Layer-2: O que é e como ela está inovando o mercado de criptomoedas

jan 18, 2024 | Blockchain, Sem categoria

As soluções de layer-2 estão cada vez mais populares no mercado de criptomoedas. Para alguns, este tipo de protocolo é uma ótima opção para se buscar novos investimentos. Enquanto isso, outros olham como uma possibilidade de resolver alguns desafios enfrentados pela blockchain.

Neste blog, você vai ver o que é uma layer-2, quais são os tipos de protocolos e como eles impactam todo o ecossistema do mercado de criptomoedas.

O que são soluções layer-2?

A layer-2 – também chamadas de segunda camada – são soluções projetadas para permitir que blockchains consigam escalar e tornar suas funcionalidades mais eficientes, sem que isso comprometa a segurança de toda a rede e de seus usuários.

Essa tecnologia é importante, pois, hoje, os desenvolvedores precisam de plataformas cada vez mais rápidas e baratas para testar e colocar em funcionamento suas aplicações em blockchain. Algo que, hoje, está bastante complexo no Ethereum, que segue com taxas relativamente cadenciadas e taxas de transações elevadas.

Assim, as layers-2 vão fazer com que essas operações ocorram em redes paralelas, o que desafoga a “pista principal” e traz mais fluidez a todo o ecossistema, a partir de pistas laterais. Mais ou menos com o que vemos nas marginais Tietê e Pinheiros, em São Paulo – mas de forma mais eficiente!

Tipos de protocolos de layer-2

A esperança é grande que muitos desafios da tecnologia blockchain sejam solucionados em breve. E parte dessas resoluções passam diretamente pelos protocolos de segundo camada. Além de eficientes, ainda existem dois tipos de layer-2, capazes de integrar diferentes redes. São eles:

Rollups
Sidechains

Apesar de terem o mesmo objetivo, o funcionamento técnico de cada é diferente, como você vai ser logo a seguir.

Como funcionam as rollups

Esta tecnologia permite que os usuários executem transações fora da rede principal para que, depois, as informações sejam inseridas dentro da cadeia principal. Dentro deste modelo, ainda existem duas subcategorias principais:

Zero-Knowledge rollups (ZK-Rollups): O modelo é bastante seguro e eficiente, pois não exige todos os detalhes das informações para conseguir validar uma transação. Por isso,seu nome “zero-knowledge” (zero-conhecimento, em tradução livre). Para isso acontecer, são usadas provas matemáticas complexas, conhecidas como “zero-knowledge proofs”, que validam as transações fora da cadeia principal. Com isso, é possível agregar várias transações em um único lote e criar uma prova de validação. Então, este “documento” e os dados das transações são postados na blockchain principal. 

Optimistic rollups: Aqui, o protocolo assume que todas as transações são verdadeiras por padrão, a menos que se prove o contrário. Esta solução de layer-2 tem maior compatibilidade com contratos inteligentes existentes e são mais fáceis de implementar do que os ZK-Rollups. Porém, o período de contestação pode ser longo, permitindo que as transações possam ser desafiadas por suspeita de fraude. Se por um lado isso aumenta a segurança, pelo outro, pode atrasar a validação das operações.

Sidechains: operações independentes

Outra importante solução de layer-2 são as sidechains. Esta tecnologia opera de forma separada e autônoma às blockchains, tendo suas próprias regras, níveis de segurança e até provas de consenso. Mesmo assim, elas são capazes de se conectar à rede principal, como o Ethereum.

Essa flexibilidade dá a oportunidade para que os desenvolvedores criem, testem e implementem novas funcionalidades em seus aplicativos, sem que isso sobrecarregue a rede principal e acarrete em custos altos de operação.

Rollups X Sidechains

É comum olhar para estas soluções muito parecidas de segunda camada e se perguntar qual é a melhor. Fato mesmo é que essa definição pode não ser muito bem assertiva, principalmente a depender para qual finalidade o protocolo se propõe.

O que a perspectiva técnica nos mostra, é que os Rollups tendem a ser mais seguros e interoperáveis, já que eles estão em contato direto com a blockchain principal. Assim, quando falamos em escalabilidade, este modelo de layer-2 leva vantagem.

As sidechains podem apresentar um risco maior relacionado à segurança e até alguns problemas na hora de integrar algumas funcionalidades. Porém, sua autonomia torna o desenvolvimento e testes de aplicações muito mais simples, fazendo que ela seja uma opção interessante para quem está querendo promover ou atualizar um projeto com menos custos.

Bitcoin também tem sua layer-2

O Bitcoin é, hoje, uma das redes mais seguras do mundo. Afinal, o alto volume de mineradores torna suas operações não só descentralizadas, mas também dificulta muito que um invasor tente alterar algum dado dentro da rede. Este, porém, é um dos grandes desafios da rede, que vê um volume de transações por segundo muito baixo, o que pode causar congestionamentos e taxas muito altas, assim como o Ethereum.

No caso do Bitcoin, já existe uma solução layer-2 em operação, que é a Lightning Network. Ela funciona a partir de canais de pagamentos, que analisam as transações de forma externa, tornando a blockchain muito mais rápida. O passo técnico é, inclusive, bem simples:

Abertura de canal: Dois usuários que vão realizar múltiplas transações entre si podem estabelecer um canal de pagamento. Para isso, eles bloqueiam uma certa quantidade de Bitcoin em um endereço da blockchain que só pode ser acessado por essas duas pessoas.

Fora da rede: Com o canal aberto, os usuários podem realizar quantas transações quiserem entre si. Elas acontecem de forma instantânea, sem que toda a rede do Bitcoin precise validar o processo, pois estão justamente fora da cadeia principal.

Fechamento do canal: Quando os usuários decidem fechar o canal, o estado final do saldo é registrado na blockchain principal. Nisso, apenas duas transações são registradas na rede do Bitcoin – uma que abre e outra que fecha o canal – independentemente do número de transações realizadas entre os usuários.

As soluções de layer-2 trilham um caminho

Para muito além de projetos layer-2 que se tornaram investimentos para muitos, como a Arbitrum (ARB) e Optimism (OPT), as soluções que esta tecnologia oferece impactam todo o mercado de criptomoedas.

Afinal, a busca por escalabilidade, sem afetar a segurança das redes sociais, permite que novos projetos e tecnologias sejam desenvolvidas que, naturalmente, vão trazer novidades e avanços importantes ao ecossistema das blockchains.

A partir daí, podemos ver mais aplicativos sendo desenvolvidos, assim como meios de pagamentos ainda mais eficientes e taxas cada vez menores para os usuários da plataforma.

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