Como a nova economia pode impactar no futuro do dinheiro?

Como a nova economia pode impactar no futuro do dinheiro?

A economia vive de ciclos. Séculos atrás, a troca direta entre produtos era a principal ferramenta financeira do mundo. Depois, surgiram as moedas, as cédulas, os recibos bancários, cheques até à primeira etapa de digitalização monetária, com os cartões de crédito e débito. Agora, um novo movimento já está em andamento. Com toda a revolução proporcionada pelas criptomoedas, uma nova economia começa a se formar, em que os usuários podem ser livres para decidir qual moeda usar e interagir com serviços financeiros ao redor do mundo, em modelos mais transparentes e descentralizados.

Toda essa revolução, claro, já dá mostras de enormes impactos no futuro do dinheiro como o conhecemos.

O que é o dinheiro?

“Meio de pagamento, na forma de moedas ou cédulas, emitido e controlado pelo governo de cada país (…) cédula e moeda usados como meio de pagamento.” (Definição de dinheiro em economia, segundo a Oxford Languages).

Essa definição de dinheiro, fornecida pela Oxford Languages, pode até mesmo estar ultrapassada, já que o dinheiro pode existir em outras formas que não através de moedas ou cédulas emitidas e controladas por um governo central.

O dinheiro foi uma ferramenta desenvolvida pela humanidade para simplificar as trocas, que antes eram feitas por meio do escambo. Duas pessoas poderiam, então, usar essa representação de valor, para trocar bens e serviços de forma mais eficiente.

Além de método de pagamento, o dinheiro também permite criar uma  reserva de valor. Quando você recebe dinheiro por uma mercadoria ou serviço, é possível guardá-lo para usá-lo depois, em um momento de maior interesse.

O futuro do dinheiro no livre mercado e na nova economia

Com a criação do bitcoin (BTC) e o surgimento de dezenas de outras criptomoedas descentralizadas, foi criado um mercado competitivo ao dinheiro, em oposição ao modelo centralizado e monopolista das moedas de Bancos Centrais.

O autor e economista Friedrich August von Hayek já havia previsto a existência de um livre mercado competitivo de diferentes moedas, em que os usuários seriam os responsáveis por escolher qual moeda usar, quando e onde.

F.A. Hayek escreveu algumas obras abordando este assunto e a mais conhecida talvez seja o livro “A Desestatização do Dinheiro”. Na obra, ele afirma:

“ Certamente pode existir dinheiro, e mesmo muito satisfatório, sem qualquer intervenção do governo, embora raramente tenha sido permitido que esse dinheiro existisse por muito tempo.” (HAYEK, 2011, p. 44)

Atualmente, já conseguimos ver estas novas dinâmicas econômicas acontecendo, com grupos de pessoas montando negócios e utilizando diferentes criptomoedas como meio de pagamento: bitcoin, Ethereum (ETHER), Nano (XNO), Monero (XMR), Ripple (XRP), Litecoin (LTC), Dogecoin (DOGE), Bitcoin Cash (BCH), Dash (DASH), ZCash (ZED) e tantas outras.

Não apenas o uso de moedas como meio de trocas vem mudando as relações financeiras na nova economia, mas o surgimento de plataformas DeFi, com sistemas de empréstimos e trocas descentralizadas também muda muito a experiência dos usuários com seu dinheiro e seus investimentos.

Instituições financeiras tradicionais têm que se adaptar nos próximos anos e compreender as mudanças, aparentemente inevitáveis, que estão surgindo com toda essa revolução. Muitos bancos e fintechs, inclusive, já vem modificando seus modelos de negócios e abraçando parte da tecnologia blockchain e das criptomoedas em seu dia a dia.

Cada vez mais empresas e pessoas decidem utilizar cripto como dinheiro e também como outros produtos financeiros. Se o cenário permanecer o mesmo, a tendência é que essa adoção seja cada vez mais crescente.

No Brasil, 33% dos investidores já possuem os criptoativos como escolha “número 1” para alocação de capital; e 26% dos brasileiros já escolhem utilizar criptomoedas entre outras opções de produtos financeiros, perdendo em preferência de uso apenas para: Conta corrente (73%), cartão de crédito (72%) e conta poupança (55%). Tudo isso de acordo com dados fornecidos pela “Statista Global Consumer Survey; Finbold”.

Moedas Digitais dos Bancos Centrais

Em uma tentativa de adaptação dentro de uma nova economia que se torna cada vez mais digital, os bancos centrais também tentam manter seu controle sobre o dinheiro e cada vez mais países se preparam para lançar as CBDCs, que são moedas digitais dos bancos centrais.

O Brasil também está trabalhando nesta direção, com previsão de lançamento do Real Digital para 2023-2024.

Em países como Nigéria e China, a CBDC de cada um deles já está em circulação na sociedade, apesar de que a população nigeriana parece ainda se manter muito resistente na adoção da moeda digital centralizada; com a possibilidade de usar moedas digitais descentralizadas mais competitivas e melhores.

No caso específico da China, o governo vem trabalhando em uma versão do iene digital com data de expiração que, caso passe da validade, perde todo seu valor. O que é feito com o objetivo de forçar as pessoas a gastarem suas moedas, acaba, na realidade, sendo uma perspectiva contrária ao que muitos economistas consideram como característica básica do dinheiro – que é a durabilidade. O dinheiro precisa ser durável para que possa atender seu objetivo.
Tudo ainda é muito novo e essa nova economia ainda se encontra em uma fase experimental, de descobertas e tentativas de respostas para perguntas recentes. Não sabemos ao certo exatamente como será o futuro do dinheiro, mas te convidamos a descobrir e explorar algumas destas possibilidades com a Foxbit daqui para frente.

Davos 2023: Criptomoedas são destaques nos primeiros dias do WFE

Davos 2023: Criptomoedas são destaques nos primeiros dias do WFE

Disseminar conhecimento e ficar por dentro das tendências e perspectivas de diversos mercados é super importante para se manter atualizado e prever possíveis novidades que estão por vir. Muitas vezes, conteúdos mais sensíveis  sobre estes temas estão na cabeça de CEOs ou representantes de grandes empresas que quase nunca estão acessíveis ao público. Porém, o Fórum Econômico Mundial (WFE), que acontece anualmente na cidade de Davos, na Suíça, se tornou uma boa oportunidade para ouvir as grandes referências e líderes mundiais sobre assuntos relevantes e problemas mundiais. No evento que rola durante toda esta semana, muitos temas já foram destaques, sendo um bastante importante para a gente. Confira aqui o que rolou até agora sobre Criptomoedas em Davos 2023!

Davos 2023: Blockchain “imparável”

Para muito além das criptomoedas como ativos, há todo um mercado da própria tecnologia que envolve o setor. O blockchain, banco de dados distribuído e base das moedas digitais, é responsável pela verificação rápida, barata, segura e imutável de diversos tipos de informações. Essas características têm sido objeto de estudo de empresas gigantes que procuram mais segurança digital e eficiência em rastreio da cadeia de suprimentos, redução de burocracia, tokenização e acessibilidade, entre outros.

Embora a perspectiva regulatória ainda não esteja clara em muitos países, foi consenso nestes primeiros dias de Davos 2023, que o blockchain está aí para ficar. O presidente do UBS Group AG, Colm Kelleher, descreveu a tecnologia como “imparável”, mas acrescentou a necessidade de uma conformidade legal sobre seu uso.

Davos 2023: Desenvolvimento de DAOs

A partir do blockchain, existem muitas possibilidades de atuação, como é o caso das Organizações Autônomas Descentralizadas – DAOs. Basicamente, este ambiente permite reunir pessoas desconhecidas, de diferentes partes do mundo, em uma plataforma com regras estabelecidas, onde as decisões são tomadas de forma democrática, autônoma e codificada.

Com o controle todo na mão dos membros e as regras descritas em códigos computacionais, a organização fornece uma espécie de programa de computador transparente, podendo ser aplicada de diversas formas no mundo atual, como nas finanças descentralizadas.

Em Davos 2023, o WEF publicou o relatório “Kit de ferramentas de Organização Autônoma Descentraliza”. No documento, foi reconhecido o potencial da ferramenta, além de discutirem possíveis aplicações das DAOs. Para os programadores, foi interessante observar que esse “kit” trouxe recomendações sobre como desenvolver uma DAO.

Davos 2023: Economia Tokenizada

Embora criptomoedas sejam vistas como uma tecnologia ainda distante de ser aplicada, na realidade, ela é bastante acessível atualmente e, a cada dia, ganha mais espaço no mercado. Por conta da facilidade de introdução de informações em um blockchain, a tokenização se tornou um ponto atraente para empresas que querem tornar ativos próprios ou de terceiros mais acessíveis.

A ideia da tokenização é justamente coletar um ativo e transformá-lo de forma digital, por meio de um smart contract. Um bom exemplo desse processo são os precatórios. Essa dívida do governo pode ser vendida pelo seu titular para um terceiro. Porém, por se referirem a valores altos, a aquisição, muitas vezes, fica restrita a grandes empresas. O acesso a esses documentos também exige uma busca burocrática e conhecimento jurídico, que não é comum à grande maioria das pessoas.

Aqui na FoxBit, a tokenização de precatórios já acontece! A partir de R$ 50 ou R$ 100, é possível comprar frações de um precatório, tudo de forma digital. Assim, um produto, antes totalmente inacessível, agora, está democratizado e ao alcance de qualquer pessoa.

Entendendo a importância da tokenização, um painel de especialistas, formado pelos CEOs da Circle, Bitkub Capital, Ministro dos Transportes e Comunicações da Finlândia e o cofundador da Yield Guild Games, apresentou o tema ao público, em Davos 2023. O grupo destacou que a economia do futuro será cada vez mais tokenizada, de olho, principalmente, na autocustódia dos ativos.

Davos 2023: Educação

É de conhecimento geral que o mercado cripto sofreu baques consideráveis no último ano, principalmente com a dificuldade sofrida por grandes empresas ao redor do mundo. Por isso, um painel liderado pela editora-chefe do Cointelegraph, em Davos 2023, apresentou a necessidade de educar a comunidade sobre criptomoedas e blockchain, principalmente a próxima geração, pois essa tecnologia. Segundo ela, o processo educacional será a “pedra angular para todos nós, como sociedades e indivíduos”.

A tesoureira da Fundação Hedera, Betsabe Botaitis, manteve o coro: “Há muito, muito pouca tecnologia fornecida para a educação em gestão de patrimônio. Acho que é o setor privado que precisa ter essa educação, os reguladores e todos que estão conversando”.

Davos 2023: Regulamentação

Outro ponto bastante discutido em Davos 2023 foi a regulamentação. O tema, que foi frequente nos WEFs anteriores, ganhou força este ano, principalmente por conta do ocorrido com a FTX, em 2022. Para a representante do Cointelegraph, “saber que podemos confiar nos dados é extremamente importante. É por isso que eu acho que blockchain é especialmente importante”.

Entretanto, essa confiança oferecida pelo blockchain não foi a discussão entre os participantes, mas, sim, a necessidade de uma regulamentação sobre o uso da tecnologia, principalmente quando envolve criptomoedas e mercado financeiro.

O Ministro Sênior de Cingapura, Tharman Shanmugaratnam, e o membro do Conselho de Governança do Banco Central Europeu (BCE), François Villeroy de Galhau, puxaram a fila, apontando a necessidade de uma regulamentação sobre os criptoativos. Villeroy destacou que não apenas problemas com empresas de criptomoedas é um ponto de regulação, mas fundos do mercado monetário e fundos de pensão do Reino Unido também passaram por instabilidade financeira, após o colapso da FTX.

Tharman, entretanto, apontou que regulamentar criptomoedas, por meio de lentes bancárias tradicionais, colocaria em risco a legitimidade de toda uma classe de ativos. O que não necessariamente seria o caminho.

A presidente da Purpose Entertainment e fundadora da SPACE acompanhou o raciocínio de Tharman e foi dura nas críticas sobre os pedidos de regulamentação de criptomoedas ‘jogados ao ar’: “Como todas essas pessoas podem tomar decisões sobre o que acontece com as leis quando nem mesmo entendem a tecnologia ou esse novo mundo?”.

Davos 2023: CBDCs

Em outra discussão, foi feito um paralelo entre CBDCs (Central Bank Digital Currency) e criptomoedas tradicionais, como bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH). Para o CEO da PayPal, Dan Schulman, “é importante não confundir criptomoedas e CBDCs, stablecoins e DLT… Eles são muito diferentes”.

Em sua fala, em Davos 2023, Schulman destacou que apesar do ano conturbado para as criptomoedas, “a tecnologia subjacente [blockchain] funcionou perfeitamente… A promessa de um livro-razão distribuído é que ele pode ser mais rápido e barato, para liquidar transações simultaneamente sem intermediários. Isso é uma coisa importante”.

Até mesmo Lynn Martin, presidente da Bolsa de Valores de Nova Iorque acompanhou a perspectiva: “Agora, algumas das tecnologias foram adotadas e usadas para realmente tornar os processos muito mais eficientes”.

Davos 2023: Mercado financeiro

Não só a falta de regulamentação das criptomoedas é um problema para bancos e bolsas de valores, mas a migração de dinheiro do mercado acionário e perdas de clientes colocou mais fogo no “ranço” das instituições tradicionais às criptos, nos anos anteriores.

O CEO da Ava Labs, porém, se posicionou em Davos 2023, não de forma agressiva ao mercado tradicional (TradFi), mas acolhedora. Gun Sirer disse que “DeFi não significa um ataque ao TradFi. DeFi deve ser um complemento ao TradFi, pelo menos inicialmente”.

“Agora, a TradFi está entendendo que, sim, [DeFi] tem a transparência que clamamos, [eles] podem fazer testes de segurança em seus sistemas por causa da capacidade de auditoria dos sistemas que construíram, que não podemos fazer”, acrescentou Sirer.

Davos 2023 ainda segue por mais alguns dias, e muitas apresentações sobre criptomoedas devem rolar por lá. Vale destacar que os tópicos apresentados aqui são apenas algumas discussões das várias que aconteceram por lá nesses dois primeiros dias de painéis. Assim, a presença de empresas cripto no WEF, assim como a perspectiva muito mais empresarial do que financeira do setor, abre portas para que novas oportunidades sejam conversadas. A compreensão de que blockchain e tokenização fazem parte das empresas atualmente, permite o desenvolvimento tecnológico cada vez mais acelerado e seguro.

Ações x Criptomoedas: há correlação entre esses mercados?

Ações x Criptomoedas: há correlação entre esses mercados?

Apesar das várias incertezas da política e economia global, o número de investidores segue crescendo rapidamente no Brasil. Segundo um relatório da B3, responsável pela administração da bolsa de valores brasileira, de novembro de 2021 para o mesmo mês do ano passado, o registro de pessoas físicas na instituição subiu de 3,3 milhões para 4,6 milhões. O mesmo é visto no desenvolvimento do mercado de criptomoedas por aqui. De acordo com a Receita Federal, o número de investidores de criptoativos aumentou em 200%, em 2022.

Mas quem chega nesses dois setores, fica a pergunta: “Será que existe algum tipo de correlação de preço entre o mercado de ações e o mercado de criptomoedas?” A resposta curta é: sim, existe. Vamos falar um pouco sobre isso.

Nem sempre foi assim

Apesar de hoje existir uma forte correlação entre o mercado de criptomoedas e o mercado de ações, isso nem sempre foi assim.

Em seus primórdios, quando o bitcoin (BTC) ainda existia apenas em um mercado de nicho, e era negociado quase exclusivamente de forma peer-to-peer em fóruns especializados e grupos fechados entre inovadores, desenvolvedores e cypherpunks, o BTC não tinha nenhuma correlação com o mercado de ações.

Com o passar do tempo, a criptomoeda de referência passou a ser adotada pelos early adopters, que em sua maioria eram usuários do Darknet Market (DNM), negociando produtos no mercado paralelo ou em pequenas comunidades libertárias ao redor do mundo. Foi, então, que algumas poucas plataformas de câmbio (exchanges) surgiram neste período para facilitar a troca de BTC para moeda fiduciária e o mercado especulativo do bitcoin começou a crescer.

Se existe câmbio facilitado, com taxas acessíveis e uma certa liquidez (volume de negociação), existe especulação financeira. Foi neste momento em que realmente começaram a surgir estudos e análises de preço, mas ainda com pouca ou nenhuma correlação com o mercado acionário.

É claro que, neste ponto, o bitcoin já sofria uma certa influência da macroeconomia, mas ainda de forma muito superficial e distante. A criptomoeda tinha seu próprio mercado, seus próprios fundamentos, seus próprios especuladores e seu próprio nicho. Esses componentes são, em sua maioria, muito diferentes do mercado de ações.

A partir do surgimento das altcoins, formou-se ainda um ecossistema econômico próprio, onde essas moedas digitais alternativas estavam correlacionadas com o bitcoin. Mesmo assim, o mercado cripto continuava andando separado dos demais mercados de risco. Novamente, fatores macro relevantes ainda conseguiam afetar um pouco a dinâmica de preço dos criptoativos, mas não existia nenhuma correlação evidente.

A diferença entre o mercado de ações (centralizado) e o mercado de criptomoedas (descentralizado) era bem clara; e o segundo se movia com vida própria.

Siga o dinheiro: institucionais em cripto

Mas com a popularidade e o crescimento dos early adopters, as criptomoedas chegaram até um público maior. A early majority (maioria inicial) começou a ser impactada pelas características do mercado e, aos poucos, o capital de grandes players passou a entrar em todas as criptomoedas, mas principalmente o bitcoin.

Muitas entidades relevantes – os clientes institucionais – passaram a migrar parte de seu capital do mercado acionário para as criptomoedas, buscando maior rentabilidade, inovação e auto-custódia.

Com a chegada desse tipo de investidor, primeiro de forma discreta, depois de maneira mais intensa, as tendências do mercado cripto começaram a ficar mais correlacionadas com as do mercado de ações; já que o maior volume financeiro movimentado em ambos, começou a ter uma origem cada vez mais semelhante: “siga o dinheiro”.

Isso se deve ao forte crescimento da demanda especulativa, principalmente motivada pela descorrelação inicial, que já não existe mais.

O “peso” da demanda apresentou a este segmento uma característica mais  especulativa e de renda variável, do que realmente uma demanda ideológica e de uso, como era em seu início. O que é natural em qualquer mercado e para qualquer tecnologia.

Variedade de projetos e soluções entre os criptoativos

Ao mesmo tempo, o mercado de criptomoedas passou a ficar cada vez menos dependente apenas do bitcoin e nos últimos dois anos vimos uma enorme variedade de projetos, soluções e ofertas diferentes surgindo nessa indústria em formação. Muitos deles, inclusive, passaram a abrir mão da descentralização como ponto principal.

Com esta mudança de foco e a chegada da Web3 – carregada com um forte apelo de marketing -, projetos cripto passaram a ficar cada vez mais semelhantes com startups e scale-ups do mercado fiduciário. Isso vem aproximando cada vez mais o ato de comprar um token (criptoativo), com o ato de comprar uma ação ou a participação em uma empresa em seus estágios iniciais (ativos financeiros).

Se essa tendência se mantiver, devemos ver o mercado de criptomoedas tendo cada vez mais correlação com o mercado de ações. Mas se isso acontecer, não necessariamente é algo ruim.

A possibilidade de investir em startups centralizadas através de tokens em blockchain é uma inovação muito positiva para a indústria, pois ela democratiza cada vez mais o acesso a estes produtos financeiros por investidores menores.

Ela abre o acesso e a oportunidade da especulação de capital de risco (venture capital) para um mercado mais amplo e antes muito limitado.

Além disso, a correlação entre a maior entrada de capital e o maior volume de negociação desses ativos também equilibra mais a volatilidade, trazendo perdas menores durante os bear markets (mercados de baixa) – que é um fator ainda limitante para os investidores mais conservadores que querem começar a explorar o mercado de criptomoedas e antes se limitavam apenas ao mercado de ações.

Pode ser que, em um futuro próximo, a revolução proporcionada pelas criptomoedas seja tão grande que já não conseguiremos mais fazer distinção entre os mercados financeiros. Com as soluções cripto já totalmente inseridas na realidade dos mercados, das empresas e das pessoas.

Stablecoin: o que é e qual seu impacto no mercado cripto?

Stablecoin: o que é e qual seu impacto no mercado cripto?

Em um mundo com mais de 17 mil criptomoedas, o bitcoin (BTC) é, talvez, quem mais se destaca nesse universo. Sua popularidade não é à toa. Além de ser a primeira moeda digital desenvolvida, é a que possui o maior valor de mercado entre todas elas – mais de US 400 bilhões. Porém, a tecnologia que começou lá em 2008, com o BTC, deu espaço para a criação de novos projetos, com propostas diferentes e, hoje, extremamente importantes para esse ecossistema, como a Stablecoin.

Apesar da relevância desta moeda, ainda há muitas dúvidas na cabeça de muitos entusiastas que acompanham o desenvolvimento do setor, já que seu funcionamento, principalmente a emissão de novos tokens, é bastante diferente do observado no bitcoin e Ethereum (ETHER).

Mas fique tranquilo! Abaixo, vamos falar um pouco mais detalhadamente sobre as Stablecoins, suas principais características e também as diferenças entre elas e as criptos. Além disso, saiba como e onde investir nas stablecoins.

O que são stablecoins? Saiba mais sobre esta moeda digital e entenda suas principais características

Para falar sobre o que são as stablecoins, precisamos começar com o próprio nome. Proveniente do inglês, “stable” significa “estável” e “coin”, “moeda”. Dessa forma, é possível induzir que a stablecoin é uma moeda digital mais estável que outras criptomoedas, possuindo uma baixa volatilidade.

Essa baixa volatilidade é algo bem atípico quando refletimos sobre o mercado de criptomoedas, que é marcado por altas e quedas muito bruscas.

A estabilidade das stablecoins vem do fato de que seus valores são vinculados a outros ativos, como moedas fiduciárias (dólar, euro, etc), commodities (o ouro é o mais comum) e títulos públicos e privados.

Por isso, as stablecoins possuem um papel fundamental no desenvolvimento do ecossistema de criptomoedas, sendo amplamente utilizadas por corretoras e outras empresas para darem acesso a produtos específicos para seus clientes ou, então, permitir um acesso universal aos seus serviços.

Criação de stablecoins: como estas moedas digitais são produzidas?

A criação de stablecoins é um dos pontos mais similares com outras criptomoedas já que elas também estão presentes em um blockchain, uma espécie de banco de dados que se originou junto com o bitcoin no final dos anos 2000.

Porém, apesar das stablecoins e outras criptos partilharem esse processo comum, há uma diferença muito expressiva.

Para uma stablecoin ser inserida no mercado, o emissor da moeda precisa ter a mesma quantidade do ativo em seu caixa. Esse fator não existe para moedas que não possuem lastro, como os bitcoin, Ethereum, entre outras criptomoedas..

Existem diferentes tipos de stablecoin?

Assim como muitas outras moedas, as stablecoins também possuem diferentes tipos. Atualmente, é possível identificar quatro deles. Entenda mais abaixo.

Stablecoins lastreadas em moeda fiduciária

Estes tipos de stablecoins são lastreadas em “moeda fiat” na proporção 1 por 1. Mas, o que isso significa? 

Significa que para cada stablecoin criada, o emissor – seja ele uma empresa ou projeto – precisa ter a mesma quantidade dessa moeda fiduciária em caixa como reserva.

Stablecoins lastreadas em criptomoedas

As stablecoins lastreadas em criptomoedas seguem o mesmo raciocínio das que são lastreadas em moeda fiat.  A diferença é que o lastro acontece com ativos digitais, podendo ser bitcoin, ethereum, cardano (ADA) ou qualquer outro token..

Stablecoins lastreadas em commodities

Nesse caso, a stablecoin é lastreada em commodities, principalmente metais preciosos. O ativo mais comum utilizado é o ouro. Porém, existem projetos que estão de olho no petróleo e outros produtos de energia para isso!

Stablecoins algorítimicas

Sem dúvidas, esse tipo de stablecoin é um pouco mais diferente, pois ao invés de ser baseada em um ativo, a estabilidade é adquirida pelo uso de algoritmos e contratos inteligentes.

Neste caso, a emissão ou retirada de moedas estáveis do mercado acontece a partir da oferta e demanda, em busca de um volume circulante sempre equilibrado.

As principais stablecoins do mercado no momento: descubra os nomes de maior destaque

Existe um grande número de stablecoins no mercado, assim como criptomoedas. Atualmente, é possível identificar mais de 100 tipos dessas moedas digitais ativas no mercado. Abaixo, veja os cinco maiores projetos no momento.

Tether (USDT)

Presente no mercado desde 2014, o Tether foi a primeira stablecoin lançada no mercado. A empresa emissora afirma que uma unidade de USDT está pareada com o dólar, a partir de reservas presentes em seu caixa.

Durante sua história, essa paridade com a moeda norte-americana colocou dúvidas sobre a maneira como o USDT era lastreado. Para reduzir esses burburinhos, a empresa responsável pela emissão da stablecoin liberou um portal de transparência, apontando como seus ativos estão alocados.

Apesar destes eventuais questionamentos, o Theter é uma moeda bastante popular, sendo utilizada como base em muitas corretoras pelo mundo e com uma das maiores capitalizações de todo o mercado cripto.

USD Coin (USDC)

Está no mercado desde 2018 e assim como a USDT, essa stablecoin é uma moeda digital pareada em dólar na proporção de 1:1.

Um dos pontos fortes deste projeto é que ele é altamente transparente, participando de auditorias externas frequentes.

Binance USD (BUSD)

Também segue o padrão da USDT e USDC, com a proporção de 1:1 e lastreada em dólar.

Além das reservas para sua emissão, esta stablecoin tem por trás a Binance, uma das principais exchanges do mundo.

MakerDAO (DAI)

Lançado em 2014, esta iniciativa é uma das pioneiras quando falamos sobre projetos de finanças descentralizadas no blockchain do Ethereum.

Para criar unidades de DAI, é necessário que você deixe o ETH em um contrato inteligente para uso no protocolo Maker como forma de garantia do valor.

Riscos e vantagens de comprar stablecoins

Entre as principais vantagens de comprar stablecoins está sua praticidade. Ao contrário de comprar dólares em uma casa de câmbio ou outro ativo “estável”, o processo burocrático para aquisição de uma moeda fiat internacional ou até mesmo commodities, via criptomoedas, é muito mais simples.

O armazenamento destas finanças também é facilitado, já que guardar uma barra de ouro implica em muitas outras burocracias, assim como armazenar dólar – que necessita de uma conta internacional para ser guardado. 

Entre os riscos, destaca-se a credibilidade e confiabilidade do emissor. Antes de comprar, é necessário conhecer a empresa por trás dessa moeda digital para garantir que suas stablecoins sejam confiáveis.

Como comprar stablecoins?

A negociação de stablecoins pode acontecer através das exchanges e corretoras de criptomoedas, inclusive aqui no Brasil. A FoxBit, por exemplo, oferece a seus clientes a compra e venda de Tether, USD Coin e TrueUSD

Segundo a Receita Federal, inclusive, a criptomoeda estável mais usada pelos brasileiros é a USDT. O volume negociado deste ativo é maior que o bitcoin.

Escolha a Foxbit para fazer seus investimentos em stablecoins e criptomoedas 

Agora que você sabe mais sobre stablecoin e suas principais características, faça seu investimento na Foxbit. São muitas opções de stablecoins e criptomoedas para que você possa participar do mercado de ativos digitais, de maneira segura e com confiabilidade.

Seja um cliente Foxbit e aproveite!

O que são Royalties Musicais e como participar deste mercado?

O que são Royalties Musicais e como participar deste mercado?

Você provavelmente já viu aquela música bombar nas rádios, plataformas de streaming, talvez um filme ou série da netflix e, por que não, no tiktok ou instagram, certo? Agora, sabia que você também poderia ter conseguido participar deste mercado e recebido Royalties Musicais?

Pois é… Uma modalidade que vem crescendo muito no Brasil desde 2020, mas já é bastante conhecida no mercado norte-americano, é diversificar carteiras e receber Royalties Musicais.

O que são Royalties Musicais

De acordo com a definição encontrada no site do Senado Brasileiro: “Royalty é uma palavra de origem inglesa que se refere a uma importância cobrada pelo proprietário de uma patente de produto, processo de produção, marca, entre outros, ou pelo autor de uma obra, para permitir seu uso ou comercialização.”

De forma resumida, Royalty é o pagamento sobre o uso ou comercialização de uma patente. E Royalties Musicais é quando isso ocorre sobre patentes de músicas.

Quando um artista produz uma música, ele registra a propriedade daquela música em seu nome (ou em nome de uma agência) e sempre que alguém utilizar aquela música para fins comerciais ou quando a música for ouvida em plataformas de streaming como Spotify ou Youtube, todos aqueles que têm propriedade intelectual integral ou participativa na música, recebem uma parte do valor pago pelos terceiros.

Receber Royalties Musicais

O agente fiscalizador do setor no Brasil é o ECAD e dados fornecidos pelo Escritório mostram que em 2021 foram faturados R$1,08 bilhão em royalties musicais no país. Uma cifra 20% superior ao ano anterior, em 2020.

Para o investidor, essa modalidade de investimento consegue oferecer em média de 15% a 18% de rentabilidade ao ano, sobre o patrimônio investido. Superior, por exemplo, ao rendimento de renda fixa do Tesouro Direto baseado na SELIC, com cerca de 13,75% ao ano, no momento da redação.

O investimento normalmente ocorre com o objetivo de diversificar o portfólio em uma atividade menos correlacionada com o mercado de ações e macroeconomia, o que pode ser muito interessante de um ponto de vista estratégico.

O investidor pode escolher, negociar e comprar os Royalties Musicais diretamente com artistas e agências, ou, como é mais comum, comprar carteiras de músicas montadas por especialistas do setor – investindo em uma gama variada e bem estudada de ativos, para melhorar seu resultado. As carteiras normalmente são compostas por várias músicas de diferentes artistas e gêneros musicais.

A diversificação dentro do investimento de Royalties Musicais é importante, pois existe uma tendência de que as músicas mais novas tenham um ciclo de vida muito curto. Fazendo bastante sucesso em seu lançamento ou caso viralize nas redes sociais ou seja utilizada em uma série ou filme que faça sucesso, mas correndo o risco de entrar no esquecimento em poucos meses ou semanas.

Por exemplo, a música Running Up That Hill, da britânica Kate Bush voltou a bombar recentemente com seu uso em Stranger Things, rendendo cerca de US $2,3 milhões em Royalties Musicais. Imagine ter uma carteira com a Running Up That Hill incluída?

Receba Royalties Musicais através do Foxbit Music Token

A Foxbit está pronta para embarcar nessa tendência e oferecer a mesma oportunidade para cada um de vocês, nossos clientes.

Agora é possível comprar tokens em blockchain que representam diferentes carteiras de músicas e receber os Royalties Musicais referentes a cada uma delas. Para isso é preciso manter o token na carteira da exchange e receber os pagamentos periódicos conforme cada uma das músicas rentabilize no mercado.

O mercado de criptomoedas e blockchain está cada vez olhando mais para o setor de música e de royalties sobre propriedade intelectual. Com uma crescente procura de NFTs ou tokens relacionados, que permitam maior acessibilidade aos investidores que querem diversificar e participar do mercado cultural e artístico.