Mal se passaram duas semanas de 2024, e o mercado de criptomoedas está fervendo. O Bitcoin (BTC) saltou para os US$ 49 mil, atingindo uma máxima não vista desde dezembro de 2021 – sim, um mês após o último all-time high. O gatilho? A, enfim, aprovação dos ETFs da moeda digital nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, claro, a realização de lucros era inevitável, o que corrigiu o ativo. Mais do que isso, o mercado está ainda com o pé muito perto do território de sobrecompra. Isso quer dizer: calma, gente!
Fiel da balança
A última semana prometia ser derradeira para que os investidores, enfim, pudessem cravar com certeza que os Estados Unidos iriam começar a cortar seus juros. Porém, a teoria nem sempre acompanha a prática e, na verdade, esta segunda-feira abre uma semana muito parecida com a outra. Cheinha de incertezas!
Para os analistas, os índices inflacionários matariam a charada. Porém, o que eles não esperavam era que a charada só iria piorar. A inflação ao consumidor (CPI) norte-americano subiu 0,3% em dezembro, um pouquinho acima do 0,2% esperado. No núcleo do indicador, que exclui alimentos e energia, também avançou no mesmo montante.
Embora ainda dando sinais de controle, a inflação poderia persistir um pouco mais, o que poderia levar o Federal Reserve a manter os juros altos por mais alguns meses. Porém, a inflação ao produtor (PPI) pesou para o outro lado. Aqui, os preços recuaram em 0,1%, em dezembro, contrariando as expectativas de alta de 0,1%. O núcleo do indicador cresceu 0,2%, mas em linha com o esperado.
Agora, ficam as dúvidas sobre o que o FED irá fazer com estas informações, em meio à inflação inconsistente e a recente retração dos pedidos de seguro-desemprego, mostrando um mercado de trabalho novamente aquecido. Um termômetro inicial é o FED Watch da bolsa de Chicago. Ele mostra que mais de 90% dos analistas esperam que os juros sejam mantidos como estão na reunião daqui a duas semanas.
E a economia vai como?
Se para os Estados Unidos, a necessidade atual é de reduzir a demanda interna, na China, o fraco consumo pode impactar a segunda maior economia do mundo. E parece que é este o caminho que está sendo trilhado atualmente.
A inflação ao consumidor chinês caiu 0,3%, em dezembro, além do 0,2% esperado pelos analistas. Os preços ao produtor também recuaram. Na base anual, o indicador foi de 3% para 2,7% no último mês. Apesar de “boa”, a deflação também mostra que a atividade econômica interna está enfraquecida. No caso, o setor imobiliário é um dos grandes responsáveis por puxar – ou pelo menos frear – a economia para baixo.
Parte dessa instabilidade, porém, pode ser amenizada quando olhamos para os dados de exportação. Só em dezembro, as empresas chinesas aumentaram em 2,3% seus envios para o exterior, o que pode ser um sinal positivo para um possível reaquecimento da economia local.
Olha quem está otimista
Não é de hoje, nem de ontem, muito menos do mês passado que a Zona do Euro enfrenta uma grande flutuação econômica. O cenário que desafia o Banco Central Europeu (BCE), porém, parece que, na visão de muitos, está controlado.
Segundo o índice de sentimento econômico do bloco, que analisa a confiança dos consumidores e setor corporativo, avançou 95,6 pontos em dezembro. Bem acima dos 93,8 do mês anterior. Isso mostra que mesmo diante de altos e baixos, a perspectiva de médio e longo prazos para boa parte da Europa ainda é positiva.
Há, porém, a necessidade de um cuidado, principalmente para uma região que ainda luta contra a inflação. A taxa de desemprego recuou de 6,5% para 6,4%. Apesar de tímido, o descenso mostra que a economia está, sim, fortalecida, mas pode aumentar o consumo, o que poderia impactar no controle da inflação.
O ano começou para o Bitcoin?
Sim, meus amigos! Finalmente os ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos foram aprovados. Vamos parar de falar deles aqui no Satoshi Call? NÃO! Muita coisa interessante pode acontecer a partir de agora e tê-los em mente em nossas análises com certeza vão auxiliar bastante nas decisões de compra e venda.
Fato é que 2024 começou quente para o mercado de criptomoedas. Só nas duas primeiras semanas do ano, o BTC saiu de US$ 42,2 mil para US$ 49 mil, antes de encontrar um equilíbrio neste meio do caminho.
ETF de Bitcoin aprovado
Se você não chegou de Marte neste final de semana, já sabe que os ETFs de Bitcoin à vista foram aprovados nos Estados Unidos. Embora a gente já tenha discutido isso aqui, é sempre bom lembrar que há dois impactos muito importantes nesta decisão.
A primeira delas é a própria formação de mercado, abrindo portas para que novos investidores, principalmente os institucionais, participem e injetem mais capital nas criptomoedas. O segundo ponto é que o governo norte-americano não possui uma regulamentação clara sobre este setor. Então, contar com produto financeiro validado pela Comissão de Valores Mobiliários (SEC) do país é um bom passo para, pelo menos, incentivar a normatização.
O desempenho dos ETFs, inclusive, foi muito interessante. Só no primeiro dia de negociação, foram alocados mais de US$ 4,5 bilhões. E o fundo que mais se beneficiou foi o da já conhecida GrayScale, responsável por mais de 50% de todo esse montante. Com isso, seus concorrentes estão buscando melhorar suas taxas para atrair mais clientes.
Mas fica calmo nesse pagode
Apesar do resultado positivo ao mercado de criptomoedas, houve muita especulação anteriormente. Um dia antes da aprovação, um suporte ataque hacker teria invadido a conta oficial do Twitter da SEC e divulgado que os ETFs estariam disponíveis para negociação na quinta-feira.
Rapidamente, o presidente do órgão regulador, Gary Gensler, desmentiu a postagem, que se confirmaria 24 horas depois. Mesmo assim, o momento ativou um grande ímpeto de compra, que se arrefeceu abruptamente.
Importante observar ainda que com a aprovação oficial, os compradores entraram novamente para jogo, o que levou o Bitcoin a bater os US$ 49 mil, valor não visto desde dezembro de 2021 – ou seja, um mês depois da sua última máxima histórica. Entretanto, a alta rápida e expressiva, claro, levou também à realização de lucros, o que corrigiu o preço da criptomoeda.
100 dias do halving
Além dos ETFs, o mercado de criptomoedas está acompanhando de perto a aproximação do halving do Bitcoin. O evento responsável por reduzir pela metade a emissão de BTCs está previsto para acontecer em 17 de abril. Historicamente, este é um momento que costuma definir o início de uma bull-run e a possível renovação da máxima histórica.
Neste processo e com o halving, alguns mineradores aproveitaram o momento em que ainda é possível angariar mais BTCs com a validação dos blocos e venderam parte de suas posições para realizar lucros. Por serem grandes detentores, eles ajudaram, claro, a corrigir o preço do token.
Precisamos falar da sobrecompra
Para quem acompanha o Satoshi Call, já sabe que o Bitcoin está em um nível muito próximo de romper a sobrecompra no “médio prazo” – famoso gráfico semanal. Meses se passaram e nada mudou na situação.
O Índice de Força Relativa (RSI) segue nos 74 pontos que, para muitos, já seria considerado a sobrecompra. Porém, por conta da volatilidade, eu costumo estender este indicador para 80 pontos. Mesmo assim, se não estamos lá, estamos muito perto.
Fonte: GoCharting, em
As barras e setas laranjas indicam momentos de mercado em que o mercado de criptomoedas, especificamente do Bitcoin, estava com seu RSI acima dos 80 pontos. Já as setas azuis mostram o que aconteceu na maioria das vezes quando os investidores se postaram em território de sobrecompra. Sim, uma correção.
Apesar deste histórico, um RSI alto é garantia de queda de preços? Não necessariamente. A lateralização também é um movimento possível, dando fôlego para os indicadores se reajustarem ao momento de mercado. Senão, nada impede também que vejamos a continuação da alta por mais algum tempo, antes de uma correção mais expressiva.
Na busca do canal
Para além do ambiente ainda com tons de sobrecompra, com o RSI próximo dos 70 pontos no gráfico semanal, é nítido que o Bitcoin está tendo dificuldades para consolidar uma volta ao seu canal de alta.
Fonte: GoCharting, em 15/01/2024
Assim, as perspectivas de uma lateralização ou até mesmo uma queda de preços mais acentuada pela realização de lucros se faz mais possível. Neste caso, olhamos para os níveis de suporte 1, 2 e 3, marcados em US$ 43 mil, US$ 36 mil e US$ 31 mil. Por isso, atenção para estes níveis!
Quebra, mas conserta
No curto prazo, o gráfico diário do Bitcoin mostra que o canal lateral de operação entre US$ 40 mil e US$ 45 mil foi, enfim, rompido. Porém, de forma momentânea. A euforia com os ETFs de Bitcoin durou pouco, o que levou os investidores a realizarem lucros e, assim, recuar o preço do ativo.
Fonte: GoCharting
De volta ao canal lateral, a incerteza sobre a tendência da criptomoeda no curto prazo se mantém. O MACD havia há pouco tempo cruzado suas linhas para cima, mas já demonstra perda de força novamente. O RSI, ao contrário do gráfico semanal, “embicou” para os 46 pontos, mostrando um mercado muito bem equilibrado e até pendendo aos vendedores. Essa divergência entre tempos gráficos diferentes é um ponto a ser observado de perto para identificar qual deles vai se sobressair e quando.
Neste caso, o primeiro ponto alvo de suporte é o meio do antigo canal de alta, em US$ 43 mil, seguido pelos US$ 41 mil, onde marca o fundo da faixa de negociação e a média inferior da banda de Bollinger. Mais abaixo, em US$ 38, temos a última grande barreira de preços rompida pelo mercado. Se a projeção for alta, porém, o reteste dos US$ 48 e um salto aos US$ 51 mil seguem no jogo.
Conclusão
A especulação foi o ponto de maior controle do mercado de criptomoedas na última semana. Agora, com o início de uma nova, talvez possamos ver um cenário um pouco menos caótico e eufórico e, então, buscar fundamentos e análises técnicas com menos ruídos. Por isso, vale evitar seguir a “loucura” e estudar bem antes de qualquer movimento.
Fato é que o mercado está se desenvolvendo de maneira agressiva e assertiva. A perspectiva de longo prazo, que já era positiva, se torna ainda mais otimista. Os ganhos podem ainda aumentar, principalmente após o halving do Bitcoin intensificar a famosa briga entre oferta e demanda. Então, vamos acompanhar de perto o que essa classe de ativos nos reserva para 2024, pois, pra mim, não acabou por aí, não!
O tão esperado ETF de Bitcoin à vista foi aprovado em 10 de janeiro de 2024 pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC). Este produto financeiro vai permitir que investidores varejistas e institucionais possam acessar o mercado de criptomoedas a partir de um fundo tradicional negociado em bolsa.
Além do possível aumento de preços por conta do aumento da capitalização, o ETF de Bitcoin tem a capacidade de impactar diversos outros aspectos, como a regulamentação dos criptoativos no país.
O que é o ETF de Bitcoin
O Exchange-Traded Fund de Bitcoin – ou mais conhecido como ETF de Bitcoin – é um produto financeiro para investidores, que une a classe de criptoativos aos modelos de investimentos tradicionais. Ele funciona como um fundo negociado em diferentes bolsas de valores como se fossem ações de empresas.
Este produto, então, rastreia o preço da criptomoeda e a negocia com os interessados. No caso da aprovação mais recente, estamos falando do ETF de Bitcoin à vista – ou spot. Isso quer dizer que o ativo negociado é a própria criptomoeda. Desta forma, ele é diferente dos já vigentes ETFs de Bitcoin de futuros, em que os ativos em operação são contratos futuros que permitem a compra ou venda da moeda digital em uma data específica.
Diferenças entre investir em um ETF de Bitcoin e comprar Bitcoin na exchange?
Em um primeiro momento, o ETF de Bitcoin à vista recém-aprovado pode levantar a dúvida sobre os motivos de investir neste tipo de produto na bolsa de valores e não negociar diretamente em uma corretora de criptomoedas. E aqui tem um “pulo do gato”.
No caso dos ETFs, a administração e negociação do ativo não é necessariamente de responsabilidade do investidor. Comparando com a B3, por exemplo, ao comprar uma ação de empresas ou títulos, a própria plataforma realiza a gestão dos ativos. Se por um lado você não precisa se preocupar com seguranças e garantias, você fica restrito a negociar esses investimentos apenas na bolsa de valores brasileira.
As exchanges funcionam de maneira semelhante. Afinal, você não precisa ter uma carteira de criptomoedas para sua autocustódia. Entretanto, a gestão mais “fina” do ativo acaba ficando nas mãos do usuário. Neste caso, você pode sacar a criptomoeda para sua wallet, enviar para outra plataforma de negociação, vender ou simplesmente deixá-la guardada na própria corretora.
Esses dois casos mostram que o ETF de Bitcoin é menos flexível. Porém, você tem um total de zero preocupações para a gestão do ativo. Já as corretoras funcionam de forma menos diretiva, permitindo que você tome conta e decida o que fazer com suas criptomoedas.
Por que o ETF de Bitcoin é importante?
O ETF de Bitcoin se tornou algo muito aguardado pelo mercado de criptomoedas. Os impactos da sua recente aprovação vão muito além do que “apenas” um possível aumento de preços do criptoativo. Na verdade, a repercussão transcende essa discussão e abrange aspectos, inclusive, regulatórios:
Capitalização: A partir do momento em que um novo produto é inserido no mercado, aumentam as possibilidades de acesso aos ativos. No caso do ETF de Bitcoin, temos um produto baseado em criptomoedas, mas com uma roupagem de investimento tradicional. Isso pode ser um grande atrativo para que mais pessoas participem deste mercado, já que não é necessário um conhecimento técnico específico, diferente dos que já existem na bolsa de valores.
Big players: Com um fundo regulamentado em bolsa, a expectativa de muitos analistas é que o investimento institucional passe a marcar ainda mais presença no mercado de criptomoedas. Afinal, estamos falando de uma possibilidade de investir na classe de criptoativos, mas com as regras e garantias que o mercado tradicional oferece. Isso levanta a possibilidade de que grandes empresas possam se expor mais às moedas digitais.
Regulamentação: Os Estados Unidos estão longe de uma regulamentação do mercado de criptomoedas. Entretanto, o ETF de Bitcoin à vista cria uma espécie de “precedente” para este setor. Neste caso, o Bitcoin passa a ter um aspecto legal, mesmo que de forma indireta, o que pode incentivar os reguladores a acelerarem o processo de normatização das criptomoedas.
Calendário com as datas limites que a SEC tinha para finalizar o processo de avaliação dos ETFs de Bitcoin à vista.
Como fica o preço do Bitcoin hoje depois do ETF?
Um dos impactos do ETF de Bitcoin está em seu preço. Em 9 de janeiro de 2024, um suposto ataque hacker foi responsável por, antecipadamente, divulgar que o fundo da criptomoeda havia sido aprovado. De imediato, a criptomoeda saltou para US$ 47,8 mil. O anúncio de que a mensagem era falsa, porém, colocou o ativo em queda para os US$ 44 mil.
No dia seguinte, de fato o ETF de Bitcoin foi aprovado, alimentando o otimismo dos investidores mais uma vez. Com isso, a criptomoeda conseguiu alcançar os US$ 49 mil em poucas horas, antes de corrigir.
Na imagem acima, você consegue acompanhar o gráfico do Bitcoin hoje em tempo real e observar o movimento de preços.
O que os ETFs de Bitcoin indicam para o futuro?
O lançamento do ETF do Bitcoin pode ser visto como apenas o começo de uma tendência mais ampla no mercado financeiro. Como comentado anteriormente, a aprovação deste produto pela SEC vai muito além do que a simples formação de um mercado para a principal criptomoeda do mundo. Afinal, outros tokens conhecidos, como Ethereum (ETH), Ripple (XRP) e outros podem se beneficiar do momento mais flexível. Para além disso, há uma grande expectativa de aumento de preços de toda a classe de ativos e um caminhar mais rápido da regulamentação do mercado de criptomoedas nos Estados Unidos. Por ser a principal economia do mundo, o movimento pode ainda respingar em outros países que ainda não tem uma regulamentação avançada, como o Brasil.
Por aqui, embora não seja definitiva, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já estipulou diretrizes importantes sobre como os players e empresas que atuam neste mercado devem se comportar. Não à toa, o Drex (Real Digital) está tendo caminho livre para o seu desenvolvimento.
Nova era do mercado de criptomoedas
Como comentamos, a recente aprovação do ETF de Bitcoin à vista nos Estados Unidos abre portas para o dar ainda mais acessibilidade ao mercado de criptomoedas para os investidores de varejo e institucionais.
Este também é um marco sobre o quanto esta classe de ativos está cada vez mais popular no mundo e, apesar de muita pressão regulatória, impedir suas operações e negociações é praticamente impossível.
Por isso, a nova economia passa pelas criptomoedas e suas tecnologias. Aqui na Foxbit, você negocia não só o Bitcoin, mas mais de 80 outras criptomoedas para aproveitar o mercado e entrar de vez na era digital.
Bem-vindos a mais uma edição e primeira edição de 2024 de “O HODLER”, sua casa quando o assunto é crypto.
Hoje, vou bancar o Papai Noel atrasado e trazer alguns presentes para você aproveitar este ano!
Se olhar no Coinmarketcap ou Coingecko, temos mais de 200 categorização ou narrativas para o mundo crypto,
Hoje vou te mostrar 3 setores no mercado que vão pegar fogo em 2024 e se você estiver bem posicionado nele, com certeza vai surfar uma bela onda. Ficou curioso?
Vamos para mais um HOOOODLEEEER! 🌐💼🚀
💰 Entenda narrativas para ganhar dinheiro
No mercado de criptomoedas, uma “narrativa” é um termo usado para descrever um tema ou tendência predominante que molda a percepção e o comportamento dos investidores. As narrativas são histórias convincentes ou conceitos que capturam a imaginação dos participantes do mercado, influenciando decisões de investimento, desenvolvimento de projetos e direções de mercado.
Elas podem ser baseadas em inovações tecnológicas, mudanças regulatórias, ou tendências econômicas e sociais.
Por exemplo, a narrativa da “finança descentralizada” (DeFi) ganhou força ao destacar o potencial da blockchain para criar sistemas financeiros alternativos sem intermediários centralizados.
Narrativas no mercado cripto são dinâmicas e podem evoluir rapidamente, refletindo tanto a inovação tecnológica quanto às mudanças nas percepções e expectativas do mercado.
No último ciclo tivemos algumas narrativas como DEFI, NFTs, Web3, Metaverso, ETH 2.0 e DAOS.
A pergunta que fica é: quais as próximas?
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1# DePIN
Já ouviu esse termo? DePIN significa Decentralized Personal Identity Networks.
Ela refere-se a redes físicas descentralizadas que integram infraestrutura física com tecnologias descentralizadas, como a blockchain. Essas redes podem incluir desde hotspots WiFi em redes sem fio até baterias domésticas alimentadas por energia solar em redes de energia.
Essa galera quer descentralizar e distribuir o controle da estrutura física. Quer entender mais? Deixa eu explicar as entrelinhas.
Filecoin é um exemplo relevante dentro da narrativa de DePIN (Decentralized Physical Infrastructure Networks), especialmente na categoria de redes de armazenamento/nuvem. Ela é uma rede de armazenamento de arquivos descentralizada, permitindo que usuários aluguem espaço do seu computador de armazenamento não utilizado.
Os usuários pagam em Filecoin (FIL), a criptomoeda nativa da rede, para armazenar seus dados. Os provedores de armazenamento, por sua vez, ganham FIL por oferecer espaço de disco.
Ao contrário de serviços centralizados de armazenamento em nuvem, Filecoin distribui os dados entre muitos computadores diferentes, aumentando a segurança e reduzindo a dependência de intermediários. O sistema utiliza um modelo de mercado para determinar preços e disponibilidade de armazenamento, incentivando a participação e expansão da rede.
Legal, né? Agora segura o primeiro presente, 3 projetos nesse setor que vale a pena olhar: FILECOIN, THETA e HELIUM.
2# GambleFi
Esse, nós brasileiro estamos acostumados: SÃO AS APOSTAS.
GambleFi combina plataformas de jogo descentralizadas e tokens com a tecnologia blockchain e contratos inteligentes, visando criar valor e entretenimento para usuários de cripto que gostam de apostar.
São cassinos e plataformas que usam a tecnologia para trazer mais transparência para um mercado complexo.
O mercado global de jogos de azar e apostas está passando por um crescimento significativo. Só para você ter ideia, o tamanho total do mercado global de jogos e apostas foi estimado em US$ 267,61 bilhões em 2022, com projeções indicando que ele pode atingir US$ 352,53 bilhões até 2028, crescendo a um CAGR de 4,7% durante esse período.
Resumindo: TEM MUITO ESPAÇO NO MERCADO!
Pega o segundo presente, 2 projetos nesse setor que vale a pena olhar: RLB e DG.
3# DeSCI
Já ouviu essa sigla? DeSci utiliza blockchain e outras tecnologias descentralizadas para revolucionar a pesquisa e o desenvolvimento científico, promovendo colaboração, compartilhamento de conhecimento, transparência e segurança.
Vejo 4 pilares que a descentralização ajuda nesse setor: Ecosistema Incentivado: Incentivar cientistas a compartilhar abertamente suas pesquisas e receber crédito por seu trabalho.
Acesso e Contribuição Facilitados: Permitir que qualquer pessoa acesse e contribua para a pesquisa facilmente.
Transparência e Descentralização: Criar um modelo de pesquisa científica mais descentralizado e distribuído, resistente à censura e ao controle por autoridades centrais.
Fomentar Inovação: Criar um ambiente onde novas ideias não convencionais possam florescer, descentralizando o acesso a financiamento, ferramentas científicas e canais de comunicação.
Um dos maiores nomes do mercado, Changpeng Zhao (CZ), o ex-CEO da Binance, demonstrou um interesse significativo no setor DeSci (Decentralized Science). Após deixar a posição de CEO da Binance, CZ indicou sua inclinação para este campo em rápido desenvolvimento.
Seu envolvimento pode representar um grande impulso para o DeSci, um setor que engloba organizações autônomas descentralizadas (DAOs), biotecnologia, financiamento, publicação, armazenamento de dados e muito mais.
Outras figuras proeminentes do espaço cripto, como Vitalik Buterin e Brian Armstrong, também expressaram interesse no DeSci.
Pode me chamar de papai noel real, porque agora vai seu terceiro presente, 2 projetos nesse setor que vale a pena olhar: VitaDAO e OriginTrail.
Conclusão
Ao analisar os setores de DePIN, GambleFi e DeSci, observamos um potencial notável de crescimento e inovação no mercado de criptomoedas. Cada um desses setores oferece oportunidades únicas:
DePIN está redefinindo as infraestruturas físicas, promovendo eficiência e descentralização, com grandes possibilidades em diversas áreas como energia e telecomunicações.
GambleFi representa uma evolução significativa na indústria de jogos de azar, oferecendo transparência e justiça aprimoradas, um setor promissor para explorar.
DeSci abre caminho para um avanço sem precedentes na pesquisa científica, com um impacto potencialmente revolucionário na saúde e tecnologia.
Esses setores estão na vanguarda da inovação em blockchain e criptomoedas, e recomendamos fortemente que os interessados mantenham uma atenção especial a essas áreas emergentes, que prometem transformar não apenas o mercado financeiro, mas diversos aspectos do nosso cotidiano.
Fique atento às próximas edições de “O HODLER” para acompanhar as novidades do mercado e se manter informado sobre as tendências e oportunidades no mundo das criptomoedas.
Se quiser me acompanhar, estou no Twitter e Instagram sempre analisando mercado e tendo alguns insights.
Após semanas de lateralização, o Bitcoin (BTC) fez um rompimento de preços para buscar os US$ 47 mil, enquanto um ataque hacker ao X (antigo Twitter) da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) publicou uma suposta aprovação dos ETFs da criptomoeda no país. Fato é que a análise técnica mostra uma possível correção de curto prazo, caso os investidores não possuam fôlego para manter o mercado em alta. Porém, outros indicadores sugerem que há espaço para, pelo menos, um teste aos US$ 51 mil, com o recente aumento de entrada de capital.
Quebra de volatilidade
Durante mais de 30 dias, o preço do Bitcoin oscilou entre a faixa de US$ 40 mil e US$ 45 mil, caracterizando um movimento lateral clássico que pode ser subdividido em diversas fases para um melhor entendimento.
Richard Wyckoff, por exemplo, detalhou essas fases em sua metodologia que leva seu nome, sugerindo que o mercado financeiro é regido por três leis fundamentais: a lei da oferta e demanda, a lei da causa e efeito, e a lei do esforço e resultado. Essa metodologia analisa o movimento do preço e o volume negociado em um ativo específico, e esse conceito pode ser aplicado ao mercado de criptomoedas, servindo como base para nossa análise do Bitcoin no gráfico diário.
Barreiras de preços
A estrutura de preços que se formou no gráfico diário do Bitcoin desde o dia 4 de dezembro é um exemplo da interação entre oferta e demanda no mercado de criptomoedas.
O movimento ascendente da tendência de alta, retomado a partir de 22 de novembro de 2023, apresentou um aumento no indicador de volume até 4 de dezembro. A partir desse ponto, notamos uma redução no volume de negociação, apesar do preço continuar subindo sem força até 8 de dezembro, quando uma retração começou e durou pelo menos três dias, estendendo-se até 11 de dezembro.
Entre 22 de novembro e 8 de dezembro, não houve retrações significativas, com os compradores dominando todo o movimento. Entretanto, a partir do dia 8, os compradores desaceleraram e permitiram que a realização de lucros resultasse em uma queda de pelo menos 10% em três dias de negociação, apresentando o primeiro sinal de possível lateralização.
A partir de 11 de dezembro, houve uma tentativa de continuação da alta anterior que se estendeu por mais três dias, indo até 14 de dezembro. Esse movimento foi interrompido precocemente, sem permitir que o preço do Bitcoin alcançasse a máxima registrada em 8 de dezembro, marcando o término da primeira fase de uma estrutura de preço denominada por Richard Wyckoff como Fase A.
A Fase B que se seguiu inicialmente não conseguiu buscar a liquidez das extremidades da estrutura, mostrando a debilidade do mercado no último mês de 2023. Wyckoff determinou que as estruturas de preços compreendem pelo menos cinco fases em períodos de acumulação, reacumulação, distribuição e redistribuição: Fases A, B, C, D e E. Cada uma dessas fases possui características específicas que ajudam na identificação.
Por exemplo, a Fase B tem como característica principal a busca por liquidez no mercado, com movimentos de testes sucessivos nas regiões de topos e fundos. O Bitcoin apresentou esse movimento nos dias 2 e 3 de janeiro. Apesar da ruptura ascendente registrada em 20 de janeiro e o subsequente movimento de queda em 03 de janeiro, ainda não é possível afirmar o encerramento da Fase B.
A agitação do mercado com a ruptura de máximas e busca por liquidez nas mínimas observada nos dias 02 e 03 é uma característica da Fase C. Contudo, é necessário atenção dos investidores, pois, apesar do rompimento ascendente em 8 de janeiro, o movimento do preço precisa testar a região de rompimento e manter a sequência de alta para que as Fases C, D e E sejam identificadas, formando assim uma estrutura de reacumulação.
Assim como cada fase da estrutura tem características específicas, a formação estrutural também possui suas próprias para determinar se estamos diante de uma acumulação, reacumulação, distribuição ou redistribuição. Para contextualizar, uma acumulação inicia um movimento subsequente de tendência de alta. Uma reacumulação é a preparação para a continuação da tendência de alta anterior. Já uma distribuição inicia uma tendência de baixa, e uma redistribuição prepara a continuação da tendência de baixa anterior.
Cada uma dessas estruturas apresenta sinais característicos por meio do volume de negociação. Por exemplo, em uma estrutura acumulativa ou reacumulativa, é natural observar uma redução no volume de negociação. Em contrapartida, em uma distribuição ou redistribuição, é natural observar um volume alto e constante.
Isso ocorre porque, em uma fase acumulativa, os grandes investidores absorvem toda a liquidez presente na estrutura. Quando essa liquidez diminui, o volume também diminui, pois há menos ativos disponíveis para negociação, permitindo que os Market Makers movimentem o preço para cima sem dificuldades.
O oposto também é verdadeiro: quando os grandes investidores vendem grandes quantidades, o volume permanece alto enquanto pequenos investidores continuam comprando. Portanto, as fases de distribuição apresentam lateralidades com um volume alto. O objetivo dessas estruturas é promover a realização de lucros, resultando na queda dos preços.
No cenário atual do Bitcoin, houve uma redução no volume até 1º de janeiro. No entanto, como mencionado anteriormente, as estruturas são compostas por cinco fases, e podemos estar vislumbrando a transição da Fase B para as demais fases.
Para uma continuidade consistente do movimento de alta nos preços do Bitcoin no intervalo diário, é importante que, após o rompimento registrado em 8 de janeiro, o preço continue ascendente com um aumento no volume, sinalizando características das Fases D e E. Caso contrário, é possível que o preço retorne ao intervalo lateral por mais alguns dias antes de definir a próxima direção.
Com base nessas informações, caso o preço do Bitcoin retorne à estrutura lateral anterior com um aumento no volume, é possível que ocorra algum tipo de correção mais profunda, levando as negociações do Bitcoin abaixo de US$ 40 mil.
É importante destacar que o preço atual do Bitcoin está sendo negociado acima dos pontos de equilíbrio do Ichimoku, sugerindo uma maior probabilidade de continuação do movimento de alta.
O estudo apresentado até o momento refere-se à estrutura gráfica no intervalo diário. É crucial lembrar que, em prazos maiores, como o gráfico semanal, a tendência permanece de alta. Como já mencionado em relatórios anteriores, os movimentos de retração são interpretados apenas como pullbacks corretivos, representando realizações de lucro dentro de um contexto de alta.
Vestindo os óculos do otimismo
No gráfico semanal do Bitcoin, é evidente que a tendência de alta ainda está em vigor, com investidores mantendo o preço no topo de um canal ascendente por pelo menos cinco semanas. Esse movimento de canal teve início em novembro de 2022. Para avaliar a continuidade do movimento ascendente, realizamos uma projeção de Fibonacci conectando a mínima da semana de 6 de março com a máxima da semana de 10 de julho. O resultado dessa projeção aponta a possibilidade de o preço atingir a região de US$ 51 mil.
Além disso, traçamos um espelhamento do canal ascendente iniciado em novembro de 2022 e o estendemos para cima. Dentro desse contexto, notamos que o alvo da projeção de Fibonacci coincide com a região de 50% do canal ascendente superior. Também identificamos que esses níveis de preço, em torno de US$ 51 mil, se encontram dentro de um desequilíbrio favorável aos vendedores, registrado na semana de 29 de novembro de 2021.
Adicionalmente, as linhas de equilíbrio do Sistema de Negociação Ichimoku apontam para a continuação do movimento ascendente, desde que o preço permaneça acima da linha de 9 períodos, que continua direcionada para cima.
A linha de equilíbrio dos últimos 26 períodos está posicionada na mesma região onde temos os níveis de 50% do canal ascendente iniciado em novembro de 2022. Identificamos, assim, um possível suporte relevante em caso de uma retração profunda.
As linhas de equilíbrio, que estão posicionadas 26 períodos no futuro, também indicam uma tendência ascendente nesta semana no gráfico semanal. A linha Senkou Span B, representando os últimos 52 períodos e situada 26 períodos no futuro, posicionou-se acima da máxima da semana de 10 de julho, reforçando a importância das linhas de tendência que formam o canal ascendente como possíveis níveis de suporte.
Os investidores que utilizam o Ichimoku para operar no mercado de Bitcoin estão atentos ao posicionamento da linha Chikou Span, que representa o preço atual deslocado em 26 períodos no passado. Essa atenção se deve ao fato de que ciclos de 26 períodos podem influenciar diretamente na ação do preço. No momento, a Chikou Span está posicionada acima da vela semanal de 17 de julho, a qual, naquela ocasião, iniciou um movimento de queda dentro de uma estrutura lateral.
Diante dessa informação, podemos interpretar que um rompimento abaixo da mínima da semana passada pode resultar em um movimento indefinido de 4 a 5 semanas, com possíveis testes nas regiões de suporte. Por outro lado, considerando-se o encerramento do ciclo de 26 períodos, um rompimento para cima aumentaria a probabilidade de alcançar o alvo da projeção de Fibonacci mencionado anteriormente, em US$ 51 mil.
Enquanto o ciclo de 26 períodos sugere a possibilidade de correção em caso de um rompimento para baixo da mínima da semana passada, ciclos maiores, como os de 42 e 52 períodos, ainda sugerem um cenário de alta.
Dessa forma, podemos concluir mais uma vez que, mesmo que o preço do Bitcoin recue em escalas menores, os investidores mantêm um viés otimista em relação a um mercado em alta. Essa expectativa positiva pode influenciar novos investimentos e uma nova entrada de capital na principal criptomoeda.
Capitalização de mercado do Bitcoin
Daremos continuidade à análise do gráfico semanal do Market Cap, que apresentou um movimento ascendente na semana passada, com uma nova entrada de capital elevando os níveis de dominância acima de 53%.
Após quatro semanas de queda, observamos um teste em uma região de suporte no gráfico, onde identificamos a presença de um desequilíbrio a favor dos compradores no mês de outubro do ano passado. O movimento de baixa continuou até a região de 50% desse desequilíbrio e, em seguida, notamos uma reação significativa que elevou os níveis acima das linhas de equilíbrio de 9 e 26 períodos.
O fechamento da vela da semana passada ocorreu na mesma região de 50% de um canal ascendente, testando a máxima da semana de 18 de dezembro e o fechamento da semana de 23 de outubro. Existe a perspectiva de que a dominância do Bitcoin possa alcançar o topo do canal, onde os níveis giram em torno de 56%. No entanto, para isso, é fundamental que a entrada de capital permaneça ativa nas próximas semanas.
Apesar das linhas Tenkan e Kijun do Ichimoku estarem planas, sugerindo lateralidade no curto prazo, a linha Senkou Span B, 26 períodos no futuro, aponta para cima, revelando uma tendência de alta no gráfico do Market Cap.
A linha Chikou Span, posicionada 26 períodos no passado, está acima das velas, dentro de um contexto positivo para a estrutura atual, embora sugira que o ciclo de 26 períodos possa apresentar algum tipo de correção devido à entrada de capital da semana passada.
Enquanto o ciclo de 26 períodos sugere correção, os ciclos de 13, 17, 33, 42 e 52 períodos indicam continuidade no movimento ascendente no gráfico do Market Cap. Essas informações corroboram a possibilidade de que os níveis de dominância possam ultrapassar a resistência de 50% do canal ascendente e se deslocar em direção ao topo do canal.
Dados on-chain
Continuamos acompanhando os dados de rede, com foco no MVRV (Market Value to Realized Value), que permanece abaixo da linha de 50% do canal ascendente. Apesar do movimento de alta no preço do Bitcoin nesta semana, o MVRV não conseguiu ultrapassar a resistência referente à mínima de setembro de 2021.
Para uma possível retração, o suporte local para o MVRV pode ser encontrado na máxima da semana de 6 de novembro, em 1.80, ou então no fundo do canal ascendente. Observamos uma consolidação na linha que representa o indicador, o que indica um cenário de indefinição.
Com base nessas informações, o MVRV sugere cautela aos investidores, pois a principal resistência, encontrada em 2.16, está distante da pontuação atual. No momento da redação deste relatório, o MVRV estava em 1.96.
Conclusão
Considerando os dados analisados no relatório, observamos um cenário otimista no mercado do Bitcoin. No gráfico diário, identificamos a formação de uma estrutura de preços de acordo com a metodologia de Wyckoff, sugerindo a possibilidade de reacumulação. O rompimento registrado em 8 de janeiro trouxe otimismo, mas a continuidade do movimento ascendente exigirá um aumento no volume de negociação para confirmar as fases D e E, caso contrário, podemos testemunhar um retorno ao intervalo lateral.
No gráfico semanal, a tendência de alta do Bitcoin continua clara, mantendo-se dentro de um canal ascendente. A projeção de Fibonacci sugere a possibilidade de atingir a região de US$ 51 mil. A análise do Market Cap mostra um deslocamento ascendente, apontando para a possibilidade de o Bitcoin aumentar sua dominância para cerca de 56% se a entrada de capital continuar.
Entretanto, o MVRV sinaliza cautela, uma vez que o MVRV permanece abaixo de resistências significativas e indica incerteza no mercado.
Portanto, embora haja indícios de continuidade do movimento ascendente, especialmente no gráfico semanal, a análise dos diversos indicadores apontam para um cenário onde investidores devem monitorar de perto o comportamento do mercado e considerar esses diversos aspectos para tomar decisões informadas em um mercado volátil como o das criptomoedas.
Agradecimento
Gostaria de expressar minha sincera gratidão a todos os leitores que dedicaram seu tempo à leitura deste relatório sobre a movimentação de preços do Bitcoin. Espero que as análises e informações compartilhadas possam ter sido úteis e contribuído para uma compreensão mais abrangente do cenário atual do mercado. Agradeço pelo interesse e pela atenção dispensada a este estudo.
Caso queira conhecer um pouco mais sobre o meu trabalho, você também pode me encontrar em meu canal no Youtube ( https://www.youtube.com/@emerson_antunes ) e em meu perfil no Instagram ( @emerson_anttunes).
A abertura do ano trouxe com ela um possível quinto mês positivo para o Bitcoin (BTC). Mas calma! Foram apenas cinco dias e muita água tem para rolar debaixo dessa ponte. O que vemos neste comecinho de 2024, porém, é um mercado com boa dose de especulação, trazendo um nível de liquidação de derivativos não visto há certo tempo. Enquanto nada se define desta situação, os gráficos sugerem comportamentos diferentes a depender do prazo em que olhamos, e a sobrecompra, claro, continua no radar.
Parece que o jogo virou
O mercado estava todo valentão nas últimas semanas, apostando muitas fichas de que o Federal Reserve iria começar a reduzir os juros já na primeira reunião deste ano. Porém, fué, fué, fué! A ata do último encontro entre os formuladores de política monetária colocaram a famosa água no chope dos analistas. O texto fala que há um reconhecimento de que a atividade econômica arrefeceu nos últimos meses, mas eles enxergam que ainda há um longo caminho para que os efeitos do aperto fiscal sejam sentidos com maior precisão.
A perspectiva do FED está correta. O Índice Gerente de Compras (PMI) da Indústria subiu de 46,7 para 47,4, em dezembro. Mesmo assim, o setor segue abaixo dos 50 pontos, que separa a contração da expansão. Já os Serviços – um grande alvo de inflação – subiu de 50,8 para 51,4, o que não só mantém justifica o alerta ligado das autoridades, como também é, sim, um possível catalisador de aumento de preços.
Outro banho de água fria veio dos próprios dados do mercado de trabalho que se intensificaram novamente. Não só a criação de empregos veio mais alta do que o esperado, mas também o payroll, mostrando que há um alto volume de vagas para os norte-americanos. Como consequência, isso gera salários mais altos, consumo intensificado e, por fim, inflação, segundo o Banco Central.
Com isso, todo o otimismo dos investidores de que, agora sim, o FED iria cortar os juros foi por água abaixo. Só o FED Watch, da bolsa de Chicago (CME) mostra que as apostas viraram e muito. A maioria, desta vez, espera que as autoridades monetárias mantenham as taxas como estão.
Para o mercado de criptomoedas, a sequência da pausa dos juros pode fazer com o que os investidores de varejo reduzam o ímpeto de suas participações momentaneamente. Afinal, a incerteza em torno da política monetária, e a possibilidade de novas valorizações para os títulos do tesouro tendem a arrefecer as negociações de risco. Entretanto, há muitos outros fundamentos a serem analisados que podem ser gatilhos para avanços ao Bitcoin ou até mesmo novas correções, como veremos neste Satoshi Call.
Tudo muito controlado
Se você acompanha o Satoshi Call com frequência, sabe que a União Europeia é uma região em que a economia vai, mas não vai, sabe? Tá tudo muito bem controladinho por lá, sem grande emoções, seja para cima ou para baixo. E dezembro não foi diferente. O PMI Industrial foi o que mais avançou, para “incríveis”, 44,4. Em um claro território de contração. Serviço ficou praticamente estável, também em retração econômica. Já o Composto, que une os dois indicadores, seguiu os mesmos 47,6 do mês anterior.
Novidade mesmo veio da Inflação ao Consumidor (CPI). A Zona do Euro até viu o indicador acelerar para 2,9% em dezembro. Entretanto, ela ficou abaixo dos 3,1% esperados pelos analistas, o que dá um certo respiro à pressão dos preços. Já o núcleo da inflação – que exclui produtos de energia e alimentos – subiu 3,4%. Mesmo com a alta, ele veio abaixo dos 3,6% de novembro.
A região ainda opera de forma muito cautelosa e até mais “lenta” do que os Estados Unidos. Por lá, os juros estão pausados, mas a euforia para um corte nas taxas é bem menor. Com isso, o mercado de risco segue equilibrado no bloco, trazendo poucos ímpetos de compra ou venda para as ações de risco e criptomoedas.
Reaquecendo a economia
Uma passadinha breve pela China mostra que a segunda economia do mundo está nos trilhos para seguir seu desenvolvimento. O PMI Industrial, medido pelo Caixin, subiu para 50,8 em dezembro. Na comparação com o indicador oficial do país, que foi de 49,0, vemos um avanço considerável.
Na mesma pegada, o PMI de Serviços atingiu o maior nível em quatro meses. O indicador bateu os 52,9 pontos, em dezembro. O desempenho demonstra a melhoria das condições de negócios e a confiança empresarial. Ambos os indicadores, acima de 50, apontam que o país está em expansão econômica.
Por isso, é importante ficar atento ao que os mercados asiáticos, embora alguns sejam restritos às criptomoedas, podem fazer neste setor. Afinal, as exchanges descentralizadas (DEX) conseguem facilmente driblar os impedimentos e manter a região como o segundo maior consumidor e negociador de moedas digitais do mundo.
Bitcoin abre o ano no positivo, mas…
Se você pensou que o Bitcoin iria cair em 2024, achou errado. Pelo menos por enquanto! De fato, a criptomoeda de referência perdeu força na reta final de 2023, mas abriu este ano em busca de novos ganhos. E conseguiu! Na última semana e nesta segunda-feira, mais uma vez, o token bateu os US$ 45 mil, atingindo um valor não visto desde abril de 2022. Porém, a falta de força e alguns catalisadores mantém o mercado ainda em um tendência quase nada definida, marcando ainda uma lateralização estreita de negociação, marcada pelos US$ 40 e US$ 45 mil.
Está esperando os ETFs de Bitcoin?
A notícia que marcou os últimos meses foi a possível aprovação dos ETFs de Bitcoin à vista pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) já nos primeiros dias do ano. E adivinhem só, isso ainda não rolou. Mas até aí, zero surpresas. Afinal, o comportamento recente dos reguladores foi justamente postergar as avaliações, antes de dar seus pareceres.
Essa falta de resposta, porém, tem gerado muitos boatos e informações conflitantes. De um lado, especialistas em ETFs do gigante portal Bloomberg, por exemplo, dão como certa a aprovação em algum momento, enquanto enxergam a SEC “encurralada”. Por outro lado, há rumores de que os reguladores vão declinar os pedidos e acabar com o sonho do fundo regulamentado em bolsa.
Fato é que a especulação está tomando conta desta narrativa, o que vai, naturalmente, movimentar os preços bruscamente, seja para cima ou para baixo. Então, o ideal é acompanhar, mas evitar seguir essas “adivinhações”. A SEC está analisando os documentos e ela tem prazos a serem respeitados. É com essa informação que devemos trabalhar mais.
Outro ponto importante é que muitos acreditam que a aprovação de um ETF vai simplesmente explodir o preço do Bitcoin para cima. É possível? Sim! Porém, há um ditado antigo no mercado tradicional de “compra no boato e vende no fato” que pode pegar muita gente de surpresa. Quando a gente fala que um ETF de Bitcoin à vista nos Estados Unidos é importante, olhamos mais para uma perspectiva de médio prazo, quando a especulação vai ter arrefecido e, aí sim, teremos condições melhores de analisar o comportamento do mercado.
E para não dizer que isso é papinho furado, é só ver olhar o que aconteceu na semana passada. Em apenas um dia, mais de US$ 500 milhões em contratos futuros de Bitcoin foram liquidados.
Este tamanho de liquidação não é visto há pelo menos desde outubro do ano passado, como mostra o gráfico. Isso quer dizer que a especulação está presente e não necessariamente são condições saudáveis para o desenvolvimento do médio e longo prazos no preço do Bitcoin.
Estreitamento de preços
No curto prazo, vemos que o Bitcoin está travadinho em uma faixa de negociação entre US$ 40 mil e US$ 45 mil. Esse equilíbrio demonstra o quanto era necessário que o mercado abandonasse o território de sobrecompra e reajustasse seus indicadores. Este é o caso, por exemplo, da Banda de Bollinger, que afunilou suas médias, determinando níveis mais específicos de volatilidade.
Fonte: GoChating, em 08/01/2023, às 10h28min.
É interessante olhar, porém, que o preço tem se mantido quase sempre acima do antigo canal de alta, sugerindo que mesmo sem uma tendência definida, o ativo permanece mais otimista. Entretanto, esta é uma zona perigosa. Se os US$ 48 mil são um alvo a ser buscado pelos bulls, os bears estão posicionados na região dos US$ 41 mil e até os US$ 38 mil.
Joga a favor dos compradores, porém, dois indicadores adjacentes. O MACD, por exemplo, está conseguindo cruzar suas linhas para cima, sugerindo a força dos compradores. Acompanhando isso, está o Índice de Força Relativa (RSI), que mira os 61 pontos, indicando que o mercado está sob controle dos bulls no curto prazo.
Afastando o zoom
Quando olhamos para o gráfico do Bitcoin no tempo semanal, vemos que a região do último grande ombro-cabeça-ombro (OCO) tem sido bem movimentada. O decote do ombro maior está servindo como suporte e resistência, ditando o encaixotamento de preços do ativo, na região entre US$ 40 mil e US$ 45 mil. Apesar de uma “perda de força”, o movimento permitiu que a banda de Bollinger se ajustasse, marcando, agora, uma possível volatilidade até os US$ 48 mil, junto com a mediana do recente canal de alta.
Fonte: GoChating, em 08/01/2023, às 10h31min.
O mercado, então, pode ver o Bitcoin buscar o topo do ombro maior no médio e longo prazos, na região dos US$ 52,8 mil. Caso os bulls não consigam dominar as ações, um reteste do ombro menor, em US$ 36 mil, pode ser a próxima parada. Até lá, o MACD segue aproximando suas linhas para um possível cruzamento para baixo, enquanto o RSI mira os 76 pontos, com o mercado ainda em zona próxima de sobrecompra.
Conclusão
A tentativa de fuga de preços do Bitcoin se mostrou ser apenas especulativa. Ou seja, o ritmo seria mesmo momentâneo até que os investidores menos “agressivos” se reposicionassem. De fato, assim que os rumores sobre os ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos arrefeceu, a criptomoeda simplesmente voltou a ser negociada aos níveis anteriores.
Na análise gráfica, vemos que o curto prazo mostra um bom equilíbrio, o que poderia ser um trunfo para os bulls que estão entrando agora no mercado. Porém, prazos maiores, como o semanal, ainda estão em fase de ajuste dos indicadores e mostrando que o ativo está muito próximo de uma sobrecompra, o que vai exigir muito controle dos investidores.