A volatilidade deu as caras novamente no mercado, com o Bitcoin (BTC) registrando mais perdas nesta semana, mesmo após ventos regulatórios positivos vindos dos Estados Unidos. A realidade é que a bateria de dados econômicos mostrou muito mais confusão do que um direcionamento claro, colocando as perspectivas de redução do aperto monetário e recuperação da economia das principais potências em xeque. De qualquer forma, o comportamento das carteiras sinaliza que os investidores institucionais parecem estar fortalecidos no jogo, podendo movimentar os preços da criptomoeda de referência novamente.
Que confiança, hein!?
Na última semana, o mercado seguiu digerindo as falas do presidente do Federal Reserve (FED), Jerome Powell, de que os Estados Unidos podem manter o avanço de juros no curto prazo. Entretanto, os investidores deram de ombros, com 93% apostando em uma pausa no aperto monetário na reunião deste mês. Esse volume, inclusive, praticamente ignora o avanço do Índice de Bens de Consumo (PCE), um dos indicadores favoritos do FED para medir a inflação, assim como a queda no Índice Gerente de Compras (PMI) Industrial, que acentuou sua retração.
Agosto
Projeção
Julho
PCE
3,3%
3,3%
3,0%
Núcleo PCE
4,2%
4,2%
4,1%
PMI Industrial
47,9
47,0
49,0
Trabalho x Inflação
Outro ponto que o FED fica de olho para definir sua trajetória nos juros é no mercado de trabalho. Os dados da semana passada chamaram a atenção, pois a maioria dos indicadores de empregos dos Estados Unidos apontaram em queda, exceto o payroll – que mede o número total de empregados pagos no país, excluindo trabalhadores agrícolas, funcionários do governo, empregados de organizações sem fins lucrativos e trabalhadores domésticos. Assim, há dúvidas sobre, de fato, se o setor empregatício está ou não aquecido, aumentando as dúvidas em relação ao que os formuladores de política monetária poderão fazer na próxima reunião.
Agosto
Projeção
Julho
Variação de Empregos Privados
177 mil
195 mil
371 mil
Relatório JOLTs
8,8 milhões
9,4 milhões
9,1 milhões
Payroll
187 mil
170 mil
157 mil
Taxa de Desemprego
3,8%
3,5%
3,5%
Descendo incentivos
Após o alarde em cima dos fracos dados econômicos da China, a última semana serviu para reajustar as expectativas sobre a segunda maior economia do mundo. Não só os principais PMIs avançaram, como a revisão feita pela Caixin colocou o setor industrial em expansão novamente.
Agosto
Projeção
Julho
PMI Industrial
49,7
49,4
49,3
PMI Industrial Caixin
51,0
49,3
49,2
PMI Não-manufatura
51,0
51,1
51,5
PMI Composto
51,3
–
51,1
Apesar da melhora nos indicadores internos, o governo segue adicionando incentivos à economia. Recentemente, o país cortou as taxas de transações na bolsa para aquecer o mercado financeiro. Enquanto isso, cinco dos maiores bancos do país cortaram as taxas de juros dos depósitos em yuan, apoiados por iniciativas das autoridades chinesas.
Apatia geral
Na Zona do Euro, a situação é um pouco mais complexa. A bateria de dados da última semana colocou ainda mais pressão sobre a já fragilizada e inflacionada economia europeia.
Agosto
Projeção
Julho
Confiança do Consumidor
-16,0
-16,0
-15,1
Confiança Serviços
3,9
4,2
5,4
Confiança Industrial
-10,3
-9,9
-9,3
PMI Industrial
43,5
43,7
42,7
Os esforços dos formuladores de política monetária também não parecem estar surtindo o efeito esperado, com a inflação ao consumidor (CPI) praticamente estagnado, apesar da retração do núcleo do indicador.
Agosto
Projeção
Julho
CPI
5,3%
5,1%
5,3%
Núcleo CPI
5,3%
5,3%
5,5%
Taxa de Desemprego
6,4%
6,4%
6,4%
Caminho positivo
Pelo Brasil, as projeções otimistas para o final do ano podem sofrer uma ligeira pausa, com um recuo abaixo do esperado da inflação, mas em meio ao avanço do Produto Interno Bruto do segundo trimestre (Q2) e a retomada da Indústria em território de expansão.
Julho
Projeção
Junho
PIB Q2
3,4%
2,7%
4,0%
Inflação ao Produtor
-0,82%
-2,99%
-2,72%
PMI Industrial (ago)
50,1
47,2
47,8
Destaque também para a Câmara dos Deputados, que aprovou a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia até 2027. Já o mercado de trabalho apresenta equilíbrio, com leve retração do desemprego no país.
Agosto
Projeção
Julho
Criação de Empregos
142 mil
140 mil
157 mil
Taxa de Desemprego
7,9%
7,9%
8,0%
Respira fundo
Nesta semana, muitos dados econômicos importantes serão divulgados, podendo movimentar a maioria dos mercados de risco e, claro, o de criptomoedas. Na China, saem as revisões dos PMIs da Caixin, CPI, Exportações e Importações. Pela Zona do Euro, conheceremos os PMIs de Serviços e Composto, Vendas no Varejo, Variação de Empregos e PIB. Os Estados Unidos preparam os dados de Exportações, Importações e PMI de Serviços. No Brasil, teremos a Produção Industrial e PMIs Composto e de Serviços.
Novas quedas a caminho?
O Bitcoin fechou agosto com uma queda de 11,29%, sendo este o pior mês para o desempenho da criptomoeda este ano e marcando a segunda retração consecutiva. Ao longo da semana passada, a criptomoeda de referência até esboçou uma recuperação aos US$ 28 mil, mas a volatilidade reverteu, colocando o mercado em baixa novamente. O receio dos investidores, portanto, está de volta ao jogo, com parte dos analistas esperando novas quedas no curto prazo, ainda mais que setembro costuma ser um mês negativo para a moeda digital. Apenas em quatro, dos últimos 13 anos, que o BTC encerrou o período em alta.
Checagem da rede
Apesar da queda de preços, a blockchain do Bitcoin está mais saudável do que nunca. A taxa de hash atingiu 400 th/s pela primeira vez na história, mesmo considerando o aumento dos custos de eletricidade em todo o mundo.
Especula-se que essa aceleração acompanhe um movimento de preparação pré-halving. Neste caso, os mineradores estariam aproveitando o momento para obter mais unidades da criptomoeda, antes que suas recompensas sejam reduzidas em meados do ano que vem.
Em contrapartida, o provável reajuste da dificuldade de mineração nesta semana está sendo possivelmente antecipado pela queda de BTC em estoque por este grupo.
Já os HODLErs permanecem dominantes no mercado. Não só o número de Bitcoins está avançando nesse tipo de carteira, como 40,53% de todo a oferta disponível não se movimenta há mais de três anos.
De olho nos institucionais
Com a tentativa da BlackRock em aprovar um ETF de Bitcoin à vista, o apetite dos investidores institucionais parece que foi reacendido ou, pelo menos, está mais evidente ao mercado.
As informações sugerem que aproximadamente 27,7 mil BTC foram transferidos de exchanges para carteiras de grande volume, indicando um possível interesse desse grupo de investidores. Só a Robinhood possui cerca de US$ 3 bilhões da criptomoeda armazenados em uma única carteira.
Esse acúmulo acompanha ainda uma série de decisões judiciais que estão aumentando as expectativas em relação a este setor. Uma delas deu vitória da GrayScale contra a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados (SEC), levando à revisão do pedido para alterar fundo GBTC em um ETF de BTC spot. Ao mesmo tempo, a X – antigo Twitter – também recebeu o aval legal para operar pagamentos em criptomoedas e outros serviços relacionados, como exchanges e wallets digitais.
Mesmo com esse otimismo, há ainda muitas incertezas pairando sobre os investimentos institucionais. Afinal, a SEC pode voltar a negar os pedidos, após suas revisões. Inclusive, os reguladores parecem estar esperando por algum sinal específico para atuar sobre esta situação, pois assim que perdeu o processo judicial contra a GrayScale, a instituição adiou a decisão sobre os ETFs da WisdomTree, Invesco e Valkyrie
Ainda dentro do suporte
Ao observar o gráfico semanal, o Bitcoin recuou rapidamente seu preço e foi buscar as mínimas da semana de 12 de junho. As bandas de Bollinger seguem sendo bons indicativos de preços, com a mediana servindo de resistência para a última tentativa de avanço. Já as extremidades abandonam a configuram mais paralela e começam a migrar para uma tendência de baixa.
Fonte: TradingView, em 04/09/2023, às 8h30min.
A linha azul, entretanto, em US$ 24,3 mil, marca a última barreira forte de preços, que manteve o BTC em alta no início do ano. Desta forma, mesmo que a correção pressione ainda mais o ativo, este nível pode servir de trampolim para os preços e uma consequente reversão de tendência.
Nos indicadores subjacentes, o MACD segue com suas linhas cruzadas para baixo, apontando a força dos bears neste mercado. Já o Índice de Força Relativa (RSI) vai para os 44 pontos, indicando o mercado mais vendido no momento.
Conclusão
A queda de preços do Bitcoin é, sim, um momento de ligar ainda mais o sinal de alerta para não se assustar com novos recuos. É nítido que a economia global capenga, e as divergências entre fato e comportamento devem manter os mercados cada vez mais voláteis e incertos.
Mesmo assim, os fundamentos das criptomoedas apontam para um cenário possivelmente otimista. Afinal, a pressão que a SEC está sofrendo com os pedidos de ETF de BTC à vista e as constantes perdas judiciais – vide Ripple Labs e GrayScale –, podem fazer com que o órgão regulador perca a queda de braço e abra espaço para um desenvolvimento mais facilitado ao desenvolvimento deste mercado.
Bem-vindos à mais uma edição do “O HODLER”, a melhor newsletter do mercado crypto brasileiro.
Para começar o dia bem, deixa eu perguntar uma coisa? Você está pronto para ganhar dinheiro no mercado crypto?
Porque chegou um dos momentos mais aguardados do nosso mercado, a Altcoin Season ou também conhecida como, Alt Season.
Calma, que ela ainda não chegou, nem muito menos está perto, mas para você surfar a próxima Alt Season, você e eu precisamos nos preparar – e é isso que vamos fazer hoje!
É aqui que começamos a plantar para colher 10x, 20x, 50x em um determinado projeto.
Então, sem perder tempo, vamos começar e, no final desse report, vamos fazer um grande experimento para o próximo ciclo.
🤔 O que é uma Alt Season?
Alt Season é a festa das altcoins! É quando essas moedas – que não são Bitcoin – começam a valorizar muito, enquanto o BTC fica mais tranquilo ou até perde valor.
É como se fosse o carnaval das criptomoedas, em que as altcoins são as estrelas do desfile e deixam o mundo eufórico.
Geralmente, durante esses períodos, muitas altcoins valorizam absurdamente – algumas até mais de 1.000%. É um período de colocar uma boa grana no bolso, mas também tem muito risco, já que o que sobe rápido pode cair rápido também.
A Alt Season é um momento ímpar de especulação, mas para aproveitar a festa você precisa se adiantar ao mercado, comprar o ingresso e saber a hora de sair dessa especulação.
💡 Como identificamos uma Alt Season?
Estamos longe de uma Alt Season e isso é muito positivo, mas precisamos aprender a ler as informações corretas para surfar o momento certo.
Nesse momento você precisa olhar duas coisas básicas: a dominância do bitcoin, e o Alt Season Index.
O termo “dominância do Bitcoin” refere-se à porcentagem do mercado total de criptomoedas que é representada pelo Bitcoin. Em outras palavras, é uma métrica que mostra o peso relativo do Bitcoin em relação a todos os outros tokens combinados.
O gráfico abaixo mostra como a dominância do bitcoin está se comportando desde 2015.
Quando a dominância do Bitcoin está alta, significa que a criptomoeda está desempenhando um papel de liderança no mercado. Investidores e traders podem estar vendo o Bitcoin como um ativo mais seguro ou mais confiável em comparação com outras criptomoedas.
Uma dominância mais baixa indica que outras criptomoedas, ou altcoins, estão ganhando terreno. Pode ser um sinal de que o mercado está se diversificando e que outras moedas estão ganhando relevância.
De maneira prática, o mercado vê dinheiro entrando no Bitcoin e em algum momento indo para as altcoins rapidamente.
Já a Alt Season Index, é uma ferramenta que busca quantificar e indicar se o mercado de criptomoedas está em uma “Alt Season” ou em uma “Bitcoin Season” – Você pode encontrar ele aqui: Altseason Index.
A metodologia do Altseason Index compara o desempenho das 50 principais altcoins (todas as criptomoedas que não são Bitcoin) com o desempenho do próprio BTC ao longo de um período específico, como 90 dias, mensal e anual.
Eu sempre gosto de olhar grandes ciclos, então vamos usar o anual para analisar e entender melhor.
O índice é calculado com base em uma escala que vai de 0 a 100:
0 a 25: Indica que estamos em uma “Bitcoin Season”. Isso aponta que o Bitcoin está superando significativamente a maioria das altcoins em termos de desempenho de preço.
25 a 75: É uma zona intermediária, onde não há uma clara dominância do Bitcoin ou das altcoins.
75 a 100: Indica que estamos em uma “Alt Season”. Isso significa que a maioria das altcoins está superando o Bitcoin em termos de desempenho de preço.
Vamos facilitar e deixar prático o entendimento: precisamos aproveitar quando ele está entre 0 a 25 e vender quando ele estiver acima de 75. Não precisamos acertar topos e fundos, só precisamos acompanhar o fluxo de dinheiro.
💡 O momento é agora
De acordo com esses dados, o melhor momento para olhar as altcoins e bons projetos é agora.
Em 2020, fiz exatamente essa estratégia utilizando essas duas métricas cruciais – e mais algumas, mas essas duas já demonstraram muita coisa. Montei uma carteira com altcoins que acreditei terem um potencial significativo. E não foi uma jornada solitária – compartilhei cada passo, cada decisão e cada resultado no meu Instagram, permitindo que todos acompanhassem em tempo real.
O resultado? Quem esteve comigo e seguiu as movimentações viu movimentos incríveis. Foi um período de aprendizado, de altos e baixos, mas, acima de tudo, de validação de uma estratégia que se mostrou eficaz.
Agora, à medida que avançamos, sinto que é hora de repetir a receita. O mercado de criptomoedas está em constante evolução, e as oportunidades nunca cessam. Com a experiência adquirida e o histórico de sucesso, estou pronto para mais uma vez mergulhar nas análises, selecionar as altcoins promissoras e compartilhar essa jornada com todos vocês.
Para os que estiveram comigo em 2020 e 2021, sabem do que somos capazes juntos. Para os novos, convido-os a se juntarem a nós nesta emocionante aventura. Vamos aprender, crescer e, esperançosamente, prosperar juntos.
⚠️ Experimento no Foxbit PRO
Vou montar minha carteira e compartilhar no Instagram, mas também quero fazer um novo tipo de experimento, daqueles bem malucos.
Já que sabemos de tudo isso, vamos ficar um pouco mais skin the game. Vamos avaliar a precisão do uso dessas duas métricas na prática.
Metodologia:
Seleção de Moedas: Baseado no ranking atual de criptomoedas por capitalização de mercado, selecionaremos as 50 principais altcoins.
Investimento Inicial: Investiremos $10 em cada uma dessas 50 altcoins, totalizando um investimento inicial de $500.
Acompanhamento do Alt Season Index: Durante o próximo ciclo, monitoraremos regularmente o Alt Season Index e a dominância do Bitcoin para observar se estamos em uma “Alt Season” ou “Bitcoin Season”.
Registro de Desempenho: Uma vez por mês, registraremos o valor total do nosso portfólio, observando quais altcoins tiveram o melhor e o pior desempenho.
Comparação com Bitcoin: Paralelamente, investiremos $500 no Bitcoin para servir como um ponto de comparação. Isso nos permitirá avaliar se nosso portfólio de altcoins superou ou não o desempenho do Bitcoin durante o mesmo período.
Conclusão: Ao final do ciclo, analisaremos o retorno total do nosso investimento em altcoins em comparação com o investimento no Bitcoin. Isso nos dará uma ideia clara da eficácia do Alt Season Index como indicador de desempenho.
👀 Oportunidade ou risco?
Se isso é uma oportunidade ou um grande risco eu não sei, mas fiz no último ciclo e quero repetir novamente.
Entretanto, escolher altcoins para investir requer uma análise cuidadosa e criteriosa. Aqui estão algumas dicas essenciais para quem está considerando investir em alguns projetos e aproveitar o momento.
Pesquisa Fundamentalista: Antes de tudo, entenda o projeto por trás da altcoin. Qual é o problema que ele busca resolver? Há um mercado real para essa solução? A equipe por trás do projeto é experiente e confiável?
Tecnologia e Whitepaper: Analise o whitepaper do projeto. Ele deve ser claro, detalhado e tecnicamente sólido. A tecnologia por trás da moeda é inovadora e viável?
Histórico de Preços e Volume: Embora o desempenho passado não garanta resultados futuros, analisar o histórico de preços e volumes de negociação pode oferecer insights sobre a estabilidade e interesse na altcoin.
Narrativa: É isso que o mercado está falando nesse momento? Eu daria uma bela olhada em L2 (layer-2), DeFi (finanças descentralizadas) e AI (inteligência artificial);.
Competição: Analise o mercado e veja quem são os concorrentes diretos da altcoin. Como ela se compara em termos de tecnologia, uso e adoção?
⚠️ Gostou?
Espero que tenham gostado de mais uma news.
Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.
Se quiser me acompanhar, estou no Twitter e Instagram sempre analisando mercado e tendo alguns insights.
Em meio ao fechamento mensal, o Bitcoin (BTC) apresentou uma tendência de baixa predominante em agosto, apesar de um breve movimento de alta registrado ontem. O preço de abertura não se sustentou, levando à criptomoeda de referência a apontar perdas de acima de 12% no período. O movimento baixista pode se seguir, já que setembro costuma ser um mês de desempenho negativo para o BTC, segundo dados históricos. Entretanto, os dados de Oferta e Demanda apresentam uma perspectiva de possível reviravolta do mercado. Nesta disputa de compra e venda, vamos buscar indícios de quem pode levar a melhor e, assim, te ajudar a preparar suas negociações da próxima semana.
Um mês travado
No decorrer de agosto, o Bitcoin não resistiu à forte pressão de venda, e o valor da criptomoeda sofreu uma desvalorização que superou 12%, com a mínima sendo registrada em 17 de agosto. É interessante notar que este é o segundo mês consecutivo de declínio, após um breve período de otimismo gerado por um comportamento ascendente em junho. No entanto, esse movimento não conseguiu manter-se acima da máxima alcançada em abril, resultando em uma reversão significativa.
Acompanhar essa oscilação do ativo já é o ponto de partida para os nossos estudos, que ainda vão compor uma variedade de métodos, incluindo a análise de Oferta e Demanda, o uso do Trade System Ichimoku Kinko Hyo, além de dados On-Chain e outros indicadores técnicos. Combinadas, essas abordagens oferecem uma visão abrangente das forças que influenciam o mercado de criptomoedas.
Histórico fala alto
Para iniciar uma análise que auxilie na preparação das operações da próxima semana, é importante observar o que o mês de setembro costuma reservar para o mercado, considerando os dados de preços históricos disponíveis para nós.
Conforme apresentado na imagem acima, desde 2017, setembro, tradicionalmente, é um mês de queda nos preços do Bitcoin.
Em 2022, a primeira semana de setembro fez um movimento de alta e parecia que iria quebrar o padrão cíclico de anos anteriores, mas na segunda semana o preço voltou a cair e fechou novamente como um mês de queda para a criptomoeda, frustrando as expectativas e o otimismo de investidores naquele momento.
Tendo essa informação histórica da movimentação de preços, vamos aprofundar os estudos e análises para entender quais serão as probabilidades para o próximo mês.
Janela de desempenho
Ao examinarmos o gráfico mensal do Bitcoin, observamos um gap entre o preço de abertura de março, fixado em US$ 23,1 mil, e a mínima registrada em junho, que atingiu US$ 24,8 mil.
É crucial destacar que o preço de abertura de março encontra-se na mesma região de fechamento do mês de janeiro. O primeiro mês do ano marcou o início de um notável movimento de alta ao longo de 2023, impulsionado por uma entrada significativa de demanda. Apesar do preço ter ocasionalmente operado abaixo dessa região nos meses subsequentes, tanto a movimentação de preços de fevereiro quanto a de março não conseguiram manter-se abaixo desse nível.
Esse padrão nos fornece pistas sobre a relevância dessa faixa de preço e destaca a importância de monitorarmos atentamente a possibilidade de um teste nessa região, compreendida entre US$ 23,1 mil e US$ 24,8 mil.
A fim de fortalecer ainda mais a validade dessa região de suporte, traçamos a ferramenta de Fibonacci para analisar todo o movimento de alta que teve início na mínima de novembro de 2022 e atingiu o pico em agosto de 2023. Notavelmente, constatamos que o nível de 50% de retracement Fibonacci desse movimento cruza com os níveis de preço mencionados.
Com base nessas análises, é possível concluir que, caso setembro siga a tendência de baixa histórica, similar a padrões de anos anteriores, existe uma probabilidade de que os US$ 23,1 mil e US$ 24,8 mil possam funcionar como uma região sólida de suporte.
Essa informação se revela crucial para avaliar o potencial comportamento dos preços do Bitcoin no próximo mês, uma vez que a intersecção de eventos históricos e análise técnica oferece uma perspectiva valiosa para a tomada de decisões.
Oferta e Demanda
Vamos, agora, direcionar nossa atenção ao gráfico semanal do Bitcoin, a fim de explorar mais a fundo os aspectos de Oferta e Demanda que têm influenciado o comportamento da criptomoeda desde o início de 2023. Para essa análise, utilizaremos a ferramenta Volume Profile, a qual nos oferece insights sobre os níveis de preço nos quais as maiores atividades de negociação ocorreram.
O histograma gerado por este indicador, apresentado verticalmente no gráfico, revela um pico notável de negociações na região de preços em torno de 23,1 mil dólares, como ilustrado na imagem a seguir. Essa observação reforça ainda mais a importância dessa faixa de preço como um ponto de referência.
Entretanto, a análise não para por aí. A imagem apresentada destaca que o histograma do Volume Profile é dividido em duas tonalidades de azul: um azul mais intenso e outro mais suave.
A área de azul mais vibrante indica a região onde a maior atividade de negociação ocorreu, enquanto a tonalidade mais clara destaca os níveis de preço com menor interesse. Essas áreas são conhecidas como zonas de maior e menor valor de interesse. É interessante notar que o limite entre essas duas zonas está precisamente na região de gap entre US$ 23,1 mil e US$ 24,8 mil.
Essa análise oferece mais um ângulo para compreender a dinâmica da Oferta e Demanda, reforçando a relevância da faixa de preço mencionada
Confirmação de dados
Agora, aprofundaremos a observação realizada em nosso relatório anterior sobre a possibilidade de grandes investidores buscando liquidez abaixo dos níveis de preço correspondentes à mínima registrada em 12 de junho. Essa observação nos permite entender o contexto de maneira simplificada e examinar como devemos interpretá-lo.
Durante a semana do dia 12, antes de um novo impulso de alta que encerrou um movimento de retração, dois principais tipos de investidores desempenharam um papel significativo e deixaram pistas cruciais que podemos explorar neste Variação de Mercado.
O primeiro grupo consiste em compradores de longo prazo, que agora veem os preços retornando a essa região e têm a oportunidade de defender suas posições com novas compras, evitando entrar em uma posição de perda.
O segundo grupo inclui investidores que haviam ingressado no mercado vendendo contratos futuros, antecipando uma continuação da queda do Bitcoin. Agora, eles se encontram diante da possibilidade de encerrar suas posições em um ponto neutro ou mesmo com um pequeno lucro. Para desfazer suas posições vendidas, eles precisam comprar Bitcoin.
Caso esses investidores encerrem suas posições vendidas nos níveis de preço abaixo da mínima da semana de 12 de junho, existe a possibilidade de uma nova entrada de demanda e acumulação, uma vez que os compradores de longo prazo podem se mobilizar para defender suas posições.
É crucial destacar que essa análise possui uma dose de subjetividade, mas ela nos auxilia a entender um contexto possível e a interpretar o comportamento dos investidores no mercado financeiro.
Quando mencionamos a busca por liquidez abaixo da mínima de junho em nosso relatório anterior, estávamos nos referindo exatamente à possibilidade de uma reação de demanda nesses níveis de preço.
Vale ressaltar também que, ao observarmos o gráfico de contratos futuros do Bitcoin, na imagem acima, constatamos que o preço caiu US$ 200 abaixo da mínima da semana de 12 de junho. Com isso, já é possível identificar um indício de reação de demanda, visualizado pelo pavio na parte inferior da vela da semana de 14 de agosto e no movimento de alta desta semana. Essa pode ser uma pista de que, caso o preço continue a testar essa região de mínimas, uma defesa efetiva poderá ocorrer.
Deitado em nuvens
Agora, direcionaremos nossa atenção para o que o indicador Ichimoku Kinko Hyo nos revela sobre a faixa de preços em questão.
A análise do Ichimoku Kinko Hyo destaca que na região mencionada como possível suporte entre US$ 23,1 mil e US$ 24,8 mil, encontramos a linha Senkou Span A. Esta linha representa um ponto de equilíbrio que tem o potencial de sustentar o movimento de queda. Além disso, é importante notar que o preço do Bitcoin permanece dentro da região da Nuvem de Ichimoku no gráfico semanal.
Observamos também o rompimento para baixo da linha Tenkan Sen (a linha verde no gráfico), que serve como um ponto de equilíbrio para um período de 9 semanas. Nesta semana, estamos testemunhando o preço retornando para testar essa região da Tenkan Sen.
Durante esse período, o preço encontrou um suporte local na Kijun Sen (a linha vermelha no gráfico), que é um ponto de equilíbrio para um período de 26 semanas. A consideração de ciclos temporais de 26 semanas é uma parte essencial dos estudos aplicados no sistema de negociação Ichimoku Kinko Hyo.
A análise da linha Chikou Span, que atua como nossa linha de atraso, nos indica que, até esta semana, os compradores que atuaram nas últimas 26 semanas ainda estão em território de lucro, com suporte na mesma região do gap mencionado anteriormente.
A relação entre a Kijun Sen e a Chikou Span indica que, embora os compradores das últimas 26 semanas estejam em uma posição vantajosa, o fato de o preço ter se apoiado na Kijun Sen sugere que esses compradores estão em seu ponto de equilíbrio. Caso o preço comece a trabalhar na região do gap, esses compradores podem passar a operar em território negativo, o que, por sua vez, sugere a possibilidade de uma entrada de demanda. Isso pode ocorrer para que os compradores das últimas 26 semanas defendam suas posições no suporte, permitindo que o preço retorne ao equilíbrio.
Em um cenário de movimento altista antes de testar o suporte, nossa resistência estará situada na região da Tenkan Sen, que foi rompida para baixo e atualmente está sendo testada. Isso representa o ponto de equilíbrio para aqueles que venderam nas últimas 9 semanas.
Como mencionado em nosso relatório da semana anterior, essa situação aponta para uma possível construção de uma estrutura de Wyckoff. Portanto, após o teste das mínimas, é comum observarmos o preço tentando se recuperar, mesmo com a presença predominante de vendedores no contexto atual.
Lupa na rede
Para aprimorar ainda mais nossa análise, é importante explorar os dados de rede relacionados aos detentores de endereços com diferentes quantidades de Bitcoins, assim como o indicador SOPR (Spent Output Profit Ratio).
Focando nos detentores de endereços com mais de 100, 1000 e 10.000 Bitcoins, identificamos um padrão interessante em relação à movimentação de preços.
Os detentores de endereços com mais de 100 Bitcoins aproveitaram o declínio nos preços e, como resultado, observamos um aumento no número de endereços nesta categoria. O mesmo fenômeno é observado nos detentores de carteiras com mais de 1000 Bitcoins, em que o gráfico apresenta um aumento gradual deste grupo.
Da mesma forma, o número de endereços contendo mais de 10.000 Bitcoins registrou um crescimento na semana passada, embora já tenha ocorrido uma correção nesse movimento. Esses padrões nos conduzem a uma análise do SOPR.
Como mencionado em relatórios anteriores, quando o SOPR (Spent Output Profit Ratio) está abaixo da linha de 1, pode indicar que investidores varejistas estão sendo forçados a liquidar suas posições com prejuízo. Isso cria uma oportunidade para que os grandes investidores do mercado de criptomoedas absorvam essa liquidez do varejo e entrem comprando, resultando em um aumento no número de endereços de cada categoria mencionada.
Ao observar o gráfico, fica evidente que o movimento de queda na semana de 14 de agosto levou o SOPR a ficar abaixo da linha 1. Essa condição explica o aumento no número de endereços nas categorias mencionadas anteriormente.
Em resumo, enquanto o preço do Bitcoin estava em declínio, os grandes investidores parecem ter aproveitado a oportunidade para aumentar suas posições, conforme indicado pelos dados de rede e pelo padrão do SOPR.
Conclusão
O relatório de preços do Bitcoin referente a agosto de 2023 ofereceu uma análise abrangente das tendências e fatores que moldaram a movimentação dessa criptomoeda ao longo deste período.
Ao examinar os dados históricos, observamos que o mês foi marcado por uma tendência de queda nos preços do Bitcoin, sendo o segundo mês consecutivo de declínio após um breve período de otimismo em junho. Esse movimento de queda foi acompanhado por uma série de fatores técnicos e fundamentais que contribuíram para a dinâmica do mercado.
A análise técnica, incluindo o uso do Trade System Ichimoku Kinko Hyo, revelou que a faixa de preço entre US$ 23,1 mil e US$ 24,8 mil surge como uma região de possível suporte. Diversos indicadores, como a interseção de linhas do Ichimoku e o comportamento do Volume Profile, corroboram a relevância dessa faixa de preço.
Além disso, a análise do comportamento dos investidores, tanto os detentores de endereços de diferentes quantidades de Bitcoins quanto o indicador SOPR, sugeriu que grandes investidores estiveram ativos durante a queda, potencialmente acumulando em meio à volatilidade.
A observação dos dados de rede revelou que detentores de endereços com quantidades significativas de Bitcoins aproveitaram o movimento de queda para aumentar suas posições, o que se alinha com a análise técnica realizada.
No contexto dessa análise abrangente, é importante ressaltar que a movimentação do mercado de criptomoedas é complexa e sujeita a influências de diversos fatores, incluindo a volatilidade inerente a esse mercado. A conclusão deste relatório não visa prever movimentos futuros com certeza absoluta, mas sim oferecer uma análise embasada em múltiplas fontes de informação e indicadores técnicos.
Em suma, o mês de setembro se aproxima e apresenta uma oportunidade para observar se a tendência histórica de queda se mantém. Com base nas análises realizadas neste relatório, a faixa de preço entre US$ 23,1 mil e US$ 24,8 mil emerge como uma área crucial a ser monitorada. O comportamento dos investidores, a dinâmica técnica e a análise dos dados de rede fornecem pistas valiosas para compreender as possíveis tendências e cenários para o próximo mês.
Como sempre, a movimentação do mercado é influenciada por diversos fatores, e a análise contínua e cautelosa é essencial para tomar decisões e acompanhar a evolução das criptomoedas. Este relatório oferece uma perspectiva compreensiva, mas é importante manter-se atualizado e analisar múltiplas fontes de informação para tomar decisões no mercado volátil das criptomoedas.
A última semana foi bastante quente para o Bitcoin (BTC), que viu seu preço quase beliscar as mínimas de junho. Com 90% das carteiras de curto prazo no prejuízo atualmente, a ação para baixo pode ser mantida a partir de um pânico gerado entre os investidores diante das perdas ou pela má digestão causada pelas falas do presidente do Federal Reserve sobre a manutenção do aperto monetário nos Estados Unidos. Em contrapartida, a análise técnica pode oferecer ainda um respiro aos bulls, caso uma região específica de preços seja sustentada, enquanto o fluxo de moedas para as exchanges cai. Fato é que a economia global segue uma verdadeira incógnita, com o mercado atento para qualquer indício de aumento de volatilidade. Por isso, atenção à repercussão do que rolou e vai rolar nesta semana para você preparar suas operações com a maior assertividade possível.
Toda a atenção para ele
O tão aguardado 46º simpósio anual de Jackson Hole não trouxe muitas novidades para a política monetária norte-americana, mas serviu para manter o mercado alerta para a continuidade de ações restritivas. Em participação no evento, o presidente do Federal Reserve (FED), Jerome Powell, destacou a necessidade de mais progresso no controle da inflação, que ainda segue muito elevada, apesar do arrefecimento de seu pico.
A autoridade explicou que o aumento da taxa de juros, que começou em março de 2022, precisava – e ainda exige – uma “mãozinha” a partir da estabilização das “distorções sem precedentes” da oferta e demanda relacionadas à pandemia. Com isso, a proposta era de estreitar os pedidos para que a oferta conseguisse alcançar o atraso do período – algo que ainda segue em fluxo.
Papéis em alta
Os rendimentos dos títulos do tesouro norte-americano de 10 anos aumentaram consideravelmente na última semana, mostrando que o mercado está mais “otimista” em relação ao futuro da economia local – ou mais especulativo com a possibilidade de novos aumentos de juros à frente.
Em relação ao ambiente corporativo, a fabricante de chips Nvidia se destacou, apontando um resultado trimestral acima do esperado, enquanto Ubisoft, deve receber os direitos de vários jogos da Microsoft, como parte do acordo para aquisição da Activision. Com isso, cerca de 95% do S&P 500 já divulgaram seus dados, com 4/5 superando as expectativas dos analistas.
Prevendo retração
No lado econômico, as prévias dos Índices Gerentes de Compras (PMI) dos Estados Unidos vieram abaixo das expectativas, indicando desafios para o crescimento local, mas sendo potencialmente benéfico para o controle da inflação.
Agosto
Projeção
Julho
PMI Industrial
47,0
49,3
49,0
PMI Serviços
51,0
52,3
52,3
PMI Composto
50,4
52,0
52,0
Já os pedidos de seguro-desemprego caíram para 230 mil, mostrando uma certa melhora no mercado de trabalho, que registrou 240 mil solicitações na semana anterior, mesmo volume esperado pelo mercado.
Equilibrando as contas
A China fez um corte inesperado em sua taxa básica de empréstimo de um ano, o que não animou muito os investidores por lá. Mesmo assim, o minério de ferro experimentou um aumento, refletindo esses e outros estímulos monetários do governo, em meio a uma demanda resiliente.
Agosto
Projeção
Julho
Taxa de Empréstimo
3,45%
3,40%
3,55%
Não é hoje que vai decolar
Enquanto China e Estados Unidos tentam como podem buscar o caminho da recuperação econômica, as prévias dos Índices Gerente de Compras da Zona do Euro mostram que a pavimentação ainda está em andamento no bloco.
Agosto
Projeção
Julho
PMI Industrial
43,7
42,6
42,7
PMI Serviços
48,3
50,5
50,9
PMI Composto
47,0
48,5
48,6
A baixa confiança do consumidor (prévia) na região também afeta o desenvolvimento econômico. Entretanto, se há alguma luz no fim do túnel sobre isto tudo, é que o possível consumo reduzido pode ser um catalisador para que a inflação do bloco siga desacelerando.
Agosto
Projeção
Julho
Confiança do Consumidor
-16,0
-14,3
-15,1
Ficou mais caro
Após meses de espera, enfim, a Câmara dos Deputados aprovou o novo arcabouço fiscal, que vai substituir o antigo teto de gastos. A nova lei permite maior flexibilidade ao governo em situações específicas da economia para remanejar recursos, quando necessário.
A semana também contou com uma série de reuniões do BRICS, bloco de países em que o Brasil é membro. Autoridades pediram a expansão do grupo, sugerindo a participação de novos integrantes, como Argentina, Egito, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Diretamente sobre a economia brasileira, o IPCA-15, que mede a inflação ao consumidor, acelerou em agosto, acima do esperado pelos analistas.
Agosto
Projeção
Julho
IPCA-15
4,24%
4,13%
3,19%
Volatilidade no radar
Esta semana trará uma série de dados econômicos importantes que podem influenciar a volatilidade do mercado em várias regiões. Nos Estados Unidos, serão divulgados a Confiança do Consumidor, Relatórios de Empregos e o núcleo de preços PCE, indicador favorito do FED para medir a inflação. Já na Zona do Euro, saem a Inflação ao Consumidor (CPI) e o sentimento dos principais setores econômicos. Na China, destaque para os PMIs Composto, Industrial e de Não-manufatura, enquanto o Brasil apresenta seus dados do mercado de trabalho.
Tensão no ar
O Bitcoin passou por uma semana ligeiramente mais volátil, após perder seu importante suporte de US$ 29 mil. A pressão de venda foi alta o suficiente para que a criptomoeda de referência atingisse os US$ 25,3 mil – nível muito próximo das mínimas de junho. Em contrapartida, houve força para um resgate aos US$ 26,8 mil, que durou pouco tempo. Assim, o mercado espera que o estreitamento de curto prazo quebra para um dos lados.
Os dados vão dizer
Com a recente queda de preços, os dados on-chain mostram que 90% das carteiras de curto prazo de Bitcoinvoltaram a apresentar prejuízo. O volume de posições abertas nas bolsas de derivativos também virou para uma intensa baixa, em um movimento visto apenas 11 vezes em toda a história da criptomoeda.
Entretanto, o número de BTCs que não se movimentaram nos últimos três a seis meses segue aumentando, apontando para uma baixa intenção de venda, pelo menos no curto prazo. Acompanha esta perspectiva a queda expressiva da oferta do ativo nas exchanges. Atualmente, apenas 5,8% do total de Bitcoin em circulação estão em corretoras. Enquanto isso, as baleias continuam agitadas, com transações superiores a US$ 100 mil.
De olho no halving?
Ainda olhando para os dados on-chain, o volume de BTCs armazenados nas carteiras dos mineradores permanece crescendo, assim como o staking de Ethereum também aponta em alta, mesmo com o mercado baixista. Apesar da recente queda de preços, este grupo segue com suas máquinas funcionando a todo vapor, reajustando a dificuldade e taxa de hash para uma nova máxima histórica.
O movimento de venda mais contido por parte dos mineradores parece acompanhar um sentimento otimista de acumulação, como uma espécie de preparação para o halving do Bitcoin, estimado para acontecer em meados do ano que vem.
Medo prevalece
A queda de preços recente colocou o índice Fear and Greed de volta ao ponto de medo, marcando os 39 pontos. O nível é o mesmo de março deste ano, quando ocorreu a quebra dos bancos norte-americanos.
Dentro do balanço fundamental
Além dos rendimentos dos títulos do tesouro norte-americano, pressionaram o mercado de risco e o Bitcoin, o aumento do índice dólar (DXY). A tendência de alta recente zerou as perdas registradas em julho pela moeda. Enquanto isso, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) continua trazendo mais incertezas ao setor de criptomoedas no país, com novas acusações contra as principais exchanges.
Vamos aos gráficos
Na análise técnica do gráfico semanal, o Bitcoin ainda mantém a possibilidade de novas correções a partir da consolidação do topo duplo – marcado pelos dois círculos brancos na imagem abaixo. Por enquanto, a linha inferior da banda de Bollinger vai se comportando como um suporte, mas indica um movimento rumo à linha azul, em US$ 24,3 mil. O nível é importante, pois marca a última resistência enfrentada pelo mercado. Caso os compradores consigam resistir, este ponto pode ser o gatilho para uma retomada da alta. Senão, a descida deve ser ainda mais agressiva, com possíveis testes dos fundos locais.
Fonte: TradingView, em 28/08/2023, às 8h56min.
Nos indicadores subjacentes, o MACD permanece com suas médias cruzadas para baixo, apontando a força dos bears neste momento de mercado. Ao mesmo tempo, o Índice de Força Relativa (RSI), mira os 45 pontos, com compradores e vendedores muito próximo de um equilíbrio.
Conclusão
Apesar da queda de preços e a quebra da lateralização, o Bitcoin segue operando em um nível bastante crucial para determinar o futuro da sua tendência de preços. O mercado parece, novamente, estar reagindo mais emocionalmente aos eventos macroeconômicos, o que antes andava mais restrito.
A aproximação do halving, entretanto, costuma ser um momento conturbado para a criptomoeda historicamente e entender esses comportamentos pode ajudar a segurar o pânico de venda ou até mesmo encontrar as melhores posições para lucrar com o ativo. De certo mesmo é que os dados on-chain apontam para uma fase de acumulação interessante, com os investidores em busca de maior domínio sobre suas moedas. Esse movimento também é típico de períodos pré-halving.
Após semanas de muita lateralização e uma tendência de preços indefinida, a pressão exercida pelos vendedores dentro do mercado do Bitcoin (BTC), enfim, bateu seu martelo na última semana. Como resultado, o preço da criptomoeda de referência rompeu o suporte crucial de US$ 28 mil dólares e direcionou-se para testar a mínima registrada na semana de 12 de junho, que também coincide com a mínima do mesmo mês. Com a quebra deste nível, quais insights os gráficos nos apresentam, seja para uma possível continuação da proteção do portfólio ou um momento de acumulação da moeda digital?
Importância da história
Em análises prévias aqui no Variação de Mercado, enfatizamos repetidamente a relevância da região de US$ 28 mil e a possibilidade de o preço romper para baixo este nível, o que abriria espaço para a exploração de novas zonas de suporte. Isso tem um peso especialmente relevante para investidores com horizontes de tempo mais longos, que dependem dessas regiões como pontos de referência.
No relatório de 13 de junho, alertamos sobre a possibilidade de o preço atingir uma faixa situada entre US$ 23 mil e US$ 24 mil. Notavelmente, essa região ainda não foi alcançada e permanece como um ponto de interesse válido. Além disso, no “Variação de Mercado”, datado de 2 de agosto, destacamos a existência de um suporte ao preço em torno de US$ 25,8 mil.
Ao término da semana passada, o fechamento se deu na região de US$ 26,1 mil, ligeiramente acima do suporte mencionado anteriormente. Contudo, é importante apontar que a mínima observada no mercado à vista foi de IS$ 25,1 mil, enquanto em contratos futuros, o valor chegou a US$ 24,5 mil.
É crucial ressaltar que a região anteriormente identificada como suporte em US$ 28 mil agora assume um papel contrário, agora, como uma resistência significativa para a movimentação subsequente do Bitcoin.
No momento desta análise, a criptomoeda é negociada em torno de US 25,9 mil, indicando a continuidade da volatilidade e a necessidade de uma análise aprofundada para compreender melhor o cenário em evolução.
As faixas de preço discutidas até o momento desempenham um papel crucial em um contexto mais amplo. Agora, prosseguiremos detalhando a relevância estrutural dessas regiões, enquanto observamos os padrões no gráfico semanal.
É aqui que olhamos
Uma questão frequente entre meus alunos, geralmente investidores iniciantes, é sobre o melhor período de tempo gráfico para analisar um ativo. A resposta a essa pergunta tem sido consistente ao longo do tempo.
O melhor período gráfico é aquele que permite uma visão clara da estrutura e da movimentação de preços. Esta é a abordagem que eu, pessoalmente, encontro como a mais eficaz. No caso específico do Bitcoin, que estamos examinando, a temporalidade gráfica que oferece essa visão abrangente e nítida é o gráfico semanal.
Podemos analisar o gráfico semanal de duas maneiras distintas, que podem iluminar as probabilidades de movimentação e melhorar nossa compreensão tanto do Bitcoin quanto de todo o mercado de criptomoedas, dado que as oscilações no preço do BTC têm o potencial de influenciar diversas altcoins.
Vamos abordar a análise da estrutura de Wyckoff e os pontos de equilíbrio com o indicador Ichimoku Kinko Hyo no gráfico semanal.
No contexto do gráfico com Ichimoku, como pode ser observado na imagem a seguir, após um período de queda, o preço do Bitcoin encontrou suporte na Kijun Sen, que representa um ponto de equilíbrio com base em 26 semanas. Esse nível da Kijun Sen reflete o suporte mencionado anteriormente, a US$ 25,8 mil, tanto nesta análise quanto em relatórios anteriores.
Ao se ancorar nesse suporte, notamos que não apenas está dentro da Nuvem do indicador, mas também se encontra próximo à mínima registrada em 12 de junho.
Apesar da queda ocorrida na semana passada, a Chikou Span, que age como linha de atraso no sistema Ichimoku Kinko Hyo, permanece acima do preço atual, indicando que os compradores que entraram há 26 semanas ainda mantêm posições lucrativas.
Para esses investidores, o suporte inicial está estabelecido em US$ 23,5 mil. Traçando uma linha a partir da abertura da vela semanal datada de 27 de fevereiro, que é o suporte local para investidores de 26 semanas, observamos que essa linha coincide com a linha futura Senkou Span B, validando assim a importância dessa faixa de preços.
Ligeiramente abaixo, é possível considerar a região de abertura da semana de 06 de março, a US$ 22,5 mil, como um potencial suporte. No entanto, essa avaliação pode ganhar mais relevância na próxima semana, à medida que novos dados se desenrolam.
Até agora, identificamos áreas de preço críticas que podem atuar como suporte em caso de quedas contínuas. Em um cenário de alta, a mesma imagem anterior com o Ichimoku Kinko Hyo mostra a Tenkan Sen, um ponto de equilíbrio baseado em 9 semanas. Essa linha foi rompida para baixo e agora opera em torno de US$ 28 mil, estabelecendo assim uma região de resistência local.
Acumulação X Distribuição
Na nossa análise contínua, agora olharemos para a estrutura de Wyckoff, que está se desenvolvendo na movimentação de preços do Bitcoin.
No período que corresponde à semana de 10 de abril, o preço do Bitcoin alcançou uma nova máxima em US$ 31 mil, estabelecendo o que é conhecido como uma região de “Buy Climax” (BC). A partir desse ponto, os compradores não conseguiram mais sustentar o preço acima desse nível, o que marcou o início de uma estrutura particular.
Após a semana de 10 de abril, o preço passou por uma correção até a semana de 12 de junho, originando um “Automatic Rally” (AR). Posteriormente, o preço voltou a subir para realizar um teste (“Secondary Test” – ST) na máxima atingida em 10 de abril. No entanto, esse movimento foi concluído em 10 de julho, quando o preço rejeitou um rompimento acima da máxima anterior.
Atualmente, na estrutura em formação, estamos observando um movimento que visa testar a região de AR, e possivelmente uma tentativa de buscar liquidez abaixo da mínima estabelecida em 12 de junho. Essa estratégia é ilustrada na imagem a seguir.
Se o preço de fato buscar essa liquidez, poderíamos ver uma tendência em direção ao suporte mencionado anteriormente na região de abertura da semana de 27 de fevereiro.
Uma estrutura de Wyckoff é, em essência, um período de lateralização, com os movimentos sendo impulsionados pela relação entre oferta e demanda. Uma característica amplamente observada nesse tipo de movimento é a ocorrência de “testes de topo” e “testes de fundo”, muitas vezes acompanhados por falsos rompimentos da estrutura. Todos esses comportamentos vêm sendo executados em busca de liquidez.
Isso é exatamente o que parece estar ocorrendo no cenário atual do Bitcoin, à medida que observamos a intenção dos investidores de pressionar o preço para níveis mais baixos, principalmente à luz do indicador MACD que está situado abaixo da linha de zero.
Lucro ou perda
Outro fator que merece atenção é a análise do indicador de dados de rede conhecido como SOPR (Spent Output Profit Ratio).
No gráfico semanal, o SOPR se posicionou abaixo da linha 1, e historicamente, quando essa condição ocorre, os grandes investidores de longo prazo no mercado de criptomoedas tendem a aproveitar para aumentar seus investimentos.
Quando o SOPR fica abaixo da linha 1, isso indica que alguns investidores estão sendo forçados a encerrar suas posições com prejuízo. Nesse cenário, os chamados “Big Players” têm a oportunidade de absorver essa liquidez ao comprarem ativos que estão disponíveis nos “stops” daqueles que encerram com prejuízo.
Dessa forma, apesar de termos observado o indicador MACD abaixo da linha de zero, a análise do SOPR nos leva a considerar que os investidores que estão no mercado há 26 semanas e os “Big Players” podem estar preparados para defender o próximo nível de suporte conforme mencionado em nosso estudo.
O entendimento do SOPR, em conjunto com outros indicadores e análises técnicas, contribui para uma perspectiva mais completa da dinâmica atual do mercado de Bitcoin, auxiliando investidores.
Conclusão
A análise detalhada da movimentação de preços do Bitcoin ao longo das últimas semanas revela uma dinâmica complexa. A quebra do suporte chave em 28 mil dólares e a subsequente formação de estruturas de Wyckoff e oscilações nos indicadores técnicos sinalizam a intenção do movimento em buscar preços mais baratos.
A temporalidade gráfica semanal emergiu como a lente mais apropriada para observar essa evolução, permitindo-nos uma visão ampla da trajetória dos preços e das possíveis implicações para investidores de diferentes horizontes de tempo. A análise Ichimoku Kinko Hyo destacou pontos de equilíbrio, suportes e resistências cruciais, trazendo clareza sobre as faixas de preço a serem monitoradas.
A estrutura de Wyckoff em andamento aponta para a busca por liquidez e os jogos entre oferta e demanda, destacando a importância dos testes de topo e de fundo. Enquanto o indicador MACD sugere pressão de baixa, a análise do SOPR sinaliza a possibilidade de intervenção por parte de investidores de longo prazo e grandes players, em um esforço para proteger níveis de suporte críticos.
Em última análise, o cenário do Bitcoin permanece dinâmico e sujeito a mudanças rápidas. As informações e tendências exploradas neste relatório fornecem uma base para a tomada de decisões informadas, mas também ressaltam a importância da monitorização contínua do mercado e da adaptação às mudanças em tempo real.
A complexidade do mercado de criptomoedas exige uma abordagem holística, combinando análises técnicas, fundamentais e uma compreensão sólida das tendências globais. Investidores devem permanecer flexíveis e dispostos a ajustar suas estratégias conforme novas informações se desdobram, sempre lembrando que a volatilidade oferece tanto riscos quanto oportunidades.
Este relatório forneceu um panorama abrangente da movimentação recente do preço do Bitcoin, explorando estruturas, indicadores e tendências que estão moldando o mercado. No entanto, os mercados financeiros são intrinsecamente incertos, e é crucial buscar orientação adicional, se necessário, e manter-se atualizado sobre eventos que possam afetar significativamente os movimentos de preços.
Agradecimento
Por fim, gostaria de expressar meu sincero agradecimento a todos que dedicaram seu tempo para ler este relatório. O engajamento e o seu interesse em compreender as complexidades do mercado de criptomoedas são inestimáveis.
Espero que as informações compartilhadas tenham sido úteis e esclarecedoras para a sua compreensão.
Em meio ao insistente turbulento cenário macroeconômico, o Bitcoin (BTC), enfim, quebrou seu estreito canal de negociação e apontou para uma uma correção considerável na última semana. Não só a perspectiva da sequência do aperto monetário nos Estados Unidos permanece, como também a economia chinesa continua mostrando fragilidades em sua recuperação econômica, pressionando todos os mercados. Ao mesmo tempo, a moeda digital ainda precisou lidar com seus próprios fundamentos e encontrou, na especulação envolvendo Elon Musk, a provável faísca que faltava para reavivar sua volatilidade. Com todo esse caos em torno do BTC, nem tudo parece ser negativo. Por isso, é hora de aprofundar cada um desses elementos para que a estratégia de operações seja a mais assertiva nos próximos dias.
Será que aperta mais?
O mercado aguardou ansiosamente pela ata da última reunião do Federal Reserve, que terminou com o aumento de 0,25% nos juros, após uma pausa do aperto monetário no encontro anterior. Segundo o documento, os formuladores de política monetária sugeriram potenciais taxas de juros mais altas para conter a inflação de longo prazo.
A perspectiva, entretanto, mostrou sinais muito conflitantes dentro do mercado. Se por um lado as ações perderam tração na semana passada, pelo outro 90% dos investidores continuam apostando em uma nova paralisação do aumento de juros em 20 de setembro. Ou seja, ninguém sabe muito bem o que quer muito por aqui – talvez nem o que esperar!
Possíveis pistas, porém, podem ser vistas nos dados de pedidos de seguro-desemprego, que apontaram um leve recuo, enquanto as Vendas no Varejo vieram acima do esperado. Este último, inclusive, pode ser um catalisador interessante para incentivar o Federal Reserve a seguir com seu aperto monetário, já que o consumo é um potencial estímulo à inflação.
Julho
Projeção
Junho
Vendas no Varejo
3,17%
1,50%
1,59%
Produção Industrial
-0,23%
-0,10%
-0,78%
Seguro-desemprego
239 mil
240 mil
250 mil
Nesse meio do caminho, chamou a atenção os títulos do tesouro norte-americano de 10 anos. Desde a ata citada anteriormente, os rendimentos dos papéis do governo subiram para seu nível mais alto desde outubro de 2022, trilhando a possibilidade de novos aumentos de juros no país e levando o investidor a buscar ativos de menor risco.
É um enrosco só
A China seguiu com seus balanços na última semana e, mais uma vez, mostrou que sua economia está em expansão… Mas daquele jeito: frustrando a expectativa dos analistas. Os dados de Produção Industrial e Vendas no Varejo, por exemplo, vieram abaixo do esperado, mantendo a perspectiva de que o país ainda não encontrou o caminho para uma plena recuperação econômica. A pressão permanece com a taxa de desemprego que, embora em linha com as estimativas, ainda é considerada alta para o país.
Julho
Projeção
Junho
Vendas no Varejo
2,5%
4,5%
3,1%
Produção Industrial
3,7%
4,4%
4,4%
Taxa de Desemprego
5,3%
5,3%
5,2%
O primeiro-ministro, Li Qiang, chegou a mencionar que o governo trabalhará para atingir os objetivos de crescimento do ano, logo após os dados “decepcionantes”. Para isso, as autoridades anunciaram o corte da taxa de empréstimos de um ano, em uma tentativa de fortalecer a economia.
Olha quem voltou!
A gigante do setor imobiliário chinês, Evergrande, voltou às capas do noticiário e, novamente, de forma pouco positiva. No passado, a empresa já havia indicado a possibilidade de um default – calote de sua dívida – que atingiria diversos setores da economia local. Desta vez, a companhia entrou com um pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos, com receios de que o baixo desempenho da empresa possa acarretar novos prejuízos aos credores.
Quem dera fosse por aqui
Apesar de ainda apontando uma expansão econômica, os dados chineses são vistos como decepcionantes. Porém, em comparação com a Zona do Euro, talvez o país asiático não esteja assim tão mal. Na última semana, o bloco divulgou um pequeno crescimento do Produto Interno Bruto do segundo trimestre (PIB Q2), mas ainda um recuo em relação ao período anterior. Já a Produção Industrial melhorou na comparação com maio e veio bem acima das projeções, mas segue mirando em território negativo.
Junho
Projeção
Maio
Produção Industrial
-1,2%
-4,2%
-2,5%
PIB (Q2)
0,6%
0,6%
1,1%
A Inflação ao Consumidor (CPI) da Zona do Euro pouco se movimentou também. A estabilidade foi o mote deste mês, apesar de uma pequena retração no índice geral.
Julho
Projeção
Junho
CPI
5,3%
5,3%
5,5%
Núcleo CPI
5,5%
5,5%
5,5%
De grão em grão
Na última semana, o Brasil divulgou, com atraso, seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) – considerado uma prévia do PIB. O indicador seguiu com seu avanço, vindo, inclusive, acima do esperado pelos analistas. Com isso, as projeções positivas para a economia brasileira até o final do ano permanecem no radar.
Junho
Projeção
Maio
IBC-Br
0,63%
0,60%
-2,05%
O que vem por aí?
Após o agito, a agenda econômica desta semana está bem amena. No Brasil, será divulgado o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação nacional. Nos Estados Unidos, membros do comitê votante de política monetária do Federal Reserve discursam. Ao mesmo tempo, ocorre o simpósio de Jackson Hole, que reúne economistas, políticos e empresários para discutir juros, inflação e tendência de crescimento ou retração do país. Saem essa semana também as prévias dos Índices Gerentes de Compras (PMI) Industrial, de Serviços e Composto da Zona do Euro e EUA.
Volatilidade “resolvida”
O Bitcoin parecia que iria, mais uma vez, manter seu estreito canal de negociação. Mesmo com pequenos recuos aos US$ 28 mil, a volatilidade histórica da criptomoeda de referência chegou a se aproximar de mínimos recordes. Na sexta-feira, porém, a quebra dessa morosidade – citada em Satoshi Calls anteriores – veio e para baixo.
Em poucas horas, na última quinta-feira, a moeda digital foi para os US$ 25,6 mil, buscando uma mínima de dois meses. Na abertura desta semana, o BTC parece estar resistindo ao momento de baixa, se apoiando nos níveis mais baixos dos US$ 26 mil.
A tal faísca que faltava
Determinar uma única causa para a queda de preços do Bitcoin seria bastante imprudente e impreciso. A realidade é que foi preciso uma conjuntura específica de fundamentos acontecendo quase que ao mesmo tempo para que, enfim, o mercado direcionasse uma tendência mais clara.
Desta forma, a possibilidade de aumento de juros nos Estados Unidos é, sim, um catalisador para a pressão ao mercado, embora não tenha sido capaz o suficiente para quebrar a lateralidade em semanas anteriores. Mas aí entram outros fatores que colaboraram para o estiramento da corda.
Como comentado em outros relatórios, o mercado asiático se apresentava como um importante acumulador de Bitcoin recentemente. Por isso, a notícia de que uma das maiores empresas da China, a Evergrande, estava entrando com pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos aumentou o sentimento negativo do mercado para ações de risco, inclusive as criptomoedas.
Junto a isso, outros dois elementos especulativos foram os gatilhos finais para a queda de preços. O primeiro deles aponta para um confuso relatório da Tesla, em que não fica claro se a fabricante de automóveis elétricos se desfez de forma parcial ou total de seus BTCs. Apesar de não ser uma companhia específica do setor cripto, Elon Musk tem grande influência neste – e não é de hoje – e em outros mercados, colaborando sempre com uma pitada de volatilidade.
Por fim, a queda mais acentuada da criptomoeda também é intensificada pela liquidação expressiva de mais de US$ 1 bilhão em contratos futuros, em apenas 24 horas. Mais de 80% desse total correspondeu a contratos de compra (longs), contra menos de 20% para posições vendidas (shorts).
Se todos esses eventos juntos parecem ser um caos total, na verdade, podem indicar uma maturidade do Bitcoin. Ao contrário do que acontecia anos atrás, poucos fundamentos – fossem eles internos ou externos ao setor – já eram suficientes para levar a uma queda ou alta de preços da criptomoeda.
Agora, foi preciso muito mais força e situações concomitantes para que o ativo sofresse algum impacto significativo. Desta forma, é possível que o BTC esteja em um momento mais consolidado, baseando seu desempenho em uma narrativa cada vez mais própria.
Vem para o gráfico
Na perspectiva técnica semanal, uma divergência entre o Índice de Força Relativa (RSI) – em tendência de baixa – e o movimento de preços – tendência de alta – se consolidou com a queda de preços da última semana, como apontado pelas linhas amarelas no gráfico abaixo. Novos recuos ainda são possíveis, pois o movimento corretivo também pode ser uma repercussão do topo duplo marcado pelos dois círculos brancos.
Fonte: TradingView, em 21/08/2023, às 8h56min.
As Bandas de Bollinger, agora, apontam para uma ampliação de suas extremidades, com a parte inferior podendo servir de suporte para o preço, já que a mediana foi rompida rapidamente para baixo. Há uma linha mais abaixo ainda para suportar em US$ 24,3 mil, última grande zona de resistência do ativo. Caso o mercado segure o BTC acima deste nível, um rebote pra cima é bastante possível nos próximos dias. Senão, os US$ 22 mil e US$ 16 mil voltam ao radar dos investidores.
Nos indicadores subjacentes, o MACD cruzou para baixo suas médias, acompanhando o mercado mais pressionado pelos vendedores. Enquanto isso, o RSI desceu para 45 pontos, apontando para um mercado controlado pelos bears.
Conclusão
Apesar de uma queda ser considerada ruim para muitos investidores, a maneira como a quebra de volatilidade aconteceu sugere sinais de que o Bitcoin está ficando cada vez mais fortalecido contra “pequenos” e poucos fundamentos. Há uma possível maior estabilidade do ativo, que exige cenários muito mais bruscos do que antigamente para uma descida ou subida de preços.
A perspectiva técnica indica uma tendência de baixa muito mais clara, com quedas ainda mais intensas no curto prazo no radar. Entretanto, um importante nível de suporte pode ser o trampolim que alguns bulls gostariam de ver para o rompimento dos US$ 30 mil, considerando que o mercado segue acumulando a criptomoeda, de olho no halving do ano que vem.
Com isso, traders de curto prazo talvez precisem ficar atentos a estratégias que possam proteger suas posições, caso a descida de preços continue. Para os investidores de períodos maiores e HODLErs, a queda pode servir para acumular ainda mais a criptomoeda com um certo “desconto”.
Apesar do movimentado cenário financeiro atual, a criptomoeda líder, o Bitcoin (BTC), continua operando em sua rara baixa volatilidade, se tornando cada vez mais um objeto de intenso estudo e especulação. Com um sentimento baixista rondando a moeda digital, é importante identificar os principais níveis de suporte, principalmente considerando o comportamento dos investidores de diferentes prazos. Por isso, no Variação de Mercado desta semana, aprofundaremos em uma análise detalhada dos preços do BTC, utilizando uma abordagem multifacetada, com diferentes intervalos de tempo, indicadores técnicos e estratégias consolidadas.
Perspectivas diversas
Dividindo nossa análise em três partes distintas, começaremos por explorar o gráfico mensal, em que as tendências de investidores de longo prazo se manifestam. Utilizando o indicador Moving Average Convergence Divergence (MACD) e a estratégia Triple Screen, proposta por Alexander Elder, desvendaremos os padrões e sinais que sinalizam uma tendência de alta, identificando como o mercado se comporta em escalas maiores.
A jornada prosseguirá no gráfico semanal, onde utilizaremos o oscilador Estocástico para avaliar a presença de regiões de sobrecompra e sobrevenda. Adaptando os parâmetros deste padrão para se adequarem à alta volatilidade costumeira das criptomoedas, examinaremos as relações entre compradores e vendedores em diferentes intervalos de tempo, identificando pontos de equilíbrio e indícios de reversão de tendência.
Por fim, aprofundaremos nossa análise no gráfico diário, em que os movimentos intradiários revelam detalhes cruciais. Concentrando-nos na região de suporte entre US$ 28 mil e US$ 28,3 mil, exploraremos as ações dos compradores em períodos de 26, 52 e 76 dias, traçando um quadro da dinâmica de mercado no curto prazo. A presença do indicador Ichimoku Kinko Hyo na análise também enriquecerá nossa compreensão das nuances da movimentação de preços.
Com base em nossas análises, construídas sobre uma base de dados rica e informações abrangentes, concluiremos este relatório com uma síntese de nossas observações. Através dessa abordagem detalhada e interconectada, esperamos lançar luz sobre a complexidade do movimento de preços do Bitcoin e fornecer uma base sólida para investidores e analistas.
Distanciamento gráfico
Daremos início ao nosso estudo começando por analisar o gráfico mensal com o auxílio do indicador Moving Average Convergence Divergence (MACD). É essencial destacar que a observação deste período nos permite compreender as reações dos investidores de longo prazo, proporcionando uma visão mais abrangente do mercado.
Enquanto a situação de curto prazo apresenta uma certa indefinição, como será detalhado nas análises dos gráficos diário e semanal, é notável que, na perspectiva mensal, o indicador MACD ultrapassou a linha zero em julho e mantém uma trajetória ascendente em agosto, mesmo após já termos transcorrido mais de 15 dias do mês.
Uma estratégia valiosa para identificar pontos favoráveis à negociação no mercado é a abordagem Triple Screen, desenvolvida por Alexander Elder. Esta estratégia incorpora o uso do indicador MACD em conjunto com outros indicadores e sugere a análise de diferentes intervalos de tempo para obter uma compreensão mais completa do mercado. Alexander Elder detalhou minuciosamente a estratégia Triple Screen em seu livro “Como se transformar em um investidor de sucesso”.
No contexto deste relatório, adotaremos a ideia proposta por Alexander Elder no Triple Screen, enquanto também integraremos os conceitos de Oferta e Demanda Institucional com a aplicação do indicador Ichimoku Kinko Hyo. Isso permitirá uma análise mais aprofundada da movimentação do Bitcoin. Nossa abordagem envolverá a observação também de três intervalos de tempo: o gráfico mensal, o gráfico semanal e o gráfico diário.
O objetivo, aqui, é compreender as ondas do mercado por meio da utilização de diferentes intervalos de tempo em conjunto com indicadores variados. Investidores adeptos à estratégia Triple Screen buscam identificar tendências favoráveis e são mais seletivos em relação às flutuações menores.
A primeira tela
No gráfico mensal apresentado na imagem a seguir, é notável a presença do indicador MACD, que não apenas ultrapassou a linha zero, mas também exibe um histograma mais elevado em agosto em comparação com o histograma máximo de julho. Nesse contexto, de acordo com a abordagem Triple Screen, podemos inferir uma tendência de alta, o que nos leva a buscar oportunidades de compra.
Até este ponto do relatório, fica claro que a trajetória do Bitcoin é de crescimento. Durante o desenvolvimento e aplicação do sistema Triple Screen com o uso do indicador MACD, uma observação relevante surgiu: quando o histograma deste padrão forma uma mínima mais alta abaixo da linha zero, este sinal confere maior força à busca por posições de compra.
Ao contrário, quando o histograma registra uma máxima mais alta acima da linha zero, o sinal para compra é menos robusto, embora ainda indique uma tendência ascendente. Da mesma forma, no cenário de vendas, quando o histograma atinge uma máxima mais baixa acima da linha zero, isso sinaliza uma oportunidade mais sólida para vender. Por outro lado, quando o histograma do MACD forma uma mínima mais baixa abaixo da linha zero, o sinal para vendas é mais tênue, ainda que continue a indicar uma tendência de baixa.
Essas observações contribuem para uma abordagem mais refinada na interpretação das variações do indicador MACD e na identificação de oportunidades de negociação em diferentes contextos de mercado. A combinação dessa técnica com a estratégia Triple Screen e a análise de outras ferramentas, como o indicador Ichimoku, aprofundará ainda mais nossa compreensão das nuances da movimentação do Bitcoin.
A tela seguinte
No prosseguimento da nossa análise, direcionaremos nossa atenção ao gráfico semanal do Bitcoin. Na figura a seguir, estaremos empregando o indicador Estocástico, um oscilador notável por sua capacidade de fornecer insights sobre as condições de sobrecompra e sobrevenda em diferentes contextos de mercado.
É importante ressaltar que os mercados possuem comportamentos diversos, o que demanda uma calibração adequada do indicador conforme a natureza do mercado e do ativo em questão.
No âmbito do sistema Triple Screen, o Estocástico é originalmente utilizado com níveis limites de oscilação. Porém, considerando a alta volatilidade das criptomoedas, ajustaremos os parâmetros para 80 e 20, com um foco especial na região de 50.
A premissa do Estocástico é que quando ele está abaixo de 20, o ativo é considerado sobrevendido, sugerindo um momento propício para buscar oportunidades de compra. Quando o Estocástico ultrapassa 80, indica que o ativo está sobrecomprado, sugerindo a consideração de oportunidades de venda.
Para atenuar a movimentação deste padrão técnico, utilizaremos uma média simples de 3 períodos como filtro. Essa abordagem implica que, quando o Estocástico está acima da média de 3 períodos, a tendência é de alta, e quando está abaixo, a tendência é de baixa.
A primeira informação que buscamos extrair do Estocástico no gráfico semanal é se ele está acima de 80 ou abaixo de 20, a fim de compreender se o ativo está em situação de sobrecompra ou sobrevenda.
No caso do Bitcoin, a última vez que o Estocástico ficou abaixo de 20 no gráfico semanal ocorreu durante o período de acumulação antes do movimento de alta iniciado em janeiro. Nesse contexto, devemos considerar a posição atual do indicador. No momento, ele está acima da região de 50, apontando que o ativo está procurando suporte, especialmente porque a linha do Estocástico ainda se encontra abaixo da média de 3 períodos simples.
Portanto, quando temos uma tendência de alta indicada pelo MACD no gráfico mensal, é aconselhável buscar uma região de sobrevenda ou um suporte na marca de 50 no gráfico semanal.
Vale ressaltar que um suporte próximo à região de 50 do Estocástico pode indicar uma continuação da tendência, enquanto um Estocástico abaixo de 20 pode prenunciar uma continuação ou início de uma tendência de alta. Por outro lado, um Estocástico acima de 80 pode indicar o início ou a continuação de uma tendência de baixa, dependendo da estrutura de preços estabelecida.
No momento desta redação, o Estocástico está apontando para a região de 50, ainda sem definição clara de retomada, enquanto o MACD mensal permanece indicando uma tendência de alta para o Bitcoin. Esta observação oferece um panorama sobre a relação entre os indicadores e os possíveis movimentos do mercado.
As divergências falam
Com base nas análises e informações até o momento, podemos chegar à seguinte conclusão: o movimento de preços atual está se desenrolando de maneira contrária à tendência principal. Enquanto o gráfico mensal exibe um histograma com máximas mais altas, indicando uma tendência de alta, o gráfico semanal apresenta um movimento que vai na contramão a essa tendência.
Em resumo, estamos observando uma onda de baixa que parece representar uma correção dentro de uma tendência de alta mais ampla. Essa análise sugere uma dinâmica em que o mercado está passando por uma fase de ajuste após um movimento significativo de alta. As ferramentas utilizadas até o momento, como o indicador MACD e o Estocástico, nos permitem entender a complexidade das movimentações de preço e identificar essas nuances dentro do mercado de Bitcoin.
De frente para a tela
Continuando nossa análise, agora direcionamos nossa atenção ao gráfico diário do Bitcoin. Nesse contexto, é evidente que nosso principal suporte local permanece na região entre US$ 28 mil e US$ 28,3 mil, uma observação que já foi destacada em relatórios anteriores. Nessa faixa, encontramos uma linha conhecida como Senkou Span B, que delimita a parte inferior da Nuvem de Ichimoku, além de representar um ponto de equilíbrio baseado em 52 períodos.
Notavelmente, os compradores dos últimos 52 dias experimentaram uma mudança para a situação de perda, visto que os preços permaneceram dentro da Nuvem e abaixo do preço de compra de tais investidores. Por sua vez, os compradores dos últimos 26 dias entraram em território negativo desde o 18 de julho, quando o preço do ativo se posicionou abaixo das linhas Tenkan e Kijun Sen.
A expectativa desses investidores que enfrentam perdas é que os compradores dos últimos 76 dias ainda mantêm uma posição lucrativa, considerando seu ponto de equilíbrio na faixa de US$ 28 mil, que coincide com o mesmo nível de equilíbrio dos compradores dos últimos 52 dias. Se ambos os grupos de investidores, com 76 e 52 dias de período, conseguirem sustentar suas posições nos pontos de equilíbrio, teremos um suporte altamente significativo estabelecido na marca de US$ 28 mil.
Vale destacar que esse suporte em US$ 28 mil tem sido tema recorrente em nossos relatórios anteriores. A cada nova semana, essa região que ainda não foi testada demonstra novos indícios de ser um dos pontos mais cruciais para a estrutura de preços local do Bitcoin. Essa análise detalhada do gráfico diário e da atuação dos investidores ao longo dos diferentes períodos de tempo enriquece nossa compreensão da dinâmica de preços e das áreas de suporte essenciais no cenário atual.
Conclusão
Ao longo deste relatório, empreendemos uma jornada detalhada pela complexa movimentação de preços do Bitcoin, utilizando uma combinação de análises mensais, semanais e diárias, juntamente com indicadores como o MACD e o Estocástico, bem como os conceitos do sistema Triple Screen e o indicador Ichimoku Kinko Hyo.
As análises revelaram uma narrativa intrigante e multifacetada. O gráfico mensal apontou para uma tendência de alta, caracterizada pelo indicador MACD que ultrapassou a linha zero e exibiu histogramas ascendentes, indicando vigor no movimento de alta. A abordagem Triple Screen enriqueceu nossa compreensão das oscilações, ressaltando a importância das mínimas e máximas do histograma MACD em relação à linha zero.
No gráfico semanal, a utilização do Estocástico com parâmetros ajustados, levando em consideração a volatilidade das criptomoedas, revelou informações valiosas. A análise apontou para um suporte relevante na região de 50 do Estocástico, indicando a busca por um ponto de equilíbrio após um período de acumulação e correção.
Por sua vez, o gráfico diário trouxe à tona um ponto de suporte crucial na faixa de US$ 28 mil, corroborado pela presença da linha Senkou Span B da Nuvem de Ichimoku. A observação dos movimentos dos compradores nos últimos 26, 52 e 76 dias revelou uma dinâmica de mercado complexa, em que investidores que possuem posições no vermelho mantêm a expectativa aguardando a defesa de posições por parte de compradores de 76 dias.
Como resultado, o Bitcoin apresenta um movimento de preços em descompasso com a maré principal, representando uma onda de baixa que busca corrigir a grande onda de alta. A área de suporte em torno de US$ 28 mil surge como uma peça crucial nesse quebra-cabeça, sendo ressaltada por diversas ferramentas e indicadores, apontando para sua relevância no cenário atual.
Em suma, a complexidade das movimentações do Bitcoin exige uma abordagem multidimensional, onde cada intervalo de tempo e cada indicador contribuem para uma compreensão mais completa do cenário. Essa análise detalhada e aprofundada permite que investidores e analistas considerem a interação entre tendências, suportes e resistências em diferentes níveis temporais.
Agradecimento
Ao final deste relatório, resta-me apenas agradecer a todos que dedicaram seu tempo para ler e absorver este relatório abrangente sobre a movimentação de preços do Bitcoin. Obrigado por seu interesse e dedicação em compreender as nuances e complexidades do mercado de criptomoedas.
A análise minuciosa apresentada ao longo deste relatório só é possível graças à sua busca contínua por conhecimento e compreensão.
Espero que este relatório tenha fornecido insights valiosos, perspectivas aprofundadas e uma compreensão mais clara das complexidades que cercam a movimentação de preços do Bitcoin
Se você tiver alguma dúvida, comentário ou desejar aprofundar ainda mais a discussão, não hesite em entrar em contato.
O cenário macroeconômico global continua a mostrar sinais mistos, pressionando cada vez mais o mercado de ações de risco e as criptomoedas. O Bitcoin (BTC), em particular, segue em uma luta ferrenha para quebrar sua estreita faixa de negociação, com indicadores on-chain sugerindo uma possível virada no jogo. No Satoshi Call desta semana, vamos fazer aquele resumão do que passou e o que está por vir na economia mundial, enquanto analisamos os fundamentos, dados on-chain e gráficos do BTC para tentar descobrir quando e para onde a criptomoeda de referência pode ir.
Tudo na planilha
A temporada de balanços trimestrais das empresas norte-americanas está chegando ao fim, o que tem reduzido o ritmo de compra dos traders e, consequentemente, a volatilidade. Até a última semana, 85% das empresas do S&P 500 já divulgaram seus resultados trimestrais, com quase 80% superando positivamente as expectativas de Wall Street.
Na contenção
A Inflação ao Consumidor (CPI) e ao Produtor (PPI) seguem sendo o desafio maior dos Estados Unidos. O avanço de preços ficou próximo de uma estabilidade, mas ainda sinalizando ligeira aceleração. Isso pode impactar na decisão do Federal Reserve para um novo aumento de juros na próxima reunião. Entretanto, os analistas seguem apostando para uma pausa do aperto monetário pelos votantes do Banco Central dos Estados Unidos.
Julho
Projeção
Junho
CPI (anual)
3,2%
3,3%
3,0%
Núcleo CPI (anual)
4,7%
4,8%
4,8%
PPI (anual)
0,8%
0,7%
0,2%
Núcleo PPI (anual)
2,4%
2,3%
2,4%
A certa estabilidade da inflação, combinada com os resultados positivos das empresas, sugere que a economia dos EUA está em uma posição relativamente forte, apesar dos desafios. No entanto, a atenção dos investidores estará voltada para as próximas decisões sobre os juros, que podem influenciar a trajetória da inflação e o crescimento econômico.
Vender, depois comprar
A narrativa de uma economia norte-americana ligeiramente fortalecida acompanha o crescimento leve das exportações em julho, contra uma retração das importações.
Já as Vendas no Atacado retraíram, o que pode ajudar na contenção da inflação. Na mesma linha, os pedidos de seguro-desemprego aumentaram, sinalizando um possível arrefecimento do aquecido mercado de trabalho.
Julho
Projeção
Junho
Exportações
US$ 247,5 bi
–
US$ 247,1 bi
Importações
US$ 313,0 bi
–
US$ 316,1 bi
Vendas no Atacado
-0,7%
0,3%
-0,5%
Seguro-Desemprego
248 mil
230 mil
227 mil
Tensão no ar
Na Zona do Euro, a divulgação de dados econômicos foi branda na última semana, com o destaque principal para o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido, que subiu 0,2% no segundo trimestre, acima do esperado pelos analistas.
Entretanto, um ataque a um importante centro de distribuição de petróleo da Rússia elevou a tensão na região. Com a possível redução da oferta, o preço da commoditie subiu rapidamente na última semana.
Onde está a recuperação?
As exportações e importações chinesas recuaram de forma considerável em relação ao ano anterior e acima do esperado pelos analistas. A perspectiva mais negativa tem pressionado ainda mais a possível recuperação econômica do país.
Por outro lado, o CPI entrou em deflação, e o PPI acelerou, reduzindo os preços ao consumo, mas aumentando para os produtores.
Julho
Projeção
Junho
Exportações
-14,5%
-12,5%
-12,4%
Importações
-12,4%
-5,0%
-6,8%
CPI (anual)
-0,3%
-0,4%
0,0%
PPI (anual)
-4,4%
-4,1%
-5,4%
Sem consenso
Após o primeiro corte de juros no Brasil, os investidores estão analisando detalhadamente a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento apontou divergência entre os votantes para uma redução entre 0,25% e 0,50% da SELIC, mas confirma a possibilidade de seguir cortando em 50 pontos-base os juros nos próximos encontros.
Enquanto isso, o varejo mostra expansão de suas atividades, enquanto a inflação volta à aceleração, depois de um período de queda.
Julho
Projeção
Junho
Vendas no Varejo
1,3%
0,4%
-1,1%
IPCA
3,99%
3,93%
3,16%
Hold your horses
Essa semana, a agitação e uma bateria forte de dados econômicos vai marcar o dia a dia dos investidores. Pelo Brasil, sai o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB. O indicador deveria ter sido divulgado na sexta-feira, mas foi adiado.
Nos Estados Unidos, o mercado fica de olho nas Vendas do Varejo, Produção Industrial e, principalmente, na ata do Federal Reserve sobre a última reunião que elevou os juros em 0,25% novamente. Já a China segue com seus balanços, divulgando também sua Produção Industrial, Vendas no Varejo e Taxa de Desemprego.
Quem volta a apresentar dados importantes é a Zona do Euro, com as prévias da Variação de Emprego, PIB, além da Produção Industrial e Inflação ao Consumidor.
Os ursos vão cansar
Apesar de pequenos picos de volatilidade terem rompido níveis de suporte e resistência eventualmente na última semana, o Bitcoin permanece em sua intensa briga para se manter acima dos US$ 29 mil, enquanto não mostra forças para avançar para além dos US$ 30 mil,
A balança, porém, parece estar começando a pender para o lado dos bulls, segundo uma leitura do mercado por um analista da Glassnode: “ursos estão no controle, mas ficando exaustos”.
De olho na rede
Os dados on-chain continuam apontando para uma compra constante de BTC pelas baleias, mirando o próximo bull market. Neste grupo, os investidores asiáticos estão se mostrando o principal motor de acumulação.
Aqueles que decidiram comprar para guardar, no caso os HODLers, estão em posição vantajosa, detendo detém mais Bitcoin do que nunca. São 14,599 milhões de BTCs armazenados em suas carteiras, representando 75% do suprimento circulante.
Na mesma linha, o número de carteiras com algum volume da criptomoeda permanece em alta, também desafiando a estagnação de preços da moeda digital.
Fundo regulamentado
Enquanto não há qualquer decisão favorável por parte da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) para os ETFs de Bitcoin, há quem faça suas apostas otimistas.
Para o CEO da Galaxy Digital, Mike Novogratz, o fundo regulamentado em bolsa da criptomoeda pode ser aprovado em até seis meses, citando fontes da BlackRock e Invesco.
Vamos lá, Gráfico!
Os compradores nas bolsas de criptomoedas reposicionaram suas ordens para níveis mais baixos, podendo comprometer o atual suporte de US$ 29 mil para o Bitcoin. Entretanto, há uma perspectiva otimista para a criptomoeda, observada no indicador Fear and Greed, que saltou de 30% (medo) para 60% (ganância) recentemente.
Como apontado nos últimos Satoshi Calls, a mediana da Banda de Bollinger se manteve como suporte no gráfico semanal, segurando o preço da criptomoeda acima dos US$ 29 mil. Caso o movimento se repita – como apresentado nos círculos brancos – a tendência é que o BTC utilize o nível como um trampolim e busque novas altas.
Fonte: TradingView, em 14/08/2023, às 8h33min.
O indicador permanece com suas extremidades paralelas e retas uma com a outra, indicando que a volatilidade do ativo está cada vez mais estreita. Com isso, um rompimento abrupto para cima ou para baixo deve ocorrer em algum futuro próximo.
No MACD, as médias se cruzaram para baixo, criando histogramas vermelhos. O movimento aponta para uma perda de força dos compradores recentemente. O Índice de Força Relativa (RSI) se posta na região dos 57 pontos, ainda indicando um mercado mais comprado.
Conclusão
Após semanas de controle de preços e baixa volatilidade, nitidamente o Bitcoin está operando de forma quase que totalmente alheia aos fundamentos macroeconômicos. É complicado pensar que a ata do Federal Reserve não vá causar impactos no mercado. Entretanto, é igualmente difícil dizer que, pelo histórico recente, a criptomoeda vá mudar de direção apenas por isso.
Os indicadores on-chain sugerem que os bulls estão rumo ao esgotamento, enquanto a análise técnica mira para um rompimento abrupto em breve. Quanto mais estreita a volatilidade for, mais agressivamente a tendência – de baixa ou de alta – será iniciada. Por isso, a cautela segue sendo a melhor amiga dos investidores deste mercado.
Bem-vindos à mais uma edição do “O HODLER”, a melhor newsletter do mercado crypto brasileiro.
Hoje eu vou parar de falar de L2 e de teses de mercado.
Temos outro assunto super importante que devemos dar atenção agora e já mencionei ela em relatórios anteriores – mas de maneira bem simplória e passageira .
Vamos entrar de cabeça na tão falada Worldcoin e tentar entender o que ela é? O que come? Como vive?
Sexta feira no Globo Repórter? Aqui não, vamos ver é agora!
🤔 O que é a Worldcoin?
Imagine um mundo onde cada pessoa, independentemente de onde esteja, possa provar sua humanidade online, mantendo sua privacidade intacta. Este é o sonho da Worldcoin, uma iniciativa que visa criar uma rede de identidade e financeira que pertence a todos nós, a humanidade.
Seu objetivo é abrir portas para oportunidades econômicas, permitir processos democráticos globais e até mesmo pavimentar o caminho para uma Renda Básica Universal financiada por IA.
A visão central da Worldcoin está com o conceito de “prova de pessoa”, que se refere à confirmação de que um indivíduo é humano único. Esse é um grande problema.
No mundo digital de hoje, provar que você é uma pessoa real é surpreendentemente difícil. Isso torna coisas como votar online ou distribuir recursos de forma justa um desafio. – E à medida que a inteligência artificial se torna cada vez mais avançada, fica ainda mais complicado distinguir humanos de bots.
A Worldcoin baseia-se em três pilares de acordo com seu whitepaper.
Primeiro, a prova de pessoa é um primitivo digital necessário e que se tornará cada vez mais importante à medida que modelos de IA mais poderosos ficarem disponíveis. Em segundo lugar, uma prova de pessoa escalável e inclusiva permite, pela primeira vez, alinhar os incentivos de todos os participantes da rede em torno da adição de humanos reais à rede. Por fim, na era da IA poderosa, a maneira mais confiável – e, talvez mais surpreendentemente – de emitir uma prova de pessoa global é através de hardware biométrico personalizado.
Mas para fazer isso tudo acontecer é necessário passar por algumas barreiras que acabam gerando muitas polêmicas principalmente voltadas à liberdade.
💡 Quem está por trás desse projeto ambicioso?
Sam Altman é o principal nome por trás da Worldcoin. Não reconheceu o nome? Calma que vamos falar tudo sobre esse homem.
Ele é uma figura bem conhecida no mundo da tecnologia e do empreendedorismo. Altman nasceu em 1985 e cresceu em St. Louis, Missouri, nos Estados Unidos. Ele estudou ciência da computação na Universidade de Stanford, mas abandonou a escola para começar uma empresa chamada Loopt, um aplicativo de rede social baseado em localização, que foi posteriormente adquirido pela Green Dot Corporation.
Altman é talvez mais conhecido por seu papel como presidente da Y Combinator, uma das mais prestigiadas aceleradoras de startups do mundo, de 2014 a 2019. Durante seu tempo na Y Combinator, ele ajudou a moldar a trajetória de muitas startups de sucesso, incluindo Airbnb, Dropbox e Reddit.
Além de seu trabalho na Worldcoin, Altman também é o CEO da OpenAI, uma organização de pesquisa em inteligência artificial baseada em San Francisco. A OpenAI é conhecida por desenvolver modelos de linguagem de IA de ponta, como o GPT-3, que são usados para uma variedade de aplicações, desde chatbots até redação de artigos.
Altman é conhecido por suas visões futuristas e frequentemente fala sobre tópicos como inteligência artificial, criptomoedas e o futuro do trabalho. Ele é um defensor da Renda Básica Universal (UBI) e acredita que a IA tem o potencial de criar uma abundância de riqueza que poderia ser distribuída para todos através de uma UBI.
No entanto, – aí que começa nossas discussões sobre o projeto – Altman também tem sido objeto de críticas e controvérsias. Sua liderança na Worldcoin e na OpenAI tem levantado questões sobre privacidade e ética, especialmente em relação à coleta de dados biométricos pela Worldcoin e ao uso de grandes conjuntos de dados pela OpenAI.
💡 WorldID, token e app
WorldID, token e o app são os três elementos iniciais que o usuário interage dentro do protocolo. Vamos entender como cada um funciona dentro do ecossistema.
O World ID: O World ID é a resposta da Worldcoin para a prova de pessoa. Ele permite que você verifique sua humanidade online, enquanto mantém a privacidade – o que não é totalmente verdade e vamos ver mais pra frente -, usando um dispositivo biométrico chamado Orb. O objetivo é que cada World ID seja único para o indivíduo a quem foi emitido.
O token Worldcoin: Para incentivar todos na rede a trabalhar juntos para o crescimento da rede, a Worldcoin emite seu próprio token. Isso é especialmente importante no início, para ajudar a superar o “problema de arranque frio” e fazer com que o projeto decole.
O World App: O World App é a primeira interface para o World ID. Ele orienta você durante a verificação com o Orb e mantém suas credenciais do World ID. O objetivo é tornar o acesso à infraestrutura financeira descentralizada global o mais fácil possível.
⚠️ O que está por baixo do tapete?
Apesar da visão ambiciosa da Worldcoin, eu tenho muitas dúvidas e preocupações que devem ser levadas em consideração.
A Worldcoin está coletando informações biométricas sensíveis, principalmente de pessoas pobres, para criar sua rede. Isso levou a questionamentos sobre a privacidade e segurança desses dados. Além disso, a Worldcoin prometeu deletar todas as informações biométricas coletadas durante a fase de testes, mas isso depende da confiança dos usuários na empresa para cumprir essa promessa. – hoje são mais de 2 milhões de pessoas de acordo com o site do projeto.
O projeto não é garantia de resolução de um dos problemas que é a “prova de pessoa”. A estratégia de implementação da Worldcoin resultou na criação de um mercado negro para credenciais verificadas. As identidades digitais do World ID estão sendo vendidas por cerca de $30, permitindo que qualquer pessoa com mais de $30 possa ter mais de uma identidade digital. Isso desafia a ideia de que cada World ID é único para o indivíduo a quem foi emitido.
A ligação de características biométricas imutáveis ao dinheiro poderia ter consequências distópicas. Se a identidade digital de uma pessoa for perdida ou bloqueada de alguma forma, essa pessoa poderia ser efetivamente excluída da economia digital. Ao contrário do dinheiro tradicional e de outras criptomoedas, você não pode simplesmente criar uma nova carteira e adicionar novas moedas a ela.
Quando a gente vai para a blockchain e vê alguns dados on-chain, achamos algumas coisas interessantes. Apesar de a Worldcoin se apresentar como uma rede “propriedade de todos”, a distribuição real de tokens sugere o contrário. Os 10 principais endereços detêm 98,63% do total de tokens Worldcoin. Além disso, uma parcela significativa de todos os tokens que existirão é alocada para os insiders, incluindo desenvolvedores da Worldcoin, operadores de Orb e investidores famosos.
A estrutura de mercado da Worldcoin é propensa à manipulação e à dinâmica de bombeamento e despejo. Apenas cerca de 1% dos dez bilhões de tokens Worldcoin que existirão estão em circulação, a maioria nas mãos de formadores de mercado parceiros da Worldcoin. Isso cria uma estrutura de mercado que pode atrair investidores especulativos de varejo e permite que os formadores de mercado internos garantam lucros.
👀 Oportunidade ou risco?
A Worldcoin é uma visão ousada para o futuro da identidade e finanças digitais. Embora ainda haja muitos desafios a serem superados, a promessa da Worldcoin de criar uma rede de identidade e financeira globalmente inclusiva é um objetivo digno de ser perseguido. Afinal, em um mundo cada vez mais digital, ser capaz de provar que você é humano é mais importante do que nunca.
No entanto, as críticas e preocupações levantadas destacam a importância de abordar questões de privacidade, segurança e equidade na distribuição de tokens.
Esse projeto não está nas minhas teses ou narrativas importantes quando o foco é especulação e investimento, mas vale a pena ficar de olho e ver as próximas atualizações do projeto.
⚠️ Gostou?
Espero que tenham gostado de mais uma news.
Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.
Se quiser me acompanhar, estou no Twitter e Instagram sempre analisando mercado e tendo alguns insights.
Em um mundo dinâmico e em constante transformação, a capacidade de compreender e interpretar os cada vez mais instáveis movimentos do mercado é crucial para os investidores. O Bitcoin (BTC), como líder incontestável no cenário das criptomoedas, atrai a atenção de entusiastas, traders e analistas, que procuram pistas e análises que possam auxiliar suas decisões de compra e venda. O “Variação de Mercado” desta semana vai mergulhar nas complexas camadas das tendências do mercado, explorando indicadores, gráficos e comportamentos dos investidores para proporcionar uma visão abrangente das dinâmicas em jogo.
Criando regras
Ao longo deste relatório, examinaremos uma variedade de aspectos que moldam a trajetória atual do BTC. Começando pela análise das últimas nove semanas, destacamos a importância do suporte em torno de US$ 28 mil e como ele influencia compradores de diferentes períodos. Em seguida, aprofundaremos a análise da capitalização do Tether (USDT), considerando como o comportamento dos investidores pode ser refletido nessa stablecoin e quais implicações isso traz para o mercado.
A análise técnica não pode ser subestimada, e é por isso que exploramos o indicador MACD e sua relevância na identificação de possíveis tendências de curto prazo. No entanto, reconhecemos a importância de equilibrar essas análises com considerações fundamentais e comportamentais dos investidores. Assim, observamos também a estratégia de acumulação de grandes detentores de Bitcoin, entendendo como suas ações podem influenciar o mercado a curto e longo prazo.
Com base em todos esses elementos, este relatório visa fornecer uma visão completa das tendências atuais do Bitcoin. No entanto, vale lembrar que o mercado de criptomoedas é notoriamente volátil e imprevisível. As conclusões retiradas destas análises devem ser consideradas como um guia informativo, e os investidores devem sempre conduzir suas próprias pesquisas e avaliações antes de tomar quaisquer decisões de investimento.
Retrospecto intenso
A atual semana tem gerado grande expectativa entre os investidores que adotam análises baseadas em ciclos temporais em seus estudos gráficos. Isso se deve ao fato de estarmos na nona semana após a última mínima significativa registrada no gráfico semanal, ocorrida em US$ 24,7 mil na semana de 12 de junho.
Esta observação do cenário nos permite extrair informações valiosas. Compradores que entraram no mercado há nove semanas ainda estão desfrutando de lucros, assim como aqueles que compraram há 26 semanas, conforme detalhamos no último “Variação de Mercado”. Vale ressaltar que, ao analisar gráficos semanais, estamos voltados para operações com prazos mais extensos.
Contudo, investidores que optaram por adquirir posições recentemente – há apenas três semanas – ainda se encontram no vermelho. Essa situação é resultado da crença de alguns compradores no suporte próximo à marca de US$ 28 mil. Eles realizaram compras parceladas, mesmo diante da possibilidade de eventuais prejuízos. Este nível de preços, inclusive, continua sólido, com muitos investidores mantendo suas posições nessa faixa.
Nesse contexto de análise das últimas nove semanas, é esperado que, após esse período, o mercado apresente movimentações que possam fornecer informações mais precisas sobre a trajetória do preço do Bitcoin. Com um suporte estabelecido em torno de US$ 28 mil, existe a possibilidade de um rompimento da máxima da semana anterior, situada na região de US$ 30 mil. Esse valor coincide com o preço de abertura de três semanas atrás. Se o BTC voltar a operar acima dos US$ 30 mil, os compradores que entraram há três semanas passarão a obter lucro. Isso poderia gerar no mercado uma nova oportunidade para correções, considerando que muitos investidores que permaneceram em prejuízo por mais de 15 dias podem começar a realizar seus investimentos.
Em um cenário otimista para o preço da criptomoeda acima dos US$ 30 mil, há a possibilidade de que os players que estão no mercado há 9 e 26 semanas reforcem suas posições, buscando um novo rompimento da máxima anterior. Isso pressionaria os compradores das últimas três semanas a retornarem ao mercado a um preço mais alto, exercendo pressão sobre a região de resistência. Nesse caso, a resistência mais substancial estaria entre US$ 31,8 mil e US$ 32 mil.
Trocando stablecoins
No âmbito da análise do Bitcoin e outras criptomoedas, é fundamental direcionar nossa atenção para o gráfico de capitalização do USDT (Tether). Afinal, o USDT é a maior stablecoin no mercado de criptomoedas, e sua capitalização pode fornecer insights relevantes.
Na prática, nosso foco reside na observação do aumento ou diminuição do MarketCap do USDT. Em termos teóricos, uma redução em sua capitalização pode indicar que os investidores estão utilizando suas stablecoins para adquirir Bitcoin ou outras altcoins. O inverso também é válido. Se o MarketCap do USDT estiver em ascensão, isso poderia sugerir que os investidores estão vendendo seus BTCs ou altcoins, optando por preservar seu capital em uma stablecoin dolarizada.
Ao examinarmos o gráfico a seguir, podemos identificar que seu percentual está operando dentro da faixa de Nuvem de Ichimoku no gráfico semanal. Essa situação sugere possíveis novos testes nos níveis inferiores de uma estrutura de triângulo simétrico. Caso a capitalização do USDT teste os níveis mais baixos da estrutura, abre-se uma perspectiva interessante: a valorização potencial do preço do Bitcoin no curto prazo. Este fenômeno poderia ser resultado do redirecionamento de investidores para a criptomoeda de referência quando a capitalização do USDT está sob pressão. A possibilidade de aumento do preço do BTC surge devido à percepção de que os investidores estão trocando suas stablecoins por ativos mais voláteis, como o próprio Bitcoin, em busca de oportunidades de lucro.
Portanto, a análise da capitalização do USDT oferece um indicador valioso para compreender as tendências e movimentações no mercado de criptomoedas. A relação entre o USDT e o Bitcoin pode fornecer insights adicionais para os investidores, auxiliando-os na tomada de decisões estratégicas para maximizar seus retornos.
Cruzamento de médias
Ao analisarmos o gráfico diário do Bitcoin, observamos um desenvolvimento notável no indicador MACD (Moving Average Convergence Divergence). Este indicador conseguiu ultrapassar a linha zero na última terça-feira (08). Essa mudança é um sinal positivo de curto prazo, especialmente considerando que o MACD esteve abaixo da linha zero desde 04 de julho.
O movimento de preço registrado em 08 de agosto teve um impacto significativo, levando os compradores que atuam em prazos de 3 e 9 dias a alcançarem regiões de lucro. Esse processo resultou em uma disputa entre esses compradores e vendedores que operam com base em um prazo de 26 dias. Estes últimos buscavam manter suas posições em contratos “short”, criando uma dinâmica interessante de mercado.
Apesar da forte alta observada na terça-feira, é importante considerar a posição da linha Tenkan Sen, que representa o equilíbrio de 9 dias. Esta linha ainda se encontra abaixo da Kijun Sen e dentro da Nuvem de Ichimoku. Isso sugere a possibilidade de correções no preço no curto prazo. Além disso, valida a Kijun Sen como uma região de resistência significativa, uma vez que a Kijun Sen está posicionada na mesma área onde os vendedores ativos há 26 dias estão defendendo suas posições.
Esse cenário ressalta a importância de observar não apenas os indicadores técnicos, mas também considerar as dinâmicas de suporte e resistência em diferentes prazos. A interação entre esses elementos pode fornecer insights cruciais para os investidores ao avaliarem oportunidades de entrada, saída e gerenciamento de riscos em suas operações. A continuidade da análise técnica combinada com a observação das tendências de curto prazo ajuda a construir uma visão mais completa do cenário atual do Bitcoin.
Comprar e guardar
Numa perspectiva mais favorável a longo prazo, é crucial também analisar o número de endereços detentores de Bitcoin que possuem um alto volume do ativo em suas carteiras. Esses investidores, também conhecidos como “whales” (baleias), retomaram o processo de acumulação desde 25 de julho.
Esses usuários ou grupos que controlam carteiras com quantidades de Bitcoin entre 100 e 1.000 unidades aproveitaram a queda ocorrida no dia anterior ao período de compra. Após observarem a movimentação neutra no dia 25, retomaram suas atividades de compra já no dia seguinte. No momento em que este relatório está sendo elaborado, a linha gráfica representando esses endereços está em ascensão. Isso sinaliza um padrão acumulativo em andamento, enquanto o preço do Bitcoin permanece lateral, consolidando-se na parte inferior da estrutura.
Esse comportamento dos detentores de carteiras com quantias substanciais de Bitcoin demonstra uma estratégia de longo prazo, na qual eles aproveitam quedas de preço para aumentar suas posições. A retomada das compras após períodos de movimentação neutra indica o otimismo desses investidores no potencial de valorização a longo prazo da criptomoeda.
O processo de acumulação por parte das “whales” pode ter efeitos significativos no mercado, uma vez que suas ações podem influenciar a oferta e demanda, além de impactar o sentimento geral dos investidores. Esse comportamento pode ser interpretado como um sinal de confiança nas perspectivas futuras da criptomoeda, o que pode atrair mais investidores para o mercado e impulsionar os preços em prazos mais extensos.
Assim, a análise do comportamento dos grandes detentores de Bitcoin oferece uma visão valiosa sobre as expectativas de longo prazo desses investidores e como suas ações podem moldar as tendências do mercado. A combinação dessa análise com outras informações técnicas e fundamentais ajuda a construir um quadro mais abrangente das dinâmicas em jogo no mercado de criptomoedas.
Conclusão
Neste relatório, realizamos uma análise detalhada das diferentes facetas que compõem as tendências atuais do Bitcoin. Através dessa avaliação, é possível observar um panorama complexo e em constante evolução, moldado por fatores técnicos, fundamentais e comportamentais dos investidores.
Iniciamos examinando a nona semana após a última mínima significativa no gráfico semanal, destacando como os compradores de 9 e 26 semanas permanecem em posição lucrativa, enquanto compradores de 3 semanas enfrentam desafios. A influência do suporte em torno de US$ 28 mil foi ressaltada, apontando para possíveis movimentações futuras após esse período de análise.
Posteriormente, concentramos-nos na capitalização da USDT, a maior stablecoin do mercado. Observamos como a variação dessa capitalização pode indicar tendências de compra ou venda de Bitcoin e altcoins, com implicações interessantes para o mercado em geral. A análise aponta para a possibilidade de que uma queda na capitalização do USDT possa influenciar uma valorização do Bitcoin a curto prazo.
Ao examinar o indicador MACD no gráfico diário, identificamos uma mudança positiva ao ultrapassar a linha zero. Isso sugere uma possível reversão de tendência de curto prazo, com impacto sobre diferentes prazos de compradores e vendedores. No entanto, a relação entre as linhas Tenkan Sen e Kijun Sen dentro da Nuvem de Ichimoku ainda aponta para a possibilidade de correções e áreas de resistência.
Por fim, fomos atrás do comportamento dos grandes detentores de Bitcoin, que forneceu insights sobre suas estratégias de acumulação. Notamos como os detentores de carteiras significativas estão aumentando suas posições em momentos de queda, indicando otimismo nas perspectivas de longo prazo. Isso pode influenciar a oferta e demanda, bem como o sentimento geral do mercado.
Ao integrar essas diferentes perspectivas, fica claro que o mercado de Bitcoin é dinâmico e influenciado por diversos fatores. A combinação de análise técnica, fundamentos do mercado e comportamento dos investidores fornece uma visão holística que pode auxiliar na tomada de decisões e na identificação de oportunidades tanto em curto quanto em longo prazos. No entanto, é importante ressaltar que o mercado de criptomoedas é volátil e imprevisível, e os investidores devem sempre realizar suas próprias pesquisas e considerar seu perfil de risco antes de tomar decisões de investimento.