dez 23, 2020 | Destaques, Imprensa
O nosso CEO, João Canhada, deu uma entrevista exclusiva do especial “Perspectivas 2021” da EXAME. Ele analisou e opinou sobre o futuro do mercado de criptoativos no Brasil e no mundo.
Nesses mais de seis anos atuando no mercado cripto, Canhada vivenciou os altos e baixos do bitcoin e outros projetos em blockchain e viu o mercado crescer e se desenvolver, o que o credencia como alguém com propriedade para falar sobre o assunto.
Resumo
Na opinião do Canhada, o Bitcoin chegou em um momento onde empresas e investidores profissionais vão ceder e começar a usar a criptomoeda como aconteceu com o Paypal.
Além disso, o Bitcoin pode ter um crescimento de 10 vezes e chegar aos US$200.000 até o final de 2021 dado a escassez causada pelo Halving e por conta do histórico pós eventos.
O próximo ano tem tudo para ser bom para o Bitcoin, mas o Ethereum é a altcoin mais empolgante para 2021 na opinião dele. Ela deve buscar sua alta de US$1.400 e trazer o mercado de Defis para mais holofotes.
Quer saber como foi essa entrevista? Deixamos ela na íntegra logo abaixo ou você pode conferir ela no site da Exame.
Confira o bate papo na íntegra
Future of Money: Qual é sua perspectiva para o mercado cripto em 2021?
João Canhada: Novos gigantes, como alguns investidores bilionários e grandes empresas fizeram esse ano, devem ceder e anunciar que estão trabalhando com bitcoin, ou adquirindo bitcoin, posicionando ainda mais esse ativo como reserva de valor. Isso definitivamente vai trazer impactos no preço. Nos últimos halvings (quando a oferta é cortada pela metade), o bitcoin sempre bitcoin teve alta histórica de preços no ano seguinte, superando em até 10 vezes os topos anteriores. Se isso se repetir, veremos o bitcoin a 200 mil dólares ainda em 2021.
Future of Money: Qual será a altcoin de maior destaque em 2021? Por quê?
João Canhada: O ether (ETH) deve ser a altcoin mais empolgante do próximo ano. O preço deve buscar seu topo de 1.400 dólares [registrado em janeiro de 2018], e ela segue sendo a altcoin mais completa. Em que pese a tecnologia, é no ETH que praticamente todos os tokens de stablecoins são movimentados e nele que temos grandes investimentos e criação de tokens atrelados a tudo. O mundo está sendo tokenizado e ETH é o principal criptoativo utilizado para infra-estrutura nesse novo mundo de tokens. Neste mês, teve início ao stake do ETH, que é quando a rede paga prêmios aos detentores da rede por estes travarem os tokens em contratos de stake. diferente do PoW (proof-of-work, ou prova de trabalho) do bitcoin, onde o poder computacional da rede recebe recompensas, esse modelo dá recompensas de acordo com a posse dos ativos. É um modelo bem interessante, pois no ETH foi implementado de forma mista com o PoW. A rede deve continuar evoluindo em 2021.
Future of Money: Qual a melhor notícia que pode surgir para o bitcoin e para as criptos de modo geral em 2021?
João Canhada: O Governo do Irã e da Venezuela estão trabalhando ativamente com bitcoin, porém são países pequenos e irrelevantes em relação ao tamanho do seu PIB, quando comparado aos 10 maiores PIBs do mundo. Mas a melhor notícia acredito que seria bancos centrais dos maiores países do mundo anunciarem reservas em bitcoin ao lado das reservas de ouro, o que consolidaria de vez o bitcoin e o seu papel no mundo cada vez mais digital.
Future of Money: Qual a pior notícia que pode surgir para o bitcoin e para as criptos de modo geral em 2021?
João Canhada: Um hacking em alguma grande corretora de criptoativos apenas traria pânico por curto período de tempo, mas não atrapalharia os fundamentos do bitcoin no longo prazo. Por isso, acredito que a pior notícia seria algum problema desconhecido na tecnologia, alguma maneira de quebrar a criptografia, algo que não chegou perto de acontecer nesses primeiros 10 anos do bitcoin. Ou, então, uma proibição generalizada de criptoativos dos maiores países, pois atrapalharia a liquidez global do ativo.
Future of Money: Qual aplicação em blockchain se tornará mais popular no ano que vem?
João Canhada: Em tempos de pandemia, não ter que sair de casa para ir ao cartório é bem importante, então acredito que a certificação digital utilizando blockchain deve ganhar força nesta próxima década. É uma tecnologia já pronta, não estamos falando de futurismo. Isso pode ser feito amanhã! Depende apenas da aceitação e do conhecimento geral sobre essa qualidade do blockchain — e definitivamente vai acontecer.
Future of Money: Qual startup blockchain brasileira tem maior potencial de inovação e impacto no mercado para 2021?
João Canhada: A OriginalMy é, para mim, o melhor caso de uso de blockchain feito por brasileiros, e com um cara brilhante à frente — o Edilson Osorio. Esse ano testaram uma tecnologia proprietária usando blockchain para eleições, que permite votar pelo celular, o que deve ser um fato notável em breve, e tem uma chance enorme deles estarem por trás. Quem sabe em 2022 a gente não precise sair de casa pra votar?
Future of Money: O que passou despercebido para a maioria no mercado cripto em 2020?
João Canhada: A evolução das corretoras de criptoativos foi notável, não houve relatos sequer parecidos com o que aconteceu em 2017. Temos hoje uma gama absurda de instrumentos financeiros à disposição, que não tínhamos em 2017, tudo ocorre com uma fluidez enorme, tudo automatizado, quem usa bitcoin hoje em dia pela primeira vez pode achar que foi sempre assim, mas é só comparar uma corretora de bitcoin com uma corretora de ações tradicionais e vai verificar que o mercado tradicional está ficando pra trás. Ainda tem muito a ser criado em nosso ecossistema, e sem dúvidas será mais um ano de grande evolução no mercado como um todo. Mas 2020 foi o ano que bitcoin se provou como reserva de valor e que tudo funcionou em seu ecossistema, poucas notícias foram ruins ao mercado cripto ao longo do ano, e mais uma vez o bitcoin provou sua resiliência. Para quem conheceu o bitcoin agora, pode parecer normal, mas foi um feito notável e um ano incrível.
Future of Money: Qual será o preço do bitcoin em dezembro de 2021?
João Canhada: Definitivamente maior do que esse fechamento de 2020. Estamos em um momento ímpar na história da humanidade, e 2021 pode definir, entre todos os investidores, o bitcoin como o NOVO ativo de reserva financeira global. 20 mil dólares pode ser barato perto do que acontecerá no preço se essa frase se tornar verdade entre os principais fundos de investimentos globais.
O próximo ano tem tudo para ser um ótimo ano para o Bitcoin, se você quiser ficar por dentro de tudo que acontece no mercado acompanhe as nossas redes sociais.
dez 8, 2020 | Ethereum
Por dentro do blockchain do Ethereum
Fundamentalmente, um blockchain é um banco de dados compartilhado, composto por um livro de registro de transações, ou seja, a sua função é muito semelhante à de um banco. Contudo, enquanto os registros feitos pelo banco são armazenados de forma centralizada, com o blockchain cada participante da rede tem uma cópia do histórico de transações. Cada um desses participantes é chamado de “nó” da rede.
O blockchain elimina o problema da confiança que afeta os bancos de dados das seguintes maneiras:
Descentralização total: a leitura e a possibilidade de agregar informações ao banco de dados são completamente descentralizadas e segura. Nenhuma pessoa ou grupo controla um blockchain.
Tolerância à falha extrema: esta característica refere-se à capacidade de um sistema em lidar com dados corrompidos. É impossível adicionar ao livro de registro do blockchain algum dado corrompido ou errado. Todos os nós da rede precisariam aprovar tal transação e isso não ocorreria se ela não fosse legítima e válida.
Verificação independente: as transações podem ser verificadas por qualquer pessoa, sem a necessidade de um terceiro. Isso às vezes é
referido como “desintermediação”.
Como funciona o Blockchain
Agora que temos alguma ideia da razão pela qual os blockchains são úteis, vamos mergulhar mais profundamente em como eles funcionam.
As interações entre contas em um blockchain são chamadas de “transações”. Elas podem ser transações monetárias, como o envio de ether de uma pessoa para outra. Elas também podem ser transmissões de dados, como uma mensagem, um contrato etc. Um pacote de transações é chamado de “bloco”.
Cada conta no bloco tem uma assinatura exclusiva, que permite a todos saber qual conta iniciou a transação. Em um blockchain público, qualquer pessoa pode ler ou escrever dados. A leitura de dados é gratuita, mas escrever uma transação em um bloco do blockchain não é. Esse custo, conhecido como “gás”, cujo preço é derivado a partir do ether, ajuda a desencorajar o spam e é uma mecanismo de proteção da rede.
Mineração
Qualquer nó na rede pode participar da segurança da rede através de um processo chamado “mineração”. Os nós que optaram por serem mineradores competem para resolver problemas de matemática que protegem o conteúdo de um bloco.
Uma vez que a mineração requer poder de computação (além de muita energia elétrica), os mineradores podem ser compensados pelo seu serviço. O vencedor da competição recebe alguma criptomoeda como recompensa. No caso da rede do Ethereum, o minerador recebe ether. Isso incentiva os nós a trabalharem para proteger a rede, impedindo que muito poder esteja nas mãos de qualquer minerador.
Hashing
Uma vez que um novo bloco é minerado, os outros mineradores são notificados e começam a verificar e adicionar este novo bloco às suas cópias do blockchain. Isso é feito através de hashing criptográfico (ou simplesmente, “hash”). Hashing é um processo unidirecional que transforma dados em uma sequência alfanumérica de comprimento fixo que representa esses dados. Embora os dados originais não possam ser reproduzidos a partir do hash, os mesmos dados sempre produzirão o mesmo hash.
Quando mais da metade dos mineradores já validou o novo bloco, a rede alcança o consenso em relação àquela informação e o bloco passa a fazer parte do histórico permanente do blockchain. Agora, esses dados podem ser baixados por todos os nós, com a sua validade garantida.
O Blockchain do Ethereum
A estrutura do blockchain do Ethereum é muito semelhante à
estrutura do Bitcoin, pois trata-se de um registro compartilhado de
todo o histórico de transações. Cada nó na rede armazena uma
cópia desse histórico.
A grande diferença é que no Ethereum, os nós armazenam o estado mais recente de cada contrato inteligente, além de todas as transações com ether (isso é muito mais complicado do que o descrito, mas o texto abaixo deve ajudá-lo a ficar mais por dentro).
Para cada aplicação no Ethereum, a rede precisa acompanhar o “estado”, ou seja, a informação atual de todas essas aplicações, incluindo o saldo de cada usuário, todo o código do contrato inteligente e onde está armazenado.
O Bitcoin, por outro lado, utiliza algo conhecido como “saídas de transações não gastas” (UTXO, na sigla em inglês) para rastrear quem tem quanto em bitcoin.
Embora pareça mais complexo, a ideia é bastante simples. Toda vez que uma transação de bitcoin é feita, a rede “quebra” o montante total como se fosse papel-moeda, enviando bitcoins de volta como se fossem um troco que recebemos em papel-moeda.
Para fazer transações futuras, a rede do Bitcoin deve somar todas as suas “notas ou moedas” de acordo com o valor que deseja ser enviado. Estas notas são classificadas como “gasto” (spent) ou “não gasto” (unspent).
O Ethereum, por outro lado, utiliza o conceito de contas.
Como os fundos de uma conta bancária, os tokens de ether aparecem em uma carteira e podem ser portados (por assim dizer) para outra conta. Os fundos estão sempre em algum lugar, mas não têm o que você pode chamar de relacionamento contínuo.
O que é prova de trabalho?
Apesar de o blockchain ser considerado a grande inovação que permitiu o surgimento das criptomoedas, na verdade, existe algo ainda mais importante para o bom funcionamento desses ativos digitais que muitas vezes é pouco comentado. Estamos falando de mecanismo de consenso das criptomoedas.
Tanto o Bitcoin, quanto o Ethereum utilizam um mecanismo conhecido como Prova de Trabalho (PoW, na sigla em inglês, que deriva de Proof of Work).
A prova do trabalho é um protocolo que tem como principal objetivo dissuadir ataques cibernéticos, como um ataque distribuído de negação de
serviço (DdoS), que visa esgotar os recursos de um sistema ao enviar múltiplos pedidos falsos.
A ideia da PoW foi originalmente publicada por Cynthia Dwork e Moni Naor em 1993, mas o termo “prova de trabalho” foi cunhado por Markus Jakobsson e Ari Juels em um documento publicado em 1999.
Prova de trabalho e mineração
A prova de trabalho é um requisito para definir um cálculo computacional custoso, também chamado de processo de mineração, responsável por gerar novos blocos de transações e aumentar a oferta da criptomoeda no mercado de forma descentralizada, ao contrário das moedas fiat, que são emitidas através de estruturas centralizadas (Bancos Centrais).
A mineração tem dois propósitos:
1) Verificar a legitimidade de uma transação ou evitar o chamado gasto duplo;
2) Emissão de novas moedas digitais, recompensando mineradores por realizar o processo de mineração.
Quando se configura uma transação, eis o que acontece nos bastidores:
As transações são agrupadas em um conjunto chamado de bloco. Os mineradores, então, verificam que as transações dentro de cada bloco são legítimas. Para fazer isso, eles devem resolver um enigma matemático conhecido como problema de prova de trabalho. Uma recompensa é dada ao primeiro minerador que resolver o problema. As transações verificadas são armazenadas no blockchain público.
Todos os mineradores da rede competem para ser o primeiro a encontrar uma solução para o problema matemático. Este problema não pode ser resolvido por meio da força bruta ou de qualquer outra maneira, de modo que essencialmente requer uma grande quantidade de tentativas. Quando um minerador finalmente encontra a solução certa, toda a rede fica sabendo ao mesmo tempo que houve um “vencedor” daquele bloco, o qual receberá um prêmio em criptomoeda (a recompensa) fornecido pelo protocolo.
Desde que surgiu e, pelo menos, até o final do primeiro trimestre de 2018, o Ethereum funcionou com um mecanismo de consenso de prova de trabalho como este descrito acima. Contudo, os desenvolvedores da plataforma pretendem fazer a transição para um novo tipo de mecanismo conhecido como Prova de Participação (PoS, na sigla em inglês, que deriva de Proof of Stake).
O que é prova de de participação?
A prova de participação é uma maneira diferente de validar transações e de alcançar o consenso distribuído. Também trata-se de um algoritmo e o objetivo é o mesmo da prova de trabalho, mas o processo para atingir o objetivo é bastante diferente.
A primeira menção a esta ideia foi no fórum virtual bitcointalk em 2011, mas a primeira moeda digital a usar este método foi a Peercoin, em 2012.
Na Prova de Participação, o criador de um novo bloco é escolhido de forma determinista, dependendo da sua riqueza, ou seja, da quantidade de tokens que possui.
Neste modelo, todas as moedas digitais são criadas antes do início do sistema e seu número total nunca muda. Não existe emissão paulatina de tokens, como acontece no Bitcoin e também acontece com o Ethereum quando ele usa Prova de Trabalho.
Isso significa que no sistema PoS não há recompensa por bloco, então, os mineradores recebem somente as taxas de transação.
É por isso que, na verdade, neste sistema PoS, os mineradores são chamados de “ferreiros” (forgers, em inglês).
Por que o Ethereum quer usar POS?
A comunidade Ethereum e seu criador, Vitalik Buterin, estão planejando fazer uma atualização na rede da plataforma (hard fork, no termo em inglês) para fazer uma transição da prova de trabalho para prova de participação.
Num consenso distribuído baseado na prova do trabalho, os mineradores precisam de muita energia elétrica para performar os cálculos matemáticos. E esses custos de energia são pagos com moedas fiduciárias, levando a uma constante pressão descendente sobre o valor da moeda digital.
Os desenvolvedores estão muito preocupados com esse problema, e a comunidade Ethereum quer explorar o método da prova de participação para uma forma de consenso mais generalizada e mais econômica. Esta atualização do Ethereum que quer implementar a PoS é conhecida como Casper.
dez 8, 2020 | Ethereum
O mundo tokenizado
Hoje em dia, o acesso a investimentos financeiros tradicionais é bastante complexo, cheio de burocracias e boa parte das informações sobre um ativo financeiro específico está concentrado na mãos de intermediários que atuam na comercialização desses instrumentos financeiros. Além disso, é muito difícil saber por quais mãos determinado ativo já passou ou sobre o que exatamente ele se trata.
O processo de tokenização da economia, ou seja, a transformação de ativos financeiros em tokens proverá uma quantidade imensurável de informações aos consumidores e permitirá que eles possam acessá-los de maneira muito mais simples, rápida e barata. A plataforma do Ethereum possui a infraestrutura necessária para que essa revolução aconteça.
Embora tenhamos a tendência de pensar que os mercados financeiros globais são tão líquidos quanto possível, isso só é verdade para pessoas e organizações que já estão no “sistema”, ou seja, corretores e instituições financeiras. O cliente final é obrigado a percorrer todos os níveis burocráticos e de conformidade para abrir uma conta, assinar contratos, pagar comissões etc. Isso também se aplica para investimentos em empresas em crescimento, cujo acesso é concedido apenas a investidores credenciados.
A estrita regulamentação do mercado para os usuários finais levou à demanda por alternativas, que inesperadamente liberaram o mercado de criptomoedas. Assim que as pessoas começaram a acreditar que este mercado permitia que eles não só entrassem, mas também se retirassem livremente, a liquidez aumentou, o mercado cresceu absurdamente e o número de ofertas iniciais de criptomoedas (ICOs) cresceu exponencialmente.
A burocracia é a principal razão pela qual um investidor pode mudar de ideia sobre a abertura de uma conta tradicional de investimentos. Uma questão secundária é a baixa usabilidade do software de negociação, como um home broker, pois é necessário estudar ou confiar o trabalho a um terceiro. Problemas mais fundamentais – como a necessidade de confiança nos intermediários, a baixa integração das infraestruturas e a velocidade das liquidações – estão em terceiro lugar.
Indiretamente, a tokenização criou uma forma para sistemas extremamente simples e convenientes, onde, dentro de 20 minutos, você pode enviar dinheiro para a corretora, fazer a negociação e retirar capital.
Em essência, a tokenização é o processo de transformação do armazenamento e gerenciamento de um ativo, quando cada ativo é atribuído a uma contrapartida digital em um blockchain.
Idealmente, tudo o que acontece em um sistema de contabilidade digital deve ter implicações legais, assim como as mudanças em um registro imobiliário levam a uma mudança na propriedade da terra. A era da tokenização introduz a importante inovação de que os ativos são gerenciados diretamente pelo proprietário em vez de gerenciar ativos através da emissão de pedidos para um intermediário.
A diferença de abordagem é facilmente explicada pelo exemplo da diferença entre o sistema bancário e o ether. Com uma conta bancária, o cliente envia uma instrução para um banco onde é executado por alguém e o cliente se identifica através de seu login e senha. No caso do ether, o iniciador da transação usa sua assinatura digital, que em si é uma condição suficiente para que a transação seja executada.
Nada impede o uso do mesmo mecanismo para gerenciamento de ativos tradicionais. Certamente, isso exigirá uma mudança na infraestrutura, mas trará muitos benefícios. Isso reduzirá os custos e aumentará a velocidade e segurança dos negócios.
Exemplo de tokenização
Em busca de mais transparência, agilidade e segurança, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende lançar o seu próprio token na plataforma do Ethereum.
Inicialmente chamado de “BNDES Coin” em alusão ao frenesi das moedas digitais, a iniciativa foi rebatizada internamente de “BNDES Token”, pois, na prática, compreende a “tokenização” do real brasileiro. Com isso, o banco estatal pretende conceder financiamento em tokens que serão lastreados na moeda nacional. A ideia é que o financiamento de uma obra seja operacionalizado por meio de tokens. Assim, todo o caminho percorrido pelo dinheiro será totalmente transparente.
Qualquer brasileiro poderá visualizar quem são as empresas envolvidas na operação e as transações realizadas. As informações críticas não estarão armazenadas em um banco de dados dentro do BNDES. Elas estarão públicas no blockchain.
Na prática, o tomador do empréstimo disponibilizará ao BNDES um endereço público na blockchain. O banco estatal, então, enviará os tokens que depois serão utilizados pelo governo estadual para o pagamento dos fornecedores que, por sua vez, poderão solicitar o resgate em reais junto ao BNDES.
dez 8, 2020 | Report Mensal
A Ethereum 2.0 está no ar!
Após arrecadar mais de 700 mil Ethers e conseguir mais de 20 mil validadores, o projeto se tornou realidade, e a Beacon Chain (a Blockchain da Fase 0 da ETH 2.0) foi lançada, com sucesso, no dia 01 de dezembro deste ano.
Algumas mudanças importantes vão ocorrer com essa atualização. A mineração, por exemplo, será menos concentrada, descentralizando o poder de grandes mineradores.
Além disso, a Blockchain da Ethereum contará com uma base de dados única, divisível em 64 partes (conhecidas como shards).
Impacto no mercado
Qual vai ser o impacto dessa atualização no mercado de cripto? Quando ele vai ocorrer? O preço da Ethereum vai se supervalorizar durante o processo?
Cuidado com a volatilidade
Estamos vivendo um momento único no mercado de criptomoedas. No último mês atingimos o maior valor da história do BTC nas maiores exchanges do mundo, chegando na All Time High desse ativo.
Podemos observar diversos impactos decorrentes desse momento, em específico, o aumento significativo do volume do mercado spot, que bateu um dos maiores volumes diários médios de sua história, e o aumento significativo na vol do Bitcoin.
Relatório mensal completo
O assunto não para por aí, quer ler tudo na íntegra? Você pode baixar o relatório completo no link abaixo e entender melhor sobre o que rolou no mês de novembro até agora!
dez 7, 2020 | Ethereum
2013
Este foi um ano muito importante para o Ethereum, pois foi quando o conceito foi descrito em um artigo pela primeira vez por Vitalik Buterin, um jovem programador russo-canadense que anteriormente estava envolvido com o Bitcoin, inclusive tendo fundado o respeitado site de conteúdo Bitcoin Magazine. Mais tarde, ainda neste ano, Vitalik Buterin propôs o
desenvolvimento da nova plataforma com uma linguagem geral de script, que possibilitaria grande flexibilidade ao sistema.
Janeiro de 2014
No início de 2014, o conceito foi então anunciado formalmente por Vitalik na North American Bitcoin Conference, realizada em Miami, nos Estados Unidos. Lá, ele anunciou que colaboraria com o Dr. Gavin Wood e Jeffrey Wilcke, duas pessoas consideradas co-fundadoras do Ethereum, e membros da equipe principal de desenvolvedores da plataforma.
Abril de 2014
Gavin publicou o Ethereum Yellow Paper que serviria de especificação técnica para a Ethereum Virtual Machine (EVM). Seguindo a especificação detalhada no Yellow Paper, o cliente Ethereum foi implementado em sete linguagens de programação (C++, Go, Python, Java, JavaScript, Haskell, Rust) e resultou em um melhor software no geral.
Julho de 2014
No início de julho, houve a realização da primeira venda de ether. O Ethereum distribuiu uma alocação inicial de 60.102.216 ethers, que foram trocados por 31.591 bitcoins.
Esta venda foi feita para arcar com as despesas relativas aos serviços legais que estavam sendo demandados para o desenvolvimento do projeto.
Agosto de 2014
A pré-venda de ether teve bastante sucesso. Mais de US$ 18 milhões foram levantados e isso ajudou o Ethereum a continuar o seu desenvolvimento.
Setembro de 2014
O valor do ether continuou a subir e os investidores da pré-venda do token receberam 60 milhões de ethers, sendo que os restantes foram enviados para a Fundação Ethereum, entidade sem fins lucrativos sediada na Suíça.
Novembro de 2014
O evento DEVCON-0 foi organizado e projetado para reunir desenvolvedores do Ethereum de todo o mundo. Eles se encontraram em Berlim, onde discutiram uma ampla gama de tópicos relacionados à tecnologia Ethereum. As apresentações que foram vistas neste evento geraram iniciativas que tornaram o Ethereum mais confiável, seguro e escalável.
Abril de 2015
Este mês viu o programa DEVgrant ser anunciado, que ofereceu financiamento tanto para a plataforma Ethereum quanto para os projetos Ethereum. O programa foi concebido como uma forma de recompensar e apoiar os desenvolvedores que contribuíram para o Ethereum.
Julho de 2015
No final de julho, a versão do software do Ethereum chamada Frontier foi lançada. Este pode ser considerado o primeiro grande marco da história da plataforma. Este contrato inteligente foi originalmente destinado a ser usado pelos desenvolvedores como uma versão beta. No entanto, ele foi muito bem-sucedido e, de fato, usado para melhorar o ecossistema Ethereum.
Novembro de 2015
A conferência DEVCON-1 ocorreu em Londres e foi um evento de cinco dias. Muito maior do que a primeira, houve mais de 100 apresentações e atraiu mais de 400 participantes. O que realmente fez este encontro ter sido excelente para o Ethereum foi o fato de que grandes empresas, como UBS, IBM e Microsoft, estarem presentes. Foi também o momento em que a tecnologia blockchain tornou-se mainstream, algo ótimo para o Ethereum, já que estava na vanguarda deste nicho.
Março de 2016
A nova versão do software do Ethereum chamada de Homestead, que era uma atualização planejada do protocolo, foi efetivamente aplicada na plataforma, o que trouxe melhorias na rede.
Maio de 2016
Neste mês, o Ethereum recebeu uma quantidade considerável de cobertura da mídia quando o The DAO arrecadou uma quantia recorde de US$ 150 milhões em uma campanha de financiamento coletivo e venda de tokens. Este foi um grande impulso para Ethereum.
Junho de 2016
A alegria observada no mês anterior, não durou no entanto. Em junho, uma falha do código do contrato inteligente do The Dao foi explorada por um hacker ou um grupo de hackers. O equivalente a cerca de US$ 50 milhões em ethers foram roubados. Este evento provocou um grande debate, resultando em uma série de disputas.
Julho de 2016
Como resultado direto das disputas que foram observadas no mês anterior, a rede foi dividida em dois grupos diferentes; Ethereum (ETH) e Ethereum Classic (ETC). O primeiro foi a favor de apagar da história da rede o roubo e recomeçar a partir dali, devolvendo os fundos roubados para quem tinha perdido. O segundo grupo, entretanto, não concordou em alterar o histórico de transações, o que afetaria a imutabilidade do blockchain. A disputa resultou em duas redes e tokens diferentes, que passaram a conviver no mercado. Alguns desenvolvedores deixaram o Ethereum e passaram a se dedicar somente ao Ethereum Classic.
Fevereiro de 2017
Em fevereiro, a Enterprise Ethereum Alliance foi anunciada, na qual a Microsoft e outras grandes tecnologias e bancos formaram uma aliança para avançar a adoção da tecnologia do Ethereum.
Maio de 2017
O preço do token ether ultrapassa pela primeira vez a marca dos US$100 por unidade.
Julho de 2017
O preço do token ultrapassa os US$ 400 por unidade.
2º semestre de 2017
Uma onda de Initial Coin Offerings (ICOs) toma conta do mercado e bilhões de dólares são levantados com o objetivo de financiar projetos e aplicações descentralizadas. A maioria delas é criada por meio da emissão de tokens específicos na plataforma do Ethereum.
1º semestre de 2018
Em janeiro, um ether chega a ser cotado a quase US$ 1400 por unidade, mas cai para menos da metade durante os meses de fevereiro e março. Os desenvolvedores da plataforma discutem as próximas atualizações no código, como a alteração do mecanismo de consenso da rede.