CBDC: O que é, como funciona e o que significa para o real digital?

CBDC: O que é, como funciona e o que significa para o real digital?

Central Bank Digital Currency (CBDC) é uma versão digital do dinheiro fiduciário apoiado pelo governo. Trata-se de um tipo de moeda digital emitida pelo banco central e vinculada à moeda nacional do país.

As CBDCs são mais semelhantes às stablecoins, que são criptomoedas atreladas ao dinheiro fiduciário e tentam manter o mesmo valor. A principal diferença para as citadas stablecoins é que os governos do mundo emitem CBDCs.

Mais de 80 países ao redor do mundo estão desenvolvendo suas CBDCs, cada qual em estágios diferentes do processo. Alguns têm projetos inativos ou cancelados, enquanto outros já lançaram sua Central Bank Digital Currency. 

Mesmo se tratando de uma moeda digital governamental, se você investe em criptomoedas, já deve estar ciente que as CBDCs também impactam o mercado criptográfico.

Como funciona a Central Bank Digital Currency (CBDC)?

Cada CBDC é uma representação digital do dinheiro fiduciário existente de um país e funciona da mesma maneira. Como muitos países estão trabalhando em suas próprias CBDCs, provavelmente haverá diferenças em como eles funcionam, mas seguem o mesmo modelo básico.

O banco central do país emite sua CBDC, que tem o apoio do governo federal. Essa Central Bank Digital Currency (CBDC) pode ser usada como moeda legal para transações como pagamento de funcionários ou compra de bens e serviços.

Isso pode soar familiar para o que já temos. Afinal, você pode transferir dinheiro da sua conta bancária para a conta de um amigo em outro banco através do PIX, e tudo acontecerá digitalmente. No entanto, com uma CBDC, esse tipo de transação não precisaria passar por vários bancos e, em caso de transferências mais tradicionais, levar até 24h. 

Os consumidores também não precisariam de uma conta bancária comercial para usar uma CBDC. Para aqueles que fogem de vínculos bancários, os CBDCs forneceriam uma maneira de transferir dinheiro digitalmente.

Tipos de Central Bank Digital Currency (CBDCs)

Existem dois tipos de CBDCs: varejo e atacado, bem como híbridos que combinam elementos dos dois. Aqui está o que as torna diferentes e como funcionam.

CBDCs para o varejo

As CBDCs de varejo são emitidas para o público em geral. Nesse modelo, os consumidores podem possuir uma CBDC em uma carteira ou conta e utilizá-la para efetuar pagamentos.

Esse tipo de CBDC serviria como uma opção bancária digital pública de fácil utilização. Pode ser especialmente útil para consumidores que não podem acessar os serviços bancários tradicionais. Também não há risco de falência de um banco, já que os fundos são apoiados pelo governo.

Alguns países optaram por seguir o modelo de CBDC de varejo, incluindo os EUA. As Bahamas, que foram o primeiro país a lançar uma Central Bank Digital Currency (CBDC) amplamente disponível, também escolheram o modelo de varejo.

CBDCs para o atacado

CBDCs por atacado seriam usados ​​por instituições financeiras. Bancos e outras instituições financeiras podem usar a Central Bank Digital Currency (CBDC) de um banco central para transferir fundos e liquidar transações mais rapidamente. 

Embora esse tipo de CBDC melhore a eficiência dos pagamentos domésticos, também pode ser muito útil para pagamentos internacionais.

Outro benefício de uma CBDC por atacado é a segurança aprimorada. O livro digital que essas moedas usam para processar e registrar transações pode ajudar a evitar fraudes bancárias.

Alguns países estão focados em um CBDC por atacado, incluindo Cingapura, Malásia e Arábia Saudita. 

Vantagens e desvantagens das CBDCs

Aqui estão os maiores prós e contras das Central Bank Digital Currencies (CBDCs):

VANTAGENS DA CBDCsDESVANTAGENS DAS CBDCs
Pagamentos mais eficientes e seguros;
Permitem que os consumidores usem o banco central diretamente;
Elimina o risco de colapso de um banco comercial;
Fácil de rastrear.
Os bancos centrais têm controle total;
Menos privacidade para os usuários;
Baixa adesão;
Possível concorrência entre bancos centrais e comerciais.

E os países, o que têm a ganhar com a Central Bank Digital Currency (CBDC)?

Existem várias vantagens para os países que implementam seus próprios CBDCs, incluindo:

  • Uma CBDC proporciona transações muito mais rápidas, baratas e seguras, o que beneficia todos os envolvidos;
  • Nos países que criam CBDCs de varejo, os consumidores podem obter acesso direto aos fundos do banco central. Muitos países têm grandes populações não adeptas de bancos e as CBDCs podem ajudar a resolver esse problema;
  • Os consumidores não correm o risco de guardar seu dinheiro em um banco comercial que poderia entrar em colapso. Enquanto o banco central de seu país estiver estável, seus fundos estarão seguros;
  • Como todas as transações da CBDC são registradas em um livro digital, é muito mais fácil rastrear o dinheiro dessa maneira. Isso poderia ajudar as autoridades a detectar fraudes e outras atividades ilícitas;

CBDC x criptomoeda

CBDCs não são criptomoedas. Embora a ideia dos CBDCs tenha vindo das criptomoedas, tratam-se de dois tipos muito diferentes de moeda digital.

A principal diferença entre CBDCs e criptomoedas é a centralização. Uma criptomoeda é uma moeda digital descentralizada, o que significa que não há uma parte central que a controle. 

As transações são processadas e registradas em uma blockchain, que é um livro público distribuído. Como o nome indica, uma moeda digital do banco central é controlada por um banco central.

As criptomoedas também oferecem muito mais privacidade do que as CBDCs. As transações são enviadas e recebidas por meio de endereços de carteira, e é possível manter algum grau de anonimato. Certos tipos de criptomoeda são até considerados não rastreáveis. Com uma CBDC, o banco central terá um registro de usuários e suas respectivas transações.

Exemplos de Central Bank Digital Currency (CBDC)

A maioria das CBDCs está em fase de pesquisa ou desenvolvimento, mas há algumas que já  foram lançadas. Aqui estão alguns exemplos de  que estão disponíveis ou sendo testadas em diferentes países:

China

A China está testando um yuan digital, também conhecido como renminbi digital ou RMB digital. Entre os países com as maiores economias, a China foi quem mais avançou no desenvolvimento de sua CBDC.

Estados Unidos

Os EUA estão pesquisando os custos e benefícios do lançamento de uma CBDC, mas, das nações com os maiores bancos, é a mais atrasada, de acordo com o Atlantic Council.

Bahamas

As Bahamas lançaram o Sand Dollar, uma versão digital do dólar das Bahamas. É emitido pelo Banco Central das Bahamas através de instituições financeiras autorizadas.

Nigéria

A Nigéria está lançando o eNaira, que registra transações em um ledger blockchain centralizado. É a primeira nação africana a lançar uma CBDC.

Brasil

No Brasil, o Banco Central desenvolve a CBDC nacional para funcionar em um prazo de até três anos, começando sua fase de desenho em 2022. 

Concluindo

Ainda estamos nas fases iniciais das CBDCs, mas é claramente uma ideia que tem tudo para ser implementada no mundo todo nos próximos anos. Embora as CBDCs possam não substituir totalmente o dinheiro, provavelmente veremos a maioria dos países implementar suas próprias moedas digitais de alguma forma – ou falhar tentando.

O que é Initial DEX Offering (IDO)?

O que é Initial DEX Offering (IDO)?

Ao abrir um novo método de captação de recursos no universo criptográfico, uma Initial DEX Offering (IDO) é o tipo mais recente de plataforma descentralizada que levanta uma pequena quantia de dinheiro de um amplo grupo de pessoas através de crowdfunding.

Uma IDO é um projeto que lança uma moeda ou token por meio de uma troca de liquidez descentralizada. Esse tipo de troca de criptoativos depende de pools de liquidez onde os traders podem trocar tokens, incluindo criptomoedas e stablecoins, ​​cujo valor é constante.

As Initial DEX Offerings (IDOs) são uma excelente escolha para projetos ansiosos por lançar um token e acessar fundos diretos porque oferecem liquidez melhor e imediata a preços diferenciados de mercado.

Quais as vantagens de uma IDO?

A vantagem da ausência de uma instituição central cuidando da oferta inicial do token é a possibilidade de lançar, avaliar ou adquirir ativos de forma descentralizada, sem a necessidade de confiar ou depender da aprovação de alguém. Normalmente, as IDOs são mais acessíveis aos compradores e dificilmente serão censuradas por conflito de interesses.

O lançamento é realizado através da emissão de um contrato inteligente em uma blockchain de smart contracts – como o Ethereum (ETH) -, dentro de uma plataforma DEX especializada e, na maioria das vezes é utilizado o token nativo da blockchain – o ether – por exemplo, ou o token nativo da plataforma em questão.

As IDOs podem ser através do swap, dentro de pools de liquidez, onde a equipe que desenvolveu o token cria um par de liquidez, por exemplo: IDO/ETH, e os investidores podem adquirir um, em troca do outro.

Ou também através de apostas (stakes), onde uma quantidade de um token que já existe é travado em stake, rendendo o token do IDO como recompensa. Por exemplo através das fazendas (farms) de CAKE na Pancakeswap.

Também é comum ver, durante uma IDO importante, um aumento na procura pelo token que será o par de liquidez para a troca (swap) ou da aposta (stake), elevando o preço deste token que será utilizado na Oferta Inicial da DEX.

Outras duas vantagens de uma IDO são a liquidez imediata do token no mercado (desde que o contrato inteligente não trave o token de alguma forma), não dependendo da liberação ou listagem de terceiros; e a forma como o preço é definido.

Como é definido o preço da IDO?

O preço é regido pelas leis de mercado, como, por exemplo, através das “Bonding Curves”:

o que é IDO

O que mede a oferta (quantidade líquida disponível) de cada token e faz o preço flutuar conforme essa oferta aumenta ou diminui em relação ao seu par. Tudo de forma automática e diferente de um livro de ofertas em exchanges centralizadas, onde os compradores e vendedores definem a ordem limite de negociação de forma arbitrária.

Como participar de uma IDO?

Para participar de uma Initial DEX Offering (IDO) é preciso acompanhar as notícias de mercado seguindo formadores de opinião, influenciadores, portais de notícias, desenvolvedores e plataformas DEX, onde são realizadas as ofertas iniciais.

Para não perder boas oportunidades, vale a pena manter alguns tokens de liquidez de boas blockchains ou plataformas de exchange descentralizadas em carteira e conseguir fazer os lances ou trocas em novos lançamentos.

Adquirir uma moeda durante uma IDO é bem arriscado e, normalmente, os resultados são bem agressivos, sejam positivos ou negativos.

IDO x IPO x ICO x IEO

A origem das IDOs está ligada às IPOs – Initial Public Offering (Oferta Pública Inicial) do mercado de ações, que compõem as rodadas de investimento, na fase quando uma empresa vai abrir seu capital para negociação na bolsa de valores.

No mercado de criptomoedas ocorreu algo parecido há alguns anos com as ICOs – Initial Coin Offerings (Oferta Inicial da Moeda), definindo a última fase das rodadas de investimento dos projetos cripto, quando a equipe abre a possibilidade do mercado adquirir a moeda.

As IEOs – Initial Exchange Offering (Oferta Inicial em Exchange), é quando a ICO ocorre em uma plataforma especializada, normalmente uma exchange centralizada.

E, por fim, a IDO é uma versão descentralizada de uma IEO, quando o lançamento do token ocorre dentro de uma plataforma descentralizada, como a SushiSwap (SUSHI), a Uniswap (UNI), ou a Pancakeswap (CAKE), por exemplo.

O que são smart contracts e como eles funcionam?

O que são smart contracts e como eles funcionam?

O que é um smart contract?

Smart contracts (na tradução literal, “contratos inteligentes”) são acordos essencialmente automatizados entre o criador do contrato e o destinatário. Escrito em código, este acordo é incorporado à blockchain, tornando-o imutável e irreversível. 

Geralmente são usados ​​para automatizar a execução de um acordo para que todas as partes possam ter certeza da conclusão imediatamente, sem a necessidade de intermediários. Eles também podem servir para automatizar fluxos de trabalho, desde que todas as partes envolvidas estejam em comum acordo.

Então, o que em resumo, o que é um smart contract? Um contrato assinado que estabelece uma conexão contratual entre duas ou mais partes é então denominado “contrato executado”. Cada parte se compromete a cumprir os deveres legais acordados no smart contract por escrito assim que o contrato for devidamente assinado. 

Os smart contracts ganharam popularidade na segunda blockchain lucrativa do mundo, a do Ethereum (ETH), e levaram à criação de uma enorme variedade de aplicativos descentralizados (DApps), criados a partir da rede e exportados para outras finalidades.

Um dos principais benefícios das redes blockchain é a automação de tarefas que tradicionalmente exigem um intermediário terceirizado. Por exemplo, em vez de precisar que um banco aprove uma transferência de fundos de cliente para um freelancer, o processo pode acontecer automaticamente, graças a um smart contract. Tudo o que é necessário é que duas partes entrem em comum acordo.

Outro exemplo poderia ser um grupo regulador e os cidadãos que ele representa debatendo uma lei. Se essas duas partes chegarem a um acordo em um sistema baseado em blockchain, a lei será posta em prática por meio de um contrato executado. Talvez os usuários possam ler sobre a nova lei por meio de um DApp legal ou interagir com ela de outra maneira baseada em blockchain.

Este artigo informará os leitores sobre a história dos contratos inteligentes, como os contratos inteligentes funcionam e por que os smart contracts são importantes.

Como funcionam os smart contracts?

Pense nos contratos inteligentes como declarações digitais entre duas (ou mais) partes que geram um efeito de causalidade. Se as necessidades de um grupo forem atendidas, o acordo pode ser honrado e o contrato é considerado concretizado.

Vamos supor que um mercado solicite a um fazendeiro 100 sacas de café. O primeiro bloqueará os fundos em um smart contract que poderá ser aprovado quando o último for entregue. Quando o agricultor cumprir sua obrigação, os recursos serão liberados imediatamente (ou seja, após o cumprimento de um contrato legal). No entanto, se o agricultor se atrasar e perder o prazo, o contrato inteligente é automaticamente cancelado e os fundos são revertidos para o cliente.

É evidente que o caso acima é apenas uma hipótese para melhor esclarecer o que são smart contracts com uma situação contratual tradicional. Contratos inteligentes podem ser programados para funcionar para as massas, substituindo mandatos governamentais e sistemas de varejo, entre outros benefícios. Além disso, os contratos inteligentes potencialmente removeriam a necessidade de levar certos casos aos tribunais, economizando tempo e dinheiro para todas as partes envolvidas, incluindo os cofres públicos..

Essa segurança se deve em grande parte ao código de contrato inteligente subjacente. No Ethereum, por exemplo, os contratos são escritos em sua linguagem de programação Solidity. Isso significa que as regras e limitações dos smart contracts são incorporadas ao código da rede e nenhum mau ator pode manipular essas regras. Idealmente, essas limitações atenuariam fraudes ou alterações de contrato ocultas. Os contratos inteligentes de criptografia só podem ser implementados se todos os participantes concordarem e assinarem. Uma vez feito isso, se torna imutável.

Em termos mais técnicos, a ideia de um smart contract pode ser dividida em algumas etapas: 

  1. Primeiro, um contrato inteligente precisa de um acordo entre duas ou mais partes. Uma vez estabelecido, os dois podem concordar com as condições em que o smart contract será considerado completo. A decisão seria escrita no contrato inteligente, que é então criptografado e armazenado na rede blockchain;
  1. Quando o contrato é concluído, a transação é registrada na blockchain. Em seguida, todos os nodes irão atualizar sua cópia do blockchain com essa transação, atualizando o “novo estado” da rede;

Agora, você pode estar se perguntando se o Bitcoin (BTC) e outras redes podem utilizar contratos inteligentes. Até certo ponto, sim. Cada transação BTC é tecnicamente uma versão simplificada de um contrato inteligente, e soluções de camada dois, como a rede Lightning, foram desenvolvidas para expandir a funcionalidade da rede. Dito isso, o uso de smart contracts pela Ethereum é um caso especial.

Ao contrário da maioria das redes blockchain que são descritas como um livro-razão distribuído, o Ethereum é considerado uma máquina de estado distribuído, contendo o que é conhecido como Ethereum Virtual Machine (EVM). Esse estado de máquina, do qual todos os nodes Ethereum concordam em manter uma cópia, armazena o código do contrato inteligente e as regras pelas quais esses contratos devem obedecer. Como cada node tem as regras incorporadas via código, todos os contratos inteligentes da rede Ethereum têm as mesmas limitações.

Além do acima, mais de 200 contratos inteligentes foram listados no explorador de blockchain Cardano (ADA) em setembro de 2021. Os contratos inteligentes ADA são implementados usando linguagens de programação chamadas Marlowe, Plutus e Glow.

Também é importante observar que smart contracts são diferentes dos contratos escritos de várias maneiras, conforme descrito abaixo:

Contrato escritoSmart contract
Linguagem/CódigoLinguagem humanaCódigo computadorizado
AutomaçãoTodas as partes envolvidas no acordoApenas as transações são automatizadas
GravaçãoCondições podem ser descritas no papel pelas partes envolvidasImplementado na blockchain ou outra camada
Modificação do estado internoAberto à interpretaçãoImutável

História dos smart contracts

Acredite ou não, os contratos inteligentes surgiram antes mesmo da tecnologia blockchain. Enquanto o Ethereum, introduzido em 2014, é a implementação mais popular do protocolo, o criptógrafo Nick Szabo estabeleceu a ideia na década de 1990.

Naquela época, Szabo conceituou uma moeda digital chamada Bit Gold. Embora o ativo nunca tenha sido realmente lançado, este predecessor do Bitcoin destacou o caso de uso de um smart contract – transações sem confiança na Internet. Se a Web 1.0 era a própria internet, e a Web 2.0 a presença de plataformas centralizadas, então a Web 3.0 é a versão automatizada e alimentada pelo usuário do espaço digital.

Diversos especialistas no assunto, incluindo o próprio site da Ethereum, comparam contratos inteligentes a uma máquina de venda automática. As máquinas de venda automática servem ao propósito de um vendedor fornecer ao usuário um produto, sem a necessidade de uma pessoa real pegar o dinheiro e entregar o item. Os smart contracts servem ao mesmo propósito, mas são muito mais versáteis.

Os contratos inteligentes avançaram bastante desde seu surgimento, em 1997. Eles começaram como simples instruções de causalidade que um programador pode criar e implementar. No entanto, aqueles com conhecimento de programação são limitados, centralizando esses contratos “sem confiança”. Felizmente, esses mesmos desenvolvedores estão trabalhando para resolver problemas de acessibilidade.

Desde a sua criação, os desenvolvedores fizeram com que smart contracts pudessem ser feitos sem conhecimento de codificação. Eles estão aumentando a segurança dos mesmos com diferentes linguagens de programação, criando alternativas, como contratos secretos, e projetando maneiras de armazenar automaticamente o histórico de contratos inteligentes em um formato legível por pessoas – muito mais fácil do que usar a blockchain para ler.

Benefícios dos smart contracts

As blockchains de contratos inteligentes fornecem vários benefícios, incluindo velocidade, eficiência, precisão, confiança, transparência, segurança, e economia.

Smart contracts usam protocolos de computador para automatizar ações, economizando horas em diversos processos comerciais. Os acordos automatizados diminuem a possibilidade de manipulação de terceiros ao eliminar a exigência de que corretores ou outros intermediários ratifiquem os contratos legais já firmados.

Além disso, a falta de um intermediário nos contratos inteligentes economiza dinheiro. Todas as partes relevantes têm total visibilidade e acesso aos termos e condições desses contratos. Portanto, quando o contrato é assinado, não há mais como voltar atrás. Isso garante que a transação seja totalmente transparente para todas as partes envolvidas.

Vale citar que todos os documentos mantidos na blockchain são duplicados, muitas vezes permitindo a restauração dos originais em caso de perda de dados. Os contratos inteligentes são criptografados e a criptografia protege todos os documentos contra adulterações. Por fim, os smart contracts também eliminam erros que ocorrem devido ao preenchimento manual de vários formulários.

Quais as utilidades dos smart contracts?

Além do exemplo de pagamentos mencionado acima, existem várias implementações potenciais de contratos inteligentes que podem automatizar o mundo e torná-lo um lugar mais fácil de se viver. Aqui estão alguns exemplos proeminentes de casos de uso de smart contracts:

Smart contract como identidade digital

Na internet, informação é moeda de troca. As empresas lucram sabendo os interesses de todos e as pessoas nem sempre estão no controle de como esses dados são adquiridos, tampouco recebem alguma compensação financeira por isso. Com smart contracts, as pessoas estão no controle.

Em um futuro baseado em blockchain, as identidades serão tokenizadas. Idealmente, isso significaria que a identidade de cada pessoa existe em uma blockchain descentralizada, segura e protegida de qualquer agente mal-intencionado. Porém, se um usuário quiser participar das redes sociais ou enviar documentos a um banco para fins de empréstimo, ele pode lucrar com a primeira e controlar o processo de transação na segunda.

Para mídias sociais, nenhum intermediário controla uma rede. Em vez disso, os usuários escolhem quais informações tornar públicas e quais manter privadas. Caso eles queiram participar da troca de informações, como um endosso, eles podem compilar um contrato inteligente e escolher quais dados serão transacionados, em vez de simplesmente pegar tudo sobre o usuário. Um terceiro não está lá para pegar parte dos fundos ou armazenar e vender secretamente esses dados – os lucros vão apenas para o usuário.

O mesmo se aplica quando se trata de lidar com bancos e outras instituições financeiras. A comunicação envolve apenas o envio de documentos necessários e informações vitais. Não há risco de um grupo de empréstimo armazenar seu endereço de e-mail e vendê-lo para outras empresas de crédito. Essa informação está inteiramente sob o controle do usuário.

Smart contracts no imobiliário

Quantas pessoas você conhece que são ou já foram corretores imobiliários? Pois é…

Considerando que o ato de comprar ou vender um imóvel é um processo longo e complicado, os proprietários tendem a contratar um corretor para lidar com toda a burocracia de documentação e ofertas. Embora isso pareça ideal para o vendedor, lembre-se de que os corretores cobram uma taxa significativa do preço de venda da casa.

Um smart contract pode substituir um corretor, simplificando o processo de transferência de casa e garantindo que seja tão seguro quanto com um intermediário. É aqui que o fator  “confiança” entra em jogo.

Imagine que a escritura da sua casa é tokenizada na blockchain Ethereum. Se você estiver pronto para vendê-la, crie um contrato inteligente com o comprador. Esse contrato manteria a escritura em caução até que os fundos do comprador fossem devidamente apresentados. Feito isso, o contrato é honrado e registrado.

Todos ganham no processo – exceto o corretor de imóveis, é claro. O vendedor economiza dinheiro, pois não precisa pagar um intermediário, e o comprador recebe a casa muito mais cedo do que o imaginado.

Com smart contracts, o supermercado pode configurar um check-in automatizado em cada etapa do processo. Embora esses check-ins já existam em uma cadeia de suprimentos normal, eles devem ser preenchidos manualmente. Uma pessoa pode ter que contar os objetos e enviar o que chegou. Eles poderiam mentir e pegar um pouco do produto, alegando que alguns se perderam no caminho. O famoso “jeitinho brasileiro” que tanto ouvimos falar por aí.

O que é diferente com contratos inteligentes é o aspecto da confiança. A loja em questão pode definir para que o pagamento não seja liberado até que todos os produtos sejam contabilizados. Não há como enganar esse sistema, então as partes estarão muito mais atentas na hora de fornecer. Além disso, o pagamento será liberado instantaneamente para a parte receptora, o que é um grande incentivo por si só.

Além disso, a loja pode rastrear quais smart contracts não estão sendo cumpridos e optar por não trabalhar com essas partes. Eventualmente, pode haver toda uma rede de classificação de clientes melhores para trabalhar e aqueles que não são, economizando tempo e dinheiro de todos a longo prazo.

Quais os problemas na utilização de smart contracts?

Embora os contratos inteligentes sejam ótimos em conceito, eles não são perfeitos. Por um lado, vale lembrar que os smart contracts e as redes blockchain são programados manualmente. O erro humano é sempre possível, e esse erro pode levar a explorações. 

Foi o que aconteceu no ataque à organização autônoma descentralizada (DAO) do Ethereum, em 2016. Hackers exploraram uma vulnerabilidade no contrato inteligente de angariação de fundos da DAO e o usaram para secretar fundos do projeto.

Além disso, ainda há falta de clareza regulatória quando se trata desses acordos autônomos. Embora a ideia de um processo de transferência de dinheiro seguro e simplificado pareça ótima no papel, ainda há tributação e outros envolvimentos do governo a serem considerados. 

Os contratos inteligentes não podem extrair informações da rede em que existem. Pelo menos, não em seu estado atual. Em outras palavras, você não pode fazer upload de dados de um site existente para um smart contract no Ethereum. Dito isso, há uma solução alternativa nos oracles – nodes fora da cadeia que extraem informações da Internet e as tornam compatíveis com redes blockchain. Eventualmente, à medida que os bancos de dados se movem para o blockchain, os oracles podem intervir para desempenhar um papel  importante nessa transição.

Finalmente, há um problema de escalabilidade de longa data. Desde o início, as redes blockchain tendem a ter dificuldades em escala, o que significa que as transações podem levar minutos – se não horas – com base na atividade. Embora isso possa ser um problema no início, é algo que projetos como o Ethereum 2.0 estão procurando resolver. Além disso, uma transação que leva algumas horas ainda é muito mais rápida do que os dias necessários para movimentar fundos tradicionais.

O futuro dos smart contracts

Os contratos inteligentes movidos a requisitos são, sem dúvida, o caminho a seguir para contratos relativamente básicos que podem ser escritos e executados automaticamente sempre que as pré-condições forem atendidas, como no transporte residencial, onde o dinheiro da conclusão pode ser dado assim que os contratos são assinados.

Várias plataformas de smart contracts irão poupar tempo e dinheiro para as empresas em todo o mundo, além de revolucionar a forma como elas interagem na cadeia de suprimentos e com seus clientes. Como resultado, o envolvimento humano mínimo libertará indivíduos e tomadores de decisão importantes de lidar com administração mundana e burocracia, permitindo que eles se concentrem em seus trabalhos diários. A razão disso? Os smart contracts dão conta do recado.

Contratos inteligentes já estão sendo usados ​​por muitos bancos e seguradoras em suas operações diárias. Como resultado, já estão sendo testados em cenários do mundo real, e não irá levar muito tempo até que se tornem parte do nosso cotidiano. Independentemente do argumento anterior, ainda há um longo caminho a percorrer até que tudo seja regido por um contrato inteligente – se é que isso vai acontecer!

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O que é tokenização?

O que é tokenização?

Breve história da tokenização

A tokenização existe desde os primórdios dos primeiros sistemas monetários, nos quais os tokens de moeda são usados ​​há muito tempo como substitutos de moedas e notas reais. Tokens de metrô (passes) e tokens de cassino (fichas) são exemplos disso, pois servem como substitutos do dinheiro real. Isso, todavia, se trata de tokenização física.

A tokenização digital, por sua vez, foi usada já na década de 1970. Nos bancos de dados da época, era usado para separar certos dados confidenciais de outros dados armazenados.

Mais recentemente, a tokenização foi usada no setor de cartões de pagamento como forma de proteger os dados confidenciais do titular do cartão e cumprir os padrões do setor. A organização TrustCommerce é creditada com a criação do termo “tokenização”, utilizado para  definir um serviço de proteção dos dados do cartão de pagamento, em 2001.

Mas afinal, o que é tokenização?

Se denomina tokenização o processo de substituição de dados confidenciais por símbolos de identificação exclusivos que retêm todas as informações essenciais sobre estes mesmos dados, sem comprometer sua segurança. 

A tokenização visa minimizar a quantidade de dados que uma empresa precisa manter em mãos e tem se tornado uma maneira popular para pequenas e médias empresas reforçarem a segurança das transações de cartão de crédito em comércios eletrônicos (e-commerces), minimizando o custo e a complexidade da conformidade com a indústria e suas normas e regulamentos governamentais.

Por exemplo, é possível tokenizar uma Ferrari de colecionador, cujo valor é R$1.000.000,00 em frações de R$1,00 para 1 milhão de pessoas. Ou até mesmo uma obra de arte, cujo valor é de R$1.000.000,00 em frações de R$1. 

Dessa forma, se a Ferrari ou a obra valorizarem em 10 vezes, cada fração (token) valerá R$10 e o valor total será de 10 milhões de reais. 

Exemplos de tokenização

A tecnologia de tokenização pode, em teoria, ser utilizada através de dados confidenciais de todos os tipos, incluindo transações bancárias, registros médicos, registros criminais, informações de motoristas de veículos, pedidos de empréstimos, negociação de ações e registro de eleitores. Na maioria das vezes, qualquer sistema que possa usar o token como substituto para informações confidenciais pode se beneficiar da tokenização.

A tokenização é frequentemente usada para proteger dados de cartão de crédito, informações de contas bancárias e outros dados confidenciais tratados por um processador de pagamentos. Os casos de uso de processamento de pagamento que tokenizam informações confidenciais de cartão de crédito incluem:

  • Carteiras móveis como Android Pay e Apple Pay;
  • Sites de e-commerce;
  • Empresas que mantêm o cartão de um cliente em arquivo;

Como funciona a tokenização?

A tokenização substitui informações confidenciais por informações não confidenciais equivalentes. As informações de substituição não confidenciais são chamadas de token.

Os tokens podem ser criados de várias maneiras:

  • Utilizando uma função criptográfica matematicamente reversível com uma chave;.
  • Utilizando uma função não reversível, como uma função de hash;
  • Utilizando uma função de índice ou um número gerado aleatoriamente;

Como resultado, o token se torna as informações expostas e as informações confidenciais que o token representa são armazenadas com segurança em um servidor centralizado conhecido como “cofre de tokens”. O cofre de tokens é o único local onde as informações originais podem ser mapeadas de volta para seu token correspondente.

Algumas tokenizações, por sua vez, excluem a necessidade de um cofre de tokens. Em vez de armazenar as informações confidenciais em um banco de dados seguro, os tokens sem cofre são armazenados usando um algoritmo. Se o token for reversível, as informações confidenciais originais geralmente não são armazenadas em um cofre.

Aqui está u processo detalhado de como funciona a tokenização com um cofre de tokens no “mundo real”:

  1. Um cliente fornece seus detalhes de pagamento em um sistema de ponto de venda (POS) ou formulário de check-out online;
  2. Os detalhes, ou dados, são substituídos por um token gerado aleatoriamente, que é gerado na maioria dos casos pelo gateway de pagamento do comerciante;
  3. As informações tokenizadas são então criptografadas e enviadas para um processador de pagamento; 
  4. As informações de pagamento confidenciais originais são armazenadas em um cofre de tokens no gateway de pagamento do comerciante. Este é o único lugar onde um token pode ser mapeado para as informações que ele representa;
  5. As informações tokenizadas são criptografadas novamente pelo processador de pagamento antes de serem enviadas para verificação final.

Tokenização e PCI DSS

Os padrões da indústria de cartões de pagamento (PCI) não permitem que números de cartão de crédito sejam armazenados no terminal POS de um varejista ou em seus bancos de dados após uma transação. Para ser compatível com PCI, os comerciantes devem instalar sistemas de criptografia de ponta a ponta ou terceirizar seu processamento de pagamentos para um provedor de serviços que forneça uma opção de tokenização. O provedor de serviços lida com a emissão do valor do token e tem a responsabilidade de manter os dados do titular do cartão bloqueados.

Nesse cenário, o provedor de serviços emite ao comerciante um driver para o sistema POS que converte os números de cartão de crédito em valores gerados aleatoriamente (tokens). Como o token não é um número de conta principal (PAN), ele não pode ser usado fora do contexto de uma transação exclusiva com um comerciante específico. 

Em uma transação com cartão de crédito, por exemplo, o token normalmente contém apenas os quatro últimos dígitos do número real do cartão. O restante do token consiste em caracteres alfanuméricos que representam informações do titular do cartão e dados específicos da transação em andamento.

Benefícios da tokenização

A tokenização torna mais difícil para os hackers obterem acesso aos dados do titular do cartão, em comparação com sistemas mais antigos nos quais os números de cartão de crédito eram armazenados em bancos de dados e trocados livremente pelas redes.

Os principais benefícios da tokenização incluem:

  • Maior compatibilidade com sistemas do que com criptografia;
  • Consome menos recursos do que a criptografia;
  • Risco de violação de dados reduzido;
  • Torna o setor de pagamentos mais conveniente e prático;
  • Aumento da confiança com o cliente relacionado à segurança;
  • Reduz etapas de conformidade com os regulamentos do PCI DSS para comerciantes.

Tipos de tokens

Existem várias maneiras pelas quais os tokens podem ser classificados e não há um método único de classificá-los. Existem, no entanto, três tipos principais de tokens, conforme definido pela Securities and Exchange Commission (SEC) e pela Swiss Financial Market Supervisory Authority (FINMA). Os tipos diferem com base em sua relação com o ativo do mundo real que representam e incluem o seguinte:

Token de ativo/segurança

São tokens que prometem um retorno positivo sobre um investimento. Estes tokens são  economicamente análogos a títulos e ações.

Token de utilidade 

Estes tokens são criados para atuar como algo além de um meio de pagamento. Por exemplo, um utility token pode dar acesso direto a um produto ou plataforma, ou um  desconto em futuros bens e serviços oferecidos pela plataforma. Tokens de utilidade agregam valor ao funcionamento de um produto.

Moeda/token de pagamento

São criados apenas como meio de pagamento de bens e serviços externos à plataforma em que existem.

Há também uma diferença importante entre tokens de alto e baixo valor. Tokens de alto valor atuam como substitutos para números de contas primárias em uma transação e são usados ​​para concluir a transação. Os tokens de baixo valor, por sua vez, também atuam como substitutos para números de contas primárias, mas não podem ser usados ​​para concluir uma transação.

Tokenização x criptografia

Tokenização digital e criptografia são dois métodos criptográficos diferentes usados ​​para segurança de dados. A principal diferença entre os dois é que a tokenização não altera o comprimento ou o tipo dos dados protegidos, enquanto a criptografia altera o comprimento e o tipo de dados.

Isso torna a criptografia ilegível para qualquer pessoa sem uma chave ou senha, mesmo quando eles podem ver a mensagem criptografada. A tokenização não usa uma senh dessa maneira – não é matematicamente reversível com uma chave de descriptografia. 

A tokenização usa informações não descriptografáveis ​​para representar dados secretos. A criptografia é descriptografável com uma chave. A criptografia tem sido o método preferido de segurança de dados, mas houve uma mudança recente para a tokenização como a opção mais econômica e segura. No entanto, a criptografia e a tokenização são frequentemente usadas em conjunto – como uma espécie de “segurança dupla”, embora desnecessária.

Tokenização e blockchain

A tokenização em blockchain refere-se à emissão de um token da blockchain, também conhecido como token de segurança ou ativo. Os tokens da blockchain são representações digitais de ativos do mundo real. Pode-se dizer, então, que um ativo do mundo real é tokenizado quando é representado digitalmente como criptomoeda.

Nos modelos econômicos tradicionais e centralizados, grandes instituições financeiras e bancos são responsáveis ​​por certificar a integridade do livro de transações. Em uma economia baseada em blockchain ou economia de tokens, essa responsabilidade e poder são transferidos para os indivíduos, pois a integridade das transações é verificada usando criptografia em nível individual em vez de centralizado.

Isso é possível porque os tokens de criptomoeda estão vinculados em uma blockchain, ou grupo de ativos digitais, que permite que o ativo digital seja mapeado de volta ao ativo do mundo real. Blockchains fornecem um registro imutável e com carimbo de data/hora das transações. Cada novo conjunto de transações, ou blocos na cadeia, depende dos outros na cadeia a serem verificados. Portanto, um ativo tokenizado em uma blockchain pode eventualmente ser rastreado até o ativo do mundo real que representa por aqueles autorizados a fazê-lo – enquanto ainda permanece seguro – porque as transações precisam ser verificadas por todos os blocos (blocks) da cadeia (chain).

Como investir em ativos tokenizados?

Um dos exemplos de maior sucesso no mercado brasileiro é a tokenização de precatórios. Elas são dívidas do governo para o público, provenientes de processos cujos valores podem passar dos milhões de reais. 

A Foxbit tokenizou alguns precatórios, disponibilizando frações de dívida a partir de R$50. Com isso, os investidores tiveram acesso a um produto de alta qualidade com retornos entre 15% a 30% ao ano. 

O investidor também pode apostar na tendência de tokenização ao comprar o criptoativo protocolo Synthetix (SNX), disponível na Foxbit. Este protocolo permite a criação de ativos “sintéticos”, tokenizando ações e até mesmo commodities. 

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O que são dApps?

O que são dApps?

Aplicativos descentralizados, ou dApps, são, em essência, versões de aplicativos criados na blockchain do Ethereum baseados em contratos inteligentes (smart contracts). Os dApps funcionam exatamente como aplicativos tradicionais – um usuário nem deve notar a diferença – mas fornecem muito mais em termos de recursos.

Os dApps representam uma nova forma de interagir com as finanças pessoais. Quando pensamos em finanças tradicionais, muitas vezes vêm à mente empréstimos, poupanças, financiamentos e afins. Cada um deles é alimentado, se desejar, por uma autoridade central, como bancos ou outras instituições financeiras.

Muitos consideram as criptomoedas e a blockchain como o presente e o futuro das finanças. Se for o caso, como transações financeiras como empréstimos, por exemplo, irão funcionar num ambiente totalmente descentralizado? É o que colocaremos em xeque neste artigo!

Breve história dos dApps

Embora o Bitcoin (BTC) seja a primeira rede blockchain, a tecnologia evoluiu muito além de uma simples transação financeira. Quando Vitalik Buterin e seus colegas propuseram o Ethereum (ETH) em 2013, eles focaram em algo muito mais amplo – um estilo de vida digital totalmente descentralizado.

Buterin imaginou uma internet baseada em blockchain, onde os usuários tivessem o controle em vez de corporações. Para fazer isso, o Ethereum alimentaria o que são essencialmente declarações automatizadas de causalidade chamadas contratos inteligentes (smart contracts). Esses contratos são imutáveis, pois as regras e limitações foram incorporadas em seu código. Isso significa que qualquer parte pode realizar transações sem intermediário, eliminando a necessidade de plataformas centralizadas.

Curiosamente, 2014 viu o lançamento de um relatório definindo os dApps, chamado “The General Theory of Descentralized Applications, Dapps”. Foi escrito por vários autores com experiência no espaço, como David Johnston e Shawn Wilkinson.

O artigo definiu os dApps como entidades com as seguintes características:

  • Um dApp deve ter código-fonte aberto e funcionar sem intervenção de terceiros. Deve ser controlado pelo usuário, pois ele propõe e vota nas mudanças que são implementadas automaticamente;
  • Todas as informações devem ser mantidas em uma rede blockchain acessível ao público. A descentralização é fundamental, pois não pode haver um ponto central de ataque;
  • Os dApps devem ter algum tipo de token criptográfico para acesso e devem recompensar os contribuidores no referido token, como mineradores e stakers.
  • Um dApp deve ter um método de consenso que gere tokens, como prova de trabalho (PoW) ou prova de participação (PoS);

A partir daí, o artigo classifica três “tipos” ou “camadas” de dApps com base na forma como os usuários interagem com eles.

dApps de Camada 1

Existem por si próprios em seu próprio blockchain. Os projetos mais populares de dApps são de camada um, como o Bitcoin, por exemplo. Eles exigem um algoritmo de consenso e regras previamente incorporadas.

dApps de Camada 2

Geralmente são construídos em cima da camada um, aproveitando o poder do referido blockchain. Muitas vezes considerados protocolos, eles utilizam tokens para interações. Uma solução de dimensionamento construída em cima do Ethereum é um bom exemplo de um DApp de camada dois. As transações podem ser processadas nesta segunda camada antes de se comprometerem com a primeira, retirando alguma carga da cadeia principal.

dApps de Camada 3

Por fim, os dApps da camada três são construídos sobre a camada dois, geralmente contendo as informações necessárias para que as outras duas interajam. Ele pode armazenar as interfaces de programação de aplicativos (APIs) e os scripts necessários para que a camada um e a camada dois funcionem. Por exemplo, um protocolo de camada três pode abrigar vários dApps de camada dois, facilitando a experiência do usuário em todos eles.

Simplificando, o documento define dApps como vários aplicativos que são alimentados por um blockchain central. Alguns podem construir em cima dessa camada inicial, mas todos são considerados dApps, se atenderem aos critérios mencionados acima.

Por que utilizar dApps?

A descentralização oferece vários benefícios em relação aos aplicativos executados em uma rede centralizada. A principal delas é dispensar a necessidade de uma terceira parte envolvida, graças aos smart contracts. Um aplicativo como o PicPay permite enviar dinheiro para qualquer pessoa, no entanto, transferir esses fundos para uma conta bancária custa uma taxa.

Enviar dinheiro por um aplicativo descentralizado, no entanto, significa que não há nenhum ou muito pouco custo envolvido. Isso economiza dinheiro dos usuários em taxas e, considerando que as transações descentralizadas são quase instantâneas, também economiza tempo.

Outra vantagem das plataformas descentralizadas é que elas são invulneráveis ​​a todos os tipos de ataques, pois não há dispositivo físico para “atacar”. Isso não apenas torna a rede dos dApps mais segura, mas também significa que não há tempo de inatividade. É possível acessar a qualquer hora, de qualquer lugar.

Os dApps também podem ser aplicados a praticamente qualquer setor, como de saúde, governança, jogos e até armazenamento de arquivos. Como resultado, o uso dos dApps é bem semelhante aos aplicativos tradicionais. Embora os usuários se beneficiem de todas as alterações no back-end, a experiência real deve ser a mesma. Esta forma de interagir com as aplicações é considerada Web 3.0, referindo-se também à descentralização das informações.

Quando a web começou, era um espaço cheio de informações que qualquer um podia acessar. Com o tempo, as grandes empresas aproveitaram ou centralizaram tudo. Embora essas organizações os forneçam “gratuitamente”, isso tem o custo de fornecer nossos dados – e dados, nos dias de hoje, valem dinheiro!

As empresas então têm controle sobre essas informações, sabem o que seus usuários gostam de comprar, quanto dinheiro eles têm e quem eles conhecem. Esse controle também significa que eles podem tirá-lo. 

Na Web 3.0, por sua vez, utilizar dApps não interfere na sua privacidade. 

Em vez disso, um usuário pode optar por compartilhar apenas as informações necessárias para, digamos, um check-up médico ou um empréstimo, e escolher quem as vê e por quanto tempo. 

As empresas também podem pagar por esse acesso, garantindo que os usuários obtenham vantagem financeira disso. 

Há também a questão da confiança. Em um mundo onde grandes empresas com a chamada alta segurança estão vazando nomes de usuário, e-mails e senhas, é difícil saber em quem confiar.

Utilidades dos dApps

Como já abordamos, a aplicação mais óbvia dos dApps, atualmente, é no setor de finanças. Mas eles já estão sendo utilizados de diversas outras formas! Confira a seguir:

dApps para Finanças

Através dos bancos, os credores ganham certas taxas de juros com base no dinheiro economizado. Quanto mais uma pessoa poupa, mais o banco pode emprestar e mais ambas as partes ganham em termos de juros. No entanto, o banco, que atua como uma entidade centralizada, recebe um corte maior do que os credores gostariam, simplesmente por fornecer um espaço para armazenar fundos.

Num dApp, os credores ganham 100% de seus juros, pois não há intermediário para pagar. Além disso, eles têm mais controle sobre os empréstimos, enquanto recebem tokens da plataforma que escolhem para emprestar.

Quanto aos mutuários, eles têm mais voz em termos de juros pagos, bem como de tempo para pagá-los. De fato, algumas plataformas permitem que os mutuários demorem meses ou até anos para pagar os juros, desde que atendam a um limite mínimo de pagamento. O mutuário também pode discutir as taxas com o credor, garantindo uma decisão justa para ambas as partes envolvidas.

dApps para fins de governança

Na maioria dos casos, votar é um processo monótono. Muitas vezes envolve várias etapas de validação – algumas inacessíveis para cidadãos sem moradia adequada ou para aqueles que sofrem de outros problemas. Isso sem falar em adulteração e atividades ilícitas de eleição como um todo.

Um dApp de votação pode abrir o procedimento para todos através de contratos inteligentes (smart contracts). Basicamente, a comunidade pode votar em uma lista de propostas. Em seguida, eles podem configurar um prazo, digamos, de 48 horas, para os usuários “apostarem” seu voto com tokens. Isso abre a participação de todos, permitindo que qualquer pessoa vote anonimamente.

Os votos são armazenados em uma rede descentralizada, tornando-os imutáveis ​​e invioláveis. Além disso, os contratos inteligentes podem recompensar os eleitores com um token relevante por seus esforços, incentivando as pessoas a votarem nas próximas eleições.

dApps para jogos

Os jogos sempre foram um caso de uso interessante dos dApps. Atualmente, os jogos exigem dezenas de horas investidas em um personagem para crescer – quase sempre investindo dinheiro de verdade – apenas para que ele fique lá e apodreça quando o jogador seguir em frente e começar a jogar outro jogo.

Os dApps apresentam uma solução mais interessante em termos de valor. Pegue um jogo como CryptoKitties, por exemplo. Os jogadores adquirem um ativo tokenizado, neste caso, um gatinho. Esse gatinho cresce com o tempo, aumentando em valor se for criado adequadamente. Um usuário pode então vender esse gato pelo que quiser, supondo que haja um comprador que pague por ele.

Além disso, alguns gatinhos podem cruzar com outros gatinhos, criando um gatinho ainda mais raro e potencialmente mais valioso. Os jogadores podem trocar ou coletar gatinhos, fazendo o que quiserem com esses animais de estimação tokenizados. Seu investimento de tempo torna-se genuinamente valioso. 

Atualmente, o Axie Infinity vem ganhando mais espaço do que o CryptoKitties. mas imagine um futuro onde as horas de jogo entre os dois jogos sejam transmutáveis! Quem sabe?

dApps para mídias sociais

Primeiramente, não há ninguém para censurar postagens, o que significa liberdade de expressão total. Se algumas postagens se tornarem um problema, no entanto, a comunidade pode votar para removê-las.

Os influenciadores também podem ganhar mais. Em plataformas tradicionais, como o Twitter, a empresa lucra mais com os tweets populares. Ele ganha receita de publicidade de todas as visitas ao site, e o autor não recebe, bem, absolutamente nada.

Os dApps de mídia social podem ter um sistema de gorjeta embutido usando seu token, e os usuários podem exibir anúncios e receber seus pagamentos integrais, em vez de uma empresa receber uma fatia considerável.

dApps para arrecadação de fundos e publicidade

Muitos usuários aproveitam um bloqueador de anúncios enquanto navegam online. Obviamente, isso é uma problema para os sites que tentam gerar receita através disso, mas é compreensível em alguns aspectos, pois os anúncios se tornaram bastante desagradáveis ​​de várias maneiras. Um dApp de navegador pode corrigir isso.

À medida que os usuários navegam na web, eles o fazem com um bloqueador de anúncios e rastreadores integrado ao navegador, ganhando criptomoedas ao longo do caminho. Agora, à medida que os usuários encontram criadores e sites que gostariam de apoiar, eles podem optar por permitir contribuições. 

Isso significa que quanto mais um usuário navega, mais ele paga para esse site ao longo do tempo. Os usuários podem até habilitar anúncios para esses sites específicos, ajudando-os ainda mais a longo prazo.

Privacidade é o nome do jogo aqui. Os usuários escolhem quem pode rastreá-los, protegendo suas informações e ainda contribuindo para plataformas que precisam do dinheiro. É uma situação de ganho para todos os lados!

Desvantagens dos dApps

Embora os aplicativos descentralizados (dApp) possam oferecer um futuro livre de corporações, atualmente existem alguns problemas importantes que o setor está trabalhando para resolver.

A falta de uma autoridade central pode significar atualizações mais lentas e mudanças de plataforma. Afinal, uma parte pode simplesmente atualizar seu aplicativo como quiser. Um dApp, no entanto, requer o consenso da maioria da governança interina – mesmo para uma pequena correção de bug. Isso pode levar semanas ou até meses, pois os usuários debatem os prós e os contras de qualquer melhoria.

Além disso, os dApps exigem uma base de usuários de tamanho razoável para funcionar corretamente. Eles precisam de nodes, governança e usuários apenas para interagir com ele. No entanto, acessar os DApps pode ser bastante difícil neste estágio inicial e muitos não estão reebendo o suporte de que precisam.

No futuro, acessar um dApp pode ser tão simples quanto baixar um aplicativo na Apple App Store ou Google Play. Por enquanto, os usuários devem baixar um navegador compatível com dApp, enviar a criptografia necessária para essa carteira e interagir a partir daí. 

Embora os usuários experientes em tecnologia não devam ter problemas com isso, a grande maioria das pessoas não tem ideia de por onde começar. É aí que a gente entra!

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