O que há de bom na queda do Bitcoin?

O que há de bom na queda do Bitcoin?

Satoshi Call

Em meio ao insistente turbulento cenário macroeconômico, o Bitcoin (BTC), enfim, quebrou seu estreito canal de negociação e apontou para uma uma correção considerável na última semana. Não só a perspectiva da sequência do aperto monetário nos Estados Unidos permanece, como também a economia chinesa continua mostrando fragilidades em sua recuperação econômica, pressionando todos os mercados. Ao mesmo tempo, a moeda digital ainda precisou lidar com seus próprios fundamentos e encontrou, na especulação envolvendo Elon Musk, a provável faísca que faltava para reavivar sua volatilidade. Com todo esse caos em torno do BTC, nem tudo parece ser negativo. Por isso, é hora de aprofundar cada um desses elementos para que a estratégia de operações seja a mais assertiva nos próximos dias.

 

Será que aperta mais?

O mercado aguardou ansiosamente pela ata da última reunião do Federal Reserve, que terminou com o aumento de 0,25% nos juros, após uma pausa do aperto monetário no encontro anterior. Segundo o documento, os formuladores de política monetária sugeriram potenciais taxas de juros mais altas para conter a inflação de longo prazo.

A perspectiva, entretanto, mostrou sinais muito conflitantes dentro do mercado. Se por um lado as ações perderam tração na semana passada, pelo outro 90% dos investidores continuam apostando em uma nova paralisação do aumento de juros em 20 de setembro. Ou seja, ninguém sabe muito bem o que quer muito por aqui – talvez nem o que esperar!

Possíveis pistas, porém, podem ser vistas nos dados de pedidos de seguro-desemprego, que apontaram um leve recuo, enquanto as Vendas no Varejo vieram acima do esperado. Este último, inclusive, pode ser um catalisador interessante para incentivar o Federal Reserve a seguir com seu aperto monetário, já que o consumo é um potencial estímulo à inflação.

 

Julho Projeção Junho
      Vendas no Varejo 3,17% 1,50% 1,59%
      Produção Industrial -0,23% -0,10% -0,78%
      Seguro-desemprego 239 mil 240 mil 250 mil

 

Nesse meio do caminho, chamou a atenção os títulos do tesouro norte-americano de 10 anos. Desde a ata citada anteriormente, os rendimentos dos papéis do governo subiram para seu nível mais alto desde outubro de 2022, trilhando a possibilidade de novos aumentos de juros no país e levando o investidor a buscar ativos de menor risco.

 

 

É um enrosco só

A China seguiu com seus balanços na última semana e, mais uma vez, mostrou que sua economia está em expansão… Mas daquele jeito: frustrando a expectativa dos analistas. Os dados de Produção Industrial e Vendas no Varejo, por exemplo, vieram abaixo do esperado, mantendo a perspectiva de que o país ainda não encontrou o caminho para uma plena recuperação econômica. A pressão permanece com a taxa de desemprego que, embora em linha com as estimativas, ainda é considerada alta para o país.

 

Julho Projeção Junho
      Vendas no Varejo 2,5% 4,5% 3,1%
      Produção Industrial 3,7% 4,4% 4,4%
      Taxa de Desemprego 5,3% 5,3% 5,2%

 

O primeiro-ministro, Li Qiang, chegou a mencionar que o governo trabalhará para atingir os objetivos de crescimento do ano, logo após os dados “decepcionantes”. Para isso, as autoridades anunciaram o corte da taxa de empréstimos de um ano, em uma tentativa de fortalecer a economia. 

 

Olha quem voltou!

A gigante do setor imobiliário chinês, Evergrande, voltou às capas do noticiário e, novamente, de forma pouco positiva. No passado, a empresa já havia indicado a possibilidade de um default – calote de sua dívida – que atingiria diversos setores da economia local. Desta vez, a companhia entrou com um pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos, com receios de que o baixo desempenho da empresa possa acarretar novos prejuízos aos credores.

 

Quem dera fosse por aqui

Apesar de ainda apontando uma expansão econômica, os dados chineses são vistos como decepcionantes. Porém, em comparação com a Zona do Euro, talvez o país asiático não esteja assim tão mal. Na última semana, o bloco divulgou um pequeno crescimento do Produto Interno Bruto do segundo trimestre (PIB Q2), mas ainda um recuo em relação ao período anterior. Já a Produção Industrial melhorou na comparação com maio e veio bem acima das projeções, mas segue mirando em território negativo.

 

Junho Projeção Maio
      Produção Industrial -1,2% -4,2% -2,5%
      PIB (Q2) 0,6% 0,6% 1,1%

 

A Inflação ao Consumidor (CPI) da Zona do Euro pouco se movimentou também. A estabilidade foi o mote deste mês, apesar de uma pequena retração no índice geral.

 

Julho Projeção Junho
      CPI 5,3% 5,3% 5,5%
      Núcleo CPI 5,5% 5,5% 5,5%

 

De grão em grão

Na última semana, o Brasil divulgou, com atraso, seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) – considerado uma prévia do PIB. O indicador seguiu com seu avanço, vindo, inclusive, acima do esperado pelos analistas. Com isso, as projeções positivas para a economia brasileira até o final do ano permanecem no radar.

 

Junho Projeção Maio
      IBC-Br 0,63% 0,60% -2,05%

 

O que vem por aí?

Após o agito, a agenda econômica desta semana está bem amena. No Brasil, será divulgado o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação nacional. Nos Estados Unidos, membros do comitê votante de política monetária do Federal Reserve discursam. Ao mesmo tempo, ocorre o simpósio de Jackson Hole, que reúne economistas, políticos e empresários para discutir juros, inflação e tendência de crescimento ou retração do país. Saem essa semana também as prévias dos Índices Gerentes de Compras (PMI) Industrial, de Serviços e Composto da Zona do Euro e EUA.

 

 

Volatilidade “resolvida”

O Bitcoin parecia que iria, mais uma vez, manter seu estreito canal de negociação. Mesmo com pequenos recuos aos US$ 28 mil, a volatilidade histórica da criptomoeda de referência chegou a se aproximar de mínimos recordes. Na sexta-feira, porém, a quebra dessa morosidade – citada em Satoshi Calls anteriores – veio e para baixo.

Em poucas horas, na última quinta-feira, a moeda digital foi para os US$ 25,6 mil, buscando uma mínima de dois meses. Na abertura desta semana, o BTC parece estar resistindo ao momento de baixa, se apoiando nos níveis mais baixos dos US$ 26 mil.

 

A tal faísca que faltava

Determinar uma única causa para a queda de preços do Bitcoin seria bastante imprudente e impreciso. A realidade é que foi preciso uma conjuntura específica de fundamentos acontecendo quase que ao mesmo tempo para que, enfim, o mercado direcionasse uma tendência mais clara.

Desta forma, a possibilidade de aumento de juros nos Estados Unidos é, sim, um catalisador para a pressão ao mercado, embora não tenha sido capaz o suficiente para quebrar a lateralidade em semanas anteriores. Mas aí entram outros fatores que colaboraram para o estiramento da corda.

Como comentado em outros relatórios, o mercado asiático se apresentava como um importante acumulador de Bitcoin recentemente. Por isso, a notícia de que uma das maiores empresas da China, a Evergrande, estava entrando com pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos aumentou o sentimento negativo do mercado para ações de risco, inclusive as criptomoedas.

Junto a isso, outros dois elementos especulativos foram os gatilhos finais para a queda de preços. O primeiro deles aponta para um confuso relatório da Tesla, em que não fica claro se a fabricante de automóveis elétricos se desfez de forma parcial ou total de seus BTCs. Apesar de não ser uma companhia específica do setor cripto, Elon Musk tem grande influência neste – e não é de hoje – e em outros mercados, colaborando sempre com uma pitada de volatilidade.

Por fim, a queda mais acentuada da criptomoeda também é intensificada pela liquidação expressiva de mais de US$ 1 bilhão em contratos futuros, em apenas 24 horas. Mais de 80% desse total correspondeu a contratos de compra (longs), contra menos de 20% para posições vendidas (shorts).

Se todos esses eventos juntos parecem ser um caos total, na verdade, podem indicar uma maturidade do Bitcoin. Ao contrário do que acontecia anos atrás, poucos fundamentos – fossem eles internos ou externos ao setor – já eram suficientes para levar a uma queda ou alta de preços da criptomoeda. 

Agora, foi preciso muito mais força e situações concomitantes para que o ativo sofresse algum impacto significativo. Desta forma, é possível que o BTC esteja em um momento mais consolidado, baseando seu desempenho em uma narrativa cada vez mais própria.

 

Vem para o gráfico

Na perspectiva técnica semanal, uma divergência entre o Índice de Força Relativa (RSI) – em tendência de baixa – e o movimento de preços –  tendência de alta – se consolidou com a queda de preços da última semana, como apontado pelas linhas amarelas no gráfico abaixo. Novos recuos ainda são possíveis, pois o movimento corretivo também pode ser uma repercussão do topo duplo marcado pelos dois círculos brancos.

 

Fonte: TradingView, em 21/08/2023, às 8h56min.

 

As Bandas de Bollinger, agora, apontam para uma ampliação de suas extremidades, com a parte inferior podendo servir de suporte para o preço, já que a mediana foi rompida rapidamente para baixo. Há uma linha mais abaixo ainda para suportar em US$ 24,3 mil, última grande zona de resistência do ativo. Caso o mercado segure o BTC acima deste nível, um rebote pra cima é bastante possível nos próximos dias. Senão, os US$ 22 mil e US$ 16 mil voltam ao radar dos investidores.

Nos indicadores subjacentes, o MACD cruzou para baixo suas médias, acompanhando o mercado mais pressionado pelos vendedores. Enquanto isso, o RSI desceu para 45 pontos, apontando para um mercado controlado pelos bears.

 

 

Conclusão

Apesar de uma queda ser considerada ruim para muitos investidores, a maneira como a quebra de volatilidade aconteceu sugere sinais de que o Bitcoin está ficando cada vez mais fortalecido contra “pequenos” e poucos fundamentos. Há uma possível maior estabilidade do ativo, que exige cenários muito mais bruscos do que antigamente para uma descida ou subida de preços.

A perspectiva técnica indica uma tendência de baixa muito mais clara, com quedas ainda mais intensas no curto prazo no radar. Entretanto, um importante nível de suporte pode ser o trampolim que alguns bulls gostariam de ver para o rompimento dos US$ 30 mil, considerando que o mercado segue acumulando a criptomoeda, de olho no halving do ano que vem.

Com isso, traders de curto prazo talvez precisem ficar atentos a estratégias que possam proteger suas posições, caso a descida de preços continue. Para os investidores de períodos maiores e HODLErs, a queda pode servir para acumular ainda mais a criptomoeda com um certo “desconto”.

 

Tudo aponta US$ 28 mil para o BTC

Tudo aponta US$ 28 mil para o BTC

Variação de Mercado

Apesar do movimentado cenário financeiro atual, a criptomoeda líder, o Bitcoin (BTC), continua operando em sua rara baixa volatilidade, se tornando cada vez mais um objeto de intenso estudo e especulação. Com um sentimento baixista rondando a moeda digital, é importante identificar os principais níveis de suporte, principalmente considerando o comportamento dos investidores de diferentes prazos. Por isso, no Variação de Mercado desta semana, aprofundaremos em uma análise detalhada dos preços do BTC, utilizando uma abordagem multifacetada, com diferentes intervalos de tempo, indicadores técnicos e estratégias consolidadas.

 

Perspectivas diversas

Dividindo nossa análise em três partes distintas, começaremos por explorar o gráfico mensal, em que as tendências de investidores de longo prazo se manifestam. Utilizando o indicador Moving Average Convergence Divergence (MACD) e a estratégia Triple Screen, proposta por Alexander Elder, desvendaremos os padrões e sinais que sinalizam uma tendência de alta, identificando como o mercado se comporta em escalas maiores.

A jornada prosseguirá no gráfico semanal, onde utilizaremos o oscilador Estocástico para avaliar a presença de regiões de sobrecompra e sobrevenda. Adaptando os parâmetros deste padrão para se adequarem à alta volatilidade costumeira das criptomoedas, examinaremos as relações entre compradores e vendedores em diferentes intervalos de tempo, identificando pontos de equilíbrio e indícios de reversão de tendência.

Por fim, aprofundaremos nossa análise no gráfico diário, em que os movimentos intradiários revelam detalhes cruciais. Concentrando-nos na região de suporte entre US$ 28 mil e US$ 28,3 mil, exploraremos as ações dos compradores em períodos de 26, 52 e 76 dias, traçando um quadro da dinâmica de mercado no curto prazo. A presença do indicador Ichimoku Kinko Hyo na análise também enriquecerá nossa compreensão das nuances da movimentação de preços.

Com base em nossas análises, construídas sobre uma base de dados rica e informações abrangentes, concluiremos este relatório com uma síntese de nossas observações. Através dessa abordagem detalhada e interconectada, esperamos lançar luz sobre a complexidade do movimento de preços do Bitcoin e fornecer uma base sólida para investidores e analistas.

 

Distanciamento gráfico

Daremos início ao nosso estudo começando por analisar o gráfico mensal com o auxílio do indicador Moving Average Convergence Divergence (MACD). É essencial destacar que a observação deste período nos permite compreender as reações dos investidores de longo prazo, proporcionando uma visão mais abrangente do mercado.

Enquanto a situação de curto prazo apresenta uma certa indefinição, como será detalhado nas análises dos gráficos diário e semanal, é notável que, na perspectiva mensal, o indicador MACD ultrapassou a linha zero em julho e mantém uma trajetória ascendente em agosto, mesmo após já termos transcorrido mais de 15 dias do mês.

Uma estratégia valiosa para identificar pontos favoráveis à negociação no mercado é a abordagem Triple Screen, desenvolvida por Alexander Elder. Esta estratégia incorpora o uso do indicador MACD em conjunto com outros indicadores e sugere a análise de diferentes intervalos de tempo para obter uma compreensão mais completa do mercado. Alexander Elder detalhou minuciosamente a estratégia Triple Screen em seu livro “Como se transformar em um investidor de sucesso”.

No contexto deste relatório, adotaremos a ideia proposta por Alexander Elder no Triple Screen, enquanto também integraremos os conceitos de Oferta e Demanda Institucional com a aplicação do indicador Ichimoku Kinko Hyo. Isso permitirá uma análise mais aprofundada da movimentação do Bitcoin. Nossa abordagem envolverá a observação também de três intervalos de tempo: o gráfico mensal, o gráfico semanal e o gráfico diário.

O objetivo, aqui, é compreender as ondas do mercado por meio da utilização de diferentes intervalos de tempo em conjunto com indicadores variados. Investidores adeptos à estratégia Triple Screen buscam identificar tendências favoráveis e são mais seletivos em relação às flutuações menores.

 

A primeira tela

No gráfico mensal apresentado na imagem a seguir, é notável a presença do indicador MACD, que não apenas ultrapassou a linha zero, mas também exibe um histograma mais elevado em agosto em comparação com o histograma máximo de julho. Nesse contexto, de acordo com a abordagem Triple Screen, podemos inferir uma tendência de alta, o que nos leva a buscar oportunidades de compra.

 

 

Até este ponto do relatório, fica claro que a trajetória do Bitcoin é de crescimento. Durante o desenvolvimento e aplicação do sistema Triple Screen com o uso do indicador MACD, uma observação relevante surgiu: quando o histograma deste padrão forma uma mínima mais alta abaixo da linha zero, este sinal confere maior força à busca por posições de compra.

Ao contrário, quando o histograma registra uma máxima mais alta acima da linha zero, o sinal para compra é menos robusto, embora ainda indique uma tendência ascendente. Da mesma forma, no cenário de vendas, quando o histograma atinge uma máxima mais baixa acima da linha zero, isso sinaliza uma oportunidade mais sólida para vender. Por outro lado, quando o histograma do MACD forma uma mínima mais baixa abaixo da linha zero, o sinal para vendas é mais tênue, ainda que continue a indicar uma tendência de baixa.

Essas observações contribuem para uma abordagem mais refinada na interpretação das variações do indicador MACD e na identificação de oportunidades de negociação em diferentes contextos de mercado. A combinação dessa técnica com a estratégia Triple Screen e a análise de outras ferramentas, como o indicador Ichimoku, aprofundará ainda mais nossa compreensão das nuances da movimentação do Bitcoin.

 

 

A tela seguinte

No prosseguimento da nossa análise, direcionaremos nossa atenção ao gráfico semanal do Bitcoin. Na figura a seguir, estaremos empregando o indicador Estocástico, um oscilador notável por sua capacidade de fornecer insights sobre as condições de sobrecompra e sobrevenda em diferentes contextos de mercado.

É importante ressaltar que os mercados possuem comportamentos diversos, o que demanda uma calibração adequada do indicador conforme a natureza do mercado e do ativo em questão.

 

 

No âmbito do sistema Triple Screen, o Estocástico é originalmente utilizado com níveis limites de oscilação. Porém, considerando a alta volatilidade das criptomoedas, ajustaremos os parâmetros para 80 e 20, com um foco especial na região de 50.

A premissa do Estocástico é que quando ele está abaixo de 20, o ativo é considerado sobrevendido, sugerindo um momento propício para buscar oportunidades de compra. Quando o Estocástico ultrapassa 80, indica que o ativo está sobrecomprado, sugerindo a consideração de oportunidades de venda.

Para atenuar a movimentação deste padrão técnico, utilizaremos uma média simples de 3 períodos como filtro. Essa abordagem implica que, quando o Estocástico está acima da média de 3 períodos, a tendência é de alta, e quando está abaixo, a tendência é de baixa.

A primeira informação que buscamos extrair do Estocástico no gráfico semanal é se ele está acima de 80 ou abaixo de 20, a fim de compreender se o ativo está em situação de sobrecompra ou sobrevenda.

No caso do Bitcoin, a última vez que o Estocástico ficou abaixo de 20 no gráfico semanal ocorreu durante o período de acumulação antes do movimento de alta iniciado em janeiro. Nesse contexto, devemos considerar a posição atual do indicador. No momento, ele está acima da região de 50, apontando que o ativo está procurando suporte, especialmente porque a linha do Estocástico ainda se encontra abaixo da média de 3 períodos simples.

Portanto, quando temos uma tendência de alta indicada pelo MACD no gráfico mensal, é aconselhável buscar uma região de sobrevenda ou um suporte na marca de 50 no gráfico semanal.

Vale ressaltar que um suporte próximo à região de 50 do Estocástico pode indicar uma continuação da tendência, enquanto um Estocástico abaixo de 20 pode prenunciar uma continuação ou início de uma tendência de alta. Por outro lado, um Estocástico acima de 80 pode indicar o início ou a continuação de uma tendência de baixa, dependendo da estrutura de preços estabelecida.

No momento desta redação, o Estocástico está apontando para a região de 50, ainda sem definição clara de retomada, enquanto o MACD mensal permanece indicando uma tendência de alta para o Bitcoin. Esta observação oferece um panorama sobre a relação entre os indicadores e os possíveis movimentos do mercado.

 

 

As divergências falam

Com base nas análises e informações até o momento, podemos chegar à seguinte conclusão: o movimento de preços atual está se desenrolando de maneira contrária à tendência principal. Enquanto o gráfico mensal exibe um histograma com máximas mais altas, indicando uma tendência de alta, o gráfico semanal apresenta um movimento que vai na contramão a essa tendência.

Em resumo, estamos observando uma onda de baixa que parece representar uma correção dentro de uma tendência de alta mais ampla. Essa análise sugere uma dinâmica em que o mercado está passando por uma fase de ajuste após um movimento significativo de alta. As ferramentas utilizadas até o momento, como o indicador MACD e o Estocástico, nos permitem entender a complexidade das movimentações de preço e identificar essas nuances dentro do mercado de Bitcoin.

 

De frente para a tela

Continuando nossa análise, agora direcionamos nossa atenção ao gráfico diário do Bitcoin. Nesse contexto, é evidente que nosso principal suporte local permanece na região entre US$ 28 mil e US$ 28,3 mil, uma observação que já foi destacada em relatórios anteriores. Nessa faixa, encontramos uma linha conhecida como Senkou Span B, que delimita a parte inferior da Nuvem de Ichimoku, além de representar um ponto de equilíbrio baseado em 52 períodos.

Notavelmente, os compradores dos últimos 52 dias experimentaram uma mudança para a situação de perda, visto que os preços permaneceram dentro da Nuvem e abaixo do preço de compra de tais investidores. Por sua vez, os compradores dos últimos 26 dias entraram em território negativo desde o 18 de julho, quando o preço do ativo se posicionou abaixo das linhas Tenkan e Kijun Sen.

A expectativa desses investidores que enfrentam perdas é que os compradores dos últimos 76 dias ainda mantêm uma posição lucrativa, considerando seu ponto de equilíbrio na faixa de US$ 28 mil, que coincide com o mesmo nível de equilíbrio dos compradores dos últimos 52 dias. Se ambos os grupos de investidores, com 76 e 52 dias de período, conseguirem sustentar suas posições nos pontos de equilíbrio, teremos um suporte altamente significativo estabelecido na marca de US$ 28 mil.

 

 

Vale destacar que esse suporte em US$ 28 mil tem sido tema recorrente em nossos relatórios anteriores. A cada nova semana, essa região que ainda não foi testada demonstra novos indícios de ser um dos pontos mais cruciais para a estrutura de preços local do Bitcoin. Essa análise detalhada do gráfico diário e da atuação dos investidores ao longo dos diferentes períodos de tempo enriquece nossa compreensão da dinâmica de preços e das áreas de suporte essenciais no cenário atual.

 

Conclusão

Ao longo deste relatório, empreendemos uma jornada detalhada pela complexa movimentação de preços do Bitcoin, utilizando uma combinação de análises mensais, semanais e diárias, juntamente com indicadores como o MACD e o Estocástico, bem como os conceitos do sistema Triple Screen e o indicador Ichimoku Kinko Hyo.

As análises revelaram uma narrativa intrigante e multifacetada. O gráfico mensal apontou para uma tendência de alta, caracterizada pelo indicador MACD que ultrapassou a linha zero e exibiu histogramas ascendentes, indicando vigor no movimento de alta. A abordagem Triple Screen enriqueceu nossa compreensão das oscilações, ressaltando a importância das mínimas e máximas do histograma MACD em relação à linha zero.

No gráfico semanal, a utilização do Estocástico com parâmetros ajustados, levando em consideração a volatilidade das criptomoedas, revelou informações valiosas. A análise apontou para um suporte relevante na região de 50 do Estocástico, indicando a busca por um ponto de equilíbrio após um período de acumulação e correção.

Por sua vez, o gráfico diário trouxe à tona um ponto de suporte crucial na faixa de US$ 28 mil, corroborado pela presença da linha Senkou Span B da Nuvem de Ichimoku. A observação dos movimentos dos compradores nos últimos 26, 52 e 76 dias revelou uma dinâmica de mercado complexa, em que investidores que possuem posições no vermelho mantêm a expectativa aguardando a defesa de posições por parte de compradores de 76 dias.

Como resultado, o Bitcoin apresenta um movimento de preços em descompasso com a maré principal, representando uma onda de baixa que busca corrigir a grande onda de alta. A área de suporte em torno de US$ 28 mil surge como uma peça crucial nesse quebra-cabeça, sendo ressaltada por diversas ferramentas e indicadores, apontando para sua relevância no cenário atual.

Em suma, a complexidade das movimentações do Bitcoin exige uma abordagem multidimensional, onde cada intervalo de tempo e cada indicador contribuem para uma compreensão mais completa do cenário. Essa análise detalhada e aprofundada permite que investidores e analistas considerem a interação entre tendências, suportes e resistências em diferentes níveis temporais.

 

 

Agradecimento

Ao final deste relatório, resta-me apenas agradecer a todos que dedicaram seu tempo para ler e absorver este relatório abrangente sobre a movimentação de preços do Bitcoin. Obrigado por seu interesse e dedicação em compreender as nuances e complexidades do mercado de criptomoedas.

A análise minuciosa apresentada ao longo deste relatório só é possível graças à sua busca contínua por conhecimento e compreensão.

Espero que este relatório tenha fornecido insights valiosos, perspectivas aprofundadas e uma compreensão mais clara das complexidades que cercam a movimentação de preços do Bitcoin

Se você tiver alguma dúvida, comentário ou desejar aprofundar ainda mais a discussão, não hesite em entrar em contato.

Atenciosamente,
Emerson Antunes

Respeito ao suporte vai colocar Bitcoin em alta?

Respeito ao suporte vai colocar Bitcoin em alta?

Satoshi Call

O cenário macroeconômico global continua a mostrar sinais mistos, pressionando cada vez mais o mercado de ações de risco e as criptomoedas. O Bitcoin (BTC), em particular, segue em uma luta ferrenha para quebrar sua estreita faixa de negociação, com indicadores on-chain sugerindo uma possível virada no jogo. No Satoshi Call desta semana, vamos fazer aquele resumão do que passou e o que está por vir na economia mundial, enquanto analisamos os fundamentos, dados on-chain e gráficos do BTC para tentar descobrir quando e para onde a criptomoeda de referência pode ir.

 

Tudo na planilha

A temporada de balanços trimestrais das empresas norte-americanas está chegando ao fim, o que tem reduzido o ritmo de compra dos traders e, consequentemente, a volatilidade. Até a última semana, 85% das empresas do S&P 500 já divulgaram seus resultados trimestrais, com quase 80% superando positivamente as expectativas de Wall Street.

 

Na contenção

A Inflação ao Consumidor (CPI) e ao Produtor (PPI) seguem sendo o desafio maior dos Estados Unidos. O avanço de preços ficou próximo de uma estabilidade, mas ainda sinalizando ligeira aceleração. Isso pode impactar na decisão do Federal Reserve para um novo aumento de juros na próxima reunião. Entretanto, os analistas seguem apostando para uma pausa do aperto monetário pelos votantes do Banco Central dos Estados Unidos.

 

Julho Projeção Junho
      CPI (anual) 3,2% 3,3% 3,0%
      Núcleo CPI (anual) 4,7% 4,8% 4,8%
      PPI (anual) 0,8% 0,7% 0,2%
      Núcleo PPI (anual) 2,4% 2,3% 2,4%

 

A certa estabilidade da inflação, combinada com os resultados positivos das empresas, sugere que a economia dos EUA está em uma posição relativamente forte, apesar dos desafios. No entanto, a atenção dos investidores estará voltada para as próximas decisões sobre os juros, que podem influenciar a trajetória da inflação e o crescimento econômico.

 

 

Vender, depois comprar

A narrativa de uma economia norte-americana ligeiramente fortalecida acompanha o crescimento leve das exportações em julho, contra uma retração das importações.
Já as Vendas no Atacado retraíram, o que pode ajudar na contenção da inflação. Na mesma linha, os pedidos de seguro-desemprego aumentaram, sinalizando um possível arrefecimento do aquecido mercado de trabalho.

 

Julho Projeção Junho
      Exportações US$ 247,5 bi US$ 247,1 bi
      Importações US$ 313,0 bi US$ 316,1 bi
      Vendas no Atacado -0,7% 0,3% -0,5%
      Seguro-Desemprego 248 mil 230 mil 227 mil

 

Tensão no ar

Na Zona do Euro, a divulgação de dados econômicos foi branda na última semana, com o destaque principal para o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido, que subiu 0,2% no segundo trimestre, acima do esperado pelos analistas.
Entretanto, um ataque a um importante centro de distribuição de petróleo da Rússia elevou a tensão na região. Com a possível redução da oferta, o preço da commoditie subiu rapidamente na última semana.

 

Onde está a recuperação?

As exportações e importações chinesas recuaram de forma considerável em relação ao ano anterior e acima do esperado pelos analistas. A perspectiva mais negativa tem pressionado ainda mais a possível recuperação econômica do país.
Por outro lado, o CPI entrou em deflação, e o PPI acelerou, reduzindo os preços ao consumo, mas aumentando para os produtores.

 

Julho Projeção Junho
      Exportações -14,5% -12,5% -12,4%
      Importações -12,4% -5,0% -6,8%
      CPI (anual) -0,3% -0,4% 0,0%
      PPI (anual) -4,4% -4,1% -5,4%

 

Sem consenso

Após o primeiro corte de juros no Brasil, os investidores estão analisando detalhadamente a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento apontou divergência entre os votantes para uma redução entre 0,25% e 0,50% da SELIC, mas confirma a possibilidade de seguir cortando em 50 pontos-base os juros nos próximos encontros.
Enquanto isso, o varejo mostra expansão de suas atividades, enquanto a inflação volta à aceleração, depois de um período de queda.

 

Julho Projeção Junho
      Vendas no Varejo 1,3% 0,4% -1,1%
      IPCA 3,99% 3,93% 3,16%

 

Hold your horses

Essa semana, a agitação e uma bateria forte de dados econômicos vai marcar o dia a dia dos investidores. Pelo Brasil, sai o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB. O indicador deveria ter sido divulgado na sexta-feira, mas foi adiado.
Nos Estados Unidos, o mercado fica de olho nas Vendas do Varejo, Produção Industrial e, principalmente, na ata do Federal Reserve sobre a última reunião que elevou os juros em 0,25% novamente. Já a China segue com seus balanços, divulgando também sua Produção Industrial, Vendas no Varejo e Taxa de Desemprego.
Quem volta a apresentar dados importantes é a Zona do Euro, com as prévias da Variação de Emprego, PIB, além da Produção Industrial e Inflação ao Consumidor.

 

Os ursos vão cansar

Apesar de pequenos picos de volatilidade terem rompido níveis de suporte e resistência eventualmente na última semana, o Bitcoin permanece em sua intensa briga para se manter acima dos US$ 29 mil, enquanto não mostra forças para avançar para além dos US$ 30 mil,
A balança, porém, parece estar começando a pender para o lado dos bulls, segundo uma leitura do mercado por um analista da Glassnode: “ursos estão no controle, mas ficando exaustos”.

 

De olho na rede

Os dados on-chain continuam apontando para uma compra constante de BTC pelas baleias, mirando o próximo bull market. Neste grupo, os investidores asiáticos estão se mostrando o principal motor de acumulação.
Aqueles que decidiram comprar para guardar, no caso os HODLers, estão em posição vantajosa, detendo detém mais Bitcoin do que nunca. São 14,599 milhões de BTCs armazenados em suas carteiras, representando 75% do suprimento circulante.
Na mesma linha, o número de carteiras com algum volume da criptomoeda permanece em alta, também desafiando a estagnação de preços da moeda digital.

 

Fundo regulamentado

Enquanto não há qualquer decisão favorável por parte da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) para os ETFs de Bitcoin, há quem faça suas apostas otimistas.
Para o CEO da Galaxy Digital, Mike Novogratz, o fundo regulamentado em bolsa da criptomoeda pode ser aprovado em até seis meses, citando fontes da BlackRock e Invesco.

 

Vamos lá, Gráfico!

Os compradores nas bolsas de criptomoedas reposicionaram suas ordens para níveis mais baixos, podendo comprometer o atual suporte de US$ 29 mil para o Bitcoin. Entretanto, há uma perspectiva otimista para a criptomoeda, observada no indicador Fear and Greed, que saltou de 30% (medo) para 60% (ganância) recentemente.
Como apontado nos últimos Satoshi Calls, a mediana da Banda de Bollinger se manteve como suporte no gráfico semanal, segurando o preço da criptomoeda acima dos US$ 29 mil. Caso o movimento se repita – como apresentado nos círculos brancos – a tendência é que o BTC utilize o nível como um trampolim e busque novas altas.

Fonte: TradingView, em 14/08/2023, às 8h33min.

 

O indicador permanece com suas extremidades paralelas e retas uma com a outra, indicando que a volatilidade do ativo está cada vez mais estreita. Com isso, um rompimento abrupto para cima ou para baixo deve ocorrer em algum futuro próximo.
No MACD, as médias se cruzaram para baixo, criando histogramas vermelhos. O movimento aponta para uma perda de força dos compradores recentemente. O Índice de Força Relativa (RSI) se posta na região dos 57 pontos, ainda indicando um mercado mais comprado.

 

 

Conclusão

Após semanas de controle de preços e baixa volatilidade, nitidamente o Bitcoin está operando de forma quase que totalmente alheia aos fundamentos macroeconômicos. É complicado pensar que a ata do Federal Reserve não vá causar impactos no mercado. Entretanto, é igualmente difícil dizer que, pelo histórico recente, a criptomoeda vá mudar de direção apenas por isso.
Os indicadores on-chain sugerem que os bulls estão rumo ao esgotamento, enquanto a análise técnica mira para um rompimento abrupto em breve. Quanto mais estreita a volatilidade for, mais agressivamente a tendência –  de baixa ou de alta – será iniciada. Por isso, a cautela segue sendo a melhor amiga dos investidores deste mercado.

Worldcoin, futuro ou fiasco?

Worldcoin, futuro ou fiasco?

Bem-vindos à mais uma edição do “O HODLER”, a melhor newsletter do mercado crypto brasileiro.

Hoje eu vou parar de falar de L2 e de teses de mercado.

Temos outro assunto super importante que devemos dar atenção agora e já mencionei ela em relatórios anteriores – mas de maneira bem simplória e passageira .

Vamos entrar de cabeça na tão falada Worldcoin e tentar entender o que ela é? O que come? Como vive?

Sexta feira no Globo Repórter? Aqui não, vamos ver é agora!

 

🤔 O que é a Worldcoin?

Imagine um mundo onde cada pessoa, independentemente de onde esteja, possa provar sua humanidade online, mantendo sua privacidade intacta. Este é o sonho da Worldcoin, uma iniciativa que visa criar uma rede de identidade e financeira que pertence a todos nós, a humanidade.

Seu objetivo é abrir portas para oportunidades econômicas, permitir processos democráticos globais e até mesmo pavimentar o caminho para uma Renda Básica Universal financiada por IA.

A visão central da Worldcoin está com o conceito de “prova de pessoa”, que se refere à confirmação de que um indivíduo é humano único. Esse é um grande problema.

No mundo digital de hoje, provar que você é uma pessoa real é surpreendentemente difícil. Isso torna coisas como votar online ou distribuir recursos de forma justa um desafio. – E à medida que a inteligência artificial se torna cada vez mais avançada, fica ainda mais complicado distinguir humanos de bots.

 

 

A Worldcoin baseia-se em três pilares de acordo com seu whitepaper.

Primeiro, a prova de pessoa é um primitivo digital necessário e que se tornará cada vez mais importante à medida que modelos de IA mais poderosos ficarem disponíveis.
Em segundo lugar, uma prova de pessoa escalável e inclusiva permite, pela primeira vez, alinhar os incentivos de todos os participantes da rede em torno da adição de humanos reais à rede.
Por fim, na era da IA poderosa, a maneira mais confiável – e, talvez mais surpreendentemente – de emitir uma prova de pessoa global é através de hardware biométrico personalizado.

Mas para fazer isso tudo acontecer é necessário passar por algumas barreiras que acabam gerando muitas polêmicas principalmente voltadas à liberdade.

 

💡 Quem está por trás desse projeto ambicioso?

Sam Altman é o principal nome por trás da Worldcoin. Não reconheceu o nome? Calma que vamos falar tudo sobre esse homem.

Ele é uma figura bem conhecida no mundo da tecnologia e do empreendedorismo. Altman nasceu em 1985 e cresceu em St. Louis, Missouri, nos Estados Unidos. Ele estudou ciência da computação na Universidade de Stanford, mas abandonou a escola para começar uma empresa chamada Loopt, um aplicativo de rede social baseado em localização, que foi posteriormente adquirido pela Green Dot Corporation.

Altman é talvez mais conhecido por seu papel como presidente da Y Combinator, uma das mais prestigiadas aceleradoras de startups do mundo, de 2014 a 2019. Durante seu tempo na Y Combinator, ele ajudou a moldar a trajetória de muitas startups de sucesso, incluindo Airbnb, Dropbox e Reddit.

Além de seu trabalho na Worldcoin, Altman também é o CEO da OpenAI, uma organização de pesquisa em inteligência artificial baseada em San Francisco. A OpenAI é conhecida por desenvolver modelos de linguagem de IA de ponta, como o GPT-3, que são usados para uma variedade de aplicações, desde chatbots até redação de artigos.

Altman é conhecido por suas visões futuristas e frequentemente fala sobre tópicos como inteligência artificial, criptomoedas e o futuro do trabalho. Ele é um defensor da Renda Básica Universal (UBI) e acredita que a IA tem o potencial de criar uma abundância de riqueza que poderia ser distribuída para todos através de uma UBI.

No entanto, – aí que começa nossas discussões sobre o projeto – Altman também tem sido objeto de críticas e controvérsias. Sua liderança na Worldcoin e na OpenAI tem levantado questões sobre privacidade e ética, especialmente em relação à coleta de dados biométricos pela Worldcoin e ao uso de grandes conjuntos de dados pela OpenAI.

 

💡 WorldID, token e app

WorldID, token e o app são os três elementos iniciais que o usuário interage dentro do protocolo. Vamos entender como cada um funciona dentro do ecossistema.

O World ID: O World ID é a resposta da Worldcoin para a prova de pessoa. Ele permite que você verifique sua humanidade online, enquanto mantém a privacidade – o que não é totalmente verdade e vamos ver mais pra frente -, usando um dispositivo biométrico chamado Orb. O objetivo é que cada World ID seja único para o indivíduo a quem foi emitido.

O token Worldcoin: Para incentivar todos na rede a trabalhar juntos para o crescimento da rede, a Worldcoin emite seu próprio token. Isso é especialmente importante no início, para ajudar a superar o “problema de arranque frio” e fazer com que o projeto decole.

O World App: O World App é a primeira interface para o World ID. Ele orienta você durante a verificação com o Orb e mantém suas credenciais do World ID. O objetivo é tornar o acesso à infraestrutura financeira descentralizada global o mais fácil possível.

 

⚠️ O que está por baixo do tapete?

Apesar da visão ambiciosa da Worldcoin, eu tenho muitas dúvidas e preocupações que devem ser levadas em consideração.

A Worldcoin está coletando informações biométricas sensíveis, principalmente de pessoas pobres, para criar sua rede. Isso levou a questionamentos sobre a privacidade e segurança desses dados. Além disso, a Worldcoin prometeu deletar todas as informações biométricas coletadas durante a fase de testes, mas isso depende da confiança dos usuários na empresa para cumprir essa promessa. – hoje são mais de 2 milhões de pessoas de acordo com o site do projeto.

O projeto não é garantia de resolução de um dos problemas que é a “prova de pessoa”. A estratégia de implementação da Worldcoin resultou na criação de um mercado negro para credenciais verificadas. As identidades digitais do World ID estão sendo vendidas por cerca de $30, permitindo que qualquer pessoa com mais de $30 possa ter mais de uma identidade digital. Isso desafia a ideia de que cada World ID é único para o indivíduo a quem foi emitido.

A ligação de características biométricas imutáveis ao dinheiro poderia ter consequências distópicas. Se a identidade digital de uma pessoa for perdida ou bloqueada de alguma forma, essa pessoa poderia ser efetivamente excluída da economia digital. Ao contrário do dinheiro tradicional e de outras criptomoedas, você não pode simplesmente criar uma nova carteira e adicionar novas moedas a ela.

Quando a gente vai para a blockchain e vê alguns dados on-chain, achamos algumas coisas interessantes. Apesar de a Worldcoin se apresentar como uma rede “propriedade de todos”, a distribuição real de tokens sugere o contrário. Os 10 principais endereços detêm 98,63% do total de tokens Worldcoin. Além disso, uma parcela significativa de todos os tokens que existirão é alocada para os insiders, incluindo desenvolvedores da Worldcoin, operadores de Orb e investidores famosos.

A estrutura de mercado da Worldcoin é propensa à manipulação e à dinâmica de bombeamento e despejo. Apenas cerca de 1% dos dez bilhões de tokens Worldcoin que existirão estão em circulação, a maioria nas mãos de formadores de mercado parceiros da Worldcoin. Isso cria uma estrutura de mercado que pode atrair investidores especulativos de varejo e permite que os formadores de mercado internos garantam lucros.

 

 

👀 Oportunidade ou risco?

A Worldcoin é uma visão ousada para o futuro da identidade e finanças digitais. Embora ainda haja muitos desafios a serem superados, a promessa da Worldcoin de criar uma rede de identidade e financeira globalmente inclusiva é um objetivo digno de ser perseguido. Afinal, em um mundo cada vez mais digital, ser capaz de provar que você é humano é mais importante do que nunca.

No entanto, as críticas e preocupações levantadas destacam a importância de abordar questões de privacidade, segurança e equidade na distribuição de tokens.

Esse projeto não está nas minhas teses ou narrativas importantes quando o foco é especulação e investimento, mas vale a pena ficar de olho e ver as próximas atualizações do projeto.

 

 

 

⚠️ Gostou?

Espero que tenham gostado de mais uma news.

Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.

Se quiser me acompanhar, estou no Twitter e Instagram sempre analisando mercado e tendo alguns insights.

Até a próxima edição!

BTC em busca do otimismo

BTC em busca do otimismo

Variação de Mercado

Em um mundo dinâmico e em constante transformação, a capacidade de compreender e interpretar os cada vez mais instáveis movimentos do mercado é crucial para os investidores. O Bitcoin (BTC), como líder incontestável no cenário das criptomoedas, atrai a atenção de entusiastas, traders e analistas, que procuram pistas e análises que possam auxiliar suas decisões de compra e venda. O “Variação de Mercado” desta semana vai mergulhar nas complexas camadas das tendências do mercado, explorando indicadores, gráficos e comportamentos dos investidores para proporcionar uma visão abrangente das dinâmicas em jogo.

Criando regras

Ao longo deste relatório, examinaremos uma variedade de aspectos que moldam a trajetória atual do BTC. Começando pela análise das últimas nove semanas, destacamos a importância do suporte em torno de US$ 28 mil e como ele influencia compradores de diferentes períodos. Em seguida, aprofundaremos a análise da capitalização do Tether (USDT), considerando como o comportamento dos investidores pode ser refletido nessa stablecoin e quais implicações isso traz para o mercado.

A análise técnica não pode ser subestimada, e é por isso que exploramos o indicador MACD e sua relevância na identificação de possíveis tendências de curto prazo. No entanto, reconhecemos a importância de equilibrar essas análises com considerações fundamentais e comportamentais dos investidores. Assim, observamos também a estratégia de acumulação de grandes detentores de Bitcoin, entendendo como suas ações podem influenciar o mercado a curto e longo prazo.

Com base em todos esses elementos, este relatório visa fornecer uma visão completa das tendências atuais do Bitcoin. No entanto, vale lembrar que o mercado de criptomoedas é notoriamente volátil e imprevisível. As conclusões retiradas destas análises devem ser consideradas como um guia informativo, e os investidores devem sempre conduzir suas próprias pesquisas e avaliações antes de tomar quaisquer decisões de investimento.

Retrospecto intenso

A atual semana tem gerado grande expectativa entre os investidores que adotam análises baseadas em ciclos temporais em seus estudos gráficos. Isso se deve ao fato de estarmos na nona semana após a última mínima significativa registrada no gráfico semanal, ocorrida em US$ 24,7 mil na semana de 12 de junho.

Esta observação do cenário nos permite extrair informações valiosas. Compradores que entraram no mercado há nove semanas ainda estão desfrutando de lucros, assim como aqueles que compraram há 26 semanas, conforme detalhamos no último “Variação de Mercado”. Vale ressaltar que, ao analisar gráficos semanais, estamos voltados para operações com prazos mais extensos.

Contudo, investidores que optaram por adquirir posições recentemente – há apenas três semanas – ainda se encontram no vermelho. Essa situação é resultado da crença de alguns compradores no suporte próximo à marca de US$ 28 mil. Eles realizaram compras parceladas, mesmo diante da possibilidade de eventuais prejuízos. Este nível de preços, inclusive, continua sólido, com muitos investidores mantendo suas posições nessa faixa.

Nesse contexto de análise das últimas nove semanas, é esperado que, após esse período, o mercado apresente movimentações que possam fornecer informações mais precisas sobre a trajetória do preço do Bitcoin. Com um suporte estabelecido em torno de US$ 28 mil, existe a possibilidade de um rompimento da máxima da semana anterior, situada na região de US$ 30 mil. Esse valor coincide com o preço de abertura de três semanas atrás.
Se o BTC voltar a operar acima dos US$ 30 mil, os compradores que entraram há três semanas passarão a obter lucro. Isso poderia gerar no mercado uma nova oportunidade para correções, considerando que muitos investidores que permaneceram em prejuízo por mais de 15 dias podem começar a realizar seus investimentos.

Em um cenário otimista para o preço da criptomoeda acima dos US$ 30 mil, há a possibilidade de que os players que estão no mercado há 9 e 26 semanas reforcem suas posições, buscando um novo rompimento da máxima anterior. Isso pressionaria os compradores das últimas três semanas a retornarem ao mercado a um preço mais alto, exercendo pressão sobre a região de resistência. Nesse caso, a resistência mais substancial estaria entre US$ 31,8 mil e US$ 32 mil.

Trocando stablecoins

No âmbito da análise do Bitcoin e outras criptomoedas, é fundamental direcionar nossa atenção para o gráfico de capitalização do USDT (Tether). Afinal, o USDT é a maior stablecoin no mercado de criptomoedas, e sua capitalização pode fornecer insights relevantes.

Na prática, nosso foco reside na observação do aumento ou diminuição do MarketCap do USDT. Em termos teóricos, uma redução em sua capitalização pode indicar que os investidores estão utilizando suas stablecoins para adquirir Bitcoin ou outras altcoins. O inverso também é válido. Se o MarketCap do USDT estiver em ascensão, isso poderia sugerir que os investidores estão vendendo seus BTCs ou altcoins, optando por preservar seu capital em uma stablecoin dolarizada.

Ao examinarmos o gráfico a seguir, podemos identificar que seu percentual está operando dentro da faixa de Nuvem de Ichimoku no gráfico semanal. Essa situação sugere possíveis novos testes nos níveis inferiores de uma estrutura de triângulo simétrico.
Caso a capitalização do USDT teste os níveis mais baixos da estrutura, abre-se uma perspectiva interessante: a valorização potencial do preço do Bitcoin no curto prazo. Este fenômeno poderia ser resultado do redirecionamento de investidores para a criptomoeda de referência quando a capitalização do USDT está sob pressão. A possibilidade de aumento do preço do BTC surge devido à percepção de que os investidores estão trocando suas stablecoins por ativos mais voláteis, como o próprio Bitcoin, em busca de oportunidades de lucro.

Portanto, a análise da capitalização do USDT oferece um indicador valioso para compreender as tendências e movimentações no mercado de criptomoedas. A relação entre o USDT e o Bitcoin pode fornecer insights adicionais para os investidores, auxiliando-os na tomada de decisões estratégicas para maximizar seus retornos.

Cruzamento de médias

Ao analisarmos o gráfico diário do Bitcoin, observamos um desenvolvimento notável no indicador MACD (Moving Average Convergence Divergence). Este indicador conseguiu ultrapassar a linha zero na última terça-feira (08). Essa mudança é um sinal positivo de curto prazo, especialmente considerando que o MACD esteve abaixo da linha zero desde 04 de julho.

O movimento de preço registrado em 08 de agosto teve um impacto significativo, levando os compradores que atuam em prazos de 3 e 9 dias a alcançarem regiões de lucro. Esse processo resultou em uma disputa entre esses compradores e vendedores que operam com base em um prazo de 26 dias. Estes últimos buscavam manter suas posições em contratos “short”, criando uma dinâmica interessante de mercado.

Apesar da forte alta observada na terça-feira, é importante considerar a posição da linha Tenkan Sen, que representa o equilíbrio de 9 dias. Esta linha ainda se encontra abaixo da Kijun Sen e dentro da Nuvem de Ichimoku. Isso sugere a possibilidade de correções no preço no curto prazo. Além disso, valida a Kijun Sen como uma região de resistência significativa, uma vez que a Kijun Sen está posicionada na mesma área onde os vendedores ativos há 26 dias estão defendendo suas posições.

Esse cenário ressalta a importância de observar não apenas os indicadores técnicos, mas também considerar as dinâmicas de suporte e resistência em diferentes prazos. A interação entre esses elementos pode fornecer insights cruciais para os investidores ao avaliarem oportunidades de entrada, saída e gerenciamento de riscos em suas operações. A continuidade da análise técnica combinada com a observação das tendências de curto prazo ajuda a construir uma visão mais completa do cenário atual do Bitcoin.

Comprar e guardar

Numa perspectiva mais favorável a longo prazo, é crucial também analisar o número de endereços detentores de Bitcoin que possuem um alto volume do ativo em suas carteiras. Esses investidores, também conhecidos como “whales” (baleias), retomaram o processo de acumulação desde 25 de julho.

Esses usuários ou grupos que controlam carteiras com quantidades de Bitcoin entre 100 e 1.000 unidades aproveitaram a queda ocorrida no dia anterior ao período de compra. Após observarem a movimentação neutra no dia 25, retomaram suas atividades de compra já no dia seguinte. No momento em que este relatório está sendo elaborado, a linha gráfica representando esses endereços está em ascensão. Isso sinaliza um padrão acumulativo em andamento, enquanto o preço do Bitcoin permanece lateral, consolidando-se na parte inferior da estrutura.

Esse comportamento dos detentores de carteiras com quantias substanciais de Bitcoin demonstra uma estratégia de longo prazo, na qual eles aproveitam quedas de preço para aumentar suas posições. A retomada das compras após períodos de movimentação neutra indica o otimismo desses investidores no potencial de valorização a longo prazo da criptomoeda.

O processo de acumulação por parte das “whales” pode ter efeitos significativos no mercado, uma vez que suas ações podem influenciar a oferta e demanda, além de impactar o sentimento geral dos investidores. Esse comportamento pode ser interpretado como um sinal de confiança nas perspectivas futuras da criptomoeda, o que pode atrair mais investidores para o mercado e impulsionar os preços em prazos mais extensos.

Assim, a análise do comportamento dos grandes detentores de Bitcoin oferece uma visão valiosa sobre as expectativas de longo prazo desses investidores e como suas ações podem moldar as tendências do mercado. A combinação dessa análise com outras informações técnicas e fundamentais ajuda a construir um quadro mais abrangente das dinâmicas em jogo no mercado de criptomoedas.

Conclusão

Neste relatório, realizamos uma análise detalhada das diferentes facetas que compõem as tendências atuais do Bitcoin. Através dessa avaliação, é possível observar um panorama complexo e em constante evolução, moldado por fatores técnicos, fundamentais e comportamentais dos investidores.

Iniciamos examinando a nona semana após a última mínima significativa no gráfico semanal, destacando como os compradores de 9 e 26 semanas permanecem em posição lucrativa, enquanto compradores de 3 semanas enfrentam desafios. A influência do suporte em torno de US$ 28 mil foi ressaltada, apontando para possíveis movimentações futuras após esse período de análise.

Posteriormente, concentramos-nos na capitalização da USDT, a maior stablecoin do mercado. Observamos como a variação dessa capitalização pode indicar tendências de compra ou venda de Bitcoin e altcoins, com implicações interessantes para o mercado em geral. A análise aponta para a possibilidade de que uma queda na capitalização do USDT possa influenciar uma valorização do Bitcoin a curto prazo.

Ao examinar o indicador MACD no gráfico diário, identificamos uma mudança positiva ao ultrapassar a linha zero. Isso sugere uma possível reversão de tendência de curto prazo, com impacto sobre diferentes prazos de compradores e vendedores. No entanto, a relação entre as linhas Tenkan Sen e Kijun Sen dentro da Nuvem de Ichimoku ainda aponta para a possibilidade de correções e áreas de resistência.

Por fim, fomos atrás do comportamento dos grandes detentores de Bitcoin, que forneceu insights sobre suas estratégias de acumulação. Notamos como os detentores de carteiras significativas estão aumentando suas posições em momentos de queda, indicando otimismo nas perspectivas de longo prazo. Isso pode influenciar a oferta e demanda, bem como o sentimento geral do mercado.

Ao integrar essas diferentes perspectivas, fica claro que o mercado de Bitcoin é dinâmico e influenciado por diversos fatores. A combinação de análise técnica, fundamentos do mercado e comportamento dos investidores fornece uma visão holística que pode auxiliar na tomada de decisões e na identificação de oportunidades tanto em curto quanto em longo prazos. No entanto, é importante ressaltar que o mercado de criptomoedas é volátil e imprevisível, e os investidores devem sempre realizar suas próprias pesquisas e considerar seu perfil de risco antes de tomar decisões de investimento.

US$ 28 mil é nível-chave para o Bitcoin

US$ 28 mil é nível-chave para o Bitcoin

Variação de Mercado

No cenário de busca constante por liquidez pelo mercado e suas respectivas dinâmicas financeiras, observamos recentemente o valor do Bitcoin (BTC) mergulhando abaixo da marca dos US$ 29 mil, alinhando-se com as previsões apresentadas em relatórios anteriores. Em meio a este movimento corretivo, ficamos instigados a realizar uma análise mais profunda e direcionada a identificar os pontos cruciais nos quais o preço da criptomoeda pode encontrar áreas de suporte significativas para os próximos dias. Para isso, vamos direcionar nossa atenção para uma análise de Price Action, especificamente no gráfico mensal. Do meu ponto de vista, esse é um dos melhores intervalos de tempo para identificar regiões de preço substanciais no mercado de criptomoedas.

 

Um mercado volátil

O mercado de criptomoedas se destaca por sua volatilidade pronunciada. Por isso, ao considerar operações de curto e médio prazos, é essencial observar o comportamento do ativo em um períodos mais longos, como é o caso da perspectiva mensal. A partir desse “zoom out”, se torna mais precisa a discussão para discernirmos as áreas-chave onde podemos antecipar reações e defesas tanto por parte dos compradores quanto dos vendedores.

Vamos também aproximar nossa análise ao gráfico semanal para confirmar e validar as informações destacadas no período mensal. Para esse estudo, faremos uso das informações fornecidas pelo Ichimoku Kinko Hyo (Nuvens de Ichimoku), uma ferramenta que representa o equilíbrio das tendências de preços.

A partir deste “exame” técnico, vamos tentar identificar, avaliar e traduzir as principais informações que o comportamento de preços do Bitcoin e seus respectivos indicadores podem nos oferecer e, assim, auxiliar na preparação das operações da semana.

 

 

De olho no desempenho

Na abertura de mais uma mês, observamos que, em julho, o Bitcoin fechou o período em US$ 29,2 mil, registrando uma queda acentuada de mais de 4%, em comparação com o valor registrado em junho. Apesar de ter conquistado uma superação da máxima de do mês anterior em certo momento, o preço não manteve sua posição acima da marca dos US$ 31 mil.

Estas observações iniciais são cruciais para a compreensão da dinâmica subjacente. Primeiramente, destacamos o fato de que o valor rejeitou a possibilidade de um rompimento além dos níveis alcançados em junho. Esta negação, de acordo com padrões frequentemente observados, tende a sugerir a continuação do movimento de baixa, pelo menos, à retração de 50% da ascensão anterior. Neste contexto, a zona de suporte em destaque está situada em torno dos US$ 28 mil, corroborando com conclusões previamente estabelecidas em relatórios anteriores.

Outra perspectiva relevante surge ao examinar o fechamento de julho, que ocorreu na mesma faixa de preços de abertura do mês de maio. Essa coincidência prática indica a necessidade de considerar a estrutura de maio, especificamente a região entre a abertura e o fechamento, como um ponto de referência inicial. Novamente, chegamos à marca de US$ 28 mil ao identificar a região de 50% da movimentação ocorrida entre essa lacuna de preços em maio.

Ou seja, em consonância com análises anteriores, os US$ 28 mil dólares assumem um papel proeminente como ponto-chave de suporte. Embora a análise técnica não seja uma ciência exata, é notável como frequentemente encontramos confluências entre distintas regiões de preços, reforçando a sua relevância.

Uma ilustração visual destacada a seguir representa essa coincidência: a retração de 50% de todo o movimento de alta, desde a minima de junho até a máxima de julho, alinha-se com a mesma retração de 50% do corpo da vela de maio, validando e enfatizando a importância da área em torno dos US$ 28 mil como uma região crítica de observação de suporte.

 

 

É importante recordar que o mês de julho assinalou o segundo mês de queda deste ano, sendo notável que o primeiro declínio ocorreu exatamente em maio, o qual tornou-se o foco de nossa análise de movimentação de preços da imagem anterior.

 

 

Ação de preços

A indagação que agora emerge é a seguinte: se houver um rompimento para baixo da marca dos US$ 28 mil, quais serão os níveis de suporte cruciais que merecem nossa atenção? Para responder a essa pergunta, considerando o contexto geral e as informações já apresentadas a partir do gráfico mensal, é importante recorrer à análise de Price Action, visando identificar os mesmos aspectos que operadores proficientes deste indicador observam.

 

Os praticantes de Price Action têm o hábito de avaliar quatro pontos primordiais em um candle:

  • Abertura
  • Máxima
  • Mínima
  • Fechamento.

Uma vez que estamos explorando a movimentação de preços do último mês de maio, com o objetivo de entender potenciais regiões de suporte, e também já analisamos a área de abertura que coincidiu com o fechamento de julho, é chegada a hora de direcionar nossa atenção ao ao preço final de maio, considerando que o referido período fechou abaixo de sua abertura.

Dentro deste contexto, caso o preço do mês de agosto se posicione abaixo dos US$ 28 mil, o próximo nível de suporte se encontrará no fechamento de maio, situado em US$ 27,2 mil. Prosseguindo, a mínima registrada em maio aponta para a região em torno dos US$ 25,8 mil como um suporte subsequente.

 

Deve-se ressaltar que, caso esse cenário se materialize, quanto mais o preço cair, mais desafiador pode se tornar para a criptomoeda retomar um movimento ascendente.

A partir desta análise mensal, que valida as informações previamente estudadas em relatórios anteriores, é possível ter um terreno melhor preparado para avaliar o comportamento observado no gráfico semanal.

 

 

Apoiado em nuvens

A transição para o gráfico semanal proporciona uma visão mais detalhada da trajetória recente do Bitcoin. A partir da semana de 10 de julho, quando o preço encontrou resistência na Senkou Span B em torno dos US$ 31,8 mil, uma tendência descendente se delineou, resultando em renovação de mínimas ao longo das últimas quatro semanas.

Essa sequência de movimentos de baixa no gráfico semanal aponta para o suporte oferecido pela Tenkan Sen do Ichimoku, que coincide com a região de 50% de todo o movimento ascendente e o mesmo suporte de US$ 28 mil previamente analisado.

As linhas do Ichimoku no gráfico desenham uma Kijun Sen (linha vermelha) em um patamar horizontal na mesma região de preço correspondente à mínima do mês de maio, que já abordamos ao estudar o gráfico mensal.

Essa correlação entre as informações extraídas dos gráficos mensal e semanal atua como uma validação dos nossos estudos, permitindo-nos identificar as principais regiões de interesse com mais confiança.

 

É notável que grande parte de nossa discussão até o momento tem se concentrado na identificação de regiões de suporte. Isso se justifica pelo cenário macro apresentado pelo gráfico semanal, em que uma tendência ascendente ainda prevalece, respaldada pela análise de Oferta e Demanda Institucional.

Essa tendência só se inverterá no caso de o preço do Bitcoin operar abaixo da mínima registrada na semana de 12 de julho, que foi de US$ 24,8 mil. A busca por suportes significativos, portanto, encontra justificativa nesse contexto.

No âmbito do gráfico semanal, vale destacar que o preço atualmente se situa abaixo da Senkou Span B e dentro da Nuvem de Ichimoku. Essas áreas denotam consolidação e uma indefinição no movimento para o prazo semanal.

Outro ponto crucial é entender que, ao analisar preços, não é aconselhável fixar-se em valores exatos, mas sim em faixas de preços. Até o momento da elaboração deste relatório, a mínima da semana vigente foi registrada em US$ 28,5 mil. É relevante ressaltar que todo o intervalo nessa zona de preços deve ser considerado, mas lembrando que, até agora, os US$ 28 mil ainda não foram alcançados.

 

 

Desenhando outras linhas

Com essa exploração do gráfico semanal e sua confluência com as análises anteriores, consolidamos uma compreensão mais profunda dos pontos de suporte cruciais, preparando o terreno para uma análise mais abrangente do comportamento recente do Bitcoin.

Ainda dentro do gráfico semanal, vamos ampliar nossa visualização do Ichimoku Kinko Hyo para encontrarmos mais insights sobre a criptomoeda. Neste caso, destacamos os seguintes pontos:

 

Senkou Span A e Senkou Span B: A região entre essas duas linhas forma a “Nuvem” do Ichimoku. Atualmente, o preço do Bitcoin se situa dentro dessa nuvem, refletindo uma fase de consolidação e incerteza em relação à direção futura dos preços.

 

Kijun Sen e Tenkan Sen: A Kijun Sen (linha vermelha) e a Tenkan Sen (linha verde) atuam como níveis dinâmicos de suporte. Observamos que a Kijun Sen se alinha com a região de suporte em torno de US$ 28 mil, reforçando a importância desse nível. Enquanto isso, a Tenkan Sen oferece uma perspectiva dinâmica do movimento de preços.

 

Chikou Span: A Chikou Span (linha azul) representa o preço atual deslocado 26 períodos para trás. Ela se encontra acima dos candles passados, refletindo que os compradores de 26 semanas estão no lucro.

Considerando todos esses elementos, é evidente que o gráfico semanal está caracterizado por uma fase de consolidação, em que as linhas do Ichimoku Tenkan e Kijun estão “flat” e sugerem uma falta de direção definida.

O preço do Bitcoin permanece ainda dentro da Nuvem, indicando um período de indefinição. As linhas Kijun Sen e Tenkan Sen fornecem insights sobre níveis de suporte dinâmicos, sendo a região em torno de US$ 28 mil dólares de notável importância.

 

Conclusão

O cenário do Bitcoin continua inserido em uma zona complexa de preços. Apesar das expectativas de futuras altas, os gráficos ainda carecem de sinais nítidos que indiquem uma valorização substancial a curto prazo.

Embora possamos testemunhar movimentos de alta que impulsionem o ânimo do mercado, é essencial manter a vigilância. Uma resistência significativa reside na região dos US$ 31,8 mil, enquanto a estrutura lateral do gráfico diário, mencionada em relatórios anteriores, ainda não foi completamente superada.

De fato, nos últimos dias observamos a queda do preço abaixo da marca dos US$ 29 mil em busca de liquidez e, no momento da elaboração deste relatório, testemunhamos uma intensa negociação entre compradores e vendedores, sem que um lado se sobressaia. Contudo, é perceptível que os compradores estão defendendo posições acima das principais regiões de suporte.

A complexidade desse cenário reforça a importância de permanecer cauteloso e atento às flutuações do mercado. Embora sejam esperados movimentos de alta e animação, o contexto atual sugere uma necessidade contínua de avaliar a situação com discernimento e prudência.

 

 

Obrigado pela leitura!

Para finalizar, gostaria de agradecer a todos os leitores que dedicaram seu tempo para explorar este relatório detalhado sobre a movimentação de preços do Bitcoin. Seu interesse e dedicação em compreender as complexidades desse mercado dinâmico são verdadeiramente apreciados.

Espero sinceramente que as análises e informações fornecidas tenham contribuído para uma compreensão mais profunda da evolução do Bitcoin e suas possíveis trajetórias futuras.

Dito isso, continuo comprometido em fornecer insights valiosos e perspicazes para apoiar a sua visão no cenário das criptomoedas.

Mais uma vez, obrigado por confiar em meu trabalho e utilizar este relatório como um recurso para aprimorar seu entendimento do mercado de criptomoedas.

Retrospecto sugere alta para o Bitcoin

Retrospecto sugere alta para o Bitcoin

Satoshi Call

Nem mesmo a pressão vendedora dos últimos dias e as decisões de políticas monetárias nos Estados Unidos e Europa foram capazes de tirar o Bitcoin (BTC) de sua estreita faixa de negociação. A falta de uma tendência clara tem colocado os investidores em cautela total e especulando possíveis novas descidas, já que a criptomoeda de referência se posta nos níveis mais baixos dos US$ 29 mil. Com a abertura da semana em meio ao fechamento mensal, os fundamentos passados e futuros, assim como a presença de um certo otimismo na análise técnica, poderão dar indícios de o que esperar para o desempenho do BTC nos próximos dias.

 

Decisões monetárias

A última semana foi agitada entre Estados Unidos e Europa, em que as duas das maiores economias do mundo decidiram pelo aperto monetário – o que já era amplamente esperado pelo mercado.
No caso do Banco Central Europeu (BCE), o aumento dos juros foi de 0,25%, em linha com o estimado. Em coletiva, a presidente do BCE, Christine Lagarde, pontuou que a decisão foi unânime, por conta da inflação ainda persistente. Os receios com a economia permanecem, já que os dados de Indústria estão fracos. Porém, Lagarde acredita que o bloco deve apresentar uma forte recuperação econômica no futuro.

Em relação aos Estados Unidos, os juros também subiram 0,25%, como já apontado em diversas pesquisas. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, destacou o arrefecimento da inflação, mas indicou que há um “longo caminho até a meta de 2%”. Entretanto, o mercado de trabalho ainda aquecido é motivo de preocupação e pode levar o Banco Central a elevar novamente os juros em setembro.

 

 

A economia vai naquelas…

Nos Estados Unidos, as prévias dos Índices Gerente de Compras (PMIs) apresentaram recuo, embora ainda em território de expansão. As preliminares do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre (Q2), entretanto, apontaram alta em relação ao período anterior.

Julho Projeção Junho
PMI Industrial 49,0 46,4 46,3
PMI Serviços 52,4 54,0 54,4
PMI Composto 52,0 53,1 53,2
PIB Q2 2,4% 1,8% 2,0%

Enquanto isso, o núcleo de preços PCE, o indicador favorito do FED para medir a inflação, desacelerou em junho.

 

Junho Projeção Maio
      Índice PCE (anual) 3,0% 3,1% 3,8%
      Núcleo PCE (anual) 4,1% 4,2% 4,6%

A confluência desses dados aumentam as expectativas de que a inflação deve ser retomada à meta em um futuro não tão distante. Porém, a economia parece estar sendo bastante impactada no processo. Com isso, a possibilidade de um pouso suave, com uma leve recessão econômica no país, parece se mostrar como o cenário mais provável no momento.

 

Lá como cá

Na Zona do Euro, a situação econômica é bem semelhante à observada nos Estados Unidos, com alguns setores da economia ainda confiantes, contra outros nem tanto assim.

Julho Projeção Junho
      Confiança do Consumidor -15,1 -15,1 -16,1
      Confiança de Serviços 5,7 5,4 5,9
      Confiança Industrial -9,4 -7,5 -7,3


Esses dados sugerem certa dor de cabeça aos formuladores de política monetária. Afinal, a  confiança do consumo e de Serviços ainda em campo positivo mantêm pressão sobre a Inflação ao Consumidor (CPI), como mostram os dados preliminares anuais.

 

Julho Projeção Junho
      Núcleo CPI 5,5% 5,4% 5,4%
      CPI  5,3% 5,3% 5,5%
      PIB Q2 0,3%  0,2% 0,0%

 

Construindo a economia

A China segue seu plano de potencializar seu setor imobiliário. Após manter as taxas reduzidas para empréstimos de curto e médio prazos, o Ministério de Habitação do país anunciou, sem muitos detalhes, planos para facilitar a compra de imóveis. O governo ainda prometeu elevar o “emprego estável a uma meta estratégica”.

 

Julho Projeção Junho
      PMI Industrial 49,3 49,2 49,0
      PMI Não-Manufatura 51,5 52,9 53,2
      PMI Composto 51,1 –– 52,5


Entretanto, os principais setores da economia local apresentaram ligeira desaceleração, com exceção da Indústria, que tenta retomar o território de expansão.

Estamos bem, obrigado!

Pelo Brasil, a situação segue positiva e aparentemente mais controlada, com a Inflação ao Consumidor (IPCA-15) mantendo sua baixa, mesmo com a alta na confiança do Consumidor.

 

Julho Projeção Junho
      IPCA-15 (anual) 3,19% 3,26% 3,40%
      IGP-M -0,72% -0,71% -1,93%
      Confiança do Consumidor 94,8 89,9 92,3

 

As projeções otimistas acompanham as perspectivas dos economistas entrevistados pelo Banco Central semanalmente no Boletim Focus.

 

Semana agitada

Para esta semana, mais uma bateria de dados macroeconômicos está prontinha para sair do forno e pautar os mercados. Na Zona do Euro, os destaques ficam para a Inflação ao Consumidor (CPI) e ao Produtor (PPI), PMIs, taxa de desemprego e a preliminar do PIB do segundo trimestre. Já nos Estados Unidos, saem dados de emprego, com o relatório JOLTs e o Payroll, além dos Índices Gerente de Compras.

 

 

Tá na hora de acordar

Mesmo com a divulgação de inflação, dados econômicos, decisão monetária, o Bitcoin não esboçou muitas reações nos últimos dias de negociação. Essa alienação aos fundamentos, como apontado anteriormente pelo Satoshi Call, já era esperada, colocando a criptomoeda de referência em uma situação em que apenas faíscas muito fortes poderiam disparar uma tendência, seja de alta ou baixa.
A abertura da semana passada foi até que negativa para o ativo digital, que chegou a visitar momentaneamente a casa dos US$ 28,6 mil. Entretanto, os US$ 29 mil logo foram recuperados, colocando o BTC de volta ao estreito canal de negociação entre US$ 29 mil e US$ 31 mil.

 

O que está rolando?

Nos fundamentos, o mercado segue aguardando novidades sobre os ETFs de Bitcoin da BlackRock e Fidelity nos Estados Unidos, quase como um atleta a postos para iniciar sua corrida. Uma vantagem recente aos bulls foi que congressistas norte-americanos conseguiram passar um projeto de lei que esclareceria melhor a regulação das criptomoedas, como a distinção entre instrumentos de valores mobiliários e commodities digitais.
Já ao olhar para o mercado de derivativos, a atividade nas bolsas não é das mais altas, apesar de um aumento considerável no envio de stablecoins às exchanges, assim como seu uso para elevar os empréstimos de margem. Ou seja, os touros parecem estar buscando um posicionamento mais adequado para um possível momento de compra favorável.

 

Por dentro da rede

Do outro lado da balança estão os mineradores, ainda pressionando as vendas. O fluxo de BTC para as corretoras, por parte das baleias, atingiu seu mais alto nível dos últimos três anos, correspondendo a 41% de todo o depósito.
Em contrapartida, os HODLErs seguem firmes, com 55% de toda a oferta circulante da criptomoeda permanecendo inativa por pelo menos dois anos, enquanto 29% ficou armazenada por cinco anos ou mais.

 

Dólar se recupera

Na constante narrativa de correlação inversa entre índice dólar (DXY) e Bitcoin, a moeda norte-americana pode ter ajudado a pressionar a criptomoeda de referência nos últimos dias. 

 


Fonte: TradingView, em 31/07/2023, às 8h39min.

Como observado no gráfico acima, o dólar se recuperou de suas mínimas e voltou a uma escalada de alta, apoiada, principalmente, pela elevação de juros pelo Federal Reserve. Mesmo assim, não é possível dizer que o Bitcoin se movimentou muito em relação a esta comparação.

 

Possível trampolim?

Pela análise técnica do gráfico semanal do Bitcoin, as Bandas de Bollinger se encaminham para ficarem ainda mais estreitas, mostrando a falta recente de volatilidade. Entretanto, elas podem também oferecer um cenário otimista aos investidores.
Nas duas últimas tentativas de romper para baixo a mediana do indicador, o mercado utilizou o nível para comprar e alavancar o preço da criptomoeda rapidamente, como sinalizado nos círculos brancos na imagem a seguir. Em mais um teste se formando, há a possibilidade de que a tendência de alta se repita. Caso contrário, o ativo pode experimentar uma correção mais acentuada e descer até a região dos US$ 25,6 mil.

Fonte: TradingView, em 31/07/2023, às 8h40min.

 

Em relação aos indicadores adjacentes, o MACD perde força, sinalizando um possível posicionamento abaixo do nível zero do histograma. Enquanto isso, o Índice de Força Relativa (RSI) mira os 58 pontos, mostrando um mercado ligeiramente mais comprado.

 

 

Conclusão

O comportamento do Bitcoin nas últimas semanas é intrigante, pois a criptomoeda se mostra bastante alheia aos próprios fundamentos, assim como os externos. Entretanto, este pode ser um sinal de que os touros estão esperando a oportunidade certa para iniciarem suas compras, em uma cautela até que comum pré-halving – como destacado pelo analista Emerson Antunes, em seu relatório “Variação de Mercado”.
Com a perspectiva generalista pouco clara, a análise técnica sugere que o Bitcoin ainda tem força para escalar mais seu preço nos próximos dias. Entretanto, há muitas condições propícias para que os vendedores voltem a tomar conta do mercado e empurrem o ativo para baixo em poucas horas, exigindo ainda mais cuidado com as operações nos próximos dias.

Bitcoin encerra estrutura lateral?

Bitcoin encerra estrutura lateral?

Variação de Mercado

Estamos na reta final do mês de julho, com o Bitcoin (BTC) ainda sem convencer os investidores sobre sua possível tendência. Entretanto, a criptomoeda de referência entrou em uma perspectiva de baixa de curto prazo nos últimos dias, rompendo uma importante estrutura de preços e abrindo espaço para uma sequência da correção. Então, neste fechamento mensal, vamos observar mais uma vez como está o comportamento do BTC nos gráficos e como as métricas podem ajudar na tomada de decisões para a próxima semana!

 

Para onde vamos olhar?

Não é novidade que o Bitcoin é um ativo volátil e, por isso, a interpretação técnica pode variar, de acordo com os fundamentos, busca por liquidez ou ímpetos de compra mais agressivos. Por isso, de olho no contexto atual da criptomoeda e com foco em sua movimentação de preço, vamos nos apoiar no gráfico diário.

A partir deste período, faremos uso de diversos indicadores, como as Nuvens de Ichimoku, Bandas de Bollinger e MACD, a fim de aprofundar nossos estudos e obter insights sobre o desempenho recente da criptomoeda.

Além disso, vamos utilizar a ferramenta de Fibonacci para entender as principais regiões de preço, onde possíveis confluências podem ser encontradas com as informações fornecidas pelos indicadores.

É importante destacar que, apesar do movimento de alta observado no gráfico semanal do Bitcoin, como já mencionado em “Variação de Mercado” anteriores, o mercado é fractal, ou seja, períodos de correção podem ocorrer em timeframes menores, potencialmente revertendo a tendência de alta para uma tendência de baixa.

Por isso, o enfoque principal deste relatório será o gráfico diário, com todas as suas nuances e regiões importantes a serem observadas. Com isso, o propósito é fornecer informações gráficas para auxiliar os investidores a obterem uma visão mais ampla do mercado de criptomoedas e prepararem melhor suas operações para os próximos dias.

 

 

Traçando linhas

Após examinarmos minuciosamente o gráfico diário do Bitcoin, constatamos que desde 23 de junho, quando o preço atingiu a região de US$ 31 mil, entramos em um padrão de movimentação lateral que persiste há mais de um mês. Em 13 de julho, o mercado alcançou a marca de US$ 31,8 mil, caracterizando uma busca por liquidez acima das máximas da estrutura. No entanto, esse movimento foi seguido por uma rápida reversão, fazendo com que o preço retornasse ao nível das mínimas da estrutura, situado em torno de US$ 29,5 mil.

Desde o início deste mês, o “Variação de Mercado” têm alertado sobre a possibilidade de busca por liquidez na base da estrutura, com o potencial rompimento das mínimas estruturais, indicando a possibilidade de o preço do Bitcoin operar abaixo de US$ 29 mil.

Finalmente, na última segunda-feira (24), o mercado concretizou o movimento esperado e desceu à área dos US$ 28,6 mil. No entanto, é importante observar que esse movimento de queda em busca de liquidez ainda não parece ter sido concluído, sugerindo a possibilidade de o mercado buscar valores ainda mais baixos.

Essa percepção se mantém válida até que o preço retorne ao interior da estrutura e rejeite o rompimento da mínima registrada na segunda-feira. É fundamental observar que, até o momento da redação deste relatório, o preço do Bitcoin sequer testou a região de 50% da ferramenta de Fibonacci, realizando apenas um recuo até a região de 38,2%.

 

Nota: As análises e projeções apresentadas neste relatório são baseadas em informações disponíveis até 26/07/2023.

Sob a perspectiva da análise técnica, para validar a força de um suporte neste nível de Fibonacci, é necessário que haja uma entrada significativa de capital. Porém, até o momento, temos observado uma redução na capitalização de mercado, o que sugere que o preço do Bitcoin ainda não está pronto para subir sem enfrentar obstáculos significativos.

Diante do cenário apresentado no gráfico diário do Bitcoin, fica evidente que o mercado encontra-se em uma fase de movimentação lateral, seguida por uma busca por liquidez que resultou em quedas expressivas no preço. Ainda que tenhamos alertado para a possibilidade desse movimento de queda, é essencial monitorar cuidadosamente os próximos movimentos da criptomoeda.

 

 

Indicações de indicadores

Mais do que a queda de preços do Bitcoin na última segunda-feira, observamos que o rompimento da estrutura lateral para baixo resultou na formação de um canal de baixa, no qual identificamos regiões de preço atuando como suportes e resistências.

Para uma análise mais aprofundada da estrutura deste canal, adicionamos o indicador Bandas de Bollinger, que atualmente sinaliza que o preço da criptomoeda está testando a banda inferior. No entanto, é relevante notar que o padrão técnico ainda se encontra comprimido, indicando uma volatilidade reduzida.

Embora o Bitcoin esteja mais próximo do canal inferior, é crucial monitorar o comportamento da banda superior a partir deste ponto. Até o momento, o nível mais alto da banda permanece horizontal, o que sugere que o movimento de queda atual não possui uma força significativa.

Caso a banda superior de Bollinger comece a apontar para cima, enquanto a banda inferior continua apontando para baixo, teremos um indicativo de que as condições da estrutura atual estão favorecendo um movimento de queda mais acentuado. No entanto, se as bandas permanecerem estáveis, continuaremos dentro da estabilidade observada desde o final de junho.

 

No centro das bandas de Bollinger, encontramos uma média móvel simples de 20 períodos, que, no momento da redação deste “Variação de Mercado”, coincide com a região da linha superior do canal de baixa que adicionamos ao gráfico.

Essa informação sugere que um movimento de alta mais consistente só poderá ser percebido, caso a média de 20 períodos seja rompida para cima, resultando no rompimento da linha de tendência de baixa que forma o canal desenhado no gráfico.

A formação do canal de baixa indica a presença de tendência de queda no preço, com suportes e resistências bem definidos. No entanto, a compressão das bandas de Bollinger sugere uma volatilidade reduzida, tornando difícil prever a força e a direção do próximo movimento significativo.

 

Bitcoin nas nuvens

Para trazer ainda mais insights sobre os preços do Bitcoin para os próximos dias, vamos acrescentar em nossa análise dois indicadores importantes: as Nuvens de Ichimoku e o MACD.

Na imagem a seguir, notamos que o preço do Bitcoin está atualmente abaixo das linhas de equilíbrio Tenkan e Kijun, sendo que a Tenkan cruzou de cima para baixo a Kijun, sinalizando que o equilíbrio de curto prazo favorece os vendedores e aponta para as regiões de resistência que devem ser observadas quando o preço retornar a elas.

 

Outro ponto importante a ser destacado é a posição da Senkou Span B, que é uma linha de equilíbrio de 52 períodos. Essa linha está localizada na mesma região de 50% da ferramenta de Fibonacci, referente ao movimento de alta estudado anteriormente. Ela coincide ainda com a linha inferior do canal de baixa traçado há pouco. Isso indica que o suporte do movimento de baixa a ser observado está entre US$ 28 mil e US$ 28,3 mil.

Um fator adicional que demonstra dificuldade para os compradores elevarem os preços a patamares mais altos é o posicionamento da Chikou Span, a linha de atraso do Ichimoku. Essa linha está abaixo da estrutura do preço, o que indica que a Chikou Span, representando o preço atual deslocado 26 períodos no passado, encontrará resistência na lateralidade da estrutura criada ao longo do mês de julho.

Como apoio às Nuvens de Ichimoku, acrescentamos também o indicador MACD no mesmo gráfico, o qual apresenta seu histograma abaixo da linha zero. Além disso, as barras do padrão técnico vem fazendo mínimas menores a cada dia, indicando que, no momento da redação deste relatório, ainda há pressão vendedora.

Como desfecho preliminar desta análise, identificamos que a possibilidade de um domínio comprador será viável apenas quando o preço romper o canal de baixa para cima, estabelecendo-se acima da Nuvem de Ichimoku e da média móvel simples de 20 períodos.

Esse cenário de dominância compradora também provavelmente estará associado ao histograma do MACD apresentando mínimas mais altas e a possibilidade de ultrapassar a linha zero, sinalizando o retorno do controle do movimento do preço pelos touros.

 

 

Um passo atrás

É fundamental destacar que todo o estudo elaborado até o momento faz parte de uma análise mais ampla do gráfico semanal, que vamos observar na imagem a seguir. Neste período gráfico, o Bitcoin encontra-se em uma região de resistência definida pela Senkou Span B, e atualmente, está em um movimento corretivo.

 

Nesse contexto, o suporte inicial no gráfico semanal é identificado na linha Tenkan Sen, localizada na mesma região de preços correspondente a 50% da ferramenta de Fibonacci do último movimento de alta. Isso confirma a relevância do suporte entre US$ 28 e US$ 28,3 mil, validando as informações obtidas no gráfico diário.

 

Conclusão

Embora seja impossível cravar com exatidão a movimentação de preços do Bitcoin para os próximos dias, a união dos indicadores acima em uma análise aprofundada torna a decisão pela compra ou venda mais embasada e informada, assim como melhor a compreensão de riscos.

Como observamos, ficou evidente que o Bitcoin encontra-se em um período de movimentação lateral, seguido de uma busca por liquidez que resultou em quedas significativas no preço. A formação de um canal de baixa, juntamente com a compressão das Bandas de Bollinger, indica uma volatilidade reduzida e torna complexa a previsão da direção do próximo movimento.

Para que possamos vislumbrar um possível domínio comprador, será necessário o rompimento do canal de baixa para cima, com o preço posicionando-se acima da Nuvem de Ichimoku e da média móvel simples de 20 períodos. Além disso, o histograma do MACD deve apresentar mínimas mais altas e ultrapassar a linha zero, sinalizando a retomada do controle do mercado pelos touros.

Também identificamos a presença de um fractal importante para o Bitcoin, que confirmou o suporte relevante entre US$ 28 mil e 28,3 mil, onde encontramos a linha Tenkan Sen e a região de 50% da ferramenta de Fibonacci do último movimento de alta.

 

 

Agradecimento

 

Para finalizar quero agradecer a todos que leram este relatório sobre a movimentação de preços do Bitcoin. Espero que as informações e análises aqui apresentadas tenham sido úteis e esclarecedoras para compreender o cenário do mercado de criptomoedas, especialmente em relação ao Bitcoin. Sempre com o objetivo de elaborar este relatório para proporcionar uma análise fundamentada e imparcial, visando auxiliar os investidores.

Agradeço a confiança e o interesse de todos que acompanharam este relatório até o final. Continuarei a trabalhar para fornecer informações atualizadas e relevantes sobre o mundo das criptomoedas e dos investimentos. Se tiverem alguma dúvida ou necessitarem de mais esclarecimentos, não hesitem em entrar em contato. Que o conhecimento adquirido aqui possa ser uma ferramenta valiosa em suas jornadas de investimento!

Mantle, A L2 da BitDAO

Mantle, A L2 da BitDAO

Bem-vindos a mais uma edição do “O HODLER”, a melhor newsletter do mercado crypto brasileiro.

Na última edição falamos das maiores L2 do mercado, e no final do relatório mencionei a Mantle, uma nova L2 que eu estou acompanhando.

A Mantle lançou sua Mainnet Alpha após seis meses de testes e desenvolvimento de todo o seu ecossistema.

Não é todo dia que acompanhamos um nascimento de um ecossistema de US$ 3,7 bilhões, não é mesmo?

Então vamos cair de cabeça e descobrir um pouco mais sobre a Mantle.

 

🤔 O que é a Mantle?

A Mantle não é apenas uma plataforma de L2 – se você ainda não sabe o que é L2, tem uma explicação ótima na edição #13 – no mundo das criptomoedas. Ela representa uma evolução, trazendo inovações e melhorias significativas para a rede Ethereum.

Com sua abordagem centrada na comunidade, tecnologia avançada e compromisso com a transparência, a Mantle está bem posicionada para moldar o futuro da blockchain, especialmente no espaço de jogos e entretenimento.

A Mantle nasce da BitDAO, uma das maiores DAOs do mundo. Sua visão é a de finanças abertas e uma economia tokenizada e descentralizada. Governada pelos detentores do token $bit, a BitDAO tem o objetivo de construir produtos úteis que possam contribuir para o tesouro da DAO, além de acelerar sua visão de mercado.

Em 20 de fevereiro de 2023, a BitDAO iniciou o desenvolvimento de uma blockchain modular dentro da sua comunidade, nascendo a Mantle.

 

💡 Narrativa da Mantle como L2

No mundo em rápida evolução da tecnologia blockchain e criptomoedas, a Mantle surge como uma inovação promissora, buscando elevar a rede Ethereum a um novo patamar.

Mas o que exatamente é a Mantle e por que ela é tão revolucionária? Vamos mergulhar nesse universo e entender melhor.

 

A Mantle, com sua arquitetura modular, está fazendo progressos significativos em direção à visão futura do uso e construção dentro do ecossistema Ethereum. Alguns pontos-chave incluem:

  • Escalabilidade: A Mantle oferece uma solução de escalabilidade para a rede Ethereum, permitindo um maior número de transações por segundo (TPS) e reduzindo significativamente os custos de gás.
  • Upgradability: A Mantle pode se atualizar sem a necessidade de hard forks, oferecendo um nível de soberania não disponível para outros rollups.
  • Disponibilidade de Dados: A Mantle utiliza a tecnologia Eigenda para suas necessidades de disponibilidade de dados, reduzindo a dependência do Ethereum mainnet.

 

Ela também já nasce com alguns serviços para impulsionar o ecossistema:

  • Mantle Network: Uma rede Ethereum de alto desempenho que permite a construção de dApps com UX excepcional, aproveitando a segurança inigualável do Ethereum.
  • Mantle LSD: Melhora a eficiência de capital do Ethereum através de serviços de staking descentralizados.
  • Mantle Ecofund: Um fundo de capital de US$ 200 milhões que investe em aplicações e parceiros tecnológicos de alto potencial dos produtos Mantle.

 

⚠️ Números dos 6 meses de testnet

Antes de lançar sua rede principal, a Mantle passou por uma fase de testes (chamada Testnet) – pense na Testnet como um “ensaio geral” antes do grande show. É uma versão de teste da rede, permitindo que os desenvolvedores experimentem e corrijam problemas antes do lançamento oficial.

 

Nesse período, a comunidade da BitDAO acelerou muito na adoção do produto e no aumento dos números na testnet

  • Realizou mais de 14 milhões de transações on-chain.
  • Suportou mais de 140 mil contratos inteligentes.
  • Deu suporte a mais de 80 dApps (aplicações descentralizadas).
  • Acomodou mais de 690 mil carteiras exclusivas.

 

👀 Projetos , parceiros e o público alvo 

A Mantle já nasce com diversos projetos em conjunto com outras soluções da BitDAO, como Game7 e Hyperplay, que estão abrindo novas portas para desenvolvedores de blockchain no espaço de jogos.

 

 

– Como já disse em edições anteriores, minha tese em games e entretenimento é muito grande para o próximo ciclo.

Com a ajuda de ferramentas como o Web3Unreal de Game7, a Mantle permite que os desenvolvedores integrem funcionalidades de blockchain em seus jogos, habilitando o suporte para carteiras blockchain e transações para mercados in-game.

Além disso, será possível utilizar a Hyperplay como um lançador de jogos web3 e agregador de lojas de games que visa fazer para as produções nativas de Web3 o que plataformas como Steam fazem para jogos tradicionais.

 

🤑 Tesouro, BitDAO e grants

Uma das principais características da Mantle é sua abordagem de governança descentralizada. Isso significa que as decisões não são tomadas por uma única entidade ou grupo centralizado, mas, sim, pela comunidade de detentores de tokens.

A Mantle possui um tesouro significativo, que é uma parte essencial de sua estrutura de governança e operação. O tesouro é usado para financiar iniciativas, projetos e operações que beneficiam o ecossistema da Mantle.

O tesouro da Mantle, conforme visualizado no Etherscan, possui um saldo de 267.822,93 ETHs. Com o preço atual – momento da escrita – do Ethereum em US$ 1.841,27, o valor total do ETH no tesouro é de aproximadamente US$ 493.141.239,71. Além disso, o tesouro também detém 59 tokens diferentes – tem até FTT ali no meio.

 

 

Para os detentores de tokens da BitDAO, uma oportunidade empolgante está no horizonte. Em breve, será possível converter seus tokens da BitDAO diretamente para MNT, a moeda nativa da Mantle Network.

Possivelmente vamos ver um fluxo interessante de pessoas fazendo esse SWAP, até porque existe um apelo de valor muito maior na minha visão.

Mas a coisa mais importante aqui está clara: dinheiro não é um problema para eles.

 

⚠️ Oportunidades e risco

A Mantle Network emergiu como uma solução inovadora e promissora no espaço blockchain, com o objetivo principal de escalar e otimizar a rede Ethereum. Ao abordar desafios críticos como altas taxas de gás e limitações de transações por segundo, a Mantle demonstra um compromisso claro com a melhoria da experiência do usuário e a promoção de uma economia tokenizada mais eficiente.

Além disso, a colaboração com organizações como a BitDAO e a implementação de iniciativas como o programa de migração de tokens refletem a adaptabilidade da Mantle e sua disposição para evoluir de acordo com as necessidades do mercado.

A briga pelo espaço da L2 vai ficando cada vez mais interessante com a concorrência crescendo e quem vai ganhar no final do dia somos nós, meros mortais.

 

 

⚠️ Gostou?

Espero que tenham gostado de mais uma news.

Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.

Se quiser me acompanhar, estou no Twitter e Instagram sempre analisando mercado e tendo alguns insights.

Até a próxima edição!

 

Lateralização pré-halving do Bitcoin?

Lateralização pré-halving do Bitcoin?

Satoshi Call

Apesar de o Bitcoin (BTC) estar em baixa nesta segunda-feira, a criptomoeda segue presa em seu estreito canal de negociação entre US$ 29 mil e US$ 31 mil. Embora a movimentação lateral seja semelhante aos períodos pré-halving anteriores, a última semana apresentou pouquíssimas novidades macroeconômicas e criptográficas. A cautela maior vem dos resultados corporativos nos Estados Unidos, com algumas big techs não performando tão bem assim. Além disso, o foco já está na decisão da política monetária do Federal Reserve (FED) e Banco Central Europeu (BCE). Mas vamos dar uma olhada em tudo o que rolou e que está por vir e, assim, preparar possíveis negociações nesta semana.

 

Balanço Corporativo

Os encerramentos trimestrais são sempre agitados, principalmente quando empresas norte-americanas estão envolvidas. Embora os dados sejam divulgados pelas corporações em dias diferentes, o sentimento dos investidores já era de pessimismo. Afinal, a expectativa era de que os lucros do S&P 500 recuassem em 7%.

Em partes, a percepção dos analistas estava relativamente correta. A Netflix, por exemplo, viu sua base de assinantes crescer em 8% no segundo trimestre, enquanto a receita desacelerava em comparação com o início do ano.

Em um desempenho semelhante, a IBM surpreendeu com um forte lucro entre abril e junho, mas assistiu sua receita também recuar. Já a Tesla até apontou resultados positivos, mas Elon Musk foi cauteloso em relação às metas da empresa e destacou a paralisação parcial das fábricas para manutenção e atualização de equipamentos.

 

 

De olho na inflação

Com a reunião do FED já esta semana, o mercado começa a se movimentar em direção a um provável aumento de 25 pontos-base nos juros dos Estados Unidos. A perspectiva acompanha os recentes e batidos discursos da instituição de que pelo menos duas elevações na taxa devem ocorrer até o final do ano.

A inflação até pode estar vendo um alívio com a desaceleração das Vendas no Varejo em junho. Porém, a Produção Industrial também recuou, voltando a pressão para uma possível recessão, mesmo que leve, no país.

 

Junho Projeção Maio
      Vendas no Varejo (mensal) 0,2% 0,5% 0,5%
      Vendas no Varejo (anual) 1,49% 1,60% 1,96%
      Produção Industrial (mensal) -0,5% 0,0% -0,5%
      Produção Industrial (anual) -0,43% 1,10% 0,03%
      Seguro-desemprego (semanal) 228 mil 242 mil 237 mil

 

Combustíveis

Além dos percalços corporativos, as commodities também foram motivo de insegurança aos investidores. Fontes ouvidas pela CNBC disseram que a Rússia deve reduzir a exportação de petróleo entre 100 mil e 200 mil barris por dia em agosto.

A decisão vai em linha com a promessa do país em cortar a oferta junto à Arábia Saudita. Ou seja, a inflação pode balançar novamente com a restrição aos produtos de energia.

 

Do outro lado do oceano

Apesar dos esforços dos formuladores de política monetária, o núcleo da Inflação ao Consumidor (CPI) na Zona do Euro acelerou em junho. Em contrapartida, o indicador geral mostrou recuo na comparação com o mês anterior.

 

Junho Projeção Maio
      CPI (mensal) 0,3% 0,3% 0,0%
      CPI (anual) 5,5% 5,5% 6,1%
      Núcleo CPI (mensal) 0,4% 0,3% 0,2%
      Núcleo CPI (anual) 5,5% 5,4% 5,3%

 

Ao contrário dos analistas norte-americanos, que começam a pensar em uma pausa no aperto monetário, os dados sugerem que o Banco Central Europeu (BCE) vai ter ainda muito trabalho pela frente para recolocar a inflação de volta à meta de 2%.

 

Nada glorioso

Na China, importantes dados da economia local foram divulgados. O Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, apresentou uma expansão considerável de 6,3%. Entretanto, o número veio abaixo dos 7,3% esperados pelos analistas. Como relatado no último Satoshi Call, as Vendas no Varejo recuaram com força, enquanto a Produção Industrial seguiu seu avanço.

As perdas corporativas de grandes empresas, principalmente as do setor imobiliário, pressionaram o mercado por lá. Por isso, aumentaram as expectativas de que o governo chinês vai oferecer novos estímulos para o setor. Um deles já foi divulgado: a taxa de empréstimos de um ano permanecem com seus juros inalterados.

 

Lombadas no caminho

Pelo Brasil, ficam mantidas as perspectivas positivas em relação à queda da inflação e avanço da economia. Entretanto, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, recuou, em junho, na comparação com maio.

 

Junho Projeção Maio
      IBC-Br -2,00% 0,00% 0,56%

 

 

Sem surpresas

Apesar de abrir a segunda-feira em queda e operando na parte de baixo do canal, a criptomoeda de referência segue estagnada entre US$ 29 mil e US$ 31 mil.

As explicações para o movimento lateral do BTC são diversas. Boa parte delas vem dos próprios dados on-chain. Eles mostram que 78% de todo o depósito recente de BTC nas exchanges foram feitos por especuladores de curto prazo.

Enquanto isso, as métricas apontam que os HODLErs seguem acumulando o ativo, inclusive, em um nível semelhante ao quando a criptomoeda estava em US$ 16,8 mil, US$ 24 mil e, agora, US$ 28 mil. Esses três pontos são considerados fundos importantes do recente ciclo de mercado.

A faixa de negociação estrangulada acompanha ainda um sentimento bastante curioso. Os detentores de Bitcoin que possuem grandes lucros não estão vendendo suas posições. Ao mesmo tempo, os investidores que registram prejuízo também permanecem com suas criptomoedas armazenadas, em busca de melhores preços.

Na realidade, as informações obtidas dentro da rede apontam que o HODL é a prática dominante há tempos no setor. Dos 14,52 milhões de Bitcoins disponíveis, 55% da oferta permaneceu inativa por pelo menos dois anos, enquanto 29% ficou armazenada por cinco anos ou mais.

 

Algumas quebras possíveis

Se os dados de rede sugerem que o mercado continuará estável, há dois fundamentos importantes que devem ser observados, pois podem levar a quebras de preços.

Um deles é que a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) aceitou o pedido de revisão de uma antiga solicitação de ETF de Bitcoin da Valkyrie. Já o segundo se refere ao halving do Bitcoin, que está há menos de um ano de ser acionado.

Pesa ainda na balança o halving da Litecoin – uma “concorrente” do BTC. O evento de corte na recompensa aos mineradores está estimado para acontecer daqui 12 dias.

 

 

Luz no fim do gráfico?

Há poucas mudanças no gráfico semanal para o Bitcoin. O preço continua apresentando baixa variação, enquanto os candles se posicionam muito próximos à linha de resistência. Interessante, porém, observar o comportamento da Banda de Bollinger. O indicador, que mede a volatilidade de um ativo, está cada vez mais estreito, porém, em rota de alta. Assim, os suportes podem ficar cada vez mais consolidados e altos. Ao mesmo tempo, o desenho de topo duplo permanece como uma possibilidade real de ser consolidado.

 

Fonte: TradingView, em 24/07/2023, às 8h33min.

 

Os indicadores adjacentes apontam para uma perda de força do MACD, sugerindo um possível cruzamento para baixo das médias móveis. No mesmo ritmo, o Índice de Força Relativa (RSI), apresenta ligeira variação para baixo, mirando os 57 pontos. Esses dois indicadores apontam para uma falta de força dos compradores neste momento de mercado.

 

Conclusão

Não foi desta vez que o mercado encontrou os gatilhos necessários para uma quebra da lateralização de preços do Bitcoin. O movimento atual, entretanto, é semelhante ao que aconteceu em 2020, no período pré-halving da criptomoeda de referência, com os HODLErs mostrando força excessiva para manter suas criptomoedas armazenadas.

Esta semana, porém, não há qualquer sugestão inicial de que o comportamento do BTC mude. Nem mesmo a divulgação de um aumento de juros nos Estados Unidos parece ter forças para quebrar a lateralização, como também aconteceu da última vez. Porém, semanas são semanas e cada uma pode reservar surpresas.

Como apontado nos últimos relatórios do Satoshi Call e
Variação de Mercado, cautela é a melhor amiga dos investidores mais arrojados e com maior fluxo de operações. Afinal, se tem uma coisa que o mercado não gosta é de incertezas.