o MACD (Moving Average Convergence Divergence) e o Estocástico, também fornecem sinais encorajadores.
No gráfico semanal, o histograma do MACD, embora ainda esteja abaixo da linha zero, apresentou uma mínima mais alta em comparação à semana anterior. Esse sinal é interpretado positivamente por muitos investidores, que agora buscam oportunidades de entrada em prazos menores.
Outro indicador relevante é o Estocástico Lento, que, em sua configuração original, está em uma região de sobrevenda. Além disso, o movimento de preços na semana passada testou as mínimas da estrutura e recusou-se a continuar a tendência de queda naquele momento.
No último Variação de Mercado, discutimos exatamente o rompimento deste canal de alta e destacamos a possibilidade de uma mudança de ciclo após 15 a 16 semanas no gráfico semanal. Atualmente, estamos na 15ª semana desse ciclo, sendo esta a terceira semana de setembro.
Apesar desses indicadores promissores, é importante ressaltar que, em um contexto macro, ainda estamos em um período de lateralização dominado pelos vendedores. Apenas uma vela positiva foi registrada após várias semanas de pressão de vendas. Portanto, podemos considerar o movimento de alta da semana passada como uma pausa temporária na força dos bears, até que novos sinais se manifestem no mercado.
Preços sobre nuvens
Continuando nossa análise do gráfico semanal do Bitcoin, vamos nos concentrar nas informações fornecidas pelo indicador Ichimoku Kinko Hyo. Este indicador nos ajudará a identificar pontos de equilíbrio que podem lançar luz sobre possíveis movimentações futuras do preço.
Num único olhar para o gráfico, podemos observar que o preço do Bitcoin permanece dentro de uma região conhecida como a “Nuvem de Ichimoku” e abaixo das linhas Tenkan Sen e Kijun Sen. Na semana passada, em nosso relatório Variação de Mercado, mencionamos a possibilidade de o preço testar a região onde Tenkan Sen e Kijun Sen se cruzam.
Este possível evento foi sinalizado pela Senkou Span A, que é projetada 26 períodos no futuro e que estava em ascensão naquela ocasião.
Na prática, o preço subiu e o Bitcoin alcançou sua resistência local nas principais linhas de equilíbrio do Ichimoku, chegando na Tenkan Sen, que representa o equilíbrio das últimas 9 semanas no gráfico.
No entanto, nesta semana, notamos que a Senkou Span A apresenta uma inclinação ligeiramente descendente, sugerindo fraqueza no movimento de alta. Isso indica uma possível desaceleração no ímpeto de alta.
A Chikou Span, que é plotada 26 períodos no passado, permanece abaixo do preço atual, indicando que os investidores que detêm posições desde a semana de 27 de março ainda estão vendo suas posições em território negativo.
Para compreender melhor os níveis de resistência significativos, traçamos uma linha vermelha marcando o corpo da vela da semana de 27 de março e projetamos esse movimento para o futuro. Esta linha ultrapassa exatamente entre Tenkan Sen e Kijun Sen no presente e se estende até o nível da Senkou Span A no futuro.
Os níveis de preço identificados por essa marcação estão compreendidos entre US$ 28 mil e US$ 28,2 mil. Portanto, fica claro que esta região representa uma resistência substancial. Para confiar em movimentos de alta mais consistentes, será crucial que o preço opere acima desses níveis.
É importante ressaltar ainda que, no gráfico semanal, o preço do Bitcoin permanece preso dentro de uma grande faixa lateral. O que estamos testemunhando atualmente é um movimento de teste nas mínimas da estrutura que impulsionou o preço em direção aos pontos de equilíbrio. A Senkou Span B, que é projetada no futuro do gráfico, também confirma esse movimento de consolidação.
Dominando a capitalização
Além da análise do gráfico de preços, é essencial considerar o gráfico de capitalização e dominância do Bitcoin para uma compreensão mais abrangente dos movimentos do mercado.
Desde o final de novembro de 2022, o mercado de criptomoedas testemunhou um movimento ascendente na capitalização do Bitcoin. Foi possível identificar uma linha de tendência de alta, conforme representado na imagem abaixo, para auxiliar na análise e acompanhamento.
No momento da redação deste relatório, os níveis de entrada e saída de capital estão próximos da linha de tendência de alta. Também é observável que as linhas Tenkan Sen e Kijun Sen se aproximaram, indicando um possível enfraquecimento na entrada de capital de médio prazo.
Existem dois pontos críticos que merecem nossa atenção neste gráfico. O primeiro é a possibilidade de um rompimento para baixo da linha de tendência de alta. O segundo ponto é a perspectiva de um cruzamento descendente da linha Tenkan Sen sobre a Kijun Sen. Se esse cenário se concretizar, isso poderia sinalizar uma reversão no mercado, levando o preço do Bitcoin de volta às mínimas.
Por outro lado, um aumento significativo na demanda com um influxo substancial de capital poderia sustentar a capitalização acima da linha de tendência de alta e dos pontos de equilíbrio identificados pelo Ichimoku Kinko Hyo. Isso poderia até mesmo promover um rompimento ascendente de uma possível bandeira que foi identificada no gráfico, aplicando conceitos da análise técnica.
Dada a volatilidade inerente ao mercado de criptomoedas, a análise dos gráficos de capitalização e dominância do Bitcoin desempenha um papel fundamental na avaliação do mercado de criptoativos como um todo. Portanto, é essencial acompanhar diariamente as informações sobre esses movimentos no Telegram da Foxbit, utilizando gráficos diários e gráficos de intraday.
Entrando na rede
Agora, vamos explorar dados on-chain, que desempenham um papel crítico na tomada de decisões bem informadas no mercado de criptomoedas. O entendimento dessas informações pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso nos investimentos financeiros.
Ao final da semana passada, após o movimento de alta, observamos que os investidores que detêm endereços com mais de 100 BTCs realizaram lucros. Isso é evidenciado pelo indicador que representa esses endereços, apontando para baixo. Essa movimentação sugere que investidores nesta faixa de endereços optaram por vender parte de suas moedas após a valorização do Bitcoin na semana passada.
Por outro lado, os endereços com mais de mil e dez mil BTCs permanecem estáveis, sem grandes movimentações. Esses investidores de alto valor patrimonial parecem manter suas posições sem grandes alterações.
Um indicador crucial a ser observado é o SOPR, que superou a linha de 1. Isso sinaliza que os investidores agora têm a oportunidade de realizar suas posições com lucro. No contexto geral, o SOPR nos revela que desde a semana de 04 de setembro, investidores menos experientes tiveram que encerrar suas posições com prejuízo, indicando um período de pressão vendedora.
Com o recente movimento de alta no preço do Bitcoin na semana passada e no início desta semana, o SOPR foi projetado acima da linha de 1 ponto. Isso sugere que, em média, os investidores agora estão em posição de lucro, o que pode incentivar uma atitude mais otimista no mercado.
A análise de dados OnChain é uma ferramenta fundamental para compreender o comportamento dos investidores no mercado de Bitcoin. Os movimentos dos investidores de diferentes faixas de endereços e o comportamento do SOPR fornecem informações valiosas.
Em meio aos ciclos
Até este ponto do relatório, exploramos gráficos semanais e dados OnChain, aplicando diversos métodos de análise para compreender a dinâmica do Bitcoin. Chegamos à conclusão de que, apesar da recente movimentação de alta registrada na semana passada e no início desta semana, o preço do Bitcoin ainda enfrenta pressão vendedora significativa no curto e médio prazo.
Uma observação importante é a falta de uma entrada substancial de demanda que possa impulsionar o preço acima das resistências identificadas neste relatório. Isso sugere que os compradores ainda não demonstraram o ímpeto necessário para reverter a tendência de baixa de forma consistente.
Como mencionamos anteriormente, estamos atualmente entre a 15ª e a 16ª semana do ciclo temporal, que se encerra no final de setembro. É fundamental permanecer vigilante em relação aos falsos sinais que podem ocorrer durante esse período, uma vez que a volatilidade é uma característica intrínseca ao mercado de criptomoedas.
Dentro desse contexto, é possível notar que os investidores de curto prazo continuam negociando com margens de lucro relativamente pequenas dentro de uma estrutura de preços menor, que se torna mais evidente no gráfico diário. Isso pode indicar uma cautela generalizada no mercado, à medida que os participantes aguardam sinais mais claros de reversão ou continuação de tendência.
Insights de curto prazo
No gráfico diário a seguir, exploraremos a dinâmica de curto prazo do Bitcoin ao combinar duas metodologias de análise: o Ichimoku Kinko Hyo e os princípios da metodologia de Wyckoff, que se concentra em preço e volume de negociação dentro de estruturas de preço.
Para iniciar a marcação de nossa estrutura de preço no gráfico diário, identificamos a mínima da vela de 17 de agosto como um movimento de “Sell Climax (SC)” (venda climática) e nossa “AR” (reação) foi estabelecida na máxima do dia 18 de agosto. Já em 22 de agosto, observamos o que parece ser um teste na mínima de 17 de agosto, encerrando uma possível fase “A” da estrutura de preço.
Com a conclusão da fase “A”, entramos na fase “B”. A característica principal desta etapa é a ocorrência de sucessivos testes nas extremidades da estrutura com rompimentos em busca de liquidez, seguidos pelo retorno ao centro da estrutura.
Enquanto o mercado iniciava a construção dessa estrutura, notamos que as linhas de equilíbrio Kijun e Senkou Span B estavam planas, indicando a possibilidade de lateralidade, ou seja, o início da estrutura.
Em 29 de agosto, o preço testou a Kijun Sen e realizou um “upthrust(UA)” de AR. Em 11 de setembro, ocorreu um movimento que buscou liquidez no fundo da estrutura, resultando em uma sacudida nos mínimos.
Esses movimentos aumentaram a amplitude da nossa estrutura, como indicado pelas linhas pontilhadas no gráfico.
Com base na análise da estrutura do gráfico diário, a interpretação sugere que ainda estamos na fase “B” da estrutura de Wyckoff. De acordo com os princípios de Wyckoff, as estruturas de preço passam por pelo menos cinco fases, sendo esta a mais longa de todas.
Se ainda estamos na fase “B”, a conclusão lógica é que o preço do Bitcoin só retomará sua tendência de alta de forma consistente quando se posicionar acima da estrutura delineada pelas linhas de AR (reação) e UA (upthrust de AR), com continuidade. Observe que “UA” está localizada acima dos US$ 28 mil, que identificamos como uma resistência no gráfico semanal. Isso também estará acima da Nuvem de Ichimoku.
Enquanto esse cenário não se concretizar, o preço do Bitcoin continuará sob pressão da oferta, com possibilidade de buscar os níveis de suporte previamente mencionados em relatórios anteriores em US$ 24,5 mil e US$ 23,1 mil.
Conclusão
Neste Variação de Mercado, exploramos vários aspectos, desde análises de gráficos semanais e diários até dados on-chain e princípios da metodologia de Wyckoff com Ichimoku. Nossa análise buscou fornecer uma visão abrangente e atualizada do estado atual do mercado de Bitcoin.
No gráfico semanal observamos uma movimentação otimista recente, com indicações positivas nos indicadores MACD e Estocástico. No entanto, uma estrutura de lateralidade ainda persiste, dominada pelos vendedores. O preço precisa romper resistências substanciais, como a região de US$ 28 mil, para uma tendência de alta mais consistente.
A análise da capitalização e dominância do Bitcoin revelou uma tendência ascendente, mas com sinais de possível pausa na entrada de capital de médio prazo. Aproximações à linha de tendência de alta e possíveis cruzamentos entre Tenkan Sen e Kijun Sen são pontos críticos a serem observados.
Os dados on-chain, incluindo o número de endereços com grandes quantidades de BTCs e o indicador SOPR, destacaram a recente oportunidade de lucro para investidores. Isso indica que muitos investidores menos experientes sofreram perdas durante a pressão vendedora, mas agora estão em posição de lucro.
A análise do gráfico diário aplicando a metodologia de Wyckoff destacou uma estrutura de preço em possível fase “B”, caracterizada por testes nas extremidades da estrutura e rompimentos em busca de liquidez. A amplitude da estrutura aumentou recentemente devido a movimentos de “upthrust” e sacudidas nos mínimos.
Com base nas análises abordadas, a perspectiva futura do mercado de Bitcoin é repleta de incertezas. Embora tenhamos visto movimentações de alta e indicadores positivos, ainda não se consolidou uma tendência de alta de longo prazo. O mercado permanece sob a influência da oferta, pressionando os preços em direção a níveis de suporte.
Os investidores devem continuar monitorando de perto os desenvolvimentos do mercado, observando possíveis sinais de reversão ou continuação de tendência. A atenção deve ser redobrada durante o período entre a 15ª e a 16ª semana do ciclo temporal, com cautela contra falsos sinais.
À medida que as condições do mercado evoluem, as estratégias de investimento devem ser flexíveis e adaptáveis. A informação é a chave para tomar decisões assertivas no mercado financeiro.
Por fim, lembramos que o mercado de criptomoedas é altamente volátil e que os investidores devem considerar seu perfil de risco e objetivos financeiros ao tomar decisões de investimento. A análise técnica e os indicadores são ferramentas valiosas, mas a prudência e a diversificação continuam sendo princípios fundamentais para qualquer estratégia de investimento.
Agradecimento
A todos que dedicaram seu tempo para ler este relatório sobre a movimentação de preços do Bitcoin, meu sincero agradecimento.
Espero que este relatório tenha sido útil e tenha contribuído para sua compreensão do atual cenário do Bitcoin. Continuarei a acompanhar e analisar as tendências e desenvolvimentos do mercado, fornecendo informações atualizadas.
Muito obrigado por sua leitura atenta e engajamento neste relatório.
Caso queira conhecer um pouco mais sobre o meu trabalho, você também pode me encontrar em meu canal no Youtube e em meu perfil no Instagram.
Com a certeza de que a economia europeia tem muito chão para conter a inflação local, e uma aposta arriscada do mercado contra o aumento de juros nos Estados Unidos, o Bitcoin (BTC) – em meio a uma recuperação de parte das perdas recentes – vê seu processo de “legitimação” e interesse institucional crescer mundo afora. Até mesmo as características sustentáveis da blockchain estão abrindo o caminho para que mais gestoras solicitem a aprovação de um ETF de BTC à vista, que poderia gerar uma grande mudança no jogo.
No balanço econômico
Nos Estados Unidos, a situação econômica é uma mistura de crescimento robusto e desafios inflacionários. A aceleração da inflação ao produtor (PPI) e consumidor (CPI), esta última impulsionada em grande parte pelos preços da gasolina, é um sinal de que a demanda está superando a oferta em certos setores.
Este desequilíbrio pode ser temporário, mas, se persistir, pode levar a continuação do aperto monetário por parte do Federal Reserve, apesar de o mercado seguir apostando em uma manutenção da taxa de juros na reunião que será encerrada na próxima quarta-feira.
Agosto
Projeção
Julho
CPI
3,7%
3,6%
3,2%
Núcleo CPI
4,3%
4,3%
4,7%
PPI
1,6%
1,2%
0,8%
Núcleo PPI
2,2%
2,2%
2,4%
No entanto, a produção industrial avançou 0,4% em agosto, sugerindo que o setor manufatureiro está se adaptando e respondendo positivamente aos desafios. Com o aumento deste setor, há uma chance de que os estoques voltem a crescer, controlando melhor a demanda por produtos.
Juros e fragilidade
Na Europa, as ondas de incertezas são maiores. Por isso, o afrouxamento da política monetária ainda não é discutido pelas autoridades da Zona do Euro. O recente aumento de 0,25% na taxa de juros, atingindo um novo recorde, é uma clara resposta às pressões inflacionárias que têm preocupado os votantes do Banco Central Europeu (BCE).
Este movimento, embora seja uma ferramenta comum para conter a inflação, também pode ter implicações no crescimento econômico, tornando os empréstimos mais caros e potencialmente desacelerando os investimentos.
Atual
Projeção
Anterior
Produção Industrial
-2,2%
-0,3%
-1,1%
Taxa de Juros
4,5%
4,25%
4,25%
A declaração de Christine Lagarde, presidente do BCE, adiciona uma camada de incerteza ao não garantir o fim do ciclo de alta dos juros. Esta postura cautelosa é compreensível, especialmente quando consideramos a retração na produção industrial da Zona do Euro em julho, um sinal de que a recuperação econômica ainda é frágil.
Isso é uma retomada?
Após enfrentar desafios econômicos nos meses anteriores, a China passou a mostrar possíveis sinais de recuperação. O crescimento na produção industrial, varejo e serviços em agosto é um testemunho da resiliência da economia chinesa.
Agosto
Projeção
Julho
Produção Industrial
4,5%
4,0%
3,7%
Vendas no Varejo
4,6%
3,0%
2,5%
Taxa de Desemprego
5,2%
5,3%
5,3%
No entanto, é essencial monitorar como o país equilibra seu crescimento com reformas estruturais e desafios geopolíticos.
Desafios à frente
Já o Brasil está navegando por um ambiente econômico desafiador. A inflação moderada, com o IPCA subindo 0,23% em agosto, sugere que o Banco Central está conseguindo manter as pressões inflacionárias sob controle.
Agosto
Projeção
Julho
IPCA
4,61%
4,67%
3,99%
Entretanto, o crescimento de 0,7% nas vendas do varejo em julho indica uma recuperação do consumo, um pilar crucial para a economia brasileira.
Tempos de consolidação
No lado das criptomoedas, o Bitcoin (BTC) foi às mínimas dos US$ 24,9 mil até frear parte das perdas e direcionar uma reação para além dos US$ 27 mil. A força dos bulls parece estar voltando ao jogo, enquanto a cautela ainda é um sentimento determinante para os investidores.
O cenário atual mostra como compradores e vendedores estão travando uma briga intensa, em que qualquer tendência de curto prazo se torna um dilema. Parte desse movimento é visto na retirada intensa de BTCs das exchanges. Só do início do mês para cá, mais de 40 mil unidades foram sacadas das plataformas.
Sustentável
Apesar da falta de ação para a criptomoeda de referência, um relatório apresentado por analistas da Bloomberg mostram que mais de 50% da energia utilizada para mineração de Bitcoin vem de fontes renováveis.
A tendência deste modelo energético é crescente para este mercado, ainda mais com os bloqueios da atividade na China e problemas de produção de energia em algumas regiões dos Estados Unidos.
Com isso, não apenas o meio ambiente ganha, mas a própria imagem do BTC se fortalece, apresentando um ativo mais sustentável, na contramão do que Elon Musk, CEO da Tesla, apontou alguns anos atrás.
Apetite institucional
Nesta linha de evolução, empresas podem se tornar mais amigáveis ao Bitcoin, adotando a criptomoeda como meio de pagamento, investimento ou até para outras soluções corporativas.
Fato é que os ETFs de BTC à vista seguem no radar do mercado, com a expectativa de que, em algum momento, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) aprove as solicitações.
O otimismo parece prevalecer com mais players pedindo avaliações da SEC. Desta vez, foi a gestora Franklin Templeton que entrou com um pedido para aprovação de um ETF, apontando ainda mais o interesse institucional no ativo digital.
Até mesmo o Deutsche Bank, maior credor da Alemanha, entrou com pedido para a custódia de criptomoedas no país.
Tudo como previsto
Como discutido no último Satoshi Call, o Bitcoin deveria testar a região de US$ 24 mil, último importante nível de suporte deste ano. Caso o teste fosse bem sucedido aos compradores, havia a possibilidade de um repique, que acabou, de fato, colocando o BTC de volta aos US$ 27 mil.
Fonte: TradingView, em 18/09/2023, às 9h32min.
As bandas de Bollinger mostram que a lateralização pode perdurar no médio para a criptomoeda, com suas margens voltando a ficar paralelas, interrompendo a tendência de baixa.
O MACD também ganhou força, aproximando suas linhas para um possível cruzamento de reversão. Enquanto isso, o Índice de Força Relativa (RSI) subiu para 51 pontos, apontando que o mercado está, pelo menos um pouco, na mãos dos bulls.
Conclusão
Enquanto o cenário macroeconômico global é repleto de desafios e incertezas, o Bitcoin parece estar buscando seu ponto de tendência, em meio a uma consolidação. Chama a atenção para a criptomoeda, que o ativo está ganhando cada vez mais legitimidade a partir dos pedidos constantes de ETFs por parte dos grandes players norte-americanos.
Mesmo assim, é preciso analisar os fatores que englobam o ativo para determinar se a subida recente é apenas um repique ou a quebra do período de consolidação. Só assim, os compradores deverão se sentir mais confortáveis em realizar compras mais profundas. O comportamento gráfico, entretanto, dá sinais mais vantajosos aos bulls, principalmente pelo sucesso ao conter a descida de preços na última semana.
Mesmo assim, cautela é o nome do jogo para os próximos dias, ainda mais com a decisão monetária nos Estados Unidos não estando tão definida assim, como muitos estão apostando na manutenção da taxa básica por lá. Um movimento contrário pode colocar uma forte volatilidade em todos os mercados e pegar investidores de surpresa.
Ambas as empresas, ARK Invest e Glassnode, são líderes reconhecidos no campo da pesquisa e análise de criptomoedas, e sua colaboração neste relatório destaca a importância do tema abordado.
Nessa semana vou trazer a minha visão sobre esse novo tipo de análise.
🤔 O que é o Cointime Economics?
O Cointime Economics é um novo framework desenvolvido para analisar métricas on-chain do Bitcoin. A ideia central é que a importância de um único bitcoin deve variar com base na última vez que ele foi movimentado.
Por exemplo, o valor informativo de um bitcoin que permaneceu imóvel por 10 anos é mais significativo do que um que ficou imóvel por apenas 1 semana.
Neste modelo econômico do Bitcoin, um BTC perdido não é mais contabilizado como parte da oferta em circulação ou da base de custo de mercado.
Enquanto soluções tradicionais baseadas em UTXO tentaram fazer ajustes de oferta usando heurísticas padrão da indústria (como oferta ajustada e oferta flutuante), esses ajustes seguiram decisões feitas por analistas que podem ser propensas a imprecisões.
Em contraste, o Cointime Economics oferece um framework matemático altamente consistente que mede a importância econômica de cada bitcoin ao longo do tempo com uma unidade fungível de medida que parece representar melhor o estado econômico da rede. Essa unidade é chamada de coinblock.
💡 O que é o Coinblock?
Os coinblocks são o produto do número de bitcoins e o número de blocos produzidos durante o período em que esses bitcoins permaneceram imóveis.
Para ilustrar, 10 bitcoins mantidos durante o tempo necessário para produzir 10 blocos representam 100 coinblocks.
Os coinblocks podem ser expressos em unidades alternativas multiplicando o número de bitcoins pelo período em que permaneceram imóveis.
Por exemplo, os “coindays” comumente usados são o produto do número de bitcoins e o número de dias em que permaneceram imóveis.
O resultado? 3 tipos de Coinblocks para nós olharmos com cuidado.
Os conceitos de Coinblocks Criados, Destruídos e Armazenados oferecem uma visão mais granular e econômica da atividade na rede Bitcoin. Eles permitem que analistas e investidores entendam melhor a dinâmica da oferta e demanda, bem como o comportamento dos detentores de bitcoins.
Ao monitorar essas métricas, é possível obter insights sobre a saúde econômica da rede e as tendências de mercado.
Coinblocks Criados (Coinblocks Created) Os “Coinblocks Criados” representam a quantidade de coinblocks gerados na rede Bitcoin. Cada vez que um bitcoin é adquirido e mantido, ele começa a acumular coinblocks com base no tempo que permanece imóvel. Por exemplo, se você adquirir 10 bitcoins e mantê-los por 10 blocos (sem movimentá-los), você terá criado 100 coinblocks.
Coinblocks Destruídos (Coinblocks Destroyed) Os “Coinblocks Destruídos” medem o volume ponderado pelo tempo de bitcoins movimentados. Isso significa que, quando um bitcoin é movimentado (ou seja, gasto ou transferido), todos os coinblocks associados a ele até aquele momento são “destruídos”. Por exemplo, se dois bitcoins não se movimentaram por sete blocos e depois são transacionados, 14 coinblocks teriam sido destruídos. Um aumento no número de coinblocks destruídos indica a movimentação de moedas que estavam estáticas por um longo período. Isso pode ser interpretado como uma indicação de que os detentores de longo prazo estão vendendo ou movimentando seus bitcoins.
Coinblocks Armazenados (Coinblocks Stored) Os “Coinblocks Armazenados” representam o total de coinblocks que ainda não foram destruídos. Em outras palavras, é a diferença entre o total de coinblocks criados e o total de coinblocks destruídos. O valor econômico desses coinblocks é alto, pois eles geralmente pertencem aos primeiros adotantes do Bitcoin e são mantidos com lucro. Por exemplo, se 16 coinblocks foram criados e 6 foram destruídos, 10 coinblocks permanecem armazenados.
💡 Cases de aplicação
O primeiro caso foi do MVRV (Market-Value-to-Realized-Value) Aprimorado. Com o Cointime Economics, ele oferece uma versão mais precisa do MVRV, uma das métricas on-chain mais utilizadas atualmente.
A ideia é que, ao introduzir o conceito de Cointime, seja possível obter uma visão mais clara da sobrevalorização ou subvalorização do Bitcoin a longo prazo.
No segundo caso, temos a medição mais precisa da taxa de inflação do Bitcoin, que ao ajustá-la através do Cointime, este estudo sugere que a inflação foi severamente superestimada nos primeiros anos do Bitcoin, alinhando-se com a poderosa apreciação do preço na época.
O terceiro e último foi o Cointime Price – Um Novo Modelo de Piso para o Bitcoin, que traz um modelo ponderado pelo tempo e volume para o Bitcoin. Ele ajusta a base de custo do mercado pelo tempo mantido de cada bitcoin envolvido em uma transação. Por exemplo, em 7 de maio de 2023, o preço do Cointime era de $17,568 USD, 12,6% abaixo do preço realizado e 38,2% abaixo do preço de mercado.
⚠️ O futuro do novo modelo
O Cointime Economics oferece uma perspectiva revolucionária sobre a análise on-chain. Ao considerar o tempo e a atividade econômica, é possível obter insights mais profundos sobre o comportamento dos detentores de Bitcoin e a saúde geral do mercado.
O futuro da observação de dados em rede, com a adoção do Cointime Economics, promete ser mais preciso e informativo. À medida que o mundo das criptomoedas continua a evoluir, ferramentas como essa serão cruciais para investidores, pesquisadores e entusiastas entenderem as complexidades do mercado.
Já comecei a testar nas minhas análises nas últimas semanas e venho trazendo mais novidades para vocês nas próximas cartas.
⚠️ Gostou?
Espero que tenham gostado de mais uma news.
Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.
Se quiser me acompanhar, estou no Twitter e Instagram sempre analisando mercado e tendo alguns insights.
Quase metade de setembro já se passou, e o Bitcoin (BTC) segue navegando por águas turbulentas, oscilando abaixo da marca dos US$ 26 mil e enfrentando pressões de venda que reverteram tentativas de alta. Ajudou a adicionar ainda mais incerteza a este cenário, o adiamento da decisão dos ETFs da criptomoeda pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC). De olho em métricas on-chain e análise técnica, é possível identificar como as posições dos investidores estão desempenhando neste mercado atual.
Variação… De preços
Apesar da tendência de baixa atual, o Bitcoin experimentou uma breve tentativa de recuperação de preços no último dia 7, alimentado por otimismo entre os investidores. No entanto, esse ímpeto de alta foi rapidamente revertido, com investidores de curto prazo optando por realizar lucros, o que resultou na retomada da tendência de queda e na anulação dos ganhos observados durante a primeira semana do mês.
Anteriormente, em 29 de agosto, uma outra tentativa de alta foi observada, impulsionada pelas expectativas em torno de uma decisão judicial “favorável” à Grayscale por um ETF de Bitcoin à vista. Esta iniciativa foi vista como um marco importante para a integração institucional da criptomoeda no mercado financeiro tradicional.
No entanto, as esperanças foram adiadas quando a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) introduziu um obstáculo regulamentar inesperado. Ela optou por uma abordagem cautelosa e decidiu adiar sua decisão sobre todas as aplicações atuais de ETF Bitcoin. Como consequência direta, a criptomoeda perdeu os ganhos conquistados nesse período, com a pressão dos vendedores (ursos) se tornando evidente, levando o ativo para abaixo dos US$ 26 mil.
Impulsão ou frustração
Para começar nossa análise técnica e confirmar os movimentos anteriormente citados, vamos observar o comportamento do Bitcoin no gráfico mensal. A partir de sua visualização, podemos notar que, embora os compradores ainda estejam ativos e acumulando, eles ainda não demonstraram força suficiente para impulsionar um novo movimento significativo de alta. Entretanto, é importante ressaltar que os investidores de longo prazo parecem estar aguardando por descontos mais acentuados antes de realizar novas entradas, como exploraremos em detalhes nas próximas seções deste relatório.
Bitcoin, Preço… Ação!
A partir de agora, vamos concentrar nossa atenção no Price Action do Bitcoin, observando as tendências significativas no gráfico semanal que moldaram o cenário atual da criptomoeda.
Como ilustrado no gráfico abaixo, notamos um rompimento para baixo de um canal de alta que conectou as mínimas em 21 de novembro de 2022, 6 de março e 12 de junho deste ano. Esse rompimento ocorreu no candle semanal de 14 de agosto. Importante mencionar que o primeiro teste na região do rompimento foi registrado na última semana do mês passado e foi rejeitado pelos vendedores.
Além do aspecto técnico do rompimento, é crucial destacar a relação temporal entre as mínimas de 21/11, 06/03 e 12/06. Essa relação fica mais evidente quando consideramos a máxima de 15 de agosto de 2022.
Como mencionado em “Variação de Mercado” anteriores, o tempo desempenha um papel fundamental na formação das estruturas de preço, e o mercado tende a se mover em ciclos. Estes ciclos temporais foram extensamente estudados por Goichi Hosoda, o criador do sistema de negociação Ichimoku Kinko Hyo.
Observamos que, na semana de 15 de agosto do ano passado, ocorreu um impulso de queda no movimento do preço que persistiu até a mínima de 21 de novembro de 2022, quando o preço atingiu o seu ponto mais baixo em US$ 15,4 mil. Este movimento de queda não teve continuidade, e o preço do Bitcoin reverteu, iniciando o mencionado canal de alta.
O movimento de 15/08 até 21/11 durou 15 semanas, e a alta começou. O ciclo seguinte, de 21/11 até 06/03, durou 16 semanas, apenas uma semana a mais do que o período anterior, mas ainda dentro do mesmo ciclo temporal. Em 06/03, vimos um novo impulso de alta que manteve sua continuidade, renovando a máxima da estrutura.
Já o período de 06/03 até 12/06 também durou 15 semanas, mantendo-se consistente com os movimentos anteriores dentro do mesmo ciclo temporal. Entretanto, em 12/06, tivemos um novo impulso de alta que falhou e não conseguiu manter-se acima da máxima da estrutura anterior. Em vez de uma continuidade do movimento de alta, observamos uma quebra do canal de alta e um enfraquecimento da estrutura cíclica de 15 a 16 semanas que estava a favor dos compradores (touros).
No momento atual, estamos na 14ª semana do ciclo temporal, e nossa análise só será concluída na última semana de setembro, quando avaliaremos a possibilidade de um novo impulso de alta. É importante notar que, desde 2017, o mês de setembro tem sido caracterizado por quedas nos preços.
A máxima de agosto de 2022 coincide também com a região de preço da mínima de 12 de junho deste ano. Isso sugere que essa área de preço atua como um suporte importante, explicando por que a criptomoeda tem operado próximo a esse nível por vários dias sem uma definição clara de direção.
Conforme discutido em outros relatórios, os preços entre US$ 23,1 mil e US$ 24,8 mil têm uma relevância significativa nesse contexto, devido à alta liquidez nesta região. É possível que grandes players do mercado estejam interessados em observar o comportamento do mercado e a ação do preço nessas faixas de preço.
Modelo de Ichimoku
Na sequência, examinaremos a análise das linhas de equilíbrio do Trade System Ichimoku Kinko Hyo no gráfico semanal, oferecendo insights adicionais sobre a situação atual do Bitcoin. Ao observar a imagem a seguir, podemos notar que a Chikou Span, que representa a linha traçada há 26 semanas atrás no gráfico, fornece informações valiosas.
Os investidores que compraram na semana de 20 de março e ainda não encerraram suas posições estão atualmente enfrentando prejuízos, uma vez que o preço do Bitcoin está abaixo de US$ 26,6 mil. Esses compradores que mantiveram suas posições por 26 semanas estão agora observando o preço atual abaixo do ponto de equilíbrio representado pela Kijun Sen.
Ao analisarmos Tenkan Sen e Kijun Sen, que confirmam o período de consolidação, podemos observar que a Tenkan Sen, representando o equilíbrio dos últimos 9 períodos, aponta para baixo, enquanto a Kijun Sen, referente aos últimos 26 períodos, aponta para cima. Esse cenário resulta no cruzamento dessas duas linhas, indicando a complexidade da situação atual do mercado.
A análise gráfica e o movimento de preços exigem uma atenção meticulosa por parte dos investidores, e a tomada de decisões deve ocorrer apenas quando se está confortável em assumir os riscos inerentes ao mercado financeiro.
Até o momento, identificamos que a pressão dos vendedores é maior dentro do contexto estrutural. No entanto, ao introduzirmos a ferramenta do Ichimoku no gráfico, notamos que após o movimento provocado por Tenkan e Kijun, a Senkou Span A, que está plotada 26 períodos no futuro, aponta para cima.
A interpretação desse movimento da Senkou Span A sugere que, apesar da pressão vendedora predominante, ainda existe um sentimento otimista de curto prazo, com a perspectiva de um teste na região de Tenkan e Kijun.
Portanto, os day traders estarão atentos ao comportamento do preço caso ocorra o rompimento da máxima da semana passada. Nesse cenário, Tenkan e Kijun servirão como resistências locais para os compradores de curto prazo.
Reduzindo os prazos
Continuaremos a análise da situação atual do Bitcoin, focando nossa atenção agora para o gráfico diário. Devido à indefinição que persiste no movimento do preço do Bitcoin, o nosso gráfico diário permanece praticamente inalterado desde o relatório da semana passada.
O preço segue operando acima de um Order Block e permanece em uma região Premium. Destaca-se que houve um teste no Order Block durante o movimento de queda ocorrido na última segunda-feira.
Os níveis principais de suporte que continuam a ser monitorados são os US$ 24,5 mil e US$ 23,1 mil. Tradicionalmente, os grandes players do mercado esperam por oportunidades de compra em regiões de “Desconto”, onde encontram Order Blocks e Imbalances.
Vale ressaltar que, na segunda-feira, ao testar o Order Block, o preço entrou em uma região de “desconto”, o que pode ser considerado um ponto de interesse para investidores em busca de oportunidades de entrada e isso explica o movimento de alta de terça-feira.
Além disso, ainda observamos um nível de Imbalance marcado em nosso gráfico, conforme ilustrado na imagem a seguir. Esse Imbalance pode funcionar como uma área de defesa estabelecida por compradores que desequilibraram o preço em 13 de março.
A dinâmica entre oferta e demanda e a importância de monitorar regiões de prêmio e desconto foram detalhadamente abordadas em relatórios anteriores, que podem ser consultados para obter informações adicionais sobre esses conceitos.
Métrica da rede
Olhando para os dados OnChain, no período semanal, capturamos as seguintes informações: O número de endereços acima de 100 Bitcoins está levemente aumentando, enquanto temos uma estabilidade no número de endereços com mais de 1000 e mais de 10.000 Bitcoins.
Já o SOPR, uma métrica importante que indica o grau de lucratividade das transações realizadas em uma determinada faixa de preço, está significativamente abaixo da linha 1. Isso sugere que investidores precisaram encerrar suas posições com algum prejuízo durante o último movimento de queda que testou a mínima de junho.
Isso reflete a pressão de venda que prevaleceu durante esse período e indica que alguns investidores podem ter liquidado suas posições com perdas em vez de manterem suas moedas em um mercado volátil.
Os dados on-chain revelam ainda um cenário em que investidores de Bitcoin, particularmente os que detêm quantidades substanciais da criptomoeda, estão operando com cautela em um mercado que permanece lateral.
O indicador de “Prejuízo Não-Realizado” é importante, pois desempenha um papel fundamental na compreensão do capital dos investidores aplicados em Bitcoin.
Ao examinarmos a imagem gráfica a seguir, fica evidente que o “Prejuízo Não-Realizado” está em ascensão. Em termos práticos, isso significa que, no momento, o valor atual da carteira de um investidor é menor do que o valor que ele teria se vendesse todas as suas moedas agora. Em outras palavras, muitos investidores estão enfrentando perdas financeiras em suas posições.
Essa métrica oferece uma visão crítica do mercado. Quando o “Prejuízo Não-Realizado” aumenta, indica que a maioria dos investidores está segurando suas moedas em um momento de desvalorização do ativo. Isso pode ser resultado de diversos fatores, incluindo pressão de venda, incerteza ou desconfiança nas perspectivas de curto prazo.
Ao examinarmos a métrica de “Lucro Não Realizado”, observamos que o mesmo está em queda. Isso implica que o valor atual da carteira de um investidor é menor do que o valor que ele teria se vendesse todas as suas moedas agora. Em outras palavras, muitos investidores estão enfrentando saldos negativos em suas carteiras, o que indica que suas posições atuais também estão gerando prejuízos.
Essa métrica oferece uma visão adicional sobre o capital dos investidores em Bitcoin, destacando a atual tendência de perdas financeiras entre os investidores. Isso enfatiza a volatilidade inerente do mercado de criptomoedas e a importância de uma análise cuidadosa.
É importante salientar ainda que as métricas de “Prejuízo Não-Realizado” e “Lucro Não-Realizado” precisam ser observadas em diferentes períodos de tempo, por isso é aconselhável utilizá-las em conjunto com outros indicadores já estudados neste relatório.
Quando analisamos todo o contexto da movimentação de preços do Bitcoin e adicionamos estas duas métricas, temos a possibilidade de entender profundamente a dinâmica desenvolvida por diferentes tipos de investidores e poderemos estar mais preparados para uma tomada de decisão.
Conclusão
Este relatório ofereceu uma análise abrangente da movimentação de preços do Bitcoin ao longo das primeiras duas semanas de setembro, com foco em diversos indicadores e métricas, proporcionando uma visão detalhada do mercado. Ao resumir as principais conclusões, destacamos alguns pontos cruciais:
Tendência Lateral e Incerteza: O movimento do preço do Bitcoin durante este período apresentou uma tendência lateral, com uma falta de direção clara. Investidores de curto prazo enfrentaram desafios significativos, com tentativas de alta frequentemente revertidas pela pressão de venda.
Indicadores Técnicos: A análise técnica revelou diversos insights, incluindo o rompimento para baixo de um canal de alta no gráfico semanal e a importância das regiões de suporte e resistência, especialmente entre os níveis de US$ 23,1 mil e US$ 24,8 mil.
Análise on-chain: As métricas OnChain, como “Prejuízo Não-Realizado” e “Lucro Não-Realizado,” destacaram a dinâmica emocional dos investidores.
A análise de todos esses indicadores fornece uma base sólida. Investidores devem considerar o contexto geral, incluindo fatores técnicos, fundamentais e emocionais, ao tomar decisões no mercado de criptomoedas. O Bitcoin é conhecido por sua volatilidade, e os investidores devem estar preparados para mudanças rápidas nas condições. Monitorar continuamente as informações e buscar orientação financeira são práticas recomendadas.
Agradecimento
Gostaria de agradecer a você que dedicou seu tempo para ler este relatório. Sei que a análise de dados e tendências de mercado pode ser desafiadora. Meu objetivo é fornecer informações relevantes para auxiliar investidores e entusiastas do Bitcoin a compreender melhor o mercado. Espero que este relatório tenha sido útil e esclarecedor.
Caso queira conhecer um pouco mais sobre o meu trabalho, você também pode me encontrar em meu canal no Youtube e em meu perfil no Instagram.
A inflação global segue sendo o mote do sentimento dos investidores, que apontam cautela em suas operações e análises. Para o Bitcoin (BTC) nem mesmo as apostas de que o Federal Reserve (FED) irá segurar os juros na próxima reunião está sendo o suficiente para a criptomoeda de referência quebrar seu período lateral, após a última baixa expressiva. Os fundamentos, porém, mostram ainda uma preparação dos HODLErs para o próximo halving. Neste Satoshi Call, vamos explorar o que rolou na última semana e o que está por vir nos próximos dias, assim como observar melhor os ciclos do halving do Bitcoin.
Economia forte, mas…
Nos Estados Unidos, a atividade econômica “cresceu modestamente na maioria dos distritos do país”, como apontou o Livro Bege. Os gastos no varejo e demanda por bens apontaram uma breve queda, enquanto o setor de turismo apresentou um rendimento positivo, acima do esperado pelos analistas.
Agosto
Projeção
Julho
PMI Serviços
50,5
51,0
52,3
PMI Composto S&P Global
50,2
50,4
52,0
Complexidade econômica
A Zona do Euro é um tópico à parte, afinal, a bateria de dados econômicos recentes mostram que o país está ainda em território de retração, com os Índices Gerente de Compras (PMIs) de agosto recuando em relação ao mês anterior. Essas informações são apoiadas pelas prévias do Produto Interno Bruto (PIB), que vieram abaixo do esperado.
Julho
Projeção
Junho
Inflação ao Produtor (PPI)
-0,5%
-0,6%
-0,4%
Vendas no Varejo
-1,0%
-1,2%
-1,0%
PIB
0,5%
0,6%
1,1%
Apesar do desempenho pouco otimista, a inflação ao produtor do bloco econômico aponta uma leve queda, mesmo que ainda mais fraca do que os analistas estimavam. Este arrefecimento pode estar ligado à manutenção das Vendas no Varejo em território negativo, colocando a demanda em baixa.
Nada de muito novo por lá
Assim como a Zona do Euro, a China também tem apresentado uma economia pouco linear. Os PMIs seguem em território de expansão, mas abaixo do que os analistas previam. Ao mesmo tempo, as Exportações e Importações, ainda em queda, melhoraram o desempenho na comparação com o mês anterior, apontando que a demanda está tentando retomar a alta.
Agosto
Projeção
Julho
Inflação ao Consumidor (CPI)
0,1%
0,1%
-0,3%
Inflação ao Produtor (PPI)
-3,0%
-3,0%
-4,4%
A inflação voltou a entrar no foco do país. Mesmo assim, o governo chinês segue gerando incentivos, o que impactou diretamente no aumento da compra de automóveis. As autoridades ainda anunciaram uma supervisão regulatória mais ativa para o setor do minério de ferro para monitorar a dinâmica do mercado.
Em expansão
Pelo Brasil, os dados são mais estáveis, com a economia mostrando ainda sinais de expansão, como é o caso dos PMIs. Em contrapartida, a Produção Industrial apontou recuo acima do esperado pelos entrevistados, o que pode colocar uma ligeira pressão sobre a economia brasileira.
Julho
Projeção
Junho
Produção Industrial
-1,1%
-0,5%
0,2%
Próxima semana
Um dos catalisadores para agitar o mercado vem dos Estados Unidos, que divulgam seus dados de inflação, Produção Industrial e Balanço Orçamentário do FED. Na Europa, veremos também a Produção Industrial e a decisão da taxa de juros pelo Banco Central Europeu. Já a China revela o seu desempenho industrial, Vendas no Varejo e Taxa de Desemprego. Pelo Brasil, o IPCA-15 é um dos destaques desta semana.
Preparação para o Halving
Após a última queda, os investidores sentaram em uma base de preços pouco confortável para o mercado geral. Ao longo da semana, o Bitcoin apontou até uma certa volatilidade, mas não o suficiente para levá-lo abaixo dos US$ 25 mil, tampouco romper para acima dos US$ 26 mil. Desta forma, a cautela prevalece, com os fundamentos apontando que o ciclo do Halving, estimado para abril do ano que vem, pode estar vendo seu início.
Máquinas ligadas
A mineração de BTC continua a todo vapor, colocando mais uma vez a dificuldade da atividade em seus níveis mais altos. Com o custo mais elevado para a emissão de novas moedas, os mineradores estão vendendo parte de suas participações para custear o processo.
Entretanto, o gasto energético para validar as transações dentro da blockchain apontam que o valor atual do Bitcoin não é “justo”, de acordo com uma teoria de Charles Edwards. Em sua tese, o atual topo histórico do hash rate sugere um ótimo momento de compra, em que o preço o BTC atualmente deveria ser de US$ 47,2 mil.
Em posição
O fornecimento de Bitcoin está também cada vez mais nas mãos dos HODLers. Dados on-chain apontam que 40,53% do BTC está inativo há mais de três anos. Os indicadores apontam para uma oportunidade de compra geracional para investidores que conseguirem ser mais pacientes neste momento de mercado.
A narrativa faz sentido quando analisamos o desempenho do ativo digital nos períodos pré-halving. Assim como o analista de criptomoedas, Emerson Antunes, comentou em outros “Variação de Mercado”, este período é um momento de agitação, principalmente pelas consequências que este evento gera em todo o mercado.
Halving do Bitcoin
Apesar de sua importância, não será uma preocupação deste relatório explicar os detalhes do que é o Halving do Bitcoin – mas não se preocupe pois no botão abaixo você poderá aprofundar seu conhecimento sobre o assunto. O que vale mesmo aqui é que o Halving é um procedimento técnico que controla a inflação da criptomoeda.
Ele torna a emissão da moeda digital cada vez mais reduzida ao longo da história e, como consequência, diminui a oferta do ativo no mercado global. Desta forma, pode-se esperar um choque entre oferta e demanda.
Esse evento acaba gerando ciclos que, historicamente, costumam trazer grandes valorizações para o BTC no médio prazo, como veremos a seguir.
1º Halving
O primeiro Halving do Bitcoin aconteceu em novembro de 2011. Ao considerar o período de um ano – até novembro de 2012, a criptomoeda saltou de US$ 12,00 para US$ 1.163,00, acarretando uma alta de 10.400%.
2º Halving
O Halving seguinte foi acionado em julho de 2016. Seguindo o mesmo período, o BTC foi de US$ 682,00 para US$ 2.528,00. No total, a valorização foi de 270%. Porém, é importante destacar que houve um prolongamento do ciclo, que terminou em dezembro de 2017, quando a moeda digital alcançou sua então máxima histórica de US$ 20 mil.
3º Halving
O terceiro e último halving aconteceu em maio de 2020. Nesta época, foi quando o Bitcoin deixou os US$ 9.945,00 para alcançar os US$ 59.600,00 doze meses depois. A alta de 500% não ficou por isso. A extensão levaria o ativo para US$ 69 mil, em novembro do mesmo ano.
4º Halving
O quarto Halving está estimado para acontecer em abril de 2024, segundo dados do portal BitcoinBlockHalf.
Embora não seja possível determinar que o comportamento do Bitcoin vai se repetir neste próximo ciclo, a história nos diz que esses eventos têm um poder de influência considerável no mercado de criptomoedas.
O processo de acumulação visto recentemente no setor corrobora com a perspectiva mais otimista, que continua mantendo sua expectativa positiva, apesar dos ventos contrários e a pressão de vendas dos últimos dois meses.
Uma checada nos gráficos
Há poucas mudanças no comportamento gráfico do Bitcoin em comparação com a semana anterior. É possível observar que as bandas de Bollinger sustentam sua amplitude, em uma tendência de baixa, com a linha inferior servindo de suporte imediato.
Ao mesmo tempo, a zona dos US$ 24,3 (linha azul) continua sendo um importante nível de barreira para novas quedas. Como apontado em Satoshi Calls anteriores, é possível que o teste desta área sirva como um trampolim para o preço do BTC. O movimento ganha força ao considerar que o topo duplo (círculos brancos) ainda não foi consolidado, abrindo espaço, então, para um fundo duplo (círculos azuis), que reverteria a tendência de baixa atual.
Fonte: TradingView, em 11/09/2023, às 9h06min..
Nos indicadores subjacentes, o MACD continua com suas médias cruzadas para baixo, apoiando a narrativa de que o mercado está sob controle de uma força vendedora. O Índice de Força Relativa (RSI) acompanha esta perspectiva ao apontar os 44 pontos.
Conclusão
Imaginar que a situação macroeconômica vá se resolver nos próximos meses é uma ilusão. Mesmo que a taxa de juros seja paralisada, há ainda muito caminho a desenrolar para que as economias retomem suas metas de inflação e, principalmente, os estoques de materiais. Com isso, as flutuações econômicas vão ainda impactar muito o mercado de criptomoedas.
Por isso, analisar os fundamentos do Bitcoin e altcoins é essencial para gerar uma leitura de médio e longo prazo para reduzir os ruídos apresentados pelos fatores externos. O Halving do Bitcoin é um desses eventos. Estimado para abril de 2024, o processo costuma ter um impacto positivo para o criptoativo, criando uma oportunidade de compra interessante. Essa perspectiva parece ser, inclusive, compartilhada com investidores de longo prazo, que seguem acumulando a moeda digital e a mantendo armazenada em suas carteiras há muito tempo.
A análise técnica sugere ainda que o BTC ainda tem espaço para reverter a tendência de baixa, caso alguns fatores desencadeiem um volume de compras mais poderoso do que a pressão vendedora atual.
Após o segundo fechamento mensal consecutivo em queda, nossa atenção se volta agora ao comportamento do Bitcoin (BTC) na abertura de setembro. A flutuação de preços permanece ainda bastante complexa, tornando a região atual de negociação uma espécie de mar desconhecido, em que as ondas podem fazer com que a criptomoeda de referência retome seu movimento de alta ou, então, siga posicionada em território de ursos, mantendo sua tendência baixista.
Sem afobação
Na semana passada, testemunhamos uma tentativa de recuperação de preços. Porém, a busca por valores mais altos foi rapidamente frustrada, indicando que os ursos (vendedores) ainda detém um domínio significativo sobre a direção do mercado. Seu objetivo parece ser levar o preço a um possível movimento abaixo do ponto mínimo registrado em 12 de junho.
Ter paciência para aguardar os movimentos de um gráfico semanal pode ser tedioso para alguns, mas no momento atual do Bitcoin, este gráfico tem colocado diante de nós uma visão muito serena de que o investidor profissional tem a intenção de buscar a liquidez abaixo da última mínima.
Ichimoku Clouds
Uma ferramenta útil para avaliar a situação é a análise das linhas de equilíbrio do indicador Ichimoku Kinko Hyo. Nessa análise, observamos que o preço está operando em uma região dentro da Nuvem de Ichimoku, o que indica uma fase de lateralidade. Esse padrão é representado pela Senkou Span B, que é uma linha de longo prazo. Quando ela se mantém plana, sugere que o mercado está em um cenário lateral.
Conforme mencionado em “Variação de Mercado” anteriores, o suporte para esse cenário lateral permanece entre os níveis de preços de US$ 23,1 a US$ 24,8 mil.
Um ponto de destaque nesta semana é a posição da linha Kijun Sen, que serve como a linha base do sistema Ichimoku. Ela está atualmente acima do preço atual, o que sugere que ainda há potenciais vendedores exercendo influência sobre o movimento dos preços.
Tomando a liderança
Continuando nossa análise, agora voltamos nossa atenção para o gráfico semanal do Market Cap e Dominância do Bitcoin.
Conforme podemos observar na imagem a seguir, a capitalização da criptomoeda tem apresentado uma tendência de queda desde a semana de 26 de junho. Atualmente, estamos na segunda onda de queda de curto prazo, com a ultrapassagem da Tenkan Sen de cima para baixo.
Esses sinais indicam que a intenção da capitalização é reduzir ainda mais, pelo menos em direção à linha base Kijun Sen, que está situada na região de 48%. Vale destacar que esse nível de Kijun pode operar como um suporte, além de estar acima dos níveis de 50% de Fibonacci do último movimento de alta, que teve início na semana de 06 de março.
Se a capitalização continuar a reduzir no gráfico semanal, é possível que o preço do Bitcoin confirme o movimento de queda que analisamos anteriormente, no qual aguardamos uma reação na região de liquidez.
Caso nossas análises se confirmem, poderemos mais uma vez ter um mês de setembro de muitas dificuldades para os touros que tentam sem sucesso levar o preço para valores mais altos.
Eles precisam compreender que, dentro da lógica do mercado, o investidor profissional busca adquirir ativos a preços mais baixos e vendê-los a preços mais altos. Essa lógica pode parecer simples, mas muitos investidores ainda têm dificuldade em adotar essa perspectiva de longo prazo.
Nossa análise seguinte abordará esses conceitos e esclarecerá a importância de pontos-chave no gráfico diário, ajudando a visualizar o mercado a partir de uma perspectiva mais ampla. Continuaremos monitorando de perto a evolução desses indicadores e atualizando nossas análises conforme necessário.
De cara com o preços
A análise do gráfico diário nos leva a uma discussão crucial sobre o comportamento da oferta e demanda, um elemento fundamental na análise institucional que estuda os conceitos do Smart Money. Dentro dessa abordagem, focamos em duas regiões específicas no gráfico de preços: Prêmio e Desconto (Premium and Discount).
Investidores profissionais almejam vender em regiões de Prêmio e comprar em regiões de Desconto. Isso significa vender a um preço mais alto e comprar a um preço mais baixo, maximizando seus lucros. A análise no gráfico diário a seguir vai sinalizar essas regiões e suas implicações.
Dado que o preço não conseguiu se manter acima da máxima registrada em 14 de abril, nossa análise abrangerá o período entre a mínima de 10 de março e a máxima de 13 de julho. Para auxiliar nessa análise, utilizaremos a ferramenta de Fibonacci no gráfico, com foco na região de 50% de todo o movimento.
A análise dos 50% de Fibonacci é significativa, pois quando o preço está acima dessa região, ele opera em uma posição de Prêmio. Isso indica que grandes instituições estão vendendo ativos a preços mais elevados, obtendo um Prêmio considerável.
Por outro lado, quando o preço está abaixo dos 50% de Fibonacci, os investidores profissionais têm a oportunidade de comprar com um desconto significativo.
Com base nesse entendimento do comportamento institucional, podemos identificar pontos-chave onde a demanda se mostrou relevante abaixo dos 50% de Fibonacci, incluindo o próprio nível de preço de 50%. Abaixo dessa região, no gráfico diário, observamos um desequilíbrio (imbalance) criado em 13 de março. Precisamente no meio desse desequilíbrio, encontramos o suporte de US$ 23,1 mil, que já foi mencionado neste e em relatórios anteriores.
Esticando a rede
Ao analisar os dados de rede (On-Chain) e examinar o gráfico semanal, é notável que o indicador SOPR (Spent Output Profit Ratio) encontra-se abaixo da linha 1. Esse cenário indica que alguns investidores podem estar enfrentando a necessidade de realizar suas posições com prejuízo, acionando stops forçados devido à queda nos preços do Bitcoin.
Contrastando com essa situação, observamos que grandes investidores estão aproveitando a oportunidade para adquirir a liquidez disponível. Na última semana, houve um aumento no número de endereços que detêm mais de 100 Bitcoins em suas carteiras, indicando um movimento de acumulação por parte desses investidores.
Além disso, notamos um leve aumento no número de endereços com mais de 1000 Bitcoins, o que sugere que, apesar da iminência de uma possível quebra do último fundo de preço, ainda existem grandes investidores que estão se posicionando para compras estratégicas.
É interessante observar que o número de endereços com mais de 10 mil Bitcoins permanece estável, mesmo após uma correção ocorrida há duas semanas atrás. Essa estabilidade nesse grupo de detentores de Bitcoin indica uma certa confiança em suas posições e a possibilidade de que esses investidores continuem a manter suas participações a longo prazo.
Esses dados de rede fornecem informações sobre o comportamento dos investidores no mercado, revelando uma dinâmica entre aqueles que estão sendo forçados a vender com prejuízo e aqueles que estão buscando oportunidades de compra em níveis de preço considerados atrativos. A estabilidade no número de endereços com grandes quantidades de Bitcoin sugere uma confiança subjacente nas perspectivas a longo prazo dessa criptomoeda.
Conclusão
Neste relatório, exploramos a movimentação de preços do Bitcoin na abertura de setembro. Iniciando nossa análise no gráfico semanal, observamos um cenário complexo de indefinição, com investidores lidando com uma luta contínua entre touros e ursos.
O Ichimoku Kinko nos forneceu informações sobre a lateralidade do mercado, com a linha Senkou Span B indicando essa tendência. O suporte crucial para essa lateralidade permanece entre os preços de US$ 23,1 a US# 24,8 mil.
No entanto, a posição da linha Kijun Sen acima do preço atual indica que os potenciais vendedores ainda têm influência no movimento do preço, o que sugere que o mercado pode continuar sob pressão de baixa.
Em seguida, exploramos a queda na capitalização do Bitcoin e a dinâmica dos investidores institucionais, que buscam vender em regiões de Prêmio e comprar em regiões de Desconto. Isso ressaltou a importância dos níveis de 50% de Fibonacci na determinação dessas regiões, com a oportunidade de lucro para grandes instituições quando o preço está acima de 50% e a oportunidade de compra com desconto quando está abaixo.
Também observamos a análise dos dados de rede (On Chain) e examinamos que o indicador SOPR sugere que alguns investidores podem estar sendo forçados a realizar posições com prejuízo devido à queda nos preços. No entanto, grandes investidores estão aproveitando para acumular Bitcoin, como evidenciado pelo aumento no número de endereços com mais de 100 Bitcoins.
Além disso, a estabilidade no número de endereços com mais de 10 mil Bitcoins reflete uma confiança subjacente nas perspectivas a longo prazo da criptomoeda, mesmo após uma recente correção.
Em resumo, o movimento do preço do Bitcoin neste início de mês é caracterizado por uma luta entre touros e ursos. Os investidores institucionais estão estrategicamente posicionados para aproveitar oportunidades de compra em meio à volatilidade, enquanto os indicadores oferecem insights sobre a pressão de venda e a confiança dos detentores de Bitcoin.
Agradecimento
Espero que as informações e análises fornecidas tenham sido úteis e informativas. Continuarei a acompanhar de perto o Bitcoin e outras criptomoedas para fornecer atualizações relevantes e análises adicionais à medida que o tempo avança.
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