A economia vive de ciclos. Séculos atrás, a troca direta entre produtos era a principal ferramenta financeira do mundo. Depois, surgiram as moedas, as cédulas, os recibos bancários, cheques até à primeira etapa de digitalização monetária, com os cartões de crédito e débito. Agora, um novo movimento já está em andamento. Com toda a revolução proporcionada pelas criptomoedas, uma nova economia começa a se formar, em que os usuários podem ser livres para decidir qual moeda usar e interagir com serviços financeiros ao redor do mundo, em modelos mais transparentes e descentralizados.
Toda essa revolução, claro, já dá mostras de enormes impactos no futuro do dinheiro como o conhecemos.
O que é o dinheiro?
“Meio de pagamento, na forma de moedas ou cédulas, emitido e controlado pelo governo de cada país (…) cédula e moeda usados como meio de pagamento.” (Definição de dinheiro em economia, segundo a Oxford Languages).
Essa definição de dinheiro, fornecida pela Oxford Languages, pode até mesmo estar ultrapassada, já que o dinheiro pode existir em outras formas que não através de moedas ou cédulas emitidas e controladas por um governo central.
O dinheiro foi uma ferramenta desenvolvida pela humanidade para simplificar as trocas, que antes eram feitas por meio do escambo. Duas pessoas poderiam, então, usar essa representação de valor, para trocar bens e serviços de forma mais eficiente.
Além de método de pagamento, o dinheiro também permite criar uma reserva de valor. Quando você recebe dinheiro por uma mercadoria ou serviço, é possível guardá-lo para usá-lo depois, em um momento de maior interesse.
O futuro do dinheiro no livre mercado e na nova economia
Com a criação do bitcoin (BTC) e o surgimento de dezenas de outras criptomoedas descentralizadas, foi criado um mercado competitivo ao dinheiro, em oposição ao modelo centralizado e monopolista das moedas de Bancos Centrais.
O autor e economista Friedrich August von Hayek já havia previsto a existência de um livre mercado competitivo de diferentes moedas, em que os usuários seriam os responsáveis por escolher qual moeda usar, quando e onde.
F.A. Hayek escreveu algumas obras abordando este assunto e a mais conhecida talvez seja o livro “A Desestatização do Dinheiro”. Na obra, ele afirma:
“ Certamente pode existir dinheiro, e mesmo muito satisfatório, sem qualquer intervenção do governo, embora raramente tenha sido permitido que esse dinheiro existisse por muito tempo.” (HAYEK, 2011, p. 44)
Atualmente, já conseguimos ver estas novas dinâmicas econômicas acontecendo, com grupos de pessoas montando negócios e utilizando diferentes criptomoedas como meio de pagamento: bitcoin, Ethereum (ETHER), Nano (XNO), Monero (XMR), Ripple (XRP), Litecoin (LTC), Dogecoin (DOGE), Bitcoin Cash (BCH), Dash (DASH), ZCash (ZED) e tantas outras.
Não apenas o uso de moedas como meio de trocas vem mudando as relações financeiras na nova economia, mas o surgimento de plataformas DeFi, com sistemas de empréstimos e trocas descentralizadas também muda muito a experiência dos usuários com seu dinheiro e seus investimentos.
Instituições financeiras tradicionais têm que se adaptar nos próximos anos e compreender as mudanças, aparentemente inevitáveis, que estão surgindo com toda essa revolução. Muitos bancos e fintechs, inclusive, já vem modificando seus modelos de negócios e abraçando parte da tecnologia blockchain e das criptomoedas em seu dia a dia.
Cada vez mais empresas e pessoas decidem utilizar cripto como dinheiro e também como outros produtos financeiros. Se o cenário permanecer o mesmo, a tendência é que essa adoção seja cada vez mais crescente.
No Brasil, 33% dos investidores já possuem os criptoativos como escolha “número 1” para alocação de capital; e 26% dos brasileiros já escolhem utilizar criptomoedas entre outras opções de produtos financeiros, perdendo em preferência de uso apenas para: Conta corrente (73%), cartão de crédito (72%) e conta poupança (55%). Tudo isso de acordo com dados fornecidos pela “Statista Global Consumer Survey; Finbold”.
Moedas Digitais dos Bancos Centrais
Em uma tentativa de adaptação dentro de uma nova economia que se torna cada vez mais digital, os bancos centrais também tentam manter seu controle sobre o dinheiro e cada vez mais países se preparam para lançar as CBDCs, que são moedas digitais dos bancos centrais.
O Brasil também está trabalhando nesta direção, com previsão de lançamento do Real Digital para 2023-2024.
Em países como Nigéria e China, a CBDC de cada um deles já está em circulação na sociedade, apesar de que a população nigeriana parece ainda se manter muito resistente na adoção da moeda digital centralizada; com a possibilidade de usar moedas digitais descentralizadas mais competitivas e melhores.
No caso específico da China, o governo vem trabalhando em uma versão do iene digital com data de expiração que, caso passe da validade, perde todo seu valor. O que é feito com o objetivo de forçar as pessoas a gastarem suas moedas, acaba, na realidade, sendo uma perspectiva contrária ao que muitos economistas consideram como característica básica do dinheiro – que é a durabilidade. O dinheiro precisa ser durável para que possa atender seu objetivo.
Tudo ainda é muito novo e essa nova economia ainda se encontra em uma fase experimental, de descobertas e tentativas de respostas para perguntas recentes. Não sabemos ao certo exatamente como será o futuro do dinheiro, mas te convidamos a descobrir e explorar algumas destas possibilidades com a Foxbit daqui para frente.