Bem-vindos a mais uma edição do “O HODLER”, o melhor lugar para você que está querendo ficar por dentro de tudo que acontece no mercado.
Vocês gostaram do último texto sobre a Solana, então vou transformar isso em uma série e agora vamos agora fazer a mesma análise em cima do Ethereum.
Esse report analisa o momento de 2025 do Ethereum com profundidade: o que sustentou sua recuperação, os setores que estão puxando crescimento, os riscos que continuam no radar e o que tudo isso significa para o investidor que olha para o longo prazo.
Bora para mais um HOOOODLER!
O gigante acordou
O Ethereum entrou em 2025 carregando um peso duplo: de um lado, a pressão da concorrência — Solana crescendo em velocidade, Tron dominando stablecoins — e de outro, a responsabilidade de continuar sendo o centro gravitacional das finanças descentralizadas.
Mais do que preço, o Ethereum mostrou evolução estrutural: o upgrade Pectra modernizou a rede, os L2s consolidaram escala, o staking alcançou recordes em valor, e a Ethereum Foundation deu passos rumo a uma gestão mais institucional.
Ainda assim, o desafio é grande: como manter relevância em um cenário em que a liquidez migra para L2s, os NFTs perdem força e concorrentes avançam em velocidade?
O Ethereum sempre foi mais que uma blockchain: é o sistema operacional das finanças descentralizadas. Desde 2015, ele carrega a bandeira da inovação — dos primeiros contratos inteligentes até os maiores protocolos de DeFi e NFTs.
Mas nos últimos trimestres, o Ethereum viveu uma prova de fogo. Enquanto o Bitcoin rompeu máximas históricas e a Solana roubava atenção com velocidade, o ETH enfrentava queda de taxas, migração para L2s e pressão de concorrentes.
O segundo trimestre de 2025 trouxe uma virada: o preço do ETH subiu 37%, fechando em US$ 2.487, puxado por US$ 4 bilhões de entrada líquida em ETFs spot. Pela primeira vez em mais de um ano, o ETH superou o BTC em performance no trimestre.
O coração da tese
A força do Ethereum hoje não está na especulação, mas na sua capacidade de se tornar infraestrutura financeira global.
- Empresas públicas acumularam 1,2 milhão de ETH (US$ 3 bi) no trimestre, tratando o token como ativo de tesouraria.
- O staking segue sólido: 35,7 milhões de ETH (29,6% da oferta) já estão travados, com valor em dólares saltando 43% para US$ 89 bi.
- Diferente de blockchains mais centralizadas, a distribuição permanece ampla: nenhum operador controla mais de 1/3 do stake.
O Ethereum começa a assumir o papel de reserva digital com rendimento, combinando segurança, liquidez e receita de staking.
O que está mudando no ecossistema?
- Layer-2s: a verdadeira força de escala
Ethereum não compete em TPS no L1 — sua estratégia é modular. Os L2s explodiram:
- Arbitrum: US$ 16,2 bi em TVS (+50% QoQ).
- Base (Coinbase): US$ 13,6 bi (+29%).
- Juntas, as duas concentram 72% do valor em L2s.
- Unichain foi destaque: +404% QoQ, chegando a US$ 1,27 bi com incentivos generosos,
Isso mostra que a rede do Ethereum não é mais uma blockchain única, mas um ecossistema de blockchains ancoradas na sua segurança.
- DeFi: a hegemonia se mantém
Enquanto outros L1s brigam por TVL, o Ethereum segue dominante:
- DeFi TVL subiu 33% para US$ 62,4 bi, recuperando parte da queda do Q1
- Protocolos líderes como Aave (US$ 22,3 bi) e Spark (US$ 3,5 bi) puxaram a alta.
- EigenLayer brilhou, alcançando US$ 11,7 bi e consolidando a narrativa de “restaking”.
Ethereum manteve 56% do TVL global, mostrando que a liquidez séria ainda escolhe o ETH como base.
- Stablecoins: crescimento moderado, mas resiliente
Ethereum continua sendo o lar do dólar digital:
- Market cap subiu 1% para US$ 126,2 bi.
- USDC cresceu 6%, consolidando 31% do mercado ETH; já o USDT caiu 2%, mas segue como líder.
Mesmo em desaceleração, é no Ethereum que o dinheiro tokenizado ainda encontra profundidade e confiança.
- NFTs: inverno prolongado
O setor mais castigado foi o de NFTs:
- Volumes caíram 65% no trimestre, para apenas US$ 25,7 mi/semana.
- OpenSea recuperou liderança sobre Blur após anunciar token próprio, mas o mercado continua em baixa.
- Ethereum mantém a liderança histórica, mas hoje os NFTs são uma sombra do hype de 2021–22.
- Upgrades e governança
O Pectra upgrade (maio/25) trouxe avanços cruciais:
- Smart accounts (EIP-7702): contas externas agora funcionam como carteiras programáveis.
- Aumento do stake máximo: de 32 para 2.048 ETH por validador.
- Dobro de blobs por bloco: aumento da capacidade para L2s.
- Avanço em Danksharding e novos formatos de contratos.
Além disso, a Ethereum Foundation passou por reorganização interna, profissionalizando sua tesouraria e reforçando a transparência. Isso mostra um Ethereum cada vez mais institucional e organizado.
4. O selo de legitimidade
O maior combustível institucional foram os ETFs de ETH:
- BlackRock (ETHA) liderou, acumulando 1,75 mi ETH (+48% QoQ).
- Fidelity também captou forte.
- Apenas a Grayscale continuou a registrar saídas.
Em paralelo, empresas listadas em bolsa estão tratando ETH como ativo de reserva de longo prazo:
- BitMine Immersion quer acumular até 6 milhões de ETH (!).
- Bit Digital trocou parte de seu BTC por ETH.
- SharpLink Gaming comprou 176k ETH e colocou 95% em staking.
Isso não é especulação: é o mesmo movimento que consolidou o Bitcoin como ativo de tesouraria anos atrás, agora migrando para ETH.
Os pontos negativos
Nem tudo são flores:
- Taxas em queda: caíram 53% em USD no trimestre, reflexo da migração massiva para L2s. Isso pressiona a narrativa de “ETH ultra sound money”.
- Concorrência forte: Solana e Tron geraram mais taxas que o Ethereum no Q2.
- NFTs em crise: volumes derreteram, reduzindo uma das frentes de atração de usuários.
- Dependência dos L2s: o sucesso de Ethereum depende cada vez mais da saúde financeira e técnica dessas redes, que ainda estão em fase de experimentação
⚠️ Gostou?
O Ethereum fechou o Q2/2025 mostrando que não é só tecnologia, é também ativo institucional.
- Para o longo prazo: Ethereum está se consolidando como camada de liquidação global, com base em staking robusto, stablecoins sólidas e a maior infraestrutura de DeFi do mercado. A entrada de ETFs e empresas de capital aberto cria uma nova base de demanda permanente.
- Para o curto prazo: os desafios continuam. O declínio das taxas, a dependência de L2s e a competição acirrada podem gerar volatilidade e ruído.
Em resumo: o Ethereum já não é apenas o “laboratório cripto” — está virando a infraestrutura padrão das finanças digitais, mas precisa provar que consegue sustentar sua economia em um mundo onde usuários fogem para redes mais baratas.
Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.
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Até a próxima edição!