O que é USDT e como comprar a stablecoin do dólar?

O que é USDT e como comprar a stablecoin do dólar?

As stablecoins surgiram como uma espécie de âncora de estabilidade, em meio ao volátil mercado de criptomoedas. Esse tipo de token costuma ser atrelado a algum ativo fixo ou moedas fiduciárias, como o dólar. Dentro deste setor, há uma sigla muito importante: USDT. Mas então o que é USDT? Simplesmente, estamos falando a maior stablecoin lastreada no dólar norte-americano do mundo e um dos motores de todo o ecossistema de criptomoedas. Por isso, no artigo de hoje, a gente vai se aprofundar em todos os detalhes sobre essa moeda digital, como:
    • O que é USDT?
    • História da stablecoin
    • Como o USDT funciona
    • Reservas auditadas da Tether
    • Diferenças entre USDT X USDC
    • Relevância deste token para o mercado de criptomoedas
    • Regulação da stablecoin no Brasil
    • Onde comprar Tether
Vamos lá!?

O que é USDT?

USDT é uma stablecoin lastreada no dólar. Em outras palavras, isso quer dizer que o token foi projetado para ter o mesmo valor que a moeda norte-americana. Para garantir essa equivalência, cada USDT emitido exige que a empresa se comprometa a ter o US$ 1 correspondente depositado em sua reserva – de preferência auditada. Graças a essa paridade de 1:1 entre unidades de criptomoedas em circulação e valores em reserva, a stablecoin fica garantida, com o compromisso de manutenção da distribuição correta pelo seu emissor. Assim, a Tether estabeleceu uma conexão valiosa entre o universo das moedas digitais e o das moedas fiduciárias.

Leia também: O que são stablecoins?

Como funciona o Tether?

Lançado em 2014, Tether é uma das primeiras stablecoins desenvolvidas a ganhar destaque no mercado de criptomoedas. A empresa opera emitindo os tokens USDT, em resposta aos depósitos em dólar. Então, como comentado acima, a cada novo dólar depositado na reserva, uma nova unidade de USDT é emitida e disponibilizada em circulação para ser negociada nas principais plataformas e exchanges de criptomoedas. Por outro lado, quando um usuário deseja trocar seus tokens USDT por dólares tradicionais, essas stablecoins são “destruídas” ou “queimadas” na blockchain ao serem enviadas para uma carteira USDT inacessível.

Saiba mais: Como ocorre a queima de criptomoedas?

Este procedimento é o que mantém a paridade com a moeda norte-americana intacta.

A história do Theter

Originalmente lançado na rede do Bitcoin, através do protocolo Omni Layer, o Tether expandiu-se ao longo dos anos para outras blockchains. Assim, também é possível transacionar USDT a partir de várias redes, como:
  • Ethereum
  • Avalanche
  • Polygon
  • Cosmos
  • Tron
  • EOS
  • Liquid
  • Algorand
Essa flexibilidade e sua capacidade de proporcionar estabilidade em meio à volatilidade do mercado rapidamente o colocou como um dos tokens mais relevantes e importantes do setor.  Mas vamos ver esses detalhes a seguir!

Tether e as reservas auditadas

No papel, a estrutura de uma stablecoin é bastante simples. Porém, o mercado funciona à base de confiança. Afinal, não basta dizer que um token é pareado com o dólar. É preciso provar isso. Neste caso, a Tether mantém um acesso aberto à forma como o lastro do USDT e suas reservas estão auditadas. Assim, os 162,5 bilhões de tokens USDT estão lastreados da seguinte forma:
  • 79,94%: Dinheiro, equivalentes ou depósitos de curto prazo acessíveis
  • 6,24%: Empréstimos garantidos (nenhum para entidades afiliadas)
  • 5,49%: Bitcoin
  • 5,37%: Metais preciosos
  • 2,96%: Outros investimentos
  • 0,01%: Títulos de empresas
Em um primeiro momento, não fica claro ao que se refere o maior montante da reserva auditada de USDT. Entretanto, a Tether também divulga os detalhes desses 79,94%, sendo compostos por:
  • 81,2%: Letras do Tesouro dos Estados Unidos
  • 12,58%: Acordos recompra de reserva durante a noite
  • 4,88%: Fundos do mercado monetário
  • 1,28%: Acordos de recompra de reserva de prazo
  • 0,04%: Letras do Tesouro não-americanas
  • 0,02%: Dinheiro e depósitos bancários
Detalhamento das reservas auditadas de USDT pela Tether

Fonte: Tether Transparency, em 20/08/2025, às 15h03min.

Apesar de toda a transparência, esses últimos dados acabam deixando uma pulga atrás da orelha em participantes mais céticos do mercado. Afinal, apenas 0,02% das reservas de USDT estão sob lastreio de dinheiro físico diretamente. Porém, isso não necessariamente é um problema.

‘Depeg’ da USDT

Apesar de você já saber o que é USDT, há uma palavra que pode acompanhar essa importante sigla: Depeg. Esse termo se refere à perda de paridade de um ativo. Neste caso, se um 1 USDT obrigatoriamente deve valer US$ 1, valores acima ou abaixo disso mostram que houve um “depeg” entre o ativo e seu lastro.
Terra USD
Para exemplificar, talvez o caso mais conhecido de “depeg” tenha sido o da extinta Terra USD (UST). Desenvolvida em 2022 pelo grupo da blockchain Terra, a criptomoeda sofreu uma forte disparidade sobre seu lastro, após falhas graves no algoritmo e na liquidez do ativo. Com isso, o token caiu de US$ 0,99 para US$ 0,68. Ou seja, uma “desvalorização” de quase 47%. Gráfico do depeg do token Terra USD, stablecoin da Terra Luna, em 2022 Não à toa, a situação ficou conhecida mundialmente, o CEO da plataforma foi investigado, e o protocolo simplesmente faliu, já que ninguém mais confiava nele.
Depeg da USDT
Além disso, a própria USDT já sofreu com depeg no passado. Entretanto, as movimentações foram extremamente mais suaves. Em 2017, o token derrapou de US$ 1 para US$ 0,92. Pouco tempo depois se recuperou e buscou um topo de US$ 1,03. Porém, desde agosto de 2020, a USDT encontrou uma forte estabilidade. Gráfico de preços da stablecoin USDT Apesar dessa volatilidade poder gerar algum lucro para os investidores, este não é o propósito de uma stablecoin.

Tether equilibra volatilidade do mercado de criptomoedas

O Tether é muito mais do que uma simples representação digital do dólar norte-americano. Ele tem uma atuação extremamente importante que “regula” parte da volatilidade intensa presente no mercado de criptomoedas. Para ficar mais claro este papel, imagine um cenário em que está acontecendo uma negociação de Bitcoin por Ethereum (BTC/ETH).
  1. Você vende BTC para comprar ETH
  2. ETH se valoriza em 10%
  3. Você deseja obter lucro e vender seu ETH para comprar mais BTC.
  4. Enquanto a operação está sendo processada, o Bitcoin recua em 15%.
Apesar de estar correto sobre a direção do ETH, você sofreria uma perda devido à queda do BTC. Ao usar USDT, sua única preocupação se torna apenas o preço do Ethereum.

USDT X USDC

A USDT é, de fato, a stablecoin lastreada no dólar mais valiosa do mercado atualmente. Porém, há concorrência neste setor, o que pode dificultar a escolha do investidor. Neste caso, estamos falando da USDC. Apesar de ambas serem confiáveis e receberem o aval do mercado como stablecoins, elas apresentam algumas diferenças, como:
  • Emissão: A USDT é emitida pela empresa Tether desde 2014. Já a USDC surgiu quatro anos depois, sendo controlada pela Circle.
  • Auditorias: Os atestados de reservas cambiais da USDT são realizados pela própria Tether, o que gera algumas críticas do mercado. Enquanto isso, a USDC se baseia em atestados (não auditorias) da Grant Thornton, uma consultoria de contabilidade, o que mitiga os receios, mas não os resolvem.
  • Capitalização: A USDT domina o mercado de stablecoin, sendo a maior do setor e a quarta mais valiosa entre todas as criptomoedas, segundo do CoinMarketCap. Já a USDC ocupa a sétima colocação, ficando cerca de 2,5x abaixo da “rival”.
  • Reputação: Mesmo com uma certa desconfiança em relação à USDT, a stablecoin é uma das mais utilizadas do mundo, sendo porta de entrada e saída para novas criptomoedas. Por outro lado, a USDC ganhou tração na sua adoção, após levantar mais de US$ 1 bilhão em um IPO nos Estados Unidos.

USDT no Brasil

Todas essas características técnicas e mercadológicas colocaram o Tether em evidência no mundo todo. E a popularidade da stablecoin também chegou no Brasil, sendo, agora, a criptomoeda mais utilizada no país.
Gráfico da Chainalysis aponta os tipos de cripromoedas mais utilizadas na América Latina
Ao aprofundar nos dados do relatório recente da Chainalysis, que coloca o Brasil em 9º lugar no ranking global de adoção de criptomoedas, o documento mostra os detalhes deste comportamento. E como observado, o USDT se mostra mais popular que o próprio Bitcoin, a moeda mais conhecida e valiosa do mundo.
Gráfico mostra uso de USDT no Brasil e Argentina

Vantagens da USDT

Atualmente sendo a stablecoin mais dominante do mercado, o Tether oferece uma série de vantagens significativas para traders, investidores e usuários em geral. A seguir, estão algumas das vantagens mais notáveis do Tether:
  • Estabilidade de Preço: Ao contrário de outras criptomoedas como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), que são conhecidas por sua volatilidade, o Tether mantém uma paridade próxima de 1:1 com o dólar americano. Isso oferece uma zona de segurança para os investidores durante os períodos de volatilidade mais acentuada do mercado, entre outros benefícios.
  • Liquidez elevada: O Tether é amplamente aceito e negociado em quase todas as principais exchanges de criptomoedas. Sua alta liquidez facilita a entrada e saída rápida do mercado.
  • Transações rápidas, baratas e globais: Transferir USDT entre carteiras ou exchanges é geralmente mais rápido e mais barato do que transferir moedas fiduciárias tradicionais. Ele também é um token usado globalmente sem as limitações e taxas associadas às conversões de moeda tornando-o interessante para operações e remessas internacionais por pessoas físicas e jurídicas.
  • Hedging e arbitragem: Traders e investidores usam o Tether como uma ferramenta de hedging para proteger seus investimentos durante quedas de mercado e até mesmo para a criação de reservas em dólar. Além disso, a estabilidade do Tether o torna factível para oportunidades de arbitragem entre diferentes exchanges.
  • Gateway para o mundo cripto: Para muitos novos usuários, comprar Tether é o primeiro passo para entrar no mundo das criptomoedas. Ele serve como uma ponte entre o mundo fiduciário e o mundo cripto.
  • Transparência e Segurança: Embora tenha havido controvérsias, a empresa por trás do Tether tem se esforçado para aumentar a transparência, fornecendo relatórios regulares sobre suas reservas.
Por fim, além das exchanges, o Tether está sendo cada vez mais aceito por comerciantes e prestadores de serviços, ampliando suas aplicações no mundo real.

Desafios do Tether

Apesar de sua popularidade e utilidade no mercado de criptomoedas, o Tether não está isento de controvérsias e desafios. Aqui estão algumas das principais questões que surgiram em relação ao USDT:

Questões de mercado

Reservas e auditorias: Primeiramente, uma das maiores controvérsias em torno do Tether é a questão de suas reservas. A empresa afirma que cada USDT é lastreado 1:1 por dólares americanos, mas houve momentos em que o mercado questionou essa afirmação. Adicionalmente, a ausência de auditorias regulares e transparentes por empresas reconhecidas gerou dúvidas sobre a real situação das reservas do Tether. Manipulação de Preços do Bitcoin: Em um estudo de 2018, pesquisadores da Universidade do Texas apontaram que o Tether poderia estar influenciando o preço do Bitcoin, especialmente durante a alta histórica de 2017. Por isso, eles sugeriram que novos Tethers eram emitidos sem o devido lastro e utilizados para adquirir Bitcoin, elevando seu preço de forma artificial. Concorrência Crescente: Além disso, com a ascensão de outras stablecoins, como USDC, DAI e BUSD, o Tether tem o desafio de manter sua liderança no mercado.

Questões regulatórias

Mudança na Garantia de Lastro: No ano seguinte, em 2019, o site do Tether atualizou suas informações, indicando que o USDT poderia ser lastreado não apenas por dólares americanos, mas também por “equivalentes em caixa e outros ativos e recebíveis de empréstimos feitos pela Tether a terceiros”. Esta mudança, embora visasse aprimorar a transparência, gerou novas preocupações sobre o verdadeiro lastro do Tether. Desafios Regulatórios: Assim como outras criptomoedas, o Tether enfrenta desafios regulatórios em diversas regiões. Esta sua natureza de stablecoin lastreada em moeda fiduciária atraiu a atenção de reguladores, que expressaram preocupações com lavagem de dinheiro, evasão fiscal e estabilidade financeira. Em resumo, estas controvérsias e desafios ilustram a complexidade do cenário em que o Tether atua. Assim, mesmo que continue sendo uma peça-chave no mercado de criptomoedas, é vital que investidores e usuários estejam informados sobre os riscos associados ao seu uso.

Tether: Gráfico, Cotação e Preço hoje

O Bitcoin segue sendo o grande ativo do mercado de criptomoedas. Entretanto, as condições especiais da USDT a colocam com pouco mais de 4,4% de dominância de todo o setor. Seu concorrente, USDC, por exemplo, possui “apenas” 1,78%.

Gráfico capitalização de mercado da stablecoin Tether (USDT)

Capitalização de mercado do Tether, via CoinMarketCap. Considerando a capitalização de mercado, o Tether é a quarta maior moeda digital, com US$ 167 bilhões. Já seu preço se mantém estável na faixa de US$ 1, com um ou outro leve “depeg” (despareamento) de curto prazo em sua história.

Você pode comprar USDT na Foxbit!

Diante de seu papel fundamental como porta de entrada para o mundo das criptomoedas, não é surpresa que um dos tokens mais democráticos do mundo esteja disponível nas plataformas da Foxbit Exchange! Além disso, essa capacidade de combinar os benefícios das moedas digitais com a estabilidade do dólar americano consolidou o Tether como uma força a ser reconhecida. Neste caso, vale ressaltar que, mesmo que não apresente flutuações tão expressivas quanto Bitcoin e Ethereum, sua relevância no mercado é inegável. Olhando para o futuro, enquanto o universo das criptomoedas continua em expansão, o Tether, sem dúvida, desempenhará um papel crucial nas inovações que estão a caminho!
Tether: o novo token listado na Foxbit!

Tether: o novo token listado na Foxbit!

Seguindo o nosso trabalho de constante melhoria na plataforma para torná-la mais atrativa, apresentamos à vocês o Tether, o novo utility token listado na Foxbit.

Estamos sempre escutando todos os feedbacks e sugestões de vocês e o que mais nos pedem é: criptoativos novos no book!

Com a inclusão desse novo criptoativo, agora a Foxbit passa a ter sete em sua plataforma: Bitcoin, Ethereum (Ether), Litecoin, TrueUSD, XRP (Ripple), Chainlink (LINK) e Tether (USDT).

Mas calma que não para por aí, com a inclusão de Tether na Foxbit agora temos também pares cripto/cripto no book: BTC x USTD e ETH x USDT. 

Ah! E por enquanto ainda não é possível sacar o Tether, o token está disponível somente para depósitos, compras e vendas.

O que é Tether?

Tether é um utility token baseado em uma plataforma de tecnologia blockchain na qual as moedas digitais em circulação são lastreadas em uma quantidade equivalente de moedas fiduciárias tradicionais – no caso o dólar que são mantidos em uma conta bancária designada. Os tokens Tether, são negociados com o símbolo USDT.

Diante de um mercado de preços volátil, um vendedor pode e deverá ficar cético ao negociar bens e serviços por medo de perder valor devido à alta modificação diária de preços – uma das razões pelas quais as criptomoedas ainda não foram amplamente adotadas. Claramente, eles são avessos ao poder de compra que a volatilidade pode proporcionar.

Aqui aparece a primeira grande vantagem do uso do tether, vantagem essa que as moedas tradicionais não oferecem, por ser uma moeda estável, possui valor na conversão para moedas fiduciárias, para dessa forma, facilitar operações de pagamentos.

O Tether ocupa o 5º lugar entre os mais altos valores de mercado (cerca de US$ 51,013,755,699 bilhões) em 29/04/2021.

Seu valor, contudo, é igual a 1 dólar, visto que o Tether é lastreado na moeda norte-americana. É também a stablecoin mais popular do mundo e até atua como uma substituição do dólar em exchanges internacionais. Ser lastreado pelo dólar significa que para cada Tether emitido, há uma quantia equivalente em dólares mantidos em reserva.

Legal né? Quer saber mais benefícios do Tether?

Fizemos um post completo pra você! Clique aqui e saiba tudo sobre o Tether, o novo token listado na Foxbit.

As stablecoins e a promessa de estabilidade

As stablecoins e a promessa de estabilidade

Como o próprio nome já diz (em inglês, “stable” significa “estável” e “coin” significa “moeda”), stablecoins são criptomoedas criadas para ter um valor estável.

Apesar da volatilidade associada às criptomoedas ter efeitos positivos em momentos de alta, pois pode contribuir para a popularização, como ocorreu com o bitcoin no final de 2017, também pode ter efeitos negativos, já que pode desestimular sua adoção como forma de pagamento por conta da instabilidade do poder de compra e afastar investimentos.

Com a intenção de minimizar os efeitos da volatilidade, as stablecoins vêm ganhando cada vez mais espaço, visto que a estabilidade é capaz de reduzir o risco financeiro ao permitir que os investidores se livrem das flutuações sem ter que sair do mercado cripto. É possível dividi-las em dois grupos: as lastreadas em algum ativo e as algorítmicas, vamos explicar melhor abaixo.

Stablecoins lastreadas em ativos

Essas mantém uma reserva do ativo em questão de garantir a estabilidade do valor. De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa Blockchain em setembro, esse grupo corresponde a 77% das stablecoins existentes. Podemos classificá-las em dois tipos:

Stablecoins lastreadas em ativos tradicionais (commodities ou moedas fiat) – O valor é atrelado a alguma moeda fiat (dólar, real, euro, etc) ou a alguma commodity (produtos de qualidade e características cujo preço é determinado pela oferta e procura internacional. Exemplos: cobre, ouro, petróleo, etc).

As stablecoins atreladas a moedas fiat são as mais comuns e foram as primeiras a aparecer no mercado. A paridade do valor na proporção de 1:1 com a moeda fiat é garantida por meio de depósitos feitos através de instituições financeiras reguladas.

O montante depositado deve refletir a quantidade em circulação da stablecoin de modo que quem possui 1 unidade da stablecoin seja capaz de resgatá-la por 1 unidade da moeda fiat. Exemplos: TrueUSD, USD Tether, dentre outras.

No caso das stablecoins lastreadas em commodities, a estabilidade do valor é garantida por reservas da commodity, sendo respaldadas por valores reais e tangíveis. Essas reservas devem refletir a quantidade em circulação de modo que quem possui 1 unidade da stablecoin seja capaz de resgatá-la por 1 unidade do ativo real (por exemplo, 1 grama de ouro é resgatada por 1 stablecoin). Exemplos: Digix Gold Tokens e Petro.

Por serem lastreadas em ativos cujo o preço flutua de outras variáveis, essas stablecoins não sofrem com valorizações ou desvalorizações das criptomoedas. Por outro lado, elas estão sujeitas à volatilidade e ao risco do ativo e a confiança depositada nos governos, devido a sua relação com instituições tradicionais.

As stablecoins lastreadas em ativos tradicionais são consideradas centralizadas, pois a instituição que as emite é também aquela que administra os depósitos desses ativos. Então, é preciso confiar que ela manterá os depósitos adequadamente e que os ativos são resgatáveis.

Essa centralização é um dos pontos mais criticados, pois vai contra a proposta de descentralização. Essa estrutura centralizada também é propensa a vulnerabilidades e riscos. Auditorias externas precisam ser realizadas para verificar a credibilidade das contas.

Ainda assim é preciso cumprir certas exigências regulatórias, já que essas stablecoins estão ligadas a ativos regulamentos e mantém os depósitos em sistemas bancários tradicionais, o que dá margem para um controle do Estado, pois entidades reguladoras podem, em teoria, forçar a instituição responsável por uma stablecoin desse tipo a proibir transações de algumas pessoas específicas.

Stablecoins lastreadas em outras criptomoedas Esse tipo de stablecoin tenta fixar o preço em relação a uma determinada moeda fiat colocando como lastro uma quantia de uma única criptomoeda ou uma cesta de criptomoedas.

Isso elimina a necessidade de confiar em terceiros, já que o processo pode ser feito em um blockchain, porém introduz outra fonte de volatilidade, pois as criptomoedas não são estáveis. Assim, essas stablecoins são descentralizadas e têm uma estrutura transparente, além de serem facilmente convertidas para outras criptos, mas são garantidas por ativos muito voláteis.

Exemplo: Dai. A relação atual considerada segura é de 150 ethers (ETH) para cada 100 DAI.

Stablecoins algorítmicas (Seignorage)

Esse grupo de stablecoins não possui lastro. Elas tentam manter a paridade em relação a uma moeda fiat por meio da definição algorítmica de uma política monetária pré-definida que expande e contrai a oferta disponível no mercado, como um banco central.

Por exemplo, se o preço da stablecoin estiver muito alto, o algoritmo do protocolo emitirá novas unidades e as introduzirá no mercado, aumentando a oferta até atingir a paridade de preço. Se o preço estiver muito baixo, o algoritmo comprará a stablecoin no mercado, diminuindo a oferta até atingir a paridade de preço.

A compra das stablecoins no mercado é feita basicamente pela vendendo títulos que dão direito a uma unidade daquela mesma stablecoin em uma data futura, incentivando os detentores a vendê- las. É preciso acreditar que a plataforma e o projeto ainda existirão na data de resgate.

Algumas Stablecoins

Apesar do Tether ser a mais famosa, existem mais de 60 stablecoins no mercado. Dentre esses, TrueUSD, DAI e Gemini, que oferecem paridade ao dólar e, portanto, concorrem com o Tether, são regulados, logo seguem padrões de auditoria e transparência, algo que diminui o temor no mercado que estes ativos não poderão ser resgatados contra o dólar americano.

Antes havia muitas suspeitas sobre as reservas de ativos que garantiam a estabilidade, porém, com algumas iniciativas tendo apoio institucional, foi gerada maior confiança.

No entanto, de acordo com Garrick Hileman, head de pesquisa na empresa Blockchain, quase 60% dos US $ 350 milhões investidos em capital de risco em projetos de stablecoin foram direcionados para abordagens que não dependem dos bancos e, portanto, prometem ser mais descentralizados e acessíveis. A seguir, detalharemos algumas dessas stablecoins:

Tether

A maior stablecoin por capitalização de mercado é o Tether (USDT). São muitas as especulações que giram em torno da empresa, cujos sócios são os mesmos da exchange Bitfinex.

A empresa alega que cada token emitido é apoiado por um dólar dos Estados Unidos, no entanto, não houve uma auditoria forte para confirmar essa afirmação de que a empresa de fato possui reservas equivalentes em dólar americano ao total de Tethers que circulam no mercado. Além disso, o Tether de repente perdeu sua paridade com o USD em outubro, já que o valor do token USDT caiu significativamente abaixo de US $ 1.

DAO

Criada pela MakerDAO, a DAI é uma criptomoeda descentralizada com um valor nominal atrelado ao dólar americano. A DAI alcança a estabilidade de preços através de um sistema autônomo de contratos inteligentes que responde às dinâmicas de mercado variáveis. O Ether (ETH) é usado.

Basis

A Basis arrecadou US$ 133 milhões em abril de 2018 de várias empresas de grande porte do Vale do Silício e que se autodenominou “uma criptomoeda com um banco central algorítmico” e que a pouco tempo anunciou o encerramento do projeto, comunicando que devolveria o capital levantando aos investidores.

O projeto foi finalizado porque teria que aplicar regulamentações de valores mobiliários impostas pelos Estados Unidos, o que implicaria uma centralização das operações e limitações nos participantes do leilão.

Benefícios de estabilidade

As stablecoins, diminuindo a volatilidade das criptomoedas, tornam sua adoção como forma de pagamento mais viável, o que pode ser benéfico para pessoas que vivem em países que sofrem com altas taxas de inflação e têm poder de compra reduzido.

Nesses países, a possibilidade de converter seu dinheiro em stablecoins pode garantir que o valor de seu dinheiro seja preservado. Traz também a possibilidade de ajudar investidores a proteger seu capital reduzindo o risco trazidos com as variações de valor.

O conceito das stablecoins é interessante, porém, há uma crença de que talvez seja impossível criar uma stablecoin perfeita, descentralizada e estável ao mesmo tempo. Provavelmente haverão ainda muitas iniciativas nesse sentido, mas é preciso cuidado. Não se deve supor que a stablecoin seja tão estável quanto qualquer moeda fiat no longo prazo.